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História Procura-se marido que goste de criança - Procura-se marido que goste de criança I


Escrita por: Kori

Notas do Autor


A ideia da historia veio de uma reportagem falando sobre pessoas que contratam atores para serem pais, maridos, etc.
Por favor, leia com atenção os avisos, classificação e gêneros marcados da história.

Capítulo 1 - Procura-se marido que goste de criança I


Fanfic / Fanfiction Procura-se marido que goste de criança - Procura-se marido que goste de criança I

 

A expressão rude da diretora da escola, sentada à sua frente, mais parecia com a de uma das bruxas dos contos infantis que ele lia a noite para sua filha. Depois de um silencio dramático, Sasuke voltou a perguntar para a diretora se ela estava falando sério.

— Entenda, senhor Uchiha, não é uma regra propriamente escrita, mas uma prática comum da nossa escola.

— A senhora não me disse o motivo. — Ele procurou controlar a respiração, enquanto observava a expressão vilanesca da mulher. Seus olhos eram pequenos, mas contornados por uma maquiagem exagerada, a sombra subia até as sobrancelhas finas e alongadas. Os lábios grossos sustentavam uma cor de batom cereja, enquanto as bochechas tinham o dobro do tamanho por causa do blush terracota. Lembrou-se das fotografias da mãe, quando era mais jovem nos anos 80.

— Senhor Uchiha, como eu disse, nossa escola está nesse ramo há mais de cem anos. Nossas crianças saem daqui preparadas para o mundo.

— E o que isso tem a ver com o fato de eu não ser casado?

— Bem, não é porque o senhor não é casado, mas... — Ela engoliu as palavras, e Sasuke sabia que estava pensando em como ofendê-lo de uma forma gentil. — As famílias matriculam seus filhos em nossa escola sabendo que aqui encontraram o mesmo padrão exigente que eles buscam.

— Minha família não é boa para a escola?

— O senhor está colocando palavras na minha boca. — Ela sorriu, fazendo um barulho estranho pelo nariz.

— Você está sendo preconceituosa, não há uma lei que impeça que eu matricule minha filha aqui. — Sasuke se levantou da cadeira, irritado. — Eu vou procurar um advogado.

— Ora, senhor, não vamos ser drásticos. — Ela também ficou de pé, mas seu tom de voz mudou e não parecia nem um pouco preocupada com a ameaça. Afinal de contas, Sasuke imaginava que não foi o primeiro pai solteiro a passar por aquele escritório. — Eu aceitei a sua visita unicamente porque meu querido amigo Orochimaru disse que você era um pai solteiro respeitável, mas está me parecendo o contrário.

Sasuke trabalhava para Orochimaru desde que se mudou para Osaka, e estava ficando mais complicado conciliar a vida familiar e o trabalho que exigia muito dele. Tamaki ainda era muito nova, havia completado cinco anos há poucas semanas de janeiro, Sasuke queria o melhor para sua filha. E essa escola era a Academia Udokashi. As filhas de Hyuuga Neji, seu colega de trabalho, estudavam ali. Contudo, Neji vinha de uma tradicional família de Osaka. Sasuke não possuía nome famoso, vinha de uma pequena cidade, Nayoro, localizada na província de Hokkaido, no norte do Japão.

A verdade era que Sasuke estava sendo julgado por ser um homem ômega solteiro e com uma filha, onde o registro não possuía o nome do outro pai. Era uma verdade dolorida, ainda mais para os dias atuais, mas era uma verdade e não uma excessão.

Sasuke deixou o escritório com os nervos à flor da pele e decidiu buscar a filha na casa da única pessoa que ele conhecia em Osaka e confiava deixar Tamaki.

— Eles não podem fazer isso. — Foi a primeira coisa que Sakura disse, quando Sasuke contou o que havia acontecido. — Você deveria processar essa escola.

— Com que dinheiro eu vou pagar um advogado? — Sasuke suspirou, cansado com aquela história. Ele esfregou a mão no rosto, havia pensando naquilo por vários ângulos, mas, no fim, precisava de dinheiro.

— Eu posso emprestar.

— Você também não tem dinheiro. — O Uchiha ergueu a cabeça e sorriu. — Eu vou procurar outra escola, ainda estamos em janeiro, as aulas começam apenas em Abril. — Ele disse, procurando a filha no quarto, onde dormia. Sorriu, ao vê-la esparramada na cama, provavelmente havia corrido muito para ficar tão cansada. Apesar de não querer acordá-la, precisou pegá-la no colo para irem embora. Sakura insistiu que poderia deixar Tamaki dormindo lá, mas Sasuke não gostava de ir para casa e ver o apartamento vazio sem a filha lá dentro.

Naquela semana, Tamaki foi com ele para o escritório. Orochimaru estava viajando e ninguém se incomodava com a presença da menina. Ele precisava conseguir rapidamente uma escola para a filha, mas naquele período as vagas estavam praticamente escassas ou as escolas eram muito longe. Também não queria deixar a filha pequena em qualquer unidade.

— Talvez minha esposa saiba de alguma escola tão boa quando a Academia Udokashi. — Neji tentou ser gentil, mas Sasuke não conseguia mais fingir que se importava com aquele lugar.

— Boa, eu não diria isso, a diretora é preconceituosa e arrogante. — Ele falou com irritação.

— Eu sei que a diretora não é a pessoa mais honrosa, mas há pessoas boa na escola. E não são todos os pais que concordam com essa política.

— Não quis ofender você, mas no meu caso, o que espera que eu faça?

— Você poderia dizer que não é solteiro.

Sasuke sabia que Neji queria ajudá-lo, mas aquela sugestão era vergonhosa e humilhante para ele aceitar. E aquela conversa acabou distraindo-o, encontrando depois Tamaki desenhando na parede do escritório de seu chefe. Daria para resolver a situação, se Orochimaru não estivesse retornando de surpresa para a agência no momento em que a menina corria com os giz de cera na mão.

A dor de cabeça que sentia não se comparava ao problema que ele possuía em mãos. Deitado no sofá da sala, pensava nas opções que possuía. Havia sido demitido e precisava pagar o aluguel dali algumas semanas. Também precisava arcar com o seguro saúde de Tamaki.

A menina estava sentada no chão, enquanto desenhava em seu caderno, assistindo ao desenho animado. Sasuke a observou, achava que precisava mantê-la segura de tudo aquilo e por isso cogitou a possibilidade de retornar para sua cidade natal. A ideia de morar com os pais novamente não era das melhores, mas se não conseguisse um emprego rápido, ele teria que aceitar as consequências.

Sasuke levou Tamaki para brincar no parque próximo do prédio que morava. Estava empurrando a garotinha no balanço, quando recebeu a ligação de Shikamaru nara, ele era um contato profissional que havia feito logo que chegou em Osaka. Shikamaru ligou com uma oferta de emprego. Sasuke precisou da ajuda de Sakura novamente para ficar com Tamaki, enquanto ele se encontrava com Shikamaru Nara e seu futuro chefe, Hashirama Senju, dono de um escritório de Arquitetura, concorrente de Orochimaru.

O ambiente do escritório era agradável, as pessoas simpáticas e a carga horária razoável. Sasuke ficaria sido encarregado do novo projeto de uma cafeteria, e ele aceitou de imediato. Agora só faltava conseguir uma escola para Tamaki.

Na primeira semana de trabalho, foi Sakura quem cuidou de Tamaki, mas sua escala mudou e ela precisaria cobrir o turno da noite no hospital, mudando toda sua rotina pela manhã.

No primeiro mês de trabalho, Sasuke chegou a contratar algumas pessoas para serem babás, mas havia incompatibilidade com horários e acabou chegando atrasado alguns dias no escritório. Era vergonhoso ser recém contratado e já abusar da boa vontade do seu chefe. Apesar de todos saberem que ele era pai de uma menina pequena, ninguém ali sabia que Sasuke era pai solteiro.

Sasuke achava melhor manter essa distância entre a vida pessoal e profissional.  Já não bastava toda a carga social que um homem ômega solteiro e com filho carregava nas costas. Não precisava de mais atenção em cima dele.

O inverno era uma época boa para trabalhar no escritório, mas nada recomendado para saídas externas. Sasuke estava com toda sua atenção sobre a prancheta de desenho, quando notou a aproximação do chefe.

— Sasuke, precisaremos de você amanhã bem cedo, Será possível? — Hashirama comentou, ao passar pela sala em que ele avaliava as mudanças no designer da cafeteria.

— Claro, eu vou fazer o meu melhor. — Sasuke falou.

— Se precisar, pode trazer a sua filha também. Eu tenho um sobrinho de oito anos, ele está agora no acampamento de inverno, mas quando voltar, com certeza vai aparecer por aqui com meu irmão. — Hashirama deu um leve sorriso e acenou, desculpando-se por tê-lo atrapalhado na concentração. — Conto com você.

Sasuke concordou e a primeira coisa que fez quando chegou em casa, foi solicitar a babá que ficasse com Tamaki bem cedo no outro dia. Ele achava gentil a oferta de Hashirama, mas uma coisa era o sobrinho ir para o trabalho do tio e do pai, outra coisa era ele levar Tamaki. Ainda estavam em fevereiro e fazia um mês que havia começado a trabalhar.

— Amanhã eu preciso ir ao médico, não posso cancelar a consulta. — Disse a babá.

Sasuke concordou e com isso, solicitou outras babás pelo telefone de uma agência que Neji indicou, mas o número estava muito reduzido de última hora. Por sorte, Sakura ficou de folga naquele dia e o ajudou.

No final da tarde, após buscar Tamaki, Sasuke sentou-se cansado no sofá e sorriu estendendo os braços para a menina que veio correndo chamando-o e mostrando a maquiagem que havia feito.

— Parece uma princesa. — ele disse, dando um beijo no topo da cabeça da menina, que logo retornou para o quarto, onde havia criado uma espécie de forte com as cobertas de Sakura.

— Estou cogitando a possibilidade de seguir o conselho de Neji. — Sasuke disse, observando a filha brincar.

— Fingir que tem um marido? — Sakura perguntou, surpresa. — Você é a primeira pessoa a erguer a bandeira de que nenhum ômega precisa de um marido para se sentir seguro.

— É, mas as coisas mudam quando a segurança e saúde da minha filha estão em jogo. Sakura, se eu perder esse emprego, como posso dar para Tamaki uma vida digna? Terei que voltar para a casa dos meus pais por conta do meu orgulho ferido.

— Bem, pesando por esse lado, mas seus pais não poderia ajudá-lo? — Ela apoiou a cabeça no ombro do amigo, a fim de consolá-lo.

Sasuke possuía uma relação complicada com o pai. Eles sempre discutiram, mas tudo ficou pior depois que engravidou, a falta de diálogo era o que mais atrapalhava. Sasuke não tinha condições de arcar com a faculdade. E as coisas ficaram ainda mais difíceis, principalmente porque o pai de Tamaki simplesmente desapareceu da vida dele antes dela nascer. De qualquer forma, Fugaku não deixaria a criança perecer por conta dos problemas dos pais, por isso ele foi um avô sempre presente e gentil para a menina. Além do mais, pagou os estudos de Sasuke, enquanto ele se reerguia.

Após sua formatura, Tamaki já estava com quase três anos e Sasuke começou a trabalhar em pequenos projetos até que, no final do ano passado, conseguiu uma oportunidade em Osaka, no escritório de Arquitetura de Orochimaru. Embora ele tivesse uma dívida com os pais, não somente financeira, mas de gratidão, retornar para casa depois de tudo o que passou era constatar que havia falhado.

— Você vai pedir para alguém ser o seu marido? — Sakura ergueu a cabeça.

— Eu não conheço ninguém que faria isso por mim. — Ele comentou, suspirando em seguida. Neji era conhecido na escola, assim como Shikamaru, ambos pais de crianças que estudavam lá. Não poderia simplesmente inventar que era casado e essa pessoa não aparecer.

— Por que você não contrata uma pessoa? — Sakura ouviu o suspiro de Sasuke. — Eu tenho uma colega de trabalho, ela é enfermeira no hospital. Esses dias ela contou que pagou para um cara ir com ela no casamento da prima, só para a família não pegar no pé dela. Sabe, como é, né? Chega uma certa idade e se você não tem um parceiro, parece que vai morrer seca e sozinha. — A risada dela soou pelo apartamento e fez Tamaki retornar à sala para saber o que estava acontecendo. — A tia Sakura lembrou de uma piada.

— Eu tenho uma piada, papai. — A menina falou, subindo no colo de Sasuke. — Tem depois pontinhos verdes na neve, o que eles são?

— Eu não sei, Tamaki-chan, o que são dois pontos verdes na neve? — Sasuke passou a mão nos cabelos da filha, que estavam enfeitados com várias presilhas de cabelo que provavelmente ela pegou do armário de Sakura.

— São pinguins verdes. — A menina olhou para Sakura. — Como era tia Sakura?

— São dois pingreens. — Sakura respondeu sussurrando, para Tamaki.

— Ah! São dois pingurins. — Tamaki balançou a cabeça e tentou repetir, até que desistiu e voltou a brincar no quarto.

— Sasuke, você não pode mentir para ela. — Sakura disse, após controlar a risada.

— Eu sei, eu não quero. Vou tentar ao máximo mantê-la longe disso. Posso dizer que ele é alguém que viaja muito e por isso não pode participar ativamente da escola.

— E o que vai dizer para Tama-chan, caso perguntem para ela sobre o outro pai?

— Vou pensar em algo, prometo. Eu sou a última pessoa que quer magoar minha filha.

Naquela noite, Sakura enviou para ele o nome do aplicativo ao qual poderia fazer um perfil e encontrar algum ator compatível com suas necessidades.

Após contar algumas histórias para Tamaki dormir, ele preparou um café forte e sem açúcar. Sentou-se no sofá com o laptop no colo, enquanto na televisão passava um programa de culinária. Precisava preencher um perfil completo no aplicativo alugaseporamor.com. Não parecia tão errado à primeira vista, ou aquele era um nome para confortar as pessoas que buscavam contratar tais serviços.

A sensação era de que ele estava desesperado, mas parecia que realmente era desespero que o levava por aquele caminho.

Depois de fazer uma pesquisa na internet, para se sentir seguro, iniciou o cadastro. Chegando na terceira página, mesmo cansado e com sono, Sasuke continuou adicionando as informações. Escolheu uma fotografia para o perfil e salvou, deixando seus dados online para que pudesse ser contactado por atores que se encaixassem no seu perfil.

Ele não havia solicitado nada muito específico na aparência, apenas que fosse um homem na faixa etária igual a dele, alfa e que tivesse um bom relacionamento com crianças. O número de mensagens que recebeu pela manhã era absurdo. Sasuke assustou-se com tantos comentários, a maioria na verdade parecia mais interessado nele, do que no trabalho proposto. Aquilo foi um balde de água fria, ainda mais porque o aplicativo possuía várias propagandas de homens sem camisa sugerindo patrocínio de “Daddy”.

Sasuke preparava-se para o trabalho, enquanto fazia o café da manhã de Tamaki. O rapaz, que seria babá de sua filha naquele dia, estava atrasado novamente. Sasuke terminou as panquecas e colocou Tamaki sentada no banco, para comer. Ele já estava desistindo, quando uma mensagem chamou sua atenção, acessou o perfil do ator pelo celular e leu seu currículo.

Naruto Uzumaki se formou na academia de belas artes de Quioto, ele trabalhou em alguns programas infantis quando era criança, fez participações em clipes musicais de bandas Japonesas e Coreanas e se preparava para fazer testes na Broadway. Para isso, precisava juntar dinheiro suficiente para suas despesas em Nova Iorque. Sasuke gostou das ambições de Naruto, além do fato dele parecer centrado em um sonho e organizado. Era uma vida muito competitiva a de artista na Broadway, por isso precisava de um bom plano para não ficar perdido ou dependendo de alguém em outro país. Além disso, sua aparência era muito agradável.

Sasuke o achou muito bonito e havia fotos de corpo inteiro dele, inclusive de sunga na praia, e outras pegando onda. Ele parecia ser um homem divertido e que gostava de esportes, além do surfe, ele esquiava na neve, fazia academia e artes marciais.

Pensando sobre isso, o máximo que Sasuke fazia no inverno era empurrar o trenó de Tamaki pelo parque. Ele não se orgulhava de ser sedentário, mas não poderia mentir para si mesmo

— Papa, hoje a gente pode brincar?

— Sinto muito, Tama-chan, eu preciso trabalhar. Prometo que vamos brincar o dia todo no final de semana. — Sasuke se levantou quando Konohamaru chegou para poder ficar com Tamaki, prometendo levá-la ao parque e brincar, já que não estava tão frio naquela manhã.

No elevador, Sasuke ensaiou algumas mensagens que poderiam ser enviadas para Naruto. Mas não pensou em nada muito interessante, perguntando apenas se eles poderiam se encontrar no final do dia para conversarem sobre o trabalho.

Quando estava chegando à estação de metrô, recebeu a resposta, era um endereço ao qual Sasuke poderia encontrá-lo. Parecia tudo rápido demais, mas era exatamente isso que Sasuke precisava naquele momento.


Notas Finais


Obrigada a quem leu. Espero que gostem. O que acharam?


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