História Promete? Prometo. - Capítulo 3.

Já estava no último turno. Alexy e Rosalya conversavam baixo nas carteiras a minha frente. Preferi me manter na minha. 

Deitei minha cabeça na carteira, sob meus braços. Cenas do acidente ressurgia em minha mente, um sentimento ruim me corroía, mas fui tirada a força de meus pensamentos com uma bolinha de papel jogada em minha direção, acertando minha cabeça. 

Resmungo irritada, olho para os lados e vejo Castiel apontando para a bolinha. Assim que desamassei a folha, encarei uma pequena mensagem.

"O que houve? Parece desanimada. Lysandre ainda não se lembrou de você?"

Antes mesmo de poder escrever uma resposta, o sinal do colégio indica o término das aulas.

— Finalmente. — resmungo. Arrumo meus materiais, enfiando de qualquer jeito na mochila. Castiel me esperava encostado na batente da porta. Passei pelo garoto, parando em sua frente. 

Castiel: — Você está péssima garota. — riu.

— Castiel, não tá ajudando. — cruzei os braços sobre o peito, visivelmente irritada.

Castiel: — Não disse que iria te ajudar. — sorriu sarcástico.

Me afastei do ruivo, indo em direção a saída. 

Castiel: — Espere. — agarrou meu pulso. — Eu sei que você está passando por um momento difícil, não vou dizer que entendo o que está sentindo, pois nunca passei por isto... Mas não perca as esperanças. Ele irá se lembrar de você. Ele só precisa de um tempo.

— Quanto tempo ele precisa? 1 dia? 1 mês, 1 ano... Castiel, eu não vou aguentar esse peso por muito tempo...

Castiel: — Lysandre é um peso pra você? — arqueou as sobrancelhas.

— Ele nunca vai ser um peso pra mim, Castiel. Você mesmo disse, tu nunca passou por isso, você não sabe como eu me sinto. Me sinto tão sozinha, tão perdida. E é tão ruim se sentir assim, é tão deprimente. Ás vezes sinto que não faço falta pra ele, não faço diferença na vida dele, ou que tudo que vivemos foi uma mera ilusão. Isso dói, dói demais. Queria ser fria como uma geleira, não sentir nada. Mas eu sinto, eu me importo e é horrível. É tão angustiante se sentir sozinha, é tão angustiante precisar de alguém. Tento buscar saída, mas tudo parece estar escuro em minha vida... — pausei. — Tudo foi perdido, dando o lugar para outras memórias, aonde eu não estou inclusa. E essas memórias me machucaram de uma forma que não vai cicatrizar... — pude sentir meu rosto molhado. Eu estava chorando na frente de Castiel. — A última coisa que eu nunca achei que iria acontecer é desabar na frente das pessoas, eu tinha medo disso, e agora não tenho mais controle sobre nada. Eu nunca achei que eu ia chegar nesse estado, nunca. 

Um silêncio se estabeleceu entre nós. Castiel me encarava estático, enquanto eu limpava as últimas lágrimas em meu rosto.

Castiel: — Para uma amiga, você está bem abalada. Tem algo a mais entre você dois...

Suspirei, irritada:

— Adeus Castiel.

Caminhei até a saída, então peguei o caminho para casa, mas sinto meu corpo sendo puxado para trás.