História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Septuaginta sex

A noite já havia durado muito, a madrugada se alastrou e ninguém que estava vivo ainda havia parado de lutar. Chris e Deysmon continuavam a batalhar no topo da torre central, o rapaz estava em condições bem alarmantes: ele já tinha se machucado muito até ali, praticamente toda sua armadura foi destruída e suas roupas estavam bem-acabadas, porém ele permanecia em pé, segurando sua espada e pronto para lutar. Deysmon não estava em condições perfeitas também: ele também já possuía alguns ferimentos até ali, não tão graves quanto os de Chris, e sua armadura também estava bem prejudicada, mas o demônio já estava começando a se irritar com a persistência anormal do rapaz.

- Novamente...você está de pé. Quanto absurdo! Qual é o seu problema!? Hein!? Por que não desiste de uma vez e permite que eu lhe mate!? – Disse Deysmon, irritado.

- Olha só... Você está...agindo como uma...criança humana! – Disse Chris, ofegante, mas sorrindo. – Saiba que eu...não vou ficar no chão...até eu...matar você!

Enquanto olhava para seu inimigo, Chris percebeu, discretamente, que mais um demônio havia conseguido sair da fenda; o rapaz estava começando a se preocupar mais com seus amigos abaixo da torre, ele decidiu que precisava executar o encantamento logo, mas precisava chegar até Teresa sem que Deysmon desconfiasse de sua intenção.

Teresa observava atentamente, e bem preocupada, a batalha entre seu irmão e o Rei demônio; enquanto isso ela repetia em sua cabeça a frase que Chris dissera no início da luta, tentando entender o que ele queria dizer:

“– Fique aqui e descanse, vamos precisar de toda magia que tivermos para vencer.”

- Muita magia para vencer... – Repetiu Teresa, pensativa, que logo olhou para a lua, que já estava começando a sair do círculo no céu, e teve uma ideia.

Ao mesmo tempo, no pé do castelo, o demônio que lutava contra Eiden se afastou um pouco do rapaz e começou a executar sua magia de destruição.

“ – O que ele vai fazer!?” – Disse Eiden, confuso.

Feanor, que junto de seus amigos estavam conseguindo imobilizar outro demônio, avistou o inimigo de Eiden preparando sua magia.

- EIDEN! NÃO DEIXE ELE ATIRAR ISSO! – Gritou Feanor, com toda sua força.

Mesmo os dois amigos estando um pouco longe um do outro, Eiden conseguiu ouvir Feanor claramente e logo tomou uma providência: o rapaz usou suas duas patas dianteiras para fechar, forçadamente, a boca do demônio, fazendo a magia ficar presa em seu interior. Após alguns segundos segurando a boca do monstro, a cabeça dele explodiu e Eiden foi jogado para trás.

- Ai ai ai... Tudo bem aí, grandão!? – Disse Maria, que estava se segurando nos chifres de Eiden.

“ – De alguma forma, eu acho que sim...” – Disse Eiden, se levantando novamente.

O corpo do demônio, agora sem cabeça, caiu morto no chão, surpreendendo muitos no campo de batalha, e animando muitos dos aliados restantes.

- Um está morto! – Disse Axill, animando seus companheiros.

- Eles podem matar uns aos outros! Quem diria! – Disse Penny.

- Sim, mas temos mais um agora... Temos de impedir seus movimentos também. Penny, vou deixar você, Anvil e Axill aqui, eu vou até o outro demônio... Tenho certeza de que Eiden irá atrás dele também. – Disse Feanor.

O elfo usou muitas de suas flechas mágicas para prender os membros do demônio que enfrentava no chão, assim como Penny usou suas raízes e espinhos; Axill e Anvil ajudaram com todas as armas que possuíam e até pediram ajuda de alguns ents que estavam ali perto para segurarem a criatura firmemente. Então, após todos concordarem, Feanor começou a correr em direção ao novo demônio, que estava atacando muitos soldados de Inflayster e aliados; o elfo estava bastante preocupado com seus amigos humanos, pois a criatura estava se movendo bem onde eles estavam, então, para sua surpresa, Nique surgiu de repente e permitiu que Feanor subisse em suas costas.

- Obrigado... Vamos rápido, por favor! – Disse Feanor, voando junto com o grifo. 

Ao mesmo tempo, finalmente Merlin e Clare chegaram ao mar, os dois, então, se concentraram bastante, deram as mãos e começaram a executar o feitiço. Eiden já havia avistado o demônio que havia chegado, mas antes que ele pudesse se mover até ele, outro caiu bem na sua frente, assustando o rapaz dragão e Maria.

“ – Droga... Clare e Merlin ainda não trouxeram os seus homens!?” – Disse Eiden, usando sua cauda para bater no demônio, fazendo-o cair em cima dos muros do castelo, destruindo tudo.

- Eles virão! E quando chegarem...essas criaturas e esse castelo vão para o inferno! – Disse Maria, segurando firmemente em seu amigo. – Aguente aí!

Com a ajuda de Nique, Feanor conseguiu atacar o demônio com mais facilidade e de vários ângulos: enquanto o grifo voava em volta da criatura, Feanor atirava suas flechas mágicas, tanto para machuca-lo quanto para desviar a atenção dele das pessoas abaixo.

- Graças as deusas... Ele veio, estamos salvos! – Disse Isak, aliviado.

- O que Chris está fazendo!? Não vamos aguentar muito mais assim... – Disse Katarine, se apoiando no ombro de Nik.

- Ele está lutando contra Deysmon... Com certeza não está sendo fácil.... Ele está fazendo o melhor que pode. – Disse Nik, ofegante.

- Eu concordo.... Ele e seus amigos se esforçaram e sofreram muito até aqui... Acho que não temos o direito...de reclamar! – Disse Leonardo, cansado.

Então, de repente, muitos no campo de batalha escutaram uma voz gritando, vindo do alto do castelo de Inflayster; muitos aliados ficaram bem preocupados com que viram: Chris estava pendurado no topo da torre principal, ele não estava com sua espada, pois Deysmon havia conseguido tira-la de seu poder e estava próxima de seus pés; Chris estava com um grande corte no tórax, feito pela espada do demônio, sendo isso o que o empurrou para o precipício. Deysmon estava acima dele, pisando nas mãos do rapaz, que já estava com dificuldade de se segurar, e preparava um golpe mortal com sua espada.

- Aquele é o Deysmon! E...o Chris!? Ele está em perigo! – Disse Penny, se esforçando para enxergar de longe, preocupada.

- Essa não! Faz alguma coisa Eiden! – Disse Maria, que estava em cima de Eiden e não muito longe da torre principal.

Eiden tentou se esticar para se aproximar da torre e salvar Chris, mas o demônio contra quem lutava aproveitou sua preocupação e o empurrou contra uma outra torre do castelo, machucando bastante Eiden e colocando Maria em perigo.

- Não... CHRIS! – Gritou Isak, preocupado.

- Droga! Nique, escute, preciso de sua ajuda agora! – Disse Feanor, preocupado e pegando uma flecha comum de seu estoque.

- HÁ HÁ HÁ! Agora sim, finalmente, acabou para você! – Disse Deysmon, rindo e pegando sua espada serrada com as duas mãos, se preparando para matar Chris.

- Droga! Droga! Droga! – Disse Chris, desesperado, sem conseguir subir e se livrar do golpe que Deysmon executaria.

No milésimo de segundo em que Deysmon começou a abaixar sua espada, em alta velocidade, ele foi atingido por uma flecha certeira em seu olho direito, forçando o demônio a recuar de dor. Chris aproveitou a chance, subiu rapidamente no topo da torre, pegou sua espada enquanto corria e atacou Deysmon logo em seguida, cortando o seu chifre direito e machucando um pouco a cabeça do demônio.

- ACERTOU! – Gritaram Penny, Eiden, Maria, Isak, Nik, Katarine e Leonardo, contentes.

- Ufa... Conseguimos, bom trabalho Nique, graças à você eu pude salvar o Chris. – Disse Feanor, cansado e acariciando a cabeça de Nique, que ficou bem contente por ter conseguido seguir as instruções de direção de Feanor para conseguir mirar em cheio.

- Há há há.... Muito obrigado... Feanor! – Disse Chris, cansado e contente ao ver a flecha sangrenta na mão de Deysmon. – Então...gostou do seu novo estilo? Posso dar um jeito...no outro chifre também...

- Cale a boca...seu... SEU HUMANO MISERÁVEL! – Gritou Deysmon, bem ferido e irritado, quebrando a flecha do elfo com sua mão.

Deysmon avançou em fúria contra Chris, ambos começaram a empatar suas espadas, sendo que o rapaz estava sendo mais pressionado pela força do demônio. Então, em certo momento do embate, Deysmon percebeu que Teresa estava imóvel, ajoelhada e de costas para a batalha, e com os braços levantados para a lua; Chris também não havia percebi isso até aquele momento, Teresa parecia bastante concentrada, e Deysmon não gostou nenhum pouco disso.

- Hum... O que será que sua irmãzinha está fazendo, hein? Com certeza é um truque barato contra mim... Bom, não preciso mais dela mesmo... – Disse Deysmon, sorrindo e correndo rapidamente em direção à Teresa, se preparando para ataca-la com sua espada.

- NÃO! – Gritou Chris, correndo o mais rápido que podia atrás de Deysmon.

O demônio usou toda sua força para atacar Teresa com sua espada, mas para o espanto de Deysmon, Chris conseguiu entrar na frente do golpe a tempo, conseguindo defender com sua espada. Apesar de Chris ter conseguido impedir o golpe, o rapaz foi muito afetado pelo impacto da espada de Deysmon contra a sua: suas pernas e braços tremiam e Chris começou a tossir sangue sem parar.

- Essa magia de defesa que cobre sua espada é mesmo impressionante... Conseguiu resistir ao meu golpe com força total, e até protegeu sua irmã..., mas você não conseguiu sair ileso disso, não é garoto? – Disse Deysmon, ainda pressionando sua espada contra a de Chris.

- Sai...de perto...da...Teresa! AGORA! – Disse Chris, se esforçando para arrumar forças e empurrar Deysmon um pouco para trás. Logo após isso o rapaz não conseguiu ficar em pé e acabou caindo no chão de joelhos.

- Ah...antes tarde do que nunca! Finalmente você está ficando sem forças... Agora é tolice resistir, vou admitir seu esforço e poder e, como recompensa pelo seu trabalho, posso matar você e sua irmã juntos. Que tal? – Disse Deysmon, sorrindo.

- Não...preciso...do seu...reconhecimento! Vou...vencer...você! – Disse Chris, usando sua espada como apoio para voltar a ficar de pé.

De repente, Chris e Deysmon sentiram o castelo tremer um pouco, além de terem conseguido ouvir sons de explosões vindas de todo lugar em volta do castelo.

- Mas o que é isso!? – Disse Deysmon, que se aproximou do precipício e se espantou com o que viu.

Havia um navio grande que navegava pelo mar, bem atrás do castelo de Inflayster, e que bombardeava sem parar. Além disso, muitos homens no navio atiravam arpões nos demônios que permaneciam em pé, lutando; mais humanos saíram do navio e se juntaram ao restante do exército aliado, derrotando os remanescentes do exército de Deysmon.

- SIM! ATAQUEM COM TUDO HOMENS! – Gritou Maria, determinada e agora atacando junto de seus companheiros. – ACERTEM ESSAS COISAS FEIAS PRINCIPALMENTE!

- SIM CAPITÃ! – Gritaram todos os piratas.

- Clare! Vocês conseguiram! – Disse Penny, que abraçou a amiga bem forte, muito feliz.

- Sim! Desculpe a demora... – Disse Clare, sem graça.

- Chega de conversa! Vamos lutar com tudo! – Disse Merlin, determinado.

Deysmon estava contente por ver seus membros do clã dos demônios voltando, mas não pôde deixar de se sentir abalado ao ver seu exército e seu castelo, o reino que construiu, sendo destruídos finalmente.

- Eu vou....vencer você..., mas não...sozinho! – Disse Chris, determinado. – É graças ao poder...de todos os humanos...e criaturas místicas juntos...que você irá perder!

Os demônios ficaram bem confusos com a quantidade de ataques que estavam recebendo, pois, mesmo que as armas humanas não fizessem efeito destrutivo, eles estavam sendo contidos e pressionados, mal podiam usar suas magias. O reforço final forneceu a força e moral que faltavam no exército de Chris, as chances de resistir aumentaram bastante. Porém, mesmo assim, as criaturas de outro mundo começaram a se irritar e a tentar atacar de qualquer jeito: em certo momento da batalha, Feanor e Nique foram pegos pelo demônio que enfrentavam. A criatura pegou os dois viajantes e os apertou com as duas mãos, Nique tentou de tudo para voar e fugir, mas apenas uma de suas asas estava de fora; assim como Feanor tentou atacar, mas ele estava apenas com um braço livre e seu arco havia caído no chão, os dois já não aguentavam mais resistir a dor que estavam sentindo.

- FEANOR! NIQUE! – Gritou Nik, preocupado.

- Não vou deixar isso acontecer! – Disse Leonardo, determinado e correndo na direção da cauda do monstro.

- MAJESTADE! ESPERE! – Gritou Isak, correndo atrás de seu rei.

Leonardo subiu em cima da cauda do monstro e fincou sua espada ali, isso pareceu causar algum incomodo no demônio, que, ao perceber que o rei estava em sua cauda, se balançou e jogou Leonardo para o alto. Porém, Leonardo usou sua espada para se segurar e não cair, fincando-a no ombro direito do monstro; então o rei começou a escalar a criatura e, com muito esforço, chegou até a cabeça do demônio.

- Tome isto criatura! – Disse Leonardo, que cravou sua espada em um dos “olhos” do demônio.

Isso fez com que a criatura soltasse Feanor e Nique, que foram pegos por Nik e Isak, evitando que se ferissem na queda, eles notaram que o elfo e o grifo estavam com suas tatuagens brilhando, significando que o poder das deusas estava agindo neles.

- Vocês estão bem!? – Perguntou Nik.

- Sim...por pouco. Mas...meu braço esquerdo e minhas pernas estão terríveis. – Disse Feanor, que não conseguia se mexer.

Nique gemia sem conseguir se mexer também, apenas conseguia bater uma de suas asas.

- MAJESTADE! SAIA DAÍ! – Gritou Isak, preocupado.

O demônio ficou furioso com a ação de Leonardo, então, antes que o velho rei pudesse fazer algo, a criatura o pegou com as duas mãos, o apertou com violência e depois comeu parte de seus membros, jogando-o no chão logo depois.

- MEU REI! – Gritou Isak, correndo até Leonardo.

- Ah não... – Disse Feanor.

Leonardo estava desmaiado, sem a parte esquerda de sua barriga e cintura, assim como seu braço esquerdo e perna esquerda, mas ele ainda respirava com muita dificuldade.

- O... O senhor ficará bem! Não se preocupe! – Disse Isak, contendo as lágrimas e segurando seu rei no colo.

Eiden não tinha mais forças para deter o demônio que enfrentava, ele estava completamente dominado por ele; assim como Penny, Clare e seus amigos não conseguiram manter o outro monstro preso por muito tempo. Todos os que podiam lidar com os demônios estavam sem condições de lutar, e mais demônios começavam a surgir da fenda. Deysmon observava, ainda, tudo isso de cima da torre, enquanto Chris ainda não conseguia se manter em pé sozinho.

- Sim... Nós vamos derrota-lo juntos! Todos nós! – Disse Teresa, que estava envolta por um brilho branco e segurando a mão de Chris.