História Proibido - Capítulo Único

Alex tinha feito as pazes com Kara, juntas elas encontrariam Jeremiah e derrotariam o Cadmus, mas nem tudo é como planejamos. Não, nem Alex e nem Kara haviam desistido de seus planos, porém o tempo e vários acontecimentos não pareciam cooperar.

A agente da DEO não podia esperar mais tempo para encontrar seu pai, descobrir se ele havia se tornado um monstro como Metallo e principalmente fazer todos do Cadmus pagarem pelo sofrimento que impuseram a ela.

Alex não esperaria mais por um tempo na agenda da Supergirl, não esperaria mais pela autorização de J'onn, pois mesmo que o amasse muito, ele não era seu pai e não mandava nela, pelo menos ela tentava se convencer disso, porque ela sabia bem que se J'onn descobrisse que ela mais uma vez foi atrás do Cadmus sozinha, a bronca que iria receber não seria nada divertida.
     De qualquer maneira, Alex estava determinada a ter seu verdadeiro pai de volta e nem que para isso ela tivesse que ter uma briga feia com seu pai emprestado. Mas Alex sabia bem que não encontraria Cadmus sozinha, ela precisava pelo menos de alguém para ajudá-la localizar o Cadmus.

Alex precisava de alguém inteligente, facilmente influenciável e que de preferência tivesse uma leve pontada de medo dela.

— Winn! - exclamou vitoriosa ao se aproximar da base da DEO.

Winn poderia abrir facilmente a boca para Kara sobre os planos imprudentes de Alex, mas a agente acreditava que poderia segurar a língua dele tempo o suficiente para localizar Cadmus, depois disso seria até bom ter pessoas tão poderosas e preocupadas com sua segurança, como Kara e J'onn, sabendo de seu paradeiro.

— Bom dia, Winn! - Alex cumprimentou seu alvo com uma simpatia que logo o deixou desconfiado.

—  Bom dia. - respondeu franzindo as sobrancelhas.

— Eu estava pensando. .. Será que não há um outro infiltrado do Cadmus aqui. - soltou a isca para realizar o pedido que logo viria.

— Por que acha isso? Está desconfiada de alguém? - ele havia mordido a isca.

— Não. Eu só ando pensando muito nisso, e talvez McGill tenha precisado de ajuda. - isso era verdade, não existia outro assunto no mundo em que Alex conseguia pensar.

— Eu sei que tudo isso se trata do seu pai, mas você deveria relaxar um pouco, você já está ficando obcecada. Já pensou em finalmente conseguir um encontro? Essa seria uma boa hora. - sugeriu fazendo Alex revirar os olhos em resposta.
 

Só agora Alex havia percebido como foi um erro informar a Winn, sobre a sua "seca". Ele não faria piadinhas diretas, pelo modesto medo que tinha de Alex, mas ele obviamente não esqueceria isso.

— Vamos lá! Não seria nada difícil você conseguir um encontro. Você é realmente bonita e inteligente, qualquer cara gostaria de sair com você, por exemplo Max Lord. - Alex sentiu sua postura se enrijece ao escutar o nome do lindo gênio com síndrome de deus, pelo qual tinha uma queda inegável. - Kara comentou algo sobre ele secar você com os olhos de forma constrangedora. - completou.

— Sem chance! O Max é um proibido. - respondeu como se fosse óbvio.

— Um proibido? - questionou interessado.

— É o tipo de cara com o qual não deve se meter.

— Tá, isso eu entendi. Eu quero entender porque ele é um proibido, ou melhor, o que caracteriza um proibido.

— O proibido é  o cara que mesmo existindo um interesse mútuo, a relação não ia valer a pena pelos problemas óbvios e complicados que isso iria trazer. Lembre-se ele tentou matar a Kara, se redimiu, mas mesmo assim tentou matá-la.

— Faz sentido. O proibido é um cara que já tentou matar algum ente querido. - riu fraco, percebendo como sua ideia parecia absurda no momento, Kara nunca concordaria com Alex e Max juntos.

— Não só isso. Você por exemplo também é um proibido. - informou deixando Winn curioso.

— Eu? Por que eu?

— É certo que eu nunca me interessaria por você. - Winn não podia negar que se sentiu ofendido, talvez mais ofendido que o normal.

Algo na fala de Alex provocou um incômodo surreal em Winn, e ela percebeu. 

— Desculpa, eu não quis te ofender... é só que você realmente não pode ser uma opção.

— Por que? - o tom irritado de Winn nesse grau era uma novidade para a agente.

— Você é o melhor amigo da minha irmã tecnicamente mais nova, ou melhor, o melhor amigo apaixonado por ela…

— Eu não sou mais apaixonado pela Kara. - corrigiu sério.

— Ok, mas já foi. Além de você ser uma criança.

— Eu não sou tão mais novo que você assim.

— Eu não digo cronologicamente. - respondeu batendo o indicador na própria cabeça.

— Para um cara cheio de traumas como eu, acredito não ser tão infantil assim. - Alex estava conseguindo mexer com um lado de Winn que ele não gostava muito.

— Desculpa, Winn. Eu realmente não queria te ofender,  nem sei porque estamos falando disso.

— O que você quer afinal?

— Eu preciso que você me ajude achar o Cadmus. - resolveu ser direta, já que tinha se enrolado o suficiente.

— Já estamos trabalhando nisso. - respondeu um pouco mais calmo, mas a estranha sensação que Alex havia provocado continuava lá.

—  Não, eu preciso de mais. Todos têm outras preocupações e estão deixando isso em  segundo plano. Eu preciso encontrar meu pai, nem que pra isso eu vá sozinha até lá.  - o desespero de Alex era genuíno e era claro que isso sensibilizou Winn.

— Vem comigo. Isso é, se eu não precisar de uma declaração do meu responsável. - alfinetou, mas Alex não respondeu ela sabia que o tinha ofendido.

— Onde você  vai me levar?

— No laboratório 3g estou trabalhando em algo que pode te ajudar.

Alex não falou mais nada até chegarem ao laboratório,  ela estava se sentindo levemente culpada por ofender Winn, mas ela não desistiria da ajuda dele para achar seu pai, pois apesar de considerá-lo realmente infantil, também sabia que ele era um gênio e ela podia apreciar isso.

Winn também ficou calado durante o caminho até o laboratório ele estava dividido entre a raiva e a compaixão. Ele era uma pessoa boa e Alex era a sexy, inteligente, bonita irmã da sua melhor amiga, que tinha uma motivação nobre, encontrar o pai que ela tanto amava, seu herói. Então, era óbvio que ele a ajudaria, mas ao mesmo tempo ele estava irritado com Alex. Ela o havia menosprezado e ainda tinha a cara de pau de pedir sua ajuda.

Winn estava ficando cansado de ser usado como um brinquedo, assim como ele foi usado por Siobhan. A garota podia até ter gostado dele por um momento, mas não mais que uma garotinha gosta do seu ursinho. E em momentos como esse, com ofensas como essas faziam Winn lembrar que mulheres como Alex e Kara não ficariam com ele, pois elas não fariam dele a única coisa para qual ele parecia servir em um relacionamento, ser um Toyman.

— Eu estou trabalhando em algo que pode te ajudar. Ele ainda não está pronto, mas estou quase lá. - Winn quebrou o silêncio ao se aproximar da bancada do laboratório.

— E o que é ele afinal?

— Um super rastreador de matéria radioativa extraterrestres. Cadmus ainda tem Kryptonita e se esse aparelho for um sucesso, ele será capaz de localizar 1 grama de Kryptonita a quilômetros, dessa forma podemos mapear possíveis sedes do Cadmus. - Alex sabia que era uma boa ideia procurá-lo.

— Você é um gênio. - falou empolgada.

— Nada mau para uma criança. - respondeu  ainda ofendido.

— Winn. -  falou já cansando de pedir desculpas.

— Até o final da semana eu te dou os endereços para você ir atrás.

— Obrigada, Winn. E não liga para o que eu falei, não há nada de errado com o seu jeito. Eu só quis dizer que você não tinha nada a ver comigo, isso não significa que você não seja ideal para outra pessoa. - ela não parecia estar consertando as coisas, pelo contrário ela só reforçava o pensamento do rapaz.

— Tipo a Siobhan - soltou ácido.

— Não,  alguém melhor. Que não se aproveite do seu jeito.

— Do meu jeito? - Alex conseguia piorar a situação a cada momento.

— É, você é o tipo bonzinho que gosta de agradar.

— Ironicamente um Toyman. - rebateu amargo.

— Nada disso. Você só não é o tipo macho alfa, mas isso não é um defeito.

— Eu poderia ser se eu quisesse. - respondeu se aproximando perigosamente de Alex.

A agente surpresa se afastou um pouco batendo com as costas na bancada e Winn aproveitou para prendê-la entre o seu corpo e o local.

— Winn, por favor! Não seja ridículo, você só está ofendido. - falou revirando os olhos e em tom usado pelos adultos quando debocham de uma criança.

— Eu vou te provar que você está errada sobre mim Alex Danvers. 

Antes que Alex pudesse absorver as palavras de Winn, ele a beijou de forma nada gentil. O rapaz havia tomado o rosto de Alex entre a suas mãos e capturado os lábios dela nos seus de uma maneira urgente, e a primeira reação da agente foi levar as suas mãos até o peito de Winn para empurrá-lo, mas ele já esperava por isso e antes que ela pudesse posicionar as mãos em seu peito o rapaz soltou seu rosto e a segurou pelos pulsos os prendendo contra a bancada se inclinando sobre ela.

Alex estava chocada e seu próximo movimento seria uma bela joelhada nas partes íntimas de Winn, mas essa ideia pareceu fugir da sua mente quando sentiu melhor o movimento dos lábios dele contra os seus e a forma como ele prendeu seus pulsos atrás de suas costas, usando a mão agora livre para agarrar seus cabelos, permitindo que ele ganhasse ainda mais controle sobre o beijo, que agora era ainda mais intenso.

Qualquer ideia de resistir se apagou da cabeça de Alex quando ela sentiu a língua de Winn contra a sua. Fazia muito tempo que ela não era beijada daquele jeito, e com a intensidade e domínio que Winn aplicava a cada segundo, Alex começava a desconfiar que talvez nunca tivesse sido beijada daquele jeito, pelo menos não com a aquela vontade.

Winn soltou os pulsos de Alex levando sua  mão até a cintura fina e tão bem marcada da agente que sentiu um arrepio involuntário com a pressão exagerada que o rapaz aplicou em sua cintura. Com as mãos livres, Alex sem pensar agarrou os cabelos e o ombro de Winn tentando equilibrar o domínio daquele beijo que parecia mais uma batalha.

O barulho no corredor de um objeto de metal caindo no chão fez os dois integrantes da DEO se afastarem ofegantes e assustados, ambos viraram para bancada sabendo que seus lábios estavam vermelhos e que logo entraria alguém no laboratório.

— Droga! A bandeja amassou. - resmungou um dos agentes de laboratório ao entrar no lugar.

— Isso acontece. - Winn comentou sem virar para o rapaz que acabara de entrar.

— Desculpa, espero não ter atrapalhado vocês. - o rapaz falou inocente, mas Alex teve vontade de ser engolida pelo chão.

— Não atrapalhou nada.

Alex respondeu antes de passar as costas da mão pela boca e se virar para o rapaz.

— Eu já estava de saída.  Winn… - o rapaz sentiu um frio na espinha ao escutar seu nome na voz dela, ele já havia percebido o quão imprudente tinha sido. - Eu espero os endereços até o final da semana. - falou por fim se retirando do laboratório.