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História Profano - Estranho


Escrita por: Aelan

Notas do Autor


Olá, pessoal!
Sim, eu demorei quase 3 meses pra trazer capítulo novo! Confesso que reescrevi várias vezes algumas partes, e bem... Tive que repartir novamente, maaas temos aqui o tão esperado encontro dos dois, no próximo as coisas realmente vão andar.

AVISOS:
📌 Traumas
📌 Maus tratos

Se você não se sente confortável, sugiro pular as partes...
Espero que gostem e boa leitura <3

📁 ➥ Betado por: @Liionesa

Capítulo 3 - Estranho


Fanfic / Fanfiction Profano - Estranho

P R O F A N O

Capítulo 3 — Estranho

“O seu olhar se torna intimidador quando me observa.”

(⁠づ⁠。⁠◕⁠‿⁠‿⁠◕⁠。⁠)⁠づ

Draken odiava não dirigir o seu carro.

Com as mãos cruzadas sobre as pernas, ele observava cada lugar que passava até chegar em um bar, como Baji havia dito. Se por fora já tinha uma aparência refinada, imagina lá dentro? Se sentia lisonjeado por terem acesso, mesmo que fossem simples cobaias.

— Ainda emburrado por não poder dirigir a sua lata velha? — insultou Baji, fazendo Draken revirar os olhos. — Vamos lá… ânimo! — O moreno tentou animá-lo, tocando em seu ombro e logo em seguida descendo do carro com mais dois homens que sempre o acompanhavam. 

— Espero ainda poder — resmungou, descendo logo atrás deles.

Draken apenas os acompanhou até a entrada do local. Como esperado, o interior era chique e as iluminações tinham várias colorações e a ventilação com cheiro aromatizado, assim deixando o ambiente mais agradável. 

Após passarem pela portaria, ele acabou se deparando com Kisaki. Eles se conheciam de vista e pelo posto que tinha dentro da máfia, o outro verificava uma lista com um olhar sério e inquieto. 

— Ora — Baji disse, chamando sua atenção — Verificando os lucros péssimos desta noite? — debochou. 

— Ou os altos lucros que ajudam limpar a sua bunda — proferiu, fechando a pasta e olhando para Draken — É ele?

Kisaki já havia sido avisado sobre Draken. Pelo que conhecia o homem que estava diante de si, saberia que não seria fácil encontrar alguém que o agrada, assim como o seu superior havia pedido.

— Infelizmente. — O moreno de cabelos longos colocou a mão em sua testa e voltou a atenção para Kisaki. — Algum garoto disponível? 

— Bom… — voltou a olhar sua pasta — Alguns já possuem donos e são bem pagos, mas há alguns que estão disponíveis — mexeu em seus óculos. — Irei apresentar alguns garotos especiais, vocês podem ver e apreciar. Não é, senhor Draken? 

Kisaki fixou o olhar no homem grande, que parecia distraído e alheio a toda aquela situação. 

— Que seja. Pode fumar aqui? — perguntou, procurando o maço que havia oferecido ao segurança mais cedo. 

— Pode, mas não exagere — revirou os olhos e voltou a atenção para Baji. — Me acompanhem para o salão principal. Vou levá-los e poderemos ver a apresentação. 

Draken apenas os seguiu. Não sabia exatamente o que iria acontecer e tampouco ligar em estar naquele local. Ele nunca escolheu e nem tinha vontade de conhecer mais uma casa de prostituição, mas era obrigado. Afinal, Draken seguiu para aquela vida e era apenas um pau mandado. Não sabia exatamente os motivos que levaram o seu chefe a mandá-lo para aquele lugar, mas pelo ambiente, parecia bem confortável. 

Ao seguirem até o salão principal, Draken notou que haviam poucas pessoas, com algumas sendo homens um pouco mais velhos que seguravam garotos vestidos de kimono, perucas e máscaras. De imediato, percebeu que os garotos não tinham as suas identidades reveladas, mesmo mantendo uma relação entre mestre e súdito — o que era incomum.

Talvez os garotos eram escolhidos por alguma razão para estarem ali. Draken observava cada detalhe, enquanto manuseava o cigarro que estava em suas mãos. 

— Um lugar bem organizado, não é? — Baji cortou o silêncio, chamando atenção de Draken que parecia distraído observando o local. 

— Normal — mentiu, mostrando indiferença. 

— Você não é fácil mesmo — revirou os olhos, seguindo ainda Kisaki que mostrava todos os cantos possíveis e onde eles poderiam ficar para esperarem os garotos escolhidos. 

Teriam uma noite longa. 

───  ❁  ───

Manjiro estava se preparando para finalmente entrar no salão principal e aguardar algum cliente. Não era comum toda semana ele trocar de cliente, geralmente ficava fixo entre um mês ou dois. Mas por ter tido problemas com o último mestre e que quase lhe causou uma expulsão, recebeu outra chance, o que era algo raro. Mesmo que fosse cruel e Manjiro jamais se esqueceria disso, Kisaki precisava manter os garotos na casa.

— Ainda aqui? — Chifuyu adentrou o quarto, assustando Sano que parecia perdido em seus pensamentos.

— Não, é que… — engoliu em seco, quase ficando sem palavras. Ainda estava em choque, por um instante pensou ser Kisaki.

— Tudo bem. — O loiro riu, percebendo a reação do amigo. Logo em seguida, arrumou a peruca dele para disfarçar os fios loiros que insistiam em ficar à mostra. — Me desculpa entrar de uma vez. Sei que estava se arrumando, mas há clientes novos e desta vez não são velhos. 

Chifuyu abriu um sorriso. Apenas algumas vezes ele via aquela expressão feliz no rosto.

— Jovens? — perguntou, caminhando em direção à porta. Ele sabia que havia câmeras e, se Kisaki os pegasse naquele momento conversando, não saberia dizer qual o destino dos dois. Aliás, eles haviam feito isso mais cedo.

— Talvez um pouco mais velhos do que eu e você — respondeu, acompanhando Manjiro pelos corredores com pouca iluminação. — Fui ao salão principal verificar se havia algum cliente e encontrei alguns homens andando pelo bar. Pareciam que estavam conhecendo o local.

Manjiro continuou o trajeto, enquanto escutava o amigo. Era difícil ter homens tão jovens ou quase de sua idade. 

— Como eles são? — A curiosidade estava alta, não poderia negar.

— Hum… Deixa eu ver… — Chifuyu colocou a mão sobre o queixo — Pelo que vi, acho que eram quatro. Dois pareciam ser seguranças e os outros pareciam mais interessados por aqui. Um é moreno de cabelo longo e o outro é loiro, mas tinha algo diferente nele.

— Hum? — Manjiro olhou para Chifuyu, que apenas continuou:

— Ele tem um corte diferente, mas até entendo — riu baixinho — É por conta da sua tatuagem de dragão na têmpora.

— Isso parece descrição de um delinquente — pontuou Manjiro, enquanto continuava andando e quase chegando ao salão principal. 

— Mas acho que eles realmente são — apenas riu.

Manjiro ficou um pouco perplexo. Realmente era diferente de tudo que ele havia visto naquele bar — e pensar que já havia visto de tudo. Mas algo martelava em sua cabeça: como eles estavam ali? O local era somente para pessoas de alto escalão, como governadores. Não que delinquentes pudessem ter a mesma condição, mas realmente era extremamente raro isso acontecer.

— Bom… E hoje Kisaki designou alguns garotos para se apresentarem aos novos clientes que apareceram no bar. — O “loiro” que agora usava uma peruca vermelha, continuava a conversa, enquanto Mikey parecia pensativo. — Mas até agora apenas surgiram esses clientes. E os garotos designados são apenas os sem donos.

Chifuyu mantinha um olhar satisfeito. Pelo menos os homens eram atraentes. Diante daquela vida, ele tentava ao máximo ver o lado bom das coisas, mesmo que a realidade fosse outra.

— Não posso ser designado para hoje, ontem fiz isso — disse Mikey, parando quase de frente para a entrada que dava completo acesso ao salão principal — Vou apenas servir.

Não era todos os dias que Mikey poderia fazer programas ou ser escravo, ainda haviam os dias específicos.

— É, mas incrivelmente Kisaki colocou para hoje — proferiu Chifuyu, que olhava para os lados procurando o cafetão — Acho que tem haver com esses homens que chegaram agora — cochichou baixinho, como se não quisesse que alguém escutasse aquela conversa. 

Antes que Mikey pudesse dizer mais alguma coisa, ele viu uma sombra atrás dos dois. Não havia sombra de dúvidas: era Kisaki. 

Não sabia quanto tempo ele estava ali, talvez alguns segundos com que eles se distraíram, mas sentiu um frio na espinha quando o homem deu um passo para frente, ficando entre ele e Chifuyu que imediatamente parou de falar. 

— Então as duas putas estão conversando? — inquiriu, olhando para ambos que pareciam assustados — Francamente… — mexeu em seus óculos, agora focando o olhar em Mikey que parecia pálido. — Primeiro atrasado, agora de conversa? O que devo fazer com você?

Manjiro não tinha sequer uma palavra para dizer. A sua voz parecia falhar e tudo que queria fazer era apenas correr daquele lugar. Odiava ser controlado e odiava ter aceitado aquela proposta. 

Odiava tudo aquilo.

— Eu…

— Eu fiz uma pergunta — repetiu novamente em um tom alto e grave. — Não me faça perder a única paciência que tenho com você, vadio!

Vadio. Isso que Manjiro era e doía só de pensar o quanto esse nome recaia sobre os seus ombros. 

— A culpa foi minha — Chifuyu se pronunciou, cortando o silêncio. — Por favor, me castigue. Mikey estava indo para o salão, mas o chamei para conversar.

Finalmente Manjiro olhou para o lado e viu o amigo assumindo toda a culpa. Ele já havia sofrido demais e não poderia deixar isso acontecer novamente, não naquele momento.

Apertou a mão contra seu a barra do seu Kimono e finalmente falou:

— Não. A culpa foi minha — disse, enquanto sentia o seu corpo gelar. — Chifuyu estava tentando me levar de volta para o salão, mas eu puxei conversa o tempo todo.

— Ora, ora… — Kisaki riu, deixando ambos confusos — Vejo que estão muito próximos e ao ponto de um defender o outro — olhou novamente para Sano trêmulo — Tenho uma tarefa para você. Desde que cumpra o seu papel, livrarei você e o seu amigo de uma punição. Aliás, ele já apanhou muitas vezes, não é? — tocou o rosto de Chifuyu e fazendo questão de mostrar o corte em sua orelha.

Mikey piscou os olhos várias vezes. Sabia muito bem do que Kisaki estava falando. Na verdade, Sano não estava entendendo a reação repentina do cafetão que geralmente era arrogante e impulsivo. Por que, de repente, ele resolveu ser “caridoso” e dar uma nova chance para os dois consertar o erro?

— Tem dois clientes importantes no salão — Kisaki continuou, ignorando os olhares perplexos — O meu chefe pediu para dar os melhores garotos, mas confesso que não sei o que mais lhe agrada. Na verdade, nem sei se algo o satisfaz — deu um passo para trás, ficando completamente de frente para os dois — Então, você terá que agradá-lo da melhor maneira possível — Manjiro continuou em silêncio, tentando entender a situação —, mas não o trate como qualquer cliente — prosseguiu, agora andando de um lado para o outro — Ele é um pouco… digamos… — O moreno parou de andar e colocou a mão no rosto de Manjiro, que tremeu ao sentir o toque frio — arrogante e antipático, além de parecer cruel com quem o desobedece. Talvez ele seja mais violento do que os outros clientes que você já teve contato, e te cause mais mal como qualquer outro já fez. — Afastou seu Kimono, revelando as marcas explícitas de machucados, desde escoriações à cortes. 

Mikey não poderia negar que estava com medo, pois tudo poderia se repetir novamente. Sabia que Kisaki não deixava barato e apenas ouviu tudo que era dito, mesmo com seu coração acelerado pelo medo. 

Ele não poderia contestar e nem reclamar.

As suas mãos estavam geladas. Ele já havia tido clientes violentos e que desrespeitam totalmente as regras impostas, mesmo que ele desconhecesse realmente quais eram, mas Kisaki não fez absolutamente nada. Mikey ainda tinha as marcas violentas que ficaram pelo seu corpo e o trauma que carregava. 

Kisaki sabia muito bem disso e por tais motivos o escolheu.

Ele gostava de o ver sofrer.

— Na verdade, não ligo se ele te matar, apenas faça o seu trabalho — finalizou a fala, passando por Mikey que ainda estava parado — Me acompanhe. E depois cuido de você — apontou para Chifuyu, este que ficou para trás e olhando os dois se afastarem. 

— Mikey… — Chifuyu olhou para o amigo que permanecia em silêncio. Ele sabia que não poderia falar uma palavra, mas pelo silêncio do amigo, estava completamente apavorado, pois tudo iria se repetir novamente. 

Chifuyu sentiu uma enorme culpa.

───  ❁  ───

Draken estava entediado. Ficar naquele salão se tornou tedioso. Já tinha consumido mais cigarros do que o normal e, talvez, se pegasse mais um, Baji iria começar a dizer algumas coisas com ele. Tudo o que menos queria.

Sentado em uma mesa, de frente para um palco que subia e descia garotos fazendo algum tipo de show sádico — com toda certeza para chamar atenção de alguns daqueles velhos —, Ryuguji estava ficando praticamente sem paciência. 

Nada o agradava e tudo era tediabte.

O seu humor estava piorando, e ainda ouvir Baji pegar alguns garotos para sentar à mesa e jogar conversa fora estava o enlouquecendo. Não fazia muito tempo que Kisaki os havia deixado ali para resolver algo, mas ambos foram avisados que poderiam pedir o que quisessem.

Se havia um pedido que Draken queria fazer era ir embora.

— Ninguém ainda? — Baji o cutucou, com um garoto em seu colo que forçadamente ria de suas piadas estúpidas. 

— Não — respondeu ríspido, pegando uma garrafa de vinho. — Quando podemos ir embora?

— Calma aí, Kenzinho. Temos uma noite longa — Baji brincou, provocando o homem à sua frente.

Draken apenas revirou os olhos. Odiava esses apelidos que Baji colocava nele, mas não podia fazer nada, apenas ficar escutando. Enquanto colocava mais um pouco de vinho em seu copo, Ryuguji observou Kisaki se aproximando com um garoto ao seu lado. O bar tinha várias luzes e não dava para ver exatamente quem que estava vindo, mas deduziu ser o “presente”.

— Olha só quem temos aqui — Baji comentou, ao perceber a chegada de Kisaki. 

— Me desculpem a demora — arrumou os óculos e logo em seguida pegou o pulso de Mikey, o impulsionando para frente. — O melhor garoto que tenho.

Ryuguji apenas ficou calado e analisou cada centímetro daquele garoto. Assim como os outros, ele usava máscara e uma peruca, mas parecia um pouco apavorado e inquieto, porém, algo chamou a sua atenção: ele era baixo e magro.

Exatamente o seu tipo.

— Oh, por isso sumiu? — perguntou e recebeu a aprovação de Kisaki. — O que achou, Ken? Perdão, Draken — riu logo em seguida, provocando-o novamente.

— Nada demais — mentiu, continuando a beber o seu vinho. Mesmo que discretamente, ainda olhava para o garoto que continuava parado. 

Mikey não tinha sequer uma reação. E pelas descrições de Chifuyu, o homem parecia um pouco assustador, mas vendo-o mais de perto era ainda mais intimidador. Ele era enorme e, pela sua expressão, não parecia nada satisfeito.

— Melhor fazer alguma coisa, ou terá um destino pior — Kisaki falou entre dentes e apertou o seu braço, empurrando-o ainda mais para frente.

Sano deu um passo cambaleante para frente e sentou-se ao lado de Draken. As mãos ainda estavam geladas e, pela primeira vez, não sabia o que fazer diante de um cliente.


Notas Finais


Sim, parei na melhor parte kkkkk
Falta eu revisar o capítulo 4, prometo não demorar meses para postar.
Obrigada por ler até aqui <3


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