1. Spirit Fanfics >
  2. Procurados >
  3. Histórias

História Procurados - Histórias


Escrita por: XioKONIC

Notas do Autor


VOLTEI!!! Mas antes de tudo, eu queria me desculpar pela demora :/ Eu estava em semana de provas e vocês sabem como fica corrido né? Eu ainda fiz um simulado de 6 matérias em um dia só, e estava com bloqueio e cansada demais :/
Espero que gostem e me desculpem qualquer erro

Capítulo 10 - Histórias


Fanfic / Fanfiction Procurados - Histórias

10 de setembro de 2004

Mal podia conter minha felicidade. O aniversário de meu pai estava chegando, e eu havia economizado muito para lhe dar o presente perfeito. Tá certo que eu tenha apenas 9 anos, mas é por uma boa causa.

Havia deixado de comer meu lanche na escola por mais de 6 meses, e em segredo, fui guardando o dinheiro de minha merenda. Meu pai sempre disse que queria ganhar um relógio, pois assim nunca mais iria se atrasar para nada.

Havia faltado aula apenas para ir à loja do centro, escolher um relógio bem bonito para meu pai. Após trocar de roupa, para que ninguém notasse meu uniforme e contassem para meu pai, fui procurando o shopping pelas ruas movimentadas.

Acho que é por isso que criança não sai sozinha. Os adultos são muito altos e elas ficam meio perdidas. Assim que vi uma escadaria, soube que era ali.

Meu destino estava ali.

Entrei super animado naquela loja chique. Até o cheiro do lugar era diferente! Uma das vendedoras se aproximou sorrindo, mas também parecendo curiosa. Afinal, o que uma criança estava fazendo ali no horário de aula. Eu não costumava ser mal educado, mas isso não era da conta dela.

-Moça, eu quero um relógio bem bonito para o meu pai! –Falei animado, colocando a mão por cima do bolso de minha bermuda, me assegurando de que a pequena carteira estava ali, guardando todo o dinheiro que havia economizado.

-Ah... Por acaso você tem um preço em mente? Talvez uma marca específica... –Ele disse curiosa, fazendo um gesto para que eu a seguisse. –É um presente certo? Onde está sua mãe? –Ela perguntou curiosa, quase estragando meu plano.

-Eles não sabem... É uma surpresa, então por favor não conte a eles! –Pedi, mostrando animação. Sabia como usar algumas pessoas a meu favor. Era só sorrir bem alegre, até meus olhos sumirem, e então, eles sempre faziam o que eu pedia.

-Tá bem! Eu não vou contar. –Ela abriu um sorriso bonito e me ajudou a sentar na cadeira alta e macia da loja, me mostrando todos os relógios dali.

Não pude deixar de demonstrar surpresa ao ver tanta riqueza. Era um relógio mais bonito que o outro, e com certeza, aquele que eu vi estaria ali.

Estava vendo um comercial que passava em uma loja, quando de repente um homem bonito apareceu, falando algumas coisas. Nem prestei atenção, mas então, vi o relógio que ele usava. Era demais! Mas eu nunca teria dinheiro para comprar um daqueles. Não demorou alguns dias para que meu pai dissesse que precisava de um relógio de pulso. Não podia ser coisa melhor!

Assim que achei o relógio, apontei para ele sorrindo.

-Esse aqui moça! Foi esse que eu vi! –Disse animado. Peguei minha carteira, contando o dinheiro novamente e lhe entreguei. –Isso vai dar certo? Eu vi que era esse o preço!

A atendente me olhou surpresa, talvez por que uma criança estava carregando aquele valor em uma simples mochila de escola. Mas logo ela sorriu, assim que olhou em meus olhos.

-Vai sim... Devo embrulhar em um papel bem bonito?

Concordei e apenas a segui, observando ela pegar uma sacola da loja cara, enquanto uma outra moça me dava um papel, validando a compra.

Guardei o relógio com todo cuidado em meio aos livros, peguei meu uniforme e corri até o banheiro mais próximo daquele shopping gigantesco. Assim que vesti meu uniforme, envolvi a sacola chique do relógio com cuidado, apenas para garantir que nenhum mal fosse acontecer ao melhor presente do mundo.

 

FINALMENTE! Amanhã é o aniversário dele e mal posso conter minha felicidade. Com o relógio escondido em meu guarda roupa e um sorriso estridente, tentava disfarçar minha animação, o que não funcionava de maneira nenhuma.

-Kim Jiwon! Venha cá e me ajude com a janta, daqui a pouco seu pai vai chegar. –Mesmo levando bronca por ficar vegetando no sofá enquanto via TV, não parei de sorrir por nada. Foi só chegar na cozinha saltitando e esbanjando um sorriso que minha mãe começou a rir. –Você está com esse sorriso a mais de uma semana. Posso saber o que o senhor aprontou? –Ela perguntou, colocando as mãos na cintura, ainda segurando a colher de pau que usava para fazer a sopa.

-Amanhã é aniversário do papai! E eu comprei um presente. –Ela me olhou surpresa, arregalando os olhos pequenos.

-Acho melhor não ter gasto em nenhuma bobagem! –Ela disse se virando, voltando a fazer a sopa.

Continuei ali na cozinha, a ajudando enquanto a comida não ficava pronta. Como se fosse algo cronometrado, meu pai chegou na hora em que a janta ficou pronta.

Após o receber com um abraço gostoso, o puxei pela mão até a nossa mesa de madeira. Morávamos em um bairro meio pobre, e nossa casa não era nada espetacular, mas com certeza tinha seu charme.

Servi o prato dos dois, sorrindo abobado enquanto via apenas os dois me observarem curiosos demais. Minha mãe sorria disfarçado e meu pai não entendia nada com nada.

-Esse menino aprontou alguma coisa? –Meu pai perguntou. Lhe entreguei o prato e sorri.

-Viu? O seu tem mais carne... –Apontei alegre, vendo ele sorrir de canto.

-Aposto que seu boletim chegou... Tirou nota vermelha de novo?

-Não pai! Eu tirei notas muito boas na verdade! Mas o boletim ainda não chegou...

O jantar foi tranquilo, apesar de ser difícil comer sem sorrir. A comida insistia em vazar por meus lábios e eu tinha mais vontade ainda de rir por conta daquilo.

Tomei meu banho e coloquei o pijama. Nunca havia entendido o motivo de minha mãe ter me dado um pijama com cenourinhas, mas não reclamava, era confortável e me esquentava nas noites frias. Se pudesse, compraria um aquecedor para nossa casa.

Finalmente

Era

De

Manhã.

Acordei totalmente animado, pulando da cama com rapidez. Corri até meu pequeno guarda roupa e peguei a sacola cara, que ainda tinha um pouco do perfume cheiroso daquela loja.

Pulei na cama de casal de meus pais gritando feliz, acordando os dois assustados. Era sábado, então estava tudo bem em fazer um pouco de bagunça. Os dois me olharam confusos, mas minha mãe logo entendeu ao ver a sacola.

Ela começou a cantar parabéns, me encorajando a fazer o mesmo. Meu pai sorria, mesmo que estivesse cansado. O abracei alegre e lhe entreguei a sacola sorrindo animado.

Será que ele vai gostar?

-Eu comprei isso por que você disse que não queria mais se atrasar... –Disse baixinho, observando ele.

Ele tirou a caixinha preta da sacola e então a abriu, olhando surpreso ao ver o relógio. Senti meu sorriso aumentar mais ainda de tamanho. Meu pai pegou o relógio da caixa e então o admirou por alguns segundos, antes de colocar ele no pulso.

-Eu sabia que o pirralho estava aprontando alguma coisa... –Ele sorriu, abrindo os braços para que eu lhe desse outro abraço. –Obrigado filho, vai realmente ser muito útil para mim...

12 de março de 2007

Tá, tudo bem que agora eu tenho 12 anos e sou bem mais crescido, mas não significa que eu vou ter que aprender a cozinhar! Eu não quero ter que aprender a cozinhar, isso parece chato demais.

-Mãe! Quando eu for adulto, eu vou ser bem rico, e vou ter várias empregadas para cozinhar para mim ta bem? –Gritei enquanto estava sentado no tapete da sala. De repente vi algo voando e apenas me encolhi. Minha mãe havia jogado aquelas luvas de pegar bolo quente do forno em mim. Mas tudo bem, não sendo uma panela ou  chinelo, ta ótimo.

-Deixa de ser inútil Jiwon! Preguiçoso! –Ela disse chegando perto de mim. –Se um dia você estiver sozinho aqui, como vai comer?

-Simples. –Falei despreocupado, enquanto a olhava, intercalando sempre em também ver o programa que passava na TV. –Eu vou lá na padaria e compro um sanduíche. –Sorri no final da frase. Minha mãe se abaixou e começou a fazer cócegas em mim.

Apenas me soltou quando estava sem fôlego.

-É aprender a fazer arroz Jiwon, não é como se você fosse ter que plantar o arroz e esperar ele crescer. –Ela disse, enquanto me levantava e me levava pra cozinha.

 

Os dias se passavam lentos, e o único ânimo que tinha para ir para a escola era por causa de um novato em minha sala. Ninguém havia conversado com ele ainda, mas eu com certeza pretendia. Era bem claro que eu iria querer falar com ele antes, afinal, quem não gosta de ser aquela pessoa nomeada como “Aquele que falou com o novato”.

Não adiantou nada. O garoto era mais fechado que uma pedra. Tentei várias formas de falar com aquele moleque, mas tudo o que ele fazia era praticamente me ignorar.

Quando tentei falar com ele pessoalmente, ele me respondeu com respostas curtas demais, me deixando meio constrangido. Depois, tentei passar bilhetinho para ele no meio da aula, mas assim que ele leu, o professor pegou de sua mão, jogando minha futura amizade no lixo. Literalmente.

Agora, eu tinha apenas uma única chance. Falar com ele na saída. Ele ia no mesmo caminho que eu até um certo ponto, mas agora estava definitivamente com vontade de seguir ele se fosse preciso.

E assim eu o fiz. Enquanto ia tentando conversar com ele, o menino apenas ia seguindo seu caminho, praticamente me ignorando. No meio do caminho, larguei ele pra lá, curioso com uma coisa.

Era um lote vago, com um galpão pelo fundo. Parecia abandonado, mas aquilo poderia ajudar. Nunca soube em que meu pai trabalhava, apenas sabia que ele era empregado de um homem bem rico, e seguia suas ordens à risca. Era um dos motivos dele nunca se atrasar para nada. E ele sempre fazia as coisas escondido.

Aquilo seria perfeito.

Com muito custo, consegui levar meu pai até aquele lugar. Assim que ele inspecionou o galpão, sorriu abertamente, passando a mão por meu cabelo em seguida.

-Bom garoto.

Mas, também havia sido naquele galpão que as coisas mudaram.

5 de outubro de 2011

Aos meus 16 anos, já estava cansado de tanta menina correndo atrás de mim. Era um saco! Qual era a dificuldade de entender que eu não queria namorar ninguém? Além delas serem todas feias.

Meu pai já deixava eu lhe ajudar em algumas coisas no trabalho. Às vezes, eu levava encomendas para algumas pessoas, e em outras, apenas levava algumas bolsas esquisitas. Nunca soube o que eram, e também nem queria saber.

Chegando no galpão, como em qualquer outro dia normal, deixei minha mochila no chão da entrada e fui andando com calma para dentro, tentando ignorar meu celular. Vibrava a cada minuto, sendo mensagens de garotas que nunca teriam a mínima chance comigo. Por mim, trocaria de número sem avisar a ninguém. E também daria uma surra em qualquer pessoa que havia passado meu número para elas.

-É assim que nos agradece depois de tanta ajuda? –Escutei uma voz falar de repente, me assustando. Era arrogante, e com certeza, não era meu pai.

Corri por entre as inúmeras caixas que guardávamos ali e encontrei uma rodinha. Arregalei os olhos ao perceber que meu pai estava no centro da mesma, caído no chão.

-Quem são vocês?! –Gritei assustado, os olhando. Assim que alguns homens se viraram, pude ver que eles carregavam armas na cintura.

Um homem em especial sorriu, me olhando.

-Ah... O pequeno garotinho do relógio cresceu...  –Ele disse, me fazendo tremer por inteiro. –Por que está aqui? Não é lugar pra criança...

-Eu não sou criança! O que vocês estão fazendo com meu pai?! –Disse me aproximando sem medo, mas ao que 2 homens me apontaram suas armas, parei de andar no mesmo momento, levantando as mãos trêmulas.

-Fique aí e não se meta em negócios pirralho! As coisas aqui são entre seu pai e eu. –Ele disse, colocando suas mãos no bolso da calça social. Os dedos lotados de anéis provavelmente mais caros que nossa casa. Entre um deles, pude reconhecer um brasão.

-Pai... O que a máfia faz aqui? –Perguntei com a voz trêmula, olhando para ele assustado. Ele continuava estirado no chão. O homem de terno continuava pisando em suas costas como se ele fosse um inseto, apesar de não usar força aparente.

O homem de tenro esbanjou um sorriso incrível, me olhando em seguida. Com dois gestos feitos com as mãos, um de seus capangas se aproximou de mim, e me puxando pelo braço, me levou até o centro daquela rodinha.

-Que filho esperto você tem... Como sabe da máfia? –Ele perguntou sério.

-P-por causa do anel em sua mão... –Disse trêmulo, vendo ele sorrir mais ainda.

-Os olhos são pequenos mas tem uma capacidade incrível... Mas, você consegue adivinhar aonde a bala vai acertar em seu pai? –Ele perguntou, me fazendo perder as forças.

Ainda estático, continuei o olhando, Não conseguia me mexer, pois sabia que iria morrer se o fizesse, Os 7 homens que formavam aquela maldita rodinha apontavam suas armas para mim, mas eu só tinha o olhar para aquele homem. Nunca cheguei a imaginar que um monstro pudesse viver assim, entre as pessoas, normalmente. Ele usava terno, que deveria cobrir toda sua maldade.

-Não quer adivinhar? Certeza? –Ele ainda fazia joguinhos mentais comigo, rindo de meu desespero. –Oh! Você... Você está chorando! Ai meu deus, não seja tão dramático! –Ele disse, destravando sua arma.

Sentia as lágrimas quentes molhando meu rosto, enquanto escorriam ligeiras por meu rosto. Os punhos estavam fechados com força, como se meu pensamento pudesse o impedir de fazer qualquer coisa contra meu pai.

-Jiwon... Feche seus olhos... –Meu pai pediu, falando baixinho. Só agora havia me dado conta de que ele estava todo machucado. Aquilo doeu mais ainda em mim, me fazendo cerrar os dentes enquanto lhe olhava, tentando recusar o choro. –Shh... Vai ficar tudo bem... Você sabe... Que eu não posso me atrasar para o jantar.

Eu ouvi um disparo e fechei meus olhos. Ainda sentindo a garganta doer, continuava engolindo o choro. Mais e mais disparos eram feitos, e eu não me mexia. Não me importava se algum deles me acertasse.

Soltei o ar de forma dificultosa, e ao tentar abrir meus olhos, os fechei novamente. Não queria ver sangue. Não podia nem pensar em abrir meus olhos.

Senti um empurrão e então caí pateticamente no chão. Abri meus olhos, fitando as luzes dependuradas no teto daquele galpão sujo. O homem se aproximou de mim, sorrindo abertamente. Mandou seus homens me levantarem a força, mas eu não queria. Estava tão atordoado que não conseguia nem o escutar direito.

-Você tem duas opções... –Ele falava me olhando fixo. Ele sorria, gostando de meu sofrimento. –Morrer igual um covarde, igual ao seu pai... –Ele sorriu abertamente. –Ou se juntar a nós... Saiba que alguém do seu nível não pode se vingar. Acredito que você não saiba nem pegar em uma arma. E iria precisar de muito mais para tentar me atingir...

 

Antes que Bobby pudesse terminar de contar, escutou o celular começar a tocar. Hanbin se mexeu um pouco, saindo da posição confortável para que o maior pudesse atender o mesmo. Ainda estava atônito demais com a história do outro. Era simplesmente horrível, e sabia que ainda faltava muita coisa. Bobby parou em seus 16 anos, e agora, em plenos 26, com certeza havia ocultado muita coisa. Era o que Hanbin sentia.

Bobby se sentou no banco do carro, e sem se importar com sua própria nudez, continuou falando ao telefone, sentindo que Hanbin lhe acariciava nas costas. Em alguns segundos, ele se virou, desligando o telefone. Bobby não aparecia nem um pouco abalado com as coisas que havia contado, mas isso tinha um motivo bem óbvio.

-Precisamos ir.

 

Eu prometo nunca mais chorar, pai...


Notas Finais


E então? Algumas teorias? ¬u¬ O Bobby ia continuar contando se o telefone não tocasse? TCHARAM Até o próximo <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...