História Promessas Vazias - Grindeldore - Capítulo 10

                     Alvo Dumbledore

- Nós começamos isso juntos  - Apontei a varinha na direção de Gellert  - Vamos terminar isso juntos Gellert.

- Vamos - ele abre os braços - Começa você, mostre o que realmente quer Alvo Dumbledore

Ele apontou a varinha na minha direção

-  Você sempre foi um corvade

- Incarcerous - conjurei as cordas que prenderam as mãos de Gellert mas com um leve toque de sua varinha elas sumiram

- Airpin - Ele proferiu entre dentes

- Protego - sacudir a varinha observando o ácido bater contra o campo invisível na minha frente

Balancei a cabeça jogando para trás os fios de cabelos que caiam no meus olhos e observei Grindelwald que carregava um semblante enfurecido.

Ele começou a lançar o mesmo feitiço várias e várias vezes seguidas  em minha direção, desviei cada um com dificuldade.

A vida é cheia de surpresas, anos atrás quando eu tinha dezessete anos e conheci Gellert jamais pensei que acabariamos assim, semanas atrás eu pensei que poderíamos reverter a situação mas parece que só eu tinha esperança, só eu sentia a dor que tudo aquilo causava.

Gellert parecia furioso em cada feitiço lançado por ele, eu não queria feri-lo, jamais, mas se ferindo ele o parasse eu faria isso.  Eu já tinha perdido quanto tempo estávamos ali naquela praia lançando feitiços um contra o outro quando apareceram aurores ao nosso redor

- Fiquem distante - Falei puxando o ar e balancei a varinha vendo uma barreira se formar prendendo eu e Gellert dentro

- Você devia se proteger, não proteger eles - Ele cuspiu sangue enquanto passava a mão no cabelo

- Eu não quero ferir você Gellert - respondi sentindo o gosto de ferro na boca

- Mas estar fazendo isso- ele gritou

As luzes azuis e verdes que saiam de nossas varinhas ficaram entre nós por breves minutos quando enfim ouve uma explosão que nos arremessou distante um do outro, senti meu corpo doer e vi Gellert caminhando com dificuldade até mim, levantei cambaleando 

- Porque simplesmente não sai da minha cabeça? - ele fala entre os dentes movimentando o braço - Por que teve que mandar aquele seu aluno intrometido a Paris?

- Estupefaça- observei ele cair dando voltas na areia, corri até ele, chutei a varinha longe e me sentei em cima de seu tórax

Segurei seu colarinho e o golpei com dois socos no rosto, aquilo doía em mim na mesma intensidade que doía em Grindelwald

- Você bate muito fraco - ele cuspiu o sangue da boca e em rápido movimento bateu sua cabeça no meu rosto me fazendo cair para o lado sentindo meu nariz doer intensamente. Olhei minha mão suja de sangue enquanto Gellert subia em cima de mim

- Você me traiu- Ele bate em uma costela me fazendo gemer de dor - quebrou nosso pacto é tudo que eu queria era você do meu lado

- Você me deixou quando eu mais precisava  - tentei segurar seu rosto mas ele bate na minha mão - Planejou me matar pelas mãos de um garoto enquanto você dormia comigo!

Eu já não me importava mais, meu corpo doía e eu estava cansado de lutar contra Gellert, eu só precisava daquele momento de conversa, eu e ele estávamos no nosso limite então só precisava fazê-lo ouvir a voz da razão

- Gellert nós éramos dois adolescentes quebrados, assustados e solitários - ele estreitou os olhos  - As relíquias da morte nos uniu, éramos um apoio para o outro e agora olhe só para nós dois, olhe só o que parecia um plano perfeito antes - olhei nos seus  olhos  - Me diga se era toda essa destruição que você planejava, se era acabar com o que tínhamos, com os dias debaixo da árvore conversando, com nossas danças e brincadeiras

Ele me olhou sem expressão por minutos que pareceram uma eternidade, forcei meus olhos a ficarem abertos eu sentia sono, a dor na costela era quase insuportável

- Eu queria poder e glória e eu conseguir  Dumbledore - Ele limpou o resquício de sangue na sua sobrancelha- Mas eu te conheci e tudo perdeu sentido quando Ariana morreu e nos separamos - outro soco na minha costela

- Poderíamos ter sido felizes juntos  - O empurrei de cima de mim revertendo nossas posições, prendi  suas mãos do lado do seu corpo e o olhei nos olhos

- Me mate de uma só vez - ele gritou e eu discordei com a cabeça - Me mate como devia ter feito naquele fatídico dia

Sentir meu coração doer e um nó se formar na garganta

- Não posso - Gritei de volta o fazendo se revirar e forcei suas mãos contra a areia novamente - Eu queria poder fazer isso

- Eu não me importo- ele respondeu sério me fazendo gritar

Amargura e arrependimento era o que eu sentia

- As últimas semanas não significaram nada para você? - Senti meu rosto queimar e o nó na garganta apertar mais

- É claro que significaram seu idiota - ele franziu o cenho 

- Diga o que sente de verdade - implorei- Por favor diga a verdade para mim - Senti meus olhos se encherem

- Eu tentei te esquecer Alvo - Gellert fechou os olhos- Eu juro que tentei, assim como tentei te odiar e achava que tinha conseguido até aquele seu aluno intrometido aparecer com a mala cheia de criaturas e me atrasar, fui preso enquanto você estava  dando aulas para crianças irritantes como Newt Scamander

- Eu tinha que ocupar a mente, nós escolhemos lados diferentes -fechei os olhos

- Ouça calado o que tenho para falar - ele gritou e me calei

- Eu estava ciente que nunca mais queria te ver até novamente eu me deparar com seu aluno na minha reunião no jazigo da família Lestrange, enquanto todos me aplaudiam eu percebi aquela criaturinha que seu aluno carrega consigo sair andando pelas pessoas, em meio a toda confusão que eu tinha orquestrado para aquele momento deixei o pelúcio roubar o pacto... Eu deixei porque assim eu teria motivo de ir atrás de você nem que esse motivo me levasse a mata-lo

- Eu sabia que você iria atrás de mim no momento em que Newt me entregou aquele pacto... Sabia que uma criatura não poderia passar despercebido por você enquanto rouba o mais importante.

Parei de apertar seus pulsos mas não o soltei

- Eu não queria matar você - comecei - Eu só precisava me libertar do remorso e do medo... O arrependimento é corrosivo Gellert e a dor de um coração partido destrói todo o seu corpo

- Eu amo você Alvo, sempre amei - ele se soltou de minhas mãos e me puxou em um abraço -  Você é tudo que eu tenho mas isso não daria certo

- Eu não posso deixá-lo ir novamente - falei ouvindo os batimentos cardíacos dele

- E eu não vou - ele me apertou- Eu me rendo, você ganhou

Levantei a cabeça para olha-lo, ambos feridos e doloridos, com hematomas em todo o corpo, olhei para sua boca antes de depositar um beijo rápido... abrir os olhos e o vi forçar um sorriso

- Você me beijou na frente de quase todo o ministério, sabe o que isso significa? - ele fala baixo me fazendo olhar para longe onde havia aurores e o próprio ministro

- O quê significa? - Perguntei sem tirar o olhar das pessoas que olhavam a cena

- Que você me ama - ele fala passando a mão no meu cabelo me fazendo sair de cima dele e deitar ao seu lado

- Isso é bom não é? - olhei para ele - Por Merlin que dor - toquei na costela 

- Isso sim, só não vai ser quando te prenderem e vasculharem sua mente mais tarde - ele sorriu

Fiquei em silêncio, ele tinha razão, iriam vasculhar a minha cabeça

- Sabe o que veio na minha cabeça agora? - ele sussurrou

- Bem que eu queria poder ler sua mente - respindi observando o ministro andar em nossa direção

- Eles vão me ver sem roupa- Ele riu- Que estranho

- Gellert como você consegue ser assim até em momentos como esse?- Falei em tom elevado - Por Merlin, que pensamento indecoroso 

Ele ficou em silêncio com um sorriso de canto

- Eu vou esconder minhas lembranças - virei para olhar o céu- Faça isso também

- Obviamente - ele respondeu rápido

- poderia estar lendo um livro sentado no chão de algum cômodo de nossa casa e você dormindo no meu colo enquanto acaricio seus cabelos  - Ouvi ele rir e olhei para ele

- Isso seria algo que faríamos  anos atrás  - ele me olha - mas eu gostaria muito

- Alvo Dumbledore e Gellert Grindelwald levantem suas mãos por favor- Ouvimos a voz do ministro

- Ok - respondi levantando as mãos e Gellert fez o mesmo

- Eu me rendo - Gellert faz um gesto com a mão trazendo a varinha de volta - Se quiser a bandeirinha branca eu  faço  - ele olhou com um sorriso de deboche para o ministro que apenas olhou para os aurores.

-Você não estar em boas condições para usar sarcasmo, Gellert Grindelwald - Ouço o ministro enquanto uma mulher ajudava a  me levantar

Sentir uma sensação estranha e olhei para o céu observando uma grande fênix cada vez mais baixa

- Uma fênix sempre aparecerá quando um Dumbledore precisar- sussurrei observando ela pousar ao meu lado

Ela era magnífica, irradiava calor mas não era um calor que ardia e sim que me fazia me sentir jovem novamente, as dores que eu sentia naquele momento em particular cessaram rapidamente

- Dumbledore- Ouvi a voz de Newt e dirigir minha atenção para o homem que me abraçou

- É sempre muito bom te ver meu amigo- Falei o apertando- Obrigado pela ajuda

- Eu disse que saberia se você precisasse - ele respondeu olhando para o meu bolso que se abria

- Ah veja só ele ainda estar aqui comigo -respondi olhando o pequeno tronquilho sair e andar até Newt

- Vejo que ganhou uma bela fênix- ele apontou para a ave

- Sim - respondi- Uma bela fênix mesmo

- Ei, ei, aí  - Gellert tenta morder a mão de um dos aurores - Devagar, ok? Meu corpo dói

Olhei para os dois homem prendendo Gellert

- Dumbledore - Ouvi o ministro e o encarei indo até ele

- Para onde vão levá-lo? - falei olhando para Gellert sentado no chão cercado de aurores com suas varinhas apontadas para ele

- Ele vai provar do próprio veneno, vamos levá-lo para Nurmengard e nos certificaremos que ele não vai persuadir mais ninguém

- Não será preciso- Respondi apertando a gravata - Ele já teve o que queria

- Não se preucupe...o que aconteceu aqui não irá sair do ministério, somente a sua vitória sobre Grindelwald

- Obrigado - respondi o olhando - O quê aconteceu com o garoto portador do obscurial?

- Conseguimos o acalmar quando uma mulher apareceu- ele olhou Gellert- Parece que ela era muito importante para ele

- Nagini- Falei lembrando a mulher que veio com Newt a Hogwarts

- Ele está sobre proteção do ministério

- Tem notícias de Nicolau Flamel? Gellert deve te-lo torturado

-Flamel apareceu depois que vocês dois aparantaram, ele ajudou a conter os seguidores de Gellert e o obscurial

- Ótimo- respirei fundo- Marque uma conversa minha com o garoto, preciso contar algumas coisas

- Tudo bem - Ele me encarou

- Eu preciso de alguns minutos sozinho com  Grindelwald - Olhei para ele

- Não demore - Ele fez um gesto para os aurores que se afastaram de Gellert

- eu vou visitar você em Azkaban - Falei me aproximando de Gellert

- Graças a Merlin não vou para aquele lugar  imundo -  ele olha para o chão  - Eu vou estar em casa de qualquer maneira

- Irei visita-lo sempre que eu precisar bater em alguém  - Respondi e ele sorriu

Ficamos em silêncio e observo ele olhar para o colo onde a varinha apareceu flutuando

- A varinha é sua Alvo - Ele me olha enquanto pego a varinha - Fique com ela e jamais cometa os erros que cometi

Olhei a varinha por cada detalhe

- Como conseguiu?

- Eu descobrir um jeito dela pertencer a outro dono sem ser matando o antigo ou algo parecido

- Me conte - olhei para ele que sorriu

- Não - ele respondeu rápido

- Eu vou descobrir de qualquer forma - respondi olhando os pequenos cortes no seu rosto - Vem cá, deixa eu resolver isso - passei minha mão por cima dos ferimentos vendo eles sumirem - Vamos testar a varinha agora - apontei a varinha no seu peito enquanto ele me encarava - Estar se sentindo melhor? - observei ele concordar com a cabeça

- Eu lamento que tenha que acabar assim - Ele suspirou  - Você sempre foi melhor do que eu, acho que se você desistisse de verdade de nós dois eu teria o matado

Franzi o cenho tirando a varinha do seu peito e a guardei

- Você não conseguiria - sorri sustentando meu olhar no dele

-Quem sabe - Ele levantou a sobrancelha

Me sentei ao seu lado e observamos as ondas

- Você irá voltar para Hogwarts?

- Sim... lá é minha casa

- O quê aconteceu com Aberforth?

Olhei para os meus pés

- Eu e ele nos distanciamos muito mas temos contato quando é realmente preciso

- Nunca gostei dele - ele dá de ombros

- Saiba que é recíproco - olhei para ele

- Eu sei - ele sorriu de lado e passei o braço por volta do seu pescoço o trazendo para mais perto

- Você realmente vai me visitar?

-Sempre que eu conseguir- Respondi e ouvi ele respirar fundo

- Isso é relaxar? - ele me fez franzi o cenho com a pergunta

- Considere que sim - respondi vendo os aurores vim em nossa direção- Isso vai ser descansar

- Então eu acho que estar tudo bem

- Agora estar - respondi passando a mão no cabelo dele me dando um sorriso curto

Agora estar tudo bem...

[...]

Eu, Alvo Dumbledore cometi muitos erros em vida mas aprendi lições valiosas com eles. Continuei visitando Grindelwald em sua cela, a mais alta de Nurmengard... Líamos alguns livros ou conversávamos como antigamente, ele sempre foi um bom ouvinte e eu só o deixei sozinho quando tive que seguir um plano que ele não tinha conhecimento, ele sentiu o momento que eu partir assim como eu sentiria se ele fosse primeiro que eu.

Gellert Grindelwald passou anos naquela cela escura que ele havia criado para prender seus inimigos, enfim ele morreu quando a criança que resgatei se tornou algo incrivelmente ruim superando até mesmo a mente dele.

Grindelwald já esperava Tom aparecer na sua cela pois teve uma visão, se recusou a dar informações sobre a varinha das varinhas que estava junto ao meu corpo em Hogwarts e morreu por isso, mas ele não perdeu a chance de brincar com Tom, ele realmente era alguém corajoso.
Prefiro acreditar que Gellert fez isso pois se arrependeu de tudo que ele fez, sim eu prefiro acreditar nisso.

Esperei ele por 1 ano embaixo da árvore que ficávamos em Godric's Hollow e em um dia de Sol e céu azul ele apareceu, peguei sua mão a segurando firmemente e caminhamos para a próxima aventura, pois para uma mente bem estruturada, a morte é apenas uma aventura seguinte.

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