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História Procura-se marido que goste de criança - Procura-se marido que goste de criança XIII


Escrita por: Kori

Capítulo 13 - Procura-se marido que goste de criança XIII


Era o dia primeiro de abril, a manhã da segunda-feira foi agitada no apartamento. Sasuke acordou um pouco mais cedo para que Tamaki tivesse tempo de se adaptar com o horário e se arrumar sem problemas e sem atrasos. Ela ainda estava sonolenta durante o banho e sua cabeça pendia para frente enquanto Sasuke penteava seus cabelos. Ele não a forçou comer, Tamaki apenas comeu um pouco do mingau e depois foi andando até o sofá, para deitar-se em cima das almofadas.

Enquanto isso, Sasuke tomou um banho e se vestiu. Assim que bebeu o café puro, ele olhou para a filha no sofá e deu um sorriso. Pegou a mochila dela no quarto e certificou-se de que estava tudo lá. Além disso, havia outra bolsa que ficaria sempre na escola, com alguns pares de roupas caso fosse necessário a troca. O uniforme escolar seria entregue naquela semana, por isso ela não estava como as outras crianças, quando chegaram na frente da escola.

Sasuke havia pedido um carro pelo aplicativo e chegaram vinte minutos mais cedo. Ele aguardou o portão ser aberto e foi convidado para entrar e levar Tamaki até a sala dela, assim poderia ser mais tranquilo o início do dia para a criança.

Sasuke cumprimentou Tenten, a professora da filha, e sua auxiliar. A sala não teria mais do que quinze crianças e estavam todas ainda um pouco tímidas. As filhas de Shikamaru e Neji eram um ano mais velhas, por isso estavam em outra sala. Tamaki parecia triste por ter sido separada das novas amigas, mas Sasuke abaixou-se, olhando em seus olhos e alisou as pontas de seus cabelos.

— Você vai fazer novas amigas, e poderão brincar juntas no intervalo. — Sasuke falou, enquanto dava um leve toque com os dedos no bico que Tamaki fazia.

— Eu não quero ficar sozinha.

— Você não está sozinha. — Tenten falou, estendendo a mão para ela. — Venha escolher a sua cadeira, que tal? Temos várias.

Tamaki olhou para o pai e depois para a professora, ficou nesse impasse por alguns segundos, até que aceitou a mão da professora e entrou.

— Eu vou estar aqui na saída. — Sasuke falou e recebeu da filha um mero aceno. Ela já havia sido conquistada pela rotina da sala de aula, sorrindo para os novos colegas e escolhendo um lugar para sentar-se perto da estante de livros.

Sasuke sorriu, e ao mesmo tempo sentiu o coração bater ligeiramente apressado. Ele não queria sair daquele lugar, queria poder se sentar ao lado de Tamaki naquela mesa baixinha e desenhar com ela, ler alguns livros e dividir o lanche. Queria estar lá para quando ela aprendesse alguma coisa nova, para quando ela começasse a fazer suas leituras e quando ela estivesse brincando simplesmente livre no parquinho.

Com um leve suspiro, Sasuke se afastou aos poucos e notou que parecia muito mais difícil para ele ir embora do que para a filha se adaptar aquela novidade.

Na saída do colégio, ele cumprimentou alguns pais e mães que conheceu na recepção da escola. Sasuke trocou alguns breves comentários sobre o primeiro dia, e se afastou de forma educada quando a roda de conversa aumentou. Caminhando na calçada, ele viu o Suzuki Spacia na cor azul, estacionar ao seu lado. A motorista era Hirata, esposa de Neji, com seu sorriso gentil, ela cumprimentou Sasuke ao abaixar o vidro da porta.

As gêmeas, no banco de trás, foram levadas pela babá até a entrada da escola enquanto eles conversavam brevemente.

— Quando as meninas começaram as aulas a casa ficou em silêncio, é claro que eu usei todo esse tempo para pintar, mas ainda sinto falta delas. — Hirata havia deixado o carro, poderia estacionar ali por mais alguns minutos sem problemas.

— Eu sempre precisei trabalhar, desde a época da faculdade, então estou um pouco acostumado, mas não achei que fosse ficar tão sensibilizado hoje. — Sasuke desabafou e era espontâneo, ele não sabia por que estava falando sobre aquilo com Hirata.

Ela ainda sorria, dando um ou outro conselho sobre essa sensação de afastamento com os filhos.

— Podemos tomar um café, aqui perto, se quiser.

— Eu preciso ir, tenho uma reunião logo mais. — Sasuke pediu desculpas, mas Hirata não se sentia ofendida por isso. Ela aguardou até que a babá retornou e eles se despediram.

A reunião foi exatamente sobre o tema de sua promoção. Sasuke agradeceu a oportunidade aos irmãos Senju. Hashirama era só sorrisos, enquanto Tobirama parecia mais sério. Eles comemoravam com uma taça de champanhe, era cedo ainda no escritório, mas a promoção de Sasuke, somado a fusão de dois grandes escritórios, merecia tal recompensa.

— A inauguração da Cafeteria será em breve. — Tobirama comentou e acenou para seu assistente, informando que Sasuke poderia contar com ele para tudo o que fosse necessário.

— Eu agradeço a ajuda. — Sasuke se apresentou para o assistente e eles trocaram algumas informações sobre a inauguração.

No horário do almoço, ele não teve tempo para sair e comer. Além disso, estava chovendo muito. Sasuke solicitou um sanduíche pelo aplicativo do celular e trabalhou enquanto comia. Estava revisando uma planilha do orçamento, quando a mostarda escorregou pelo pão e caiu bem no tecido branco de sua camisa. Sasuke foi até o banheiro e limpou o que era possível, para tirar a mancha. Ele puxou uma grande quantidade de papel para secar as mãos, e abaixou-se quando uma folha escapou. Sasuke olhou-se no espelho e deu um longo suspiro. Parecia uma sequência de eventos que começavam a dar tudo errado. Assim que voltou para sua mesa, ele pegou o celular e o paletó. Precisava comprar uma nova camisa, ou seria vergonhoso encontrar seus clientes com uma aparência daquela.

Felizmente ele estava próximo do centro comercial. Assim que deixou o prédio, Sasuke abriu o guarda-chuva e desceu os degraus até a calçada. Ele olhava para o celular, confirmando seu encontro com o cliente, por isso acabou não prestando atenção na pessoa que vinha na sua direção. Os dois se chocaram com força nos ombros. Sasuke perdeu seu equilíbrio e ele foi para o lado, enquanto o celular caía no chão.

— Oh! Eu não te vi. — A pessoa disse, com um tom de voz debochado. Ao erguer a cabeça, Sasuke observou o par de óculos de aro arredondado e as lentes grandes. Kabuto era um dos empregados de Orochimaru, e já fazia algum tempo que Sasuke não o encontrava.

— Eu também não te vi. — Sasuke falou, virando-se para pegar seu celular. Seu olhar caiu na poça de água na frente da calçada, onde o aparelho havia afundado.

— Sinto muito. — Kabuto deu uma leve risada e ajeitou os óculos com a ponta do dedo. Sasuke não o respondeu, abaixou-se e pegou o aparelho. Estava desligado, é claro. Ele conhecia uma assistência técnica próxima do prédio.

Ignorando completamente a visita de Kabuto ao escritório que ele trabalhava, Sasuke apenas afastou-se e atravessou a rua. Enquanto o aparelho foi entregue nas mãos de um técnico, Sasuke foi até uma loja de roupas e comprou uma camisa. Ele trocou dentro da loja mesmo e saiu. A chuva estava intensa naquele momento, e por isso ele correu um pouco até retornar à assistência técnica.

— Secamos o aparelho, e fizemos uma limpeza com uma solução antioxidante, mas ainda assim não liga.

Sasuke fechou os olhos e respirou fundo, ele não podia perder aquele celular.

— Por favor, o que pode ser feito?

— Não vale a pena arrumar esse, é melhor comprar um novo, seria até mais barato. O senhor pode manter o número, apenas solicitar para a operadora.

— Certo, mas eu preciso dos dados que estão nesse celular. São coisas importantes do trabalho e nem tudo está salvo na nuvem. — Sasuke sentiu-se irritado por sua falta de responsabilidade. Como ele poderia não fazer um backup com os dados que havia salvado no dispositivo?

— Muito bem, eu posso fazer isso. — O homem respondeu e Sasuke pareceu mais aliviado, mesmo que as chances não fossem altas.

Ele retornou para o escritório e ligou para o cliente, reagendando a reunião para o outro dia.

 

Assim que terminou seu almoço, Naruto parou em uma praça próxima do estúdio em que estava trabalhando. Ele viu um carrinho de sorvete e comprou um picolé, sentando-se em um banco perto do chafariz. Mexeu no celular algumas vezes, mas nada que o chamasse atenção. Não havia também nenhuma mensagem de Sasuke. Eles não combinaram nada naquela semana, e por isso Naruto estava um pouco ansioso para saber quando eles se encontrariam novamente.

Ele não poderia simplesmente mandar mensagem, não é? Na verdade, poderia. Naruto então pensou em sua agenda para aquela semana, estava com alguns horários apertados pela manhã, mas a tarde e à noite estavam livres. Enviou uma mensagem para Sasuke, mas não recebeu resposta. Claro que ele não estava querendo que Sasuke respondesse no mesmo momento, embora as batidas rápidas do coração dissessem o oposto.

Ele precisou retornar para a sessão de fotos assim que começou a chover. Não era preciso mudar de roupas ou fazer maquiagem, já havia tirado todas as fotografias durante o dia, o fotógrafo gostava de luz natural, por isso as fotos foram tiradas no topo do prédio. O que foi uma ideia incrível, porque agora a chuva não dava trégua.

Conversariam apenas sobre as fotografias, essa parte não era necessário Naruto participar, mas ele gostava de discutir sobre a escolha das fotos. Sempre possuía uma opinião ou outra, quanto a sua aparência. Não era alguém tão complicado, mas ainda havia alguns ângulos que ele não gostava muito.

— O que vê de errado nessa fotografia? Está perfeito, o sol iluminou seus olhos e eu nem vou falar dos seus cabelos que brilham como parte da paisagem. — O fotógrafo estava animado, ele gostava de trabalhar com cores vibrantes e Naruto era o tipo de modelo que ficava bem em tons quentes e chamativos.

— Meu queixo não está um pouco saliente? — Naruto levou a mão ao queixo e ouviu uma risada.

— Você está brincando comigo, não é? — Com uma risada mais alta, ele deu um zoom na fotografia. — Seu queixo está muito bem, obrigado. Minha câmera só exalta o melhor dos meus modelos.

— Se você diz. — Naruto não achou que era uma boa ideia insistir. — Espere, vou atender meu celular.

Ele pegou o aparelho que vibrava em seu bolso. A conversa no telefone não durou muito tempo. Naruto pegou o casaco e se despediu de todos, dizendo que algo urgente aconteceu. Tentou explicar, mas apenas soltou algumas palavras sobre a diretora da escola da filha ter ligado.

— Naruto tem uma filha? — O fotógrafo virou-se para a sua assistente, que também não sabia responder.

 

Mesmo com a chuva intensa, Naruto correu pela calçada, descendo escada abaixo do metrô. Ele tirou o celular do bolso e enviou algumas mensagens para Sasuke, mas não havia retorno. Levava pelo menos vinte minutos até a estação mais próxima da escola de Tamaki, por isso, Naruto decidiu continuar no metrô, já que houve um acidente em uma das vias principais e o trânsito aumentou nessa região. Ele lia o boletim de notícias pelo celular, enquanto aguardava Sasuke enviar uma mensagem.

Logo que deixou o metrô, Naruto fez uma ligação para Sasuke, mas não foi atendido. Ele também ligou para o telefone residencial, mas não havia ninguém em casa. Ele possuía um terceiro contato, o do escritório em que Sasuke trabalhava. Sasuke deu aquele telefone em último caso para alguma urgência. Essa era uma situação urgente.

— Escritório Senju, boa tarde.

— Por favor, eu preciso falar com o Sasuke, é... Uchiha Sasuke. — Naruto falou com a voz afobada, enquanto ele caminhava apressado pela calçada, desviando das pessoas que andavam lentamente com seus guarda-chuvas.

— O senhor Uchiha está em reunião.

— Diga que é algo importante, é sobre a filha dele. — Naruto girou os olhos, enquanto ouvia a secretária fazer diversas perguntas. — Diga que Naruto ligou, eu estou indo buscar a Tamaki na escola.

Naruto desligou o celular e guardou no bolso. Ele chegou na portaria da escola e se identificou, recebendo a autorização para entrar. Seu rosto estava molhado pela chuva, assim como o casaco que ele vestia. Naruto tirou o casaco, a camisa debaixo não estava tão molhada. Ele cumprimentou a vice diretora da escola e foi orientado por ela para acompanhá-la até sua sala. Assim que chegaram no corredor, Naruto encontrou Tamaki sentada em um banco, sozinha. A menina possuía as perninhas balançando porque era muito pequena para aquele banco.

— Tio Naruto. — Tamaki falou, mas assim que a vice diretora lançou um olhar sério, Tamaki anuiu e encolheu os ombros.

Naruto abaixou-se e ajoelhou no chão em frente a Tamaki.

— Oi, princesa, daqui a pouco o seu pai vai chegar. — Ele passou a mão nos cabelos lisos da menina e colocou-o atrás de sua orelha, dando um sorriso animador para ela. — Eu vou conversar com a vice-diretora, e daqui a pouco nós vamos para casa, tudo bem?

Tamaki balançou a cabeça, concordando e Naruto se levantou, entrando na sala. Logo que a porta foi fechada, a vice-diretora apontou a cadeira para ele se sentar. Naruto agradeceu e, enquanto a mulher se ajeitava do outro lado da mesa, ele deu uma olhada na tela do celular, não havia nenhuma mensagem ou ligação de Sasuke.

— Tentamos localizar o Senhor Uchiha, mas não tivemos sucesso. — Ela começou falando, com um tom desagradável.

— Sinto muito por isso, meu marido está em uma reunião. — Naruto falou, embora ele não soubesse qual o motivo da reunião, não era difícil de saber que se tratava de seu projeto. — Ele é arquiteto, como a senhora sabe pela ficha. Muitas vezes ele precisa estar presente na obra. E com essa chuva, é possível que algo grave aconteceu.

— Sim, claro. — Um sorriso sem emoção delineou os lábios finos da mulher. — Contudo, priorizamos o contato com os pais.

— Obviamente, então por que demoraram tanto para falar comigo? — Naruto endireitou as costas e apoiou a mão na mesa, pegando o celular. — Recebi a ligação e vim aqui imediatamente. Eu estava no trabalho, mesmo assim, não levou nem meia hora para eu chegar.

— Senhor...

Naruto a interrompeu novamente.

— Os meus dados estão igualmente cadastrados com os de meu marido. A escola tem o conhecimento de que nós estamos vivendo uma situação delicada em nossa família, mas isso não significa que não estamos juntos. Se a situação era grave, e estavam há tantas horas querendo falar com os responsáveis de Tamaki, então por que só depois de algumas horas decidiram entrar em contato comigo?

A porta se abriu e então Tenten entrou na sala.

— Desculpe a demora, fiquei sabendo agora que o pai de Tamaki está na escola. — Ela disse e cumprimentou Naruto. — Obrigada por vir, senhor Uzumaki.

— Eu agradeço por me chamarem, só não entendi por que demoraram tanto. — Naruto olhou de Tenten, para a vice-diretora. — Já faz quanto tempo que minha filha está sentada naquele corredor?

— Talvez tenha ocorrido algum engano. — Tenten comentou, sentando-se na cadeira ao lado dele. — Quando soube que não conseguiam entrar em contato com o senhor Uchiha, eu solicitei imediatamente que falassem com o senhor.

— Obrigado, professora Mitsashi. — Naruto perguntou o que houve para que ele tenha sido chamado com urgência e Tenten iniciou a explicação.

— Depois do café da manhã, todos estavam fazendo desenhos sobre seus bichinhos de estimação. No entanto, Tamaki desenhou um urso marrom, dizendo que era seu bichinho de estimação, algumas crianças falaram que ela estava mentindo, mas Tamaki disse que iria trazer o bichinho dela para todo mundo ver que era verdade. Eu então decidi que poderia ser uma boa ideia cada um trazer seus bichinhos de estimação, claro com a ajuda dos pais, para conhecer um pouco sobre cada um. Eu entendi que Tamaki não tem animais de estimação em casa e aquele urso era apenas um brinquedo, mas as outras crianças insistiram na ideia de que ela estava mentindo.

— Entendo. — Naruto balançou a cabeça, pensando em como Tamaki deve ter se sentido triste. — Professora, e não era possível apenas dizer que é normal crianças não terem animais de estimação? Ou falar que era apenas um brinquedo?

A diretora deu uma leve risada.

— Senhor Uzumaki, a professora Mitsashi não é leiga no assunto.

— Deixe-me explicar a ele, senhora. — Tenten ergueu a mão, virando-se para Naruto em seguida. — Sim, eu expliquei para todos que é normal algumas famílias não adquirirem animais de estimação, ainda mais quando se mora em apartamento, alguns condomínios não aceita. Tamaki disse que morava em um apartamento pequeno com os pai e por isso o urso dela dormia na cama dela. Alguns acharam divertido a ideia e outros riram.

— Compreendo, obrigado por tentar explicar isso. — Naruto falou, mas a história ainda não acabou.

— Depois disso algumas crianças chamaram o pai de Tamaki de pobre, porque eles moram em um lugar pequeno.

— Eu achei que as crianças aqui fossem educadas respeitando a todos, não foi exatamente isso que a senhora me disse? — Naruto olhou sério para a vice-diretora. — Não é como se fosse algo exclusivo de pessoas com baixa renda. Moramos em uma cidade grande, pessoas vivem em casas pequenas por todo o lugar. Mesmo que nossa família fosse pobre, porque eles riram de Tamaki?

Tenten voltou a falar.

— Sim, senhor Uzumaki, eu também expliquei isso e disse a eles que eu moro em um apartamento pequeno. — Tenten confirmou com a cabeça. — No entanto, a situação chegou a um estágio lastimável e, irritada com o que falavam de seu pai, Tamaki acabou mordendo o braço da criança ao lado dela.

Naruto abriu a boca levemente, ele não sabia o que falar sobre aquele assunto. No fundo, ele queria rir, essa era a verdade. Naruto estava pensando em como essas crianças poderiam falar coisas tão desagradáveis. Onde elas aprenderam palavras tão rudes? Afinal de contas, eram crianças de cinco anos.

— Como está a criança mordida? — Naruto perguntou, depois de limpar a garganta.

— Foi à enfermaria, mas não houve nenhum ferimento grave, ele ficou apenas assustado.

A vice-diretora então iniciou um discurso sobre comportamento inaceitáveis que a escola repreendia. Naruto ouviu tudo em silêncio, porque ele também não achava correto qualquer tipo de violência ser aceitável. De qualquer forma, as emoções de Tamaki também precisavam ser levadas em consideração. E quando Naruto perguntou sobre isso, a vice-diretora soltou uma risada fria.

— Nós temos anos de experiência, senhor Uzumaki. Crianças filhas de pais solteiros apresentam um comportamento sempre inadequado quando se reúnem a outras e podem achar que são especiais por serem mimadas.

Aquelas palavras atingiram Naruto como facas afiadas.

— De onde a senhora vice-diretora tirou essa ideia? — Naruto estreitou os olhos e não acreditou no que aquela mulher dizia.

— Temos educadores respeitáveis em nossa escola, nós somos uma escola de tradição e não inventamos simplesmente as coisas que falamos.

— Baseado em que a senhora diz que Tamaki é mimada?

— Ora, senhor Uzumaki, é uma criança cujo um dos pais é inexistente em sua certidão...

Nesse exato momento Naruto se levantou de sua cadeira e bateu na mesa com força. A vice diretora inclinou o corpo para trás, enquanto Tenten se levantava e segurava seu braço.

— Senhor Uzumaki. — Tenten falou baixo, tentando acalmá-lo. — Por favor, vamos conversar em minha sala, as crianças estão no parquinho.

Naruto virou o rosto, ele sentiu que Tenten queria ajudar, por isso aceitou. Não poderia ficar mais um minuto dentro daquela sala, ou cometeria alguma loucura que poderia manchar o nome Sasuke.

Assim que saíram da sala, Tenten chamou Tamaki e a pegou pela mão. Eles a levaram até o parquinho coberto no pátio, onde as crianças poderiam aproveitar os brinquedos protegidos da chuva. A professora pediu para que ela brincasse com as outras crianças, enquanto conversava com Naruto.

Logo que eles se afastaram do parquinho, Naruto olhou para trás e viu Tamaki sentada sozinha em um balanço, enquanto as outras crianças se afastavam dela.

Na sala de aula, Tenten puxou a cadeira da mesinha infantil e os dois se sentaram nas duas cadeirinhas pequenas. Os joelhos de Naruto ficaram dobrados e suas costas ficaram curvas.

— Eu sinto muito pelas palavras da vice-diretora. — Tenten começou a se explicar.

— Não me venha com essa. — Naruto logo ergueu a mão apontando na direção dela. — A senhorita sabia que se ela continuasse, eu poderia muito bem levantar um processo apenas com o final daquela frase.

— Sim, eu sei, não nego que eu quis acalmar os ânimos e tentar contornar a situação, mas o senhor também não ajudou muito. Ela pode também acusá-lo, e vai por mim, quando a senhora coloca algo na cabeça, ela é implacável.

Naruto riu sem ânimo, uma risada seca e fria.

— Ela vai dizer que eu tentei bater nela?

— Provavelmente.

— Então deixa ela falar.

— Senhor Uzumaki. — Tenten suspirou. — Tamaki é uma criança incrível, eu sei que a situação foi completamente errada e complicada. Mas se me deixar resolver, vamos conseguir passar por isso juntos.

Naruto a olhou sério.

— Aquela mulher destilou veneno para acusar meu marido e minha filha, você acha que eu poderia passar por essa situação facilmente? — Quando terminou de falar, Naruto sentiu um nó em sua garganta. Ele falava de Sasuke como seu marido e de Tamaki como sua filha.

As coisas estavam acontecendo rápido demais e Naruto tentou esfriar a cabeça. Apesar de ter sido contratado por Sasuke para se passar pelo marido dele, ele simplesmente não poderia tomar decisões sérias sobre a vida de Tamaki. Pensando nisso, Naruto se acalmou e pediu desculpas para Tenten. Depois, procurou a vice-diretora e fez um elaborado pedido de desculpas sobre seu comportamento anterior.

Embora seu rosto fosse pacífico e buscando demonstrar arrependimento. Sua mão se fechava em punho e Naruto experimentava aquele amargo em sua boca. Ele não poderia comprometer Sasuke com suas atitudes.

A vice-diretora não deixou de comentar sobre o comportamento de Naruto e sugeriu em seu tom de voz uma preocupação exagerada sobre o convívio de Tamaki com alguém que perdia a paciência tão rapidamente.

Esse comentário quase fez Naruto socar a mesa novamente, mas ele só conseguia pensar agora em como não prejudicar ainda mais Sasuke.

— Peço perdão novamente, cheguei recentemente de uma longa viagem e as coisas ainda estão confusas. — Ele tentou se justificar novamente e então, depois de uma conversa, se despediram.

Naruto retornou para o parquinho e encontro Tamaki no mesmo balanço.

— Tio Naruto, eles vão me expulsar? — Tamaki perguntou, assim que Naruto sentou-se no balanço do lado dela.

— Quem disse isso?

— Todos eles falaram. — Tamaki parecia deprimida falando dos colegas de sala, não balançava as pernas e nem empurrava o balanço com a força do corpo, estava apenas sentada ali com a cabeça baixa.

— Você não vai ser expulsa. — Naruto disse com a voz firme. Ele se levantou e parou atrás de Tamaki e começou a empurrar o balanço. — Tama-chan, por que você mordeu aquele menino? Onde você aprendeu isso?

— Não sei. — Tamaki respondeu, segurando as mãos na corrente que sustentava o balanço que ia para frente e para trás. — Eu só senti uma coisa muito estranha e daí mordi ele.

Naruto continuou balançando-a.

— Às vezes eu também fico assim, mas eu não posso morder as pessoas. — Ele parou e caminhou até a frente do balanço, onde se abaixou para falar com ela. — Você sabe o que eu faço quando isso acontece?

— O que você faz, tio Naruto? — Tamaki perguntou, seus olhos negros eram grandes e curiosos, ela possuía um semblante inocente e seu rosto se assemelhava muito ao de Sasuke.

— Eu fecho os olhos e imagino que estou no lugar que eu mais gosto. — Naruto fechou os olhos. — E daí quando eu abro os olhos eu me sinto mais tranquilo. Quer tentar?

Tamaki balançou a cabeça animada, ela fechou os olhos em seguida sob o incentivo de Naruto. Ele perguntou qual era o lugar que ela estava imaginando naquele momento.

— A Disneylândia. — Tamaki respondeu, com um sorriso singelo infantil.

— Sério? Eu também pensei na Disneylândia.

Tamaki abriu os olhos com surpresa e sorriu mais animada. Desde que Naruto chegou naquela escola, essa foi a primeira vez que ele a viu sorrir.


Notas Finais


Ai gente, sou professora, o que tem de criança que morde o coleguinha KKKKKK
Mas aqui a diretora é a peste :v

Estão bem? Se cuidem.


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