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História Projeto Delta 23 - Bem vindos ao Nível 7 - Parte 3


Escrita por: SrtaSnow1

Notas do Autor


Oii gente, depois de um bom tempo cá estou eu o/
Perdão pela demora ( eu vou sempre falar isso eu acho) mas sou muito enrolada, vcs já tao cansados de saber ahsuhsu'
Vamos ao que interessa!
Hoje teremos duas participações para lá de especiais heheh'
Fiquem com os ''mutchatchos'' de hoje heheh'
<o/

Capítulo 5 - Bem vindos ao Nível 7 - Parte 3


Fanfic / Fanfiction Projeto Delta 23 - Bem vindos ao Nível 7 - Parte 3

 

Ice Box ( Geladeira ) – Localização desconhecida

~Roderick O’Reilly~

Um milésimo de segundo, era tempo suficiente para saber que a morte estava perto, uma fração mínima e quase insignificante do tempo que parecia congelar tudo menos meus pensamentos, talvez eu merecesse o que estava prestes a acontecer, talvez eu só tivesse adiado o inevitável. A bola de fogo que Cora acabava de formar em suas mãos agora já cortava o ar, deixando um rastro de faísca, tinha uma velocidade impressionante, qualquer movimento que me fizesse sair de perto da bomba de gasolina no posto em que estávamos seria insuficiente, a gasolina já estava vazando perigosamente ao meu lado, restabelecer a condução de energia elétrica pelo meu sangue e propagar milhares de voltz com as mãos em sua direção demoraria mais que aquele milésimo de segundo entre a bola de fogo e a minha pessoa.

Antes que eu pudesse esboçar qualquer reação meus pensamentos descongelaram o tempo e eu mal sabia que os amaldiçoaria a vida inteira por isso, e sim eu continuei vivendo, pois no exato momento em que a esfera flamejante estava a dois metros de mim uma mulher se jogou a frente, a bola de fogo a acertou em cheio e veio seguia de mais duas que a piranha havia largado para não falhar, a mulher caiu no asfalto, e para minha total ruína era Rebecca, minha namorada, suas roupas pegaram fogo instantaneamente;

- Nãaaaaaaaaao! – eu gritei desesperado enquanto a risada maléfica de Cora cortava o ar, sentia se vingada pelas pessoas de sua máfia que eu matei, mas de qualquer forma eles mataram Garet,, eu não poderia deixa-los impunes, ele era meu melhor amigo. Corri até minha namorada, tirando a jaqueta de couro para, de alguma forma, tentar apagar as chamas em volta de seu corpo, mas era tarde demais, seus gritos de horror ecoavam por toda a rua, sua pele carbonizava na frente dos meus olhos, e eu já não podia fazer nada, fiquei observando com olhos esbugalhados enquanto tímidas lágrimas caíam pelas bochechas. Rebecca era meu único amor, e agora se reduzia a uma pilha de ossos carbonizados, me levantei a procura de Cora já com punhos cerrados de raiva mas ela não estava mais em lugar algum, então desabei sobre os joelhos e cai no choro batendo freneticamente com os punhos no asfalto até sentir a pele ser cortada pelo atrito.

- Rebecca por favor... – eu gritava, em seguida a raiva tomou conta novamente - ... Vou matar todos eles, todos vão pagar por isso! – gritei, enquanto meu corpo conduzia a energia novamente, de uma forma mais intensa devido aos sentimentos que interferiam diretamente nos poderes, foquei os olhos nos fios elétricos e estendi as mãos trêmulas, aumentei a intensidade da corrente e eles se romperam, vários deles, eu atrai toda a energia para mim, meus olhos assumiram rapidamente a tonalidade azul e então me libertei, gritando freneticamente enquanto as ondas elétricas invadiam meu corpo e me faziam irradiar tenebrosas descargas elétricas, a tensão chegou a níveis absurdos, me deixando fora de controle, meu cérebro estava praticamente fritando e eu ainda gritava desumanamente.

~***~

Acordei sobressaltado com mais um pesadelo, mas estava apenas no colchão duro da minha cela, respirei fundo e enxuguei o suor do rosto com a camisa azul celeste que todos os detentos da S.H.I.E.L.D eram obrigados a vestir. Os pesadelos eram os mesmos de sempre, e eu gostaria mesmo de pensar que era só mais uma ilusão do sono e que nada daquilo realmente havia acontecido, mas era um fato de meu passado, com o qual eu nunca aprenderia a lidar, acabei socando o colchão furiosamente, fazendo o travesseiro cair no chão.

Era muito fácil enlouquecer em um lugar onde sua cama era banca, seus lençóis brancos, seu banheiro tinha azulejos brancos, e o piso era branco, e as paredes da sua cela também eram, adivinhem? Brancos. E nesse momento, mais do que nunca, eu queria ser o Demolidor, e nem é por causa das habilidades, mas por ele ser cego mesmo. Fugir dali já havia sido cogitado, mas claramente não era uma opção, sendo que não haviam janelas e a porta não era bem uma ‘’porta’’, ela praticamente abria do nada bem no meio da parede branca, pra que assim que fechasse a coisa voltasse a ser só uma parede. Eu não poderia usar a eletrocinese, estava com pulsos eletromagnéticos e as paredes eram revestidas de fibras siliconadas, uma coisa que pesquei no ar no dia que vim parar aqui, e isso impedia a detecção de qualquer fonte externa de energia, ou seja eu estava completamente fodido.

Peguei a porcaria do travesseiro no chão e o soquei de volta ao lugar, no exato momento em que um estrondo enorme atingiu meus tímpanos, a iluminação da cela falhou por um segundo e logo se estabeleceu, me levantei com as mãos na cintura e a testa franzida, do lado de fora havia um barulho intenso e vozes murmuradas que do outro lado deveriam ser gritos, prontamente imaginei que aquela porra toda estava sendo invadida. Mas como se a localização da Geladeira é confidencial e todo aquele mimimi que a S.H.I.E.L.D faz? De qualquer forma, não é o que me interessava, e sim o fato de que eu poderia subitamente fugir dali. “Fugir e matar todos,  fritar eles todinhos.’’ Dizia meu subconsciente, tentei afastar os pensamentos ruins, fugir era a meta,  resolver as desavenças estava em segundo plano.

Não havia tecnicamente nada que eu poderia fazer, fitei os pulsos eletromagnéticos, eram tipo umas luvas, com os dedos de fora, porém nem um pouco maleáveis, eram feitas de um material que eu não saberia dizer qual, tinham alguns sensores que ficavam sempre emitindo uma luz azul, em seguida mais um apagão se seguiu, corri até o local onde ficava a porta da cela, batendo levemente na superfície para ver se de repente algo aconteceria, mas já era pedir demais.

Em menos de cinco minutos depois, outro apagão ocorreu, mas esse persistiu e a porra da porta abriu mostrando um enorme saguão a frente, iluminado apenas por lâmpadas de emergência, do outro lado haviam mais celas e uma a uma todas se  abriam, um sorriso escapou do meu rosto e não exitei em sair dali. A coisa estava caótica do lado de fora, agentes da S.H.I.E.L.D corriam para deter os prisioneiros, e haviam outros homens ali também lutando com os agentes. Não? Será que eram da Hidra? Claro que eram, quem mais poderia descobrir onde ficava a Geladeira, já que eles se infiltraram na agencia. Mas eu, infelizmente, não iria ficar para ver o showzinho chegar ao fim, era melhor dar o fora antes que resolvessem explodir aquilo, mas a questão é como? Logo uma ideia me veio a mente, porque não voltar a minha cela e chamar alguém pra fazer uma visitinha para o tio Rod?

Foi o que fiz, assim que vi um agente atirador vindo em direção a cela, corri para dentro passando por todo o cubículo  e indo em direção ao banheiro, colei as costas na parede ao lado da porta, e esperei minuciosamente enquanto ele provavelmente vasculhava a cela toda, em pouco tempo o babacão estava enfiando o nariz pela porta do banheiro e quando ele me notou pelo canto do olho, eu já estava preparado, e acertei a porcaria do pulso eletromagnético bem no meio da cara dele, como aquela porcaria era meio pesada ele sentiu o impacto, então o chutei de encontro a parede, roubei sua pistola de eletrochoque e atirei nele, fechei a porta do banheiro e rapidamente tirei minhas roupas e coloquei as calças e a blusa preta juntamente com o colete a prova de balas e ainda me apoderei do capacete, peguei o cinto de utilidades, ele carregava um fuzil e munição, eu não era uma exímio atirador mas tinha que servir para que eu encontrasse alguém que pudesse tirar a porra dos pulsos eletromagnéticos.

Saí em disparada da cela, o saguão estava caótico, pessoas mortas, SHIELD e HIDRA travando um conflito mortal, me afastei ao máximo pegando um corredor aleatório, no caminho encontrei alguns agentes da SHIELD se apressando para a parte onde a luta se concetrava, passei despercebido por eles, cheguei a outro hangar, era a parte da base onde ficavam os controles de toda a segurança, espiei em algumas salas até ser surpreendido por um vulto no fim do corredor, voltei a cabeça para fora da sala em busca do que havia perturbado minha visão instantaneamente, mas não havia nada além das luzes vermelhas piscantes e o som irritante do alarme que ficava soando sem parar.

Descide entrar naquela sala cheia de computadores que encontrava-se vazia, fechei a porta lentamente, eu não era trouxa, sabia que havia visto alguém, isso aqui não era um filme de terror, apesar de que seria divertido, dei um sorriso maléfico e como era meio louco mesmo decide  me sentar em uma das cadeiras em frente as mesas, relaxei colocando os pés sobre a mesa, até de sentar em uma cadeira eu sentia levemente falta, tirei o capacete e esperei, esperei e esperei... Até uma sombra surgir por debaixo da porta, e então apontei o fuzil para frente sem trocar a posição.

A porta se abriu e uma figura ruiva entrou, ela se assustou brevemente ao me ver ali mas disfarçou em uma fração de segundos,

- Suprise motherfucker! – falei e em seguida gargalhei, não era possível, era bom demais para ser verdade! – Agente Romanoff? – disse, fingindo uma falsa surpresa, enquanto continuava apontando a arma para ela, que cruzou os braços e fitou meus pulsos eletromagnéticos;

- Humm... o cara dos choques, me lembro de ter te dado uma bela surra! – ela disse arqueando as sobrancelhas, permita me dizer que não é verdade, não é porque ela foi responsável pela minha prisão que eu tenha levado uma surra;

- Engraçado, eu não me lembro dessa parte! – falei pensativo – Mas... lembro que aquele seu amiguinho o águia arqueiro deve ter ficado com fobia de raios! – zombei, os dois faziam uma dupla estranha, acho que eu e ela nos daríamos bem melhor.

- É Gaviião.... gavião arqueiro! – ela disse, sorrindo falsamente. Foda-se, que diferença fazia?

- Quem liga? -- tirei as pernas da mesa, e me levantei devagar e mortal.

- Olha só, que tal você baixar essa arma,  sabe que não vai conseguir sair daqui, talvez sim, mas morto! O que não seria nada mal... – ela provocou, eu a olhei de lado esboçando um meio sorriso;

- Não seria nada mal, você estaria morta tambpem e nós dois poderíamos dividir o paraíso, isso seria uma ótima ideia! – enfatizei;

- Ou... você pode dar um jeito de tirar essas coisinhas de mim! - balancei um dos pulsos - E... Bom... eu posso deixar você ir la ajudar seus amiguinhos! – arqueei as sobrancelhas esperando que ela me desse alguma resposta;

- Porque eu confiaria em você? – soou debochadamente, podia ver um brilho perigoso em seus profundos olhos verdes;

- Hmmm vamos ver, porque eu não mataria você? Ahh, você é ruiva e é bem gostosa, podemos adicionar isso na lista! – falei, e ela estreitou o olhar e bufou de raiva, eu tinha que admitir meu ‘’abismo’’ por ruivas;

- Hmm... não me convenceu! – ela disse, e em seguida ergueu os punhos em minha direção e em uma fração de segundos um gás táxico entrou pelas minhas narinas, atirei para onde ela se encontrava mas obviamente ela desviou, aquela altura minha visão já estava embaçada e aquela pequena sala girando, comecei a perder os sentidos e provavelmente desabei no chão vergonhosamente.

(...)

Branco era a cor predominante após abir meus olhos, a visão estava toda desfocada mas não me impedia de reconhecer a cela;

- Porra! Não! – lamentei, esfreguei os olhos lentamente e a visão entrou em foco, na minha espreita estavam Phil Coulson, Romanoff e ninguém mais e ninguém menos do que o Águia das flechinhas.

- Você perdeu toda a diversão, sinto muito! – falou o idiota do Coulson, aquele cara não aprendia, agora parece que resolveu virar diretor, e aquele sorriso idiota insistia em ficar me perseguindo, não sei qual a graça que ele via em mim, talvez o fato de eu ter sido brutalmente apagado ou por não poder usar os meus poderes, porque se eu pudesse, era melhor ele correr.

- Que pena! – comentei, me levantando da cama, notei que já estava com meu velho uniforme de guerra, o azul celeste, fitei Romanoff, não ia perder a piada;

- Foi você que trocou minha roupa? Ousada! – franzi o cenho mostrando surpresa, ela olhou para o Coulson como se estivesse pedindo permissão para me matar.

- É melhor você controlar essa língua afiada! – disse o águia;

- Uau! Ele fala! – encarrei o agente Barton, boquiaberto;

- Diretor, esse cara não tem a mínima condição de participar do projeto! – o Águia se irritou, e começou a gesticular na minha direção enquanto quase gritava;

- Que parada é essa? – perguntei;

- Acalme-se agente Clint! E você Roderick, foi selecionado para o projeto Delta 23, uma iniciativa do Fury para reconstruir a agencia, estamos recrutando pessoas com habilidades diversas para formar uma equipe! – eu tentei segurar a risada mas não deu, a SHIELD sempre se supera, é incrível.

- Desculpa, pode terminar a baboseira aí... – gesticulei para que ele continuasse;

- Não estou brincando Roderick, você foi selecionado para o Projeto, terá que se comportar e cooperar, eu sei que ainda restou alguma coisa do Tempestade Elétrica dentro de você, Roderick, pense!Você poderá sair daqui, conhecer outros como você, e usar o seu poder para uma boa causa!– ele disse;

- O Tempestade Elétrica morreu,Mitch Bailey morreu, e o velho Rod está de volta, eu sempre gostei de caçar criminosos e prende-los, mas descobri da pior forma que isso não resolve nada, agora eu prefiro mata-los! Simples assim! – esclareci;

- Isso é burrice Coulson, esse cara vai acabar com esse projeto! – reclamou Romanoff, ela tinha razão, eu iria mesmo.

- Ele não vai, no fundo ele sabe que não vai! – Coulson me encarrou, aquela coisa de olho no olho aconteceu – De qualquer forma você tem um mês para pensar! – ele ajeitou o terno enquanto que Clint e Romanoff já se dirigiam para a porta de saída.

- Ahh e sobre eu ter perdido o showzinho, acho que não, na verdade suspeito que o show nem começou! – voltei a me sentar na cama, o homem se dirigiu também para a saída falando algo enquanto ativava a escuta no ouvido, a porta se abriu, os três saíram, e tudo voltou a ser uma triste parede branca. Talvez eu pudesse aceitar essa tal proposta, fingir ser um cara legal, sair dessa prisão, tirar onda de super herói, e por último e não menos importante, colocar meus planos pessoais em ação.

 

Quebec - Canadá

Região Portuária

~Kenneth Stone~

 

- ... Ain't no mercy, a-ain't no mercy…. – batuquei as mãos no voltante - …Got that purple Lamborghini lurkin… Got that purple Lamborghini lurkin… - voltei a batucar com as mãos no volante enquanto virava a esquina, o som estava no último volume e eu cantarolava freneticamente Purple Lamborghini do Skrillex, que música foda. Não sei porque gostava mais, se era por ser tema de Esquadrão Suicda ou porque fala de Lamborghini, mas era algo assim. Cheguei na zona portuária, as ruas de lá eram desertas e ótimas para rachas, e a coisa juntava um bocado de gente, nesse momento a rua estava completamente lotada de jovens de todos os tipos, haviam os playboys, as patricinhas que volta e meia se arriscavam até aqui para escutar o ronco dos motores, as descoladas que disputavam entre si para dar a largada, os maconheiros, os góticos, os punks, os emos, haviam os rappers sempre animando a galera, e claro os corredores, e tinha uma coisa que ligava esse povo, todos eram universitários nem um pouco responsáveis como eu.

Reduzi a velocidade enquanto alcançava as primeias pessoas, conhecia a grande maioria e comecei a cumprimentar todo mundo pelo caminho;

- Oii meninas! – pisquei para o grupo de patricinhas, elas ascenaram de volta;

- Oii Ken! – gritaram em uníssono, eu não era popular, só tinha um carro bacana, o que era o importante por aqui. Sério, se você é exibido e quer ir a um racha apenas para assistir não vá, compre um Mustang vermelho e seja feliz como eu, agradeci mentalmente meu amigo mecânico que sabia turbinar carros, o Mustang ficou mais potente, e eu me tornei uma espécie de Deus das ruas de Quebec!

- Grande Ken! – Gota chegou ao lado do carro e me cumprimentou com seu caracteristico aperto de mãos, ele era o chefão dos rachas e todos o chamavam de Gota, mas ninguém sabia seu verdadeiro nome, ele não era um cara assustador, talvez tinha um metro e sessenta, era magrelo e cheio de tatuagens e usava dreads bem compridos.

- Gota, e ai cara, como você ta? – falei parando o carro ao lado da pista, e desci do veículo;

- Ótimo, vai correr hoje? – ele tirou seu smartphone do bolso e começou a digitar loucamente, ele sempre fazia isso;

- Claro, Derick esta aí? – perguntei, Derick era um dos melhores, ele tinha um Camaro puro veneno;

- Sim, sim.... Vai correr! – respondeu um pouco desatento, ‘’ Ótimo’’, pensei, então vai ser divertido;

- Qual o valor de hoje? – perguntei me referindo a quanto eu iria ganhar ou perder na corrida;

- Vai ser cinco mil para começar! – ele respondeu, finalmente guardando o celular – ahh, vou ali falar com o Mack! – disse olhando para  por cima do meu ombro, eu bati no ombro de Gota e ele fez o mesmo ao passar por mim. Cinco mil era um valor bom, o único que eu poderia pagar mesmo, se eu perdesse, a vitória no racha é muito relativa, e eu não podia arriscar um valor muito alto;

Caminhei em direção a Crhis, meu amigo, o cumprimentei rapidamente com um aperto de mão;

- Fala cara, você vai detonar hoje, eu to sentindo que o Kenneth aqui vai arrebentar! – ele gritou levantando a garrafa de uísque e em seguida selando as palavras com um gole, eu sorri;

- Cala boca e me passa logo essa bebida! – disse roubando a garrafa de suas mãos e levantando ela simbolicamente e em seguida bebi um gole do liquido, desceu ardente até a boca do estômago, nada muito incomodo já que eu era uma cara um tanto quente.Em seguida Crhis começou a me contar sobre uma festa na casa de um amigo que teria naquele final de semana mesmo e que iria ser a festa do século, segundo ele. Fui surpreendido quando uma garota apareceu na nossa frente, tinha cerca de um metro setenta e longos cabelos castanhos cacheados, além de um par de olhos verdes literalmente de tirar o fôlego, ela ficou nos encarando até que finalmente abriu a boca;

- Nossa, eu tava muito afim de uma bebida! – disse passando a mão pelos cabelos, ela usava um cropped preto e uma jaqueta também preta, ela era muito sexy. Chris ficou olhando pasmo para ela, e eu revirei os olhos com a babaquice dele, acertei uma cotovelada nas suas costelas;

- Ai... issoo... – ele parou ao perceber o meu olhar – Ta, desculpa! Claro, é toda sua! – ele ofereceu a garrafa com um grande sorriso no rosto, ela aceitou-a de bom grado e tratou logo de beber um gole.

- Desculpa o meu amigo aqui, mas ele é muito tapado as vezes! – acertei um tapinha na cabeça loira de Chris, seus olhos azuis me repreenderam ferozmente. – Eu nunca vi você por aqui! – comentei a olhando de cima a baixo para ter certeza;

- É, eu não venho muito, sou novata! – ela disse deixando escapar um pequeno sorriso;

-Deveria vir mais vezes, se é por falta de companhia, estamos bem aqui e somos legais!– admitiu Chris, enlaçando o meu pescoço, ela riu e bebeu mais um gole, estendendo a bebida para mim;

- Está na hora! – gritou Gota para mim do outro lado da pista, alguns carros já aceleravam para as posições;

- Você corre? – ela perguntou, vi os olhinhos brilharam, ‘’Pega a fila, Maria gasolina’’ pensei, dei um sorriso de canto;

- As vezes! – soei modesto, até Chris riu do meu tom;

- Interessante! – comentou a novata, e agora foi sua vez de me olhar de cima a baixo, talvez fosse impressão minha ou ela estava realmente flertando comigo?

- Bom.... Chris, cuide dela, é muito bonita para ficar sozinha por ai! – Chris fez uma reverencia de ‘’sim, senhor capitão’’ e a garota riu, foi então que notei que não sabia seu nome. – Ahh.. e qual o seu nome? – perguntei;

- Brooklyn, mas pode me chamar de Brook! – ela disse enquanto eu já caminhava lentamente para o meu carro, de costas;

- Ok, sou Ken e torça por mim! – gritei, ao atravessar a rua, peguei o Mustang e em menos de um minuto a ferra vermelha estava na posição de largada, haviam mais três carros na disputa, incluindo o Camaro de Derick, uma loira com uma camisa transparente soltou o lencinho e os pneus cantaram, sai bem deixando dois carros para trás, apenas Derick havia largado melhor que eu, mas nada que não fosse irrecuperável, tentei encostar nele, mas o desgraçado fechava todas as minhas chances de ultrapassagem. Durante os minutos seguintes se seguiu a mesma cena, os dois carros atrás disputando o terceiro lugar e eu e Deric lutando pelo primeiro, porém a coisa não foi tão boa para mim, acabei cruzando a linha de chegada, que era a mesma de largada, em segundo. Freei bruscamente, sai, urrei furioso me apoiei na lateral do capô e chutei a porcaria do pneu do carro, fitei meu reflexo e vi a íris dos meus olhos queimarem. Rapidamente tentei respirar fundo, eu não podia perder o controle, coisas ruins aconteciam quando eu perdia o controle, olhei para o lado e vi Derick ser ovacionado pela multidão, ele me encarou com ar de superioridade enquanto era erguido do chão pelos amigos.

- Cinco mil! – disse Gota ao meu lado estendendo a mão, peguei a carteira e tirei o talão de cheques, sim eu tinha um. Ele me deu a caneta e rabisquei os dados, arranquei o papel e o entreguei – Sinto muito! – ele disse;

- Não sinta, me bote em outra corrida com ele, outro dia! – falei rispidamente me afastando do carro, fui em direção a Chris e Brook a novata;

- Não foi tão feio assim! – ela disse com as mãos na cintura, Chris me ofereceu um gole de bebida e eu aceitei, a garganta estava seca, eu estava queimando por dentro a muito tempo.

- Eu fiquei em segundo, que não é o primeiro, sabe o que é o segundo lugar? É o prêmio de consolação por não ser o primeiro! – falei bebendo outro gole e me escorrando no carro de outra pessoa, um som alto começou a ecoar pela pista enquanto outros carros se preparavam para outro racha, achei que estava sendo chato em ficar carrancudo e realmente não era do meu feitio, eu era zoeira pura.

Comecei a voltar a curtir a festa, em cerca de meia hora estava começando a rir mais que o normal e Chris já mal conseguia por um pé na frente do outro, estava no meio da galera pulando loucamente, de repente senti uma mão tocar meu pescoço. olhei para o lado e era Brook se pendurando em meu ombro, Ok, ela estava flertando comigo, o que era realmente fantástico.

- Queria dar uma volta! – ela disse, deitando a cabeça no meu ombro, eu a abracei pela cintura;

- Para onde quer ir? – perguntei inocentemente, não que eu estivesse pensando em algo específico, quer dizer... eu não prestava mesmo, então sim, eu estava pensando bobagem.

- Lugar nenhum, só.... dar uma volta no seu carro! – ela fitou no Mustang do outro lado da rua – Mas sabe? Comigo dirigindo! – arqueou as sobrancelhas, e eu estreitei o olhar – Eu até já peguei as chaves! – me olhou debochadamente erguendo o molho de chaves na altura de sua face, eu as fitei boquiaberto, como que ela havia pegado do meu bolso sem eu ter notado?

- Como... como é que você? É... – apontei para as chaves pasmo, mas ela nem sequer explicou saiu correndo para o meu carro rindo, eu obviamente a acompanhei, tinha um apresso muito grande por aquela belezinha, não ela, falo do carro. Brook destrancou as portas e entrou no banco do motorista sem cerimônia, eu entrei no carona.

- Você é doida! – falei rindo, ela deu a partida e sorriu lindamente;

- Vamos ver do que essa belezinha é capaz! – disse e saiu em disparada, cantando pneus, dobramos na primeira esquina para sair da rota do racha, a garota acelerou fundo, enquanto gritava loucamente, seus cabelos esvoaçam com o vento de uma forma arrebatadora, até que ela freou e estacionou em uma rua comercial qualquer.

- Okay? Essa é a parte em que eu te beijo certo? – falei já me aproximando, ela colocou a mão no meu peito, impedindo o ato;

- Não, essa é a parte em que eles aparecem! – ela olhou para frente, e um carro enorme estacionava totalmente na contra mão;

- Que merda é essa? – falei mais para mim mesmo, enquanto alguns caras estranhos desciam, junto com um quarentão de terno, Brook desceu do carro com minhas chaves em mãos.

Mas que droga, Ken! – praguejei, talvez eu tivesse que usar meus poderes hoje, não gostava disso, sabia que tinha pessoas atrás de mim, sempre tinham, meus próprios pais eram doentios com essas coisas, tanto é que fizeram o que fizeram comigo, e hoje eu não preciso comprar isqueiros e coisas do tipo, mas de qualquer forma não é fácil ser uma tocha humana;

- Boa noite Sr. Stone! Meu nome é Phill Coulson. - ele disse, se parando na frente do meu carro, eu abri a porta e desci, com uma expressão séria fitei Brook, se é que esse era mesmo o seu nome, ela estava do lado dos homens de braços cruzados e com uma expressão muito séria, eu só conseguia pensar nas chaves do carro que estavam com ela;

- Ta legal cara, eu sei o que você quer saber, eu faço mesmo essas coisas com fogo, e se não quiser virar churrasquinho é melhor sair da minha frente e mandar aquela vadia me devolver as chaves! – falei voltando a encarar Brook, era uma ótima atriz, eu tinha que admitir.

- Desculpe a forma como o abordamos, mas entrar em meio a um racha causaria pânico! – ele respondeu;

Pânico é o que eu vou causar em vocês! – falei seriamente, fechei os punhos e os olhos, quando voltei a abri-los provavelmente havia uma chama em cada íris!

- Em chamas! – gritei, não que isso ativasse meus poderes, mas eu achava foda, então usava sempre que fazia isso, em poucos segundos cada parte do meu corpo estava coberta por uma fina camada de fogo, que ardia intensamente sem me causar danos, os outros a minha frente deram uma passo para trás.

- Não precisa ser assim Kenneth! – disse o tal do Coulson, mas eu sabia de tudo, e não iria me entregar fácil, não mesmo;

- Precisa, vocês querem me prender, fazer experimentos, tudo aquilo de novo, eu não quero, não posso, não sou uma cobaia! – falei quase gritando;

- Não queremos te machucar e nem te fazer mal, só tenho um convite, eu sou da SHIELD, e nós estamos com um projeto, queremos lhe convidar para dar uma finalidade para ser poderes, se tornando um de nossos agentes! – O que? SHIELD, os carinhas de terno, claro, aquela agência foda! E agente, eu um agente?Kenneth Stone, não não... agente Stone? Caramba, isso soa bem!

- Como assim? – falei, já me acalmando e voltando a aparência mais humana;

- Estamos montando um time, se chama Projeto Delta 23, estão sendo recrutados outros como você, e como eu, com habilidades especiais! – disse Brook,  encarei Coulson, não queria papo com aquela garota;

- Outros como eu? Existem outros? – perguntei perplexo;

- Sim, com diferentes poderes, os chamamos de Inumanos! E se você quiser pode ser do nosso time,devo advertir que será perigoso e... – Perigoso? Opa, isso parecia interessante;

- Ta, ta... pula essa parte, como que faz para participar? – perguntei coçando o queixo,ele sorriu, parecia satisfeito, olhou para Brook, ela me entregou uma esfera prateada com um botão;

- Ai esta tudo que precisa saber, basta apertar o botão é um holograma! E este aparelho... – ele me entregou um celular - ... é o que eu usarei para entrar em contato, ligarei em um mês, e você terá que ter uma resposta concreta, se aceitar iremos te buscar! Até mais Sr. Stone! – disse já se dirigindo ao carro;

- Para com isso de Senhor, eu não sou velhão! E tipo, vão me buscar com aqueles aviões fodas? Vai ter coisas secretas? Vilões, essas paradas de filme? – perguntei, ele sorriu;

- Gosto de carros antigos, você poderá levar o seu! - disse, eu o encarei pasmo, ele tava brincando não é?

- Como é que passou pela sua cabeça que eu iria sem o meu Mustang? - ele soltou uma risada e entrou no carro sem responder, olhei para a tal da Brooklyn que voltava ao veículo com os outros agentes;

- Hey, as chaves! – falei, ela me encarou e jogou as para mim, as peguei no ar – Então é assim, vocês chegam, e jogam tudo na minha cara e vão embora? – gritei, já que o carro já estava ligado, deu a ré e saiu em disparada, olhei o aparelho esquisito e apertei no botão, umas letrinhas apareceram no ar de repente, levei um susto e tanto, toquei a coisa com o dedo e dava para mexer como se fosse um celular, isso era impressionante, mas não era lugar para ver aquilo, então fechei e entrei no carro, apoiei as mãos no volante, e refleti a minha vida.

Eu era só um estudante de Tecnologia da Informação que mal sabia formatar um notebook, vivia em festas e bebendo, gostava de rachas e carros, como que eu me tornaria um agente da SHIELD? Tudo bem que eu tinha a parada com o fogo, mas não era algo que eu pudesse insibir por ai, a não ser que... caramba, eu vou virar um super herói? Não creio, preciso de um uniforme, uma capa vermelha tipo Superman, ou mascara do Batman? Franzi a testa  e em seguida bati minha cabeça no voltante ao perceber o quão idiota havia sido o meu pensamento, era óbvio que uma capa iria incendiar junto com o meu corpo, ‘’Idiota’’ praguejei mentalmente enquanto arrancava com o Mustang.

 

Queens – Nova York – Estados Unidos

Queens' School

~Jack Parker~

 

- A relação trigonométrica fundamental nos diz que o seno de um ângulo alfa ao quadrado somado com o cosseno de um ângulo beta ao quadrado é igual a 1 e essa relação... – explicava o professor Johnson, a matemática era uma das minhas matérias favoritas e o conteúdo da trigonometria eu tirava de letra. Não que eu fosse um cara inteligente, eu só gostava de estudar e prestar atenção, ao contrário dos meus colegas retardados.

Levei o lápis a boca, e comecei a girá-lo entre os dentes, enquanto fitava aquela bela manhã ensolarada, lá embaixo algumas crianças já estavam correndo e adolescentes ocupavam a quadra de basquete, olhei no relógio, faltavam dez minutos para bater o sinal do recreio.

- Srta. Glover! – disse de repente o professor me acordando dos devaneios, olhei para a segunda fileira, penúltima carteira, la estava Emilia Glover, uma loira de olhos verdes penetrantes, um rosto angelical completado por um belo par de pernas, mas uma cabecinha oca. Ela deu praticamente um pulo na cadeira, e sorriu belamente para o professor, enquanto escondia o aparelho celular debaixo da carteira;

- Sim? – disse a loira;

- Pode nos ajudar, estamos com uma pequena dificuldade... – começou Johnson – Quanto seria cosseno de sessenta graus? Imagino que como a senhorita esta distraída em seu celular talvez já deve saber todo esse conteúdo perfeitamente bem. – ele pousou as mãos sobre a mesa e arqueou as sobrancelhas para Emilia no fundo da sala, ela olhou para os lados na esperança de que não fosse mais com ela, eu sorri de canto assim que ela começou a corar.

- Hãa... talvez fosse... bem, eu não tenho muita certeza... – ela começou a enrolar, suspirei, e então levantei o braço, o professor desviou os olhos para mim, assim como o resto da sala logo em seguida;

- Sim, Parker? – ele disse;

- Cosseno de sessenta é igual ao seno de trinta que no caso é um meio! – falei timidamente;

- Muito bem, e  Glover, deveria fazer aulas particulares com o Parker! – disse o professor, todos riram inclusive eu, Glover ficou me encarando de braços cruzados e furiosa, eu sorri debochadamente para ela voltando a me concentrar na aula. Eu não era o cara popular, ela nunca iria olhar para mim como olha para os caras do time, mas pelo menos eu tinha o cérebro que ela esquecia em casa toda manhã. Se ela soubesse as coisas que eu poderia fazer, os caras que eu já combati, os vilões que já comeram na palma da minha mão, talvez ela mudasse de opinião sobre o Parker nerd e fã do homem aranha.

Eu tinha poderes, super poderes, e eu os controlava perfeitamente bem, quer dizer, entrar na mente das pessoas ainda era uma coisa rara, acontecia as vezes, do nada, e eu não podia controlar. Professor Xavier, sim do Instituto Xavier, tentou me ajudar a controlar essa parte dos poderes, mas eu decidi sair, já que me frustrava em não conseguir, mas quanto ao resto, a levitação de objetos, eu já dominava perfeitamente bem. O grande problema era mostrar para sociedade que eu era um herói e não motivo de chacota, o que quero dizer é que os jornais não falavam a verdade sobre o ‘’Sísmico’’, eles não mencionavam a possível surra que eu dava nos bandidos, ou nas coisas que já fiz pelo Queens, e as pessoas que salvei, elas só viam um cara idiota de capacete com uma legging masculina, evidenciem bem isso, é masculina!  E claro os sacos de arreia que me faziam parecer uma balofa. Eu sei bem que não é um uniforme legal, mas eu pensei que as pessoas não se importariam com isso e sim com as minhas intenções, mas o mundo é podre mesmo e eu virei a mais nova piada nova-iorquina.

Comecei a desenhar um homem-aranha um tanto ridículo no canto do caderno, ele era meu ídolo, ser como ele era meu objetivo, um herói e não um palhaço. Fui interrompido por uma batida na porta da sala, o senhor Johnson foi até ela e a abriu, a zeladora Gomez estava do outro lado;

- Preciso do Jack Parker! – arregalei os olhos, normalmente eu não fazia nada de errado para ser chamado, Johnson mandou que me levantasse e eu sai da sala com a senhora Gomez, uma mexicana baixinha e gorda, usava tamancos para ficar mais alta, e o estrondo que causavam contra o piso era assustador;

- Esta bem Jack? – perguntou ela;

- Ahh sim... sim, estou! – respondi enquanto começamos a andar pelo corredor, era mentira, eu estava borrando as calças;

E a sua mãe? Ainda pretendo visita-la até o fim do ano! – continuou;

- Bem... também! – respondi, um pouco nervoso assim que nos aproximamos da diretoria, mas o alivio veio quando passamos direto por ela, dobrando em direção a saída;

- È, senhora Gomez, aonde extamente estamos indo? – perguntei sem entender;

- Pensei que soubesse! – ela disse parando em frente as grandes portas que davam para a saída, ela destrancou as e abriu – Seu tio já esta te esperando la fora!

- O que? – perguntei, meu tio? Como assim?

- É seu tio, ele é um senhor adorável! – Gomez deu uma risadinha envergonhada e eu franzi o cenho olhando para fora, porque aquilo não era possível, meu tio morava em Budapeste.

- Ta... tchau! – falei saindo pela porta e acenando;

- Tchau, diga para o seu tio que da próxima vez vou lhe mandar uma porção de Burritos! – ela riu envergonhada de novo, eu comecei achar aquilo nojento para não dizer estranho, meu tio também era casado. Desci as escadarias em busca de algum carro ou alguém que fosse meu tio, embora aquilo não fosse meramente possível, comecei a girar nos calcanhares freneticamente sem saber para que lado ir;

- Jack? – disse uma voz atrás de mim, me virei e percebi que não se tratava do meu tio ou de alguém que eu já tivesse visto.

- Quem é você? – perguntei rapidamente ficado de frente para o cara de terno e óculos escuros;

- Phill Coulson, e você é o Sísmico! – ele disse, colocando as mãos no bolso das calças, olhei para os lados torcendo para que ninguem estivesse olhando, meu coração batia freneticamente no peito, ninguém sabia que eu, Jack Parker e o Sismico eram a mesma pessoa.

- Como... como você sabe disso? – perguntei cochichando;

- Sou da S.H.I.E.L.D! – ele respondeu dando um meio sorriso sarcástico, eu abri a boca e logo fiquei indignado. Conhecia a agência de inteligência, eles eram os únicos que haviam tentado em vão fazer com que eu parasse da bancar o idiota, tentando salvar uma cidade da bandidagem local, queriam me levar com eles para tirar os meus poderes, eu sabia bem, eu era uma ameaça para o sistema deles, para os agentes deles.

- Olha, eu não vou ir com você ou qualquer outro agente, se você quiser podemos resolver isso de uma forma melhor, só espera ee por o meu uniforme! – falei de forma ameaçadora, o homem riu e tirou os óculos os guardando no bolso.

- Conheço o seu uniforme, alias o Queens inteiro conhece! Eu não vim combate-lo, eu vim fazer uma proposta! – disse;

- Não vou aceitar nada que veia de um agente quarentão! – falei com desdém ajeitando a mochila nos ombros, tentei passar por ele mas me impediu;

- O agente quarentão, é o novo diretor da S.H.I.E.L.D! – disse, e la estava eu, boquiaberto de novo. – Vou ser direito, estou trabalhando em um projeto, chama-se Delta 23, e o objetivo é formar uma equipe de agentes com especialidades diferentes, mas existem outros inumanos como você! Trabalharão juntos pelo bem da humanidade, e você foi selecionado para fazer a diferença nesse grupo, aprender conosco, salvar as pessoas, coisas que você já faz! – explicou me soltando, comecei a massagear as têmporas e a andar de um lado para o outro, mais uma vez a indecisão se fazia presente, o que eu faria agora?

- Ok... eu posso não levar muito jeito para ser um super herói, mas sempre trabalhei bem sozinho, eu entreguei um monte de vilões para vocês! – expliquei;

- Reconhecemos isso, e agora queremos você no nosso time! Mas tudo bem, não se sinta pressionado... – ele tirou um celular do bolso e o entregou para mim-  ... em um mês entrarei em contato, e então você pode me dar sua resposta, se aceitar, o buscaremos imediatamente para a nossa base, garanto que você terá muito a aprender garoto! – ele sorriu simpático, enquanto seguia ate o estacionamento me deixando perplexo no pátio, coloquei as mãos na cintura e voltei a me movimentar de um lado para outro. Eu já havia tentado uma equipe, os X-men, mas as coisas não haviam saído como esperei, eu havia me frustrado demais, eles haviam me pressionado e eu odiava qualquer pressão, trabalhar sozinho me dava mais liberdade. Mas no outro lado da balança, havia a experiência da SHIELD, e os inúmeros recursos que eles tinham, além do tanto de coisas que eu poderia aprender. Agora só restava ver, qual lado pesava mais.

 

Huntington – Nova York – Estados Unidos

Kilson’s Academy

~Isaac Brandon Kilson~

 

- De novo! – eu gritei – Você tem que esticar mais essas perna Jon! – falei para o mais magrelo em cima do tatame, estava em uma aula de ninjitsu, a última da noite  e por sinal já estava quase no fim, olhei no meu celular junto a mochila e era seis e meia, voltei até os dois garotos;

- Chega! – gritei para os dois – Esta bom por hoje, nos vemos na sexta, e façam os exercícios e os alongamentos que eu ensinei na semana passada, são importantes! – fui em direção a velha geladeira enquanto os dois garotos arrumavam suas coisas, peguei duas garrafas de água e os encontrei novamente em direção a saída;

- Tomem, é importante hidratar! – eles pegaram as águas e beberam;

- Valeu, até mais Professor! – disse Jon, tinha uns quinze anos no máximo, o outro era Josh de dezoito.

- Tchau! Tchau Josh! – falei cumprimentando o mais velho com um toque de mãos;

- Tchau mestre! – ele fez o cumprimento do Judô, pratica que eu também ensinava e dominava, e eu retribui sorrindo, era bom saber que a lição principal havia sido aprendida: o respeito!

Depois que os dois saíram comecei a arrumar minha pequena academia que servia também de casa, eu tinha um pequeno cafofo nos fundos do local, desde que tudo aconteceu  eu decidi que precisava aprender a me defender e encontrei um mestre japonês que me ensinou todo que sei, em seguida consegui alugar esse espaço e fazer dele a coisa mais parecida com um lar que eu tive, na verdade a palavra lar tinha um significado muito abstrato, pois a minha vida inteira eu nunca havia experimentado a coisa de verdade.

Por mais perto que eu chegava de ter um lar, era tudo sempre destruído. Primeiro o câncer da minha mãe, depois o suicídio de meu pai seguido pelo da minha mãe, a adoção e a descoberta de que minha nova família era podre, um padrasto estuprador e uma mãe prostituta. Depois dessa decidi que eu ficaria melhor sozinho, e ter um lar não era exatamente uma coisa feita para mim, desde então eu só sobrevivia e não vivia. Não é que minha vida toda fosse desprezível, eu gostava do que fazia, ensinar auto defesa e respeito era minha praia, era o que me fazia sentir bem e extremamente útil, achava engraçado as vezes em que mães me procuravam e diziam que iriam fechar minha academia por estar ensinando seus filhos a serem brigões, eu sempre sorri e disse que elas estavam enganadas, que se reparassem bem seus filhos na verdade estavam aprendendo a controlar sua raiva e a entender o que realmente significa ter respeito, que eles provavelmente não estavam mais tão agressivos e nem tão mal humorados pois finalmente haviam encontrado um lugar onde pudessem descontar o estresse sem se ferir ou ferir outras pessoas, pois estavam sobre a minha supervisão e aprendendo a controlar suas forças e sua agressividade. Geralmente elas me davam as costas e iam embora, nunca mais voltavam, seus filhos saíam da academia e em menos de um mês estavam de volta. Elas não entendiam que a luta era mais uma questão mental do que corporal.

Cheirei o meu sovaco, eu precisava de um banho, tinha que admitir, revirei os olhos e fui até os armários pegar uma toalha limpa, eu não era um grande fã de tomar banho, não me pergunte porque, eu tinha uma certa preguiça para o ato, assim que ia me dirigir ao banheiro, senti uma presença na academia, será que alguém teria entrado sem bater? Mas eu havia colocado a placa de fechado na porta. Me virei e um homem se revelou das sombras da entrada, usava terno e parecia ser do governo o que não me agradava. Tirei a toalha dos ombros e a joguei em um canto;

- Boa noite Sr. Kilson, certo? – perguntou, eu me aproximei lentamente;

- Não viu a placa! – apontei para a saída – Fechamos a meia hora! – acrescentei seriamente, não estava gostando nem um pouco daquilo.

- Eu sei, não estou interessado nas suas aulas.... – disse enquanto empurrava o saco de pancadas pendurado a direita de onde estávamos;

- Porque esta aqui então? – perguntei, era cada vez mais óbvio que era um homem do governo ou pior, a alguns anos um cara havia me procurado, a mando da minha mãe adotiva, eu havia dado uma surra nele porque era um idiota, diferente desse cara que parecia seguro e um tanto superior, não sabia o que pensar, a única certeza que eu tinha era que precisava sair dali;

- Tenho uma proposta para você... – eu levantei a mão pedindo para que parasse;

- Seja o que for não estou interessado, não tenho nada a oferecer e nenhuma coisa valiosa para negociar! E se puder por favor sair, eu agradeceria, esta tarde, e eu realmente queria tomar um banho! – menti na última parte é claro;

- Sou da S.H.I.E.L.D e... – eu arregalei os olhos, tentando lembrar daquela sigla, do que significava, mas a certeza que tive foi que era uma divisão do governo, não pensei duas vezes e saí correndo em direção aos fundos da academia;

- Heyy, espere! – o homem gritou, mas não dei ouvidos, entrei na cozinha da minha pequena casa e tranquei a porta, levantei o tapete do meu quarto e abri o alçapão, era uma passagem secreta que saía na lateral da academia, dando acesso a um beco onde eu conseguiria escapar, quem quer que fosse esse homem não estava sozinho com certeza, eu precisava da minha pistola mas estava escondida no fundo do armário das toalhas, não tinha dado tempo para pegar, mas em fim, teria que ser sem ela mesmo.

Ouvi batidas na porta,ele estava tentando arromba-la, desci a pequena escadaria e segui no escuro até a pequena porta que dava ao lado do lixão, espiei a rua, estava escura e apenas latidos de cães eram audíveis, abri a porta lentamente e saí, me mantendo atrás da lixeira. Não havia nada na rua, então coloquei o capuz, e escalei a pequena separação de madeira do beco, caí do outro lado e me levantei, saí caminhando sem olhar para trás e virei na esquina saindo na rua dos fundos, olhei para os dois lado e não havia nada, segui à direita passando pela lavanderia, havia apenas um casal andando na rua e ninguém suspeito, até que de repente uma garota apareceu no meio da rua. Parei abruptamente enquanto ela olhava para todos os lados até cair os olhos sobre mim, assim que aconteceu eu corri na direção oposta, descendo a rua e com a certeza de que ela me seguia.

Corri o mais rápido que pude por cinco quarteirões entrando em uma rua mais movimentada, passei pelas pessoas pedindo desculpas pela forma que esbarrava nelas e então entrei em um bar, tentando me misturar a multidão, havia um som alto e pessoas dançando e bebendo, fiquei olhando sobre o ombro, o problema é que eu não vi o seu rosto, não sabia como ela era mas assim que uma morena de longos cabelos castanhos entrou no local e varreu cada canto com seus olhos, eu tive certeza de que era ela, me virei rapidamente tentando disfarçar, tentei pensar, e foquei nos banheiros, entrei no masculino haviam dois homens la, esperei que saíssem e foquei nas janelas, eram altas e estreitas demais.

-Merda! – praguejei;

- Merda mesmo! – disse uma voz feminina atrás de mim, me virei e era ela, trancando a porta do banheiro. Droga!

- Olha só eu não quero te machucar! – falei a alertando, ela levou a mão ao ouvido;

- Coulson, banheiro masculino no Bar Balls, na Duncan com a Everett. – eles tinham uma escuta, mas que merda é essa, policia?

- Vou falar mais uma vez, é melhor você me deixar passar! – avisei novamente;

- Eu não posso, você não esta entendo! Não queremos te machucar! – ela disse;

- Não vai colar comigo! – falei e avancei em direção a porta, ela me empurrou para trás abruptamente, eu soquei a porta de um dos cubículos das privadas, decidi que não teria alternativa e parti para cima dela, mas ela estava mesmo disposta a proteger aquela porta a unhas e dentes, se defendeu de todas as minhas investidas, tinhamos técnicas e golpes parecidos. Eu a derrubei no chão na terceira investida, mas ela se livrou facilmente e em seguida devolveu a altura com um chute no rosto que me fez voar contra a parede, fazendo meu nariz sangrar e latejar de dor;

- Ok, eu estava tentando ser legal mas você não está colaborando! – falei com ódio,  partindo para cima novamente, ela se defedeu de todos os golpes, quando achei que a tinha dominado ela me surpreendeu com uma cotovelada na boca do estômago, me pegando totalmente desprevenido, em seguida completou com um chute que acertou incrivelmente o mesmo local e fez voar contra uma das portas destruindo a mesma, me impulsionei para frente e ataquei com fúria, uma sequência de golpes rápidos e eficazes usando os membros superiores, ela estava cansada e eu apenas começando, porém algo deu incrivelmente errado: em um dos golpes ela se esquivou rapidamente, me rodou como um pião e voei de encontro a pia, ela segurou meus braços nas costas;

- Sabe o que você precisa? Esfriar um pouco a cabeça! – disse entredentes, e então enfiou minha cabeça na pia e ligou a torneira, a água me atingiu em cheio, embaçando minha visão e adentrando aos poucos nas narinas e boca, não me afogaria, só causaria um desconforto ja presente;

-Desgraçada! – praguejei de forma incompreensível, a porta se abriu;

- Demorou Coulson! – ela disse e então me soltou, eu respirei fundo tentando recuperar o fôlego, e passei a mão pelos cabelos molhados, fuzilei  a garota com o olhar, ela estava bem mais inteira do que eu.

- Eu não me apresentei direito! Sou Phil Coulson e essa garota que parece ter lhe dado uma surra é a Brook! – ela acenou e sorriu falsamente para mim – Nós somos da SHIELD, uma agencia secreta de espionagem, e não somos do governo e não estamos tentando te matar, na verdade queremos te oferecer um emprego, onde as suas habilidades terão realmente uma grande finalidade! -  ele disse, mas o cortei rapidamente;

- Minhas habilidades já tem uma ótima finalidade! – respondi;

- Sei que sim, mas se aceitar participar do Projeto Delta 23, você poderá fazer o bem a um número muito maior de pessoas e de uma forma bem mais relevante,sei que será perigoso, não lidaremos com meros criminosos mas com pessoas muito perigosas. Esse projeto inclui formar um time de pessoas com habilidades como  a sua, e você está devidamente recrutado, claro que poderá escolher se aceita ou não! – ele disse, adentrando mais no banheiro,  fitou a porta destruída;

- Humm... o dono do bar não vai gostar disso! – afirmou e em seguida voltou sua face para mim, pegando um aparelho do bolso, dois na verdade, ele erguei primeiro a bola prateada com um botão no meio;

- Isto contém um holograma e explicará tudo que você precisa saber! – eu o peguei analisando o objeto – E este celular deverá ficar com você até que eu entre em contato, daqui a mais ou menos um mês, trate de se livrar disso depois, pois irá se auto destruir! Quando eu entrar em contato vou querer sua resposta, e se aceitar ficaria muito grato e imediatamente estarei lhe buscando para nossa base! – terminou dizendo e me entregando o aparelho, eu o encarrei meio desconfiado, mas peguei;

- E me desculpe pela agente Hood, as vezes ela pega pesado! – ele a repreendeu com o olhar, ela apenas ficou com a mesma expressão séria;

- Pelo menos agora ele sabe que ainda precisa evoluir! – senti o tom zombeteiro das palavras me atingirem em cheio, mas antes que eu pudesse revidar Coulson interrompeu;

- Bom, acho que seria melhor você sair primeiro! – ele foi até a porta e a destrancou novamente – Nós limpamos a bagunça! – não pensei duas vezes, não agradeci e nem me despedi, saí do banheiro e do bar, coloquei o casaco e o capuz e parti sem rumo, com os objetos em mãos. Sabia que oportunidades assim não caíam do céu e  geralmente elas vinham com um preço caro, um preço alto, que eu sempre estive disposto a pagar afinal não tinha medo da morte e não tinha ninguém para perder, eu só tinha a mim mesmo o tempo inteiro. Talvez a garota tivesse razão, talvez eu tivesse mesmo que evoluir, ou então tudo era uma grande roubada e eu estava ferrado.Não sei, eram perguntas sem respostas, um abismo de escuridão mas talvez a graça toda estivesse exatamente nisso, em não saber de nada e se entregar ao acaso, sem saber se o próximo passo era seguro ou não. Talvez a graça que eu procurava na vida estivesse exatamente aqui, em minhas mãos, a espera de uma ligação e um sim.


Notas Finais


Essa é a música que o Ken ta cantarolando: https://www.youtube.com/watch?v=ZkqyIoYAXV8 ( apaixonada por esse som <3 )
Vcs donos dos personagens desse cap: deixem uma opinião ai sobre como me sai desenvolvendo eles, e se tiver qualquer erro ou sugestao de alteração me FALEM, por favor hahha'
Para todo mundo: se tiver qualquer erro fiquem a vontade para me falar, okay? :) Falem ae o que acharam!
Minha faculdade vai entrar em greve, issso significa uma frequência maior de capítulos :p
Então, agora para o próximo, restam ainda Alícia, Phillip e Jason e terminamos as apresentações mocinhos(as) ;)
bjss e até a próxima!


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