1. Spirit Fanfics >
  2. Promiscuous (Jeon Jungkook) >
  3. 0.5: Jealousy, jealousy.

História Promiscuous (Jeon Jungkook) - 0.5: Jealousy, jealousy.


Escrita por: shwutup

Notas do Autor


• 3 capítulos em 1 semana? isso mesmo, mores!! como vocês estão gostando da fic e demonstrando isso através dos comentários e favoritos, acho que vocês merecem uma recompensa...

• esse capítulo está bem [spoiler] 🔥🔥[spoiler] e é um dos meus favoritos até agora, espero que gostem <3

• o capítulo foi revisado, mas pode conter erros!!

• boa leitura! 🖤

Capítulo 5 - 0.5: Jealousy, jealousy.


“ — Garota promíscua, podemos ser discretos. Abaixe sua guarda, ninguém precisa saber.


— Garoto promíscuo, que tipo de garota você acha que eu sou?


•••


Cassandra ‘Cassie’ Adams


Você está linda, até demais…

O que eu estava usando foi tão fascinante assim? Solto uma risada, balançando a cabeça enquanto descasco as batatas para o jantar. 

Talvez seja a carência. Ele está longe da minha mãe a pouco tempo e qualquer coisa mais ousada parece interessante. Jungkook precisa saciar essa carência urgentemente.

Mas a verdade é que...adorei ouvir isso. Por que eu quero que ele goste tanto de mim? E por que o bar era o último lugar onde eu queria estar na noite passada quando percebi que ele estava lá também?

Olho para cima e o vejo no quintal através da janela. Ele apara a árvore perto da cerca que separa seu quintal do do pequeno campo até outra casa, segurando um longo e portátil cortador que se estende até os galhos altos. Comentei que não tem luz solar suficiente que alcança o jardim, então ele decidiu resolver o problema. Sem que eu nem tenha pedido. Foi reconfortante acordar logo cedo, quando ainda estava escuro, ser a única pessoa em pé  na cozinha com o meu café e assisti-lo trabalhar, concentrado demais em deixar tudo perfeito. 

Tudo está começando a parecer familiar e caloroso aqui. Como um lar.

Afundo na casca de batata, com força e um pouco de brutalidade. Típico. Eu sempre me apego a coisas que não são para sempre. O apartamento que morei com minha mãe, os poucos namorados que tive, a breve relação com o meu pai, o desejo de ter uma casa minha...Eu me surpreendo com o quão absolutamente lamentável eu continuo sendo. Enfio a faca na tábua de cortar e retiro mais algumas batatas da bolsa.

E, para piorar as coisas, não consegui parar de pensar na noite passada o dia todo. 

Jungkook estava lindo, vestido como um bad boy dos anos 80, mas esse estilo combina tanto com ele que não pareceu forçado. Quando o encontrei no banheiro, fiquei receosa. Achei que ele não iria gostar do meu péssimo hábito de fumar e provavelmente ia criticar a forma como eu estava vestida, mas ele me acolheu, ou melhor, as suas poucas palavras me acolheram. Ele chegou tão perto que, por um segundo, pensei que poderia beijá-lo. 

Meu coração vibra, e eu sorrio e então franzo a testa, confusa com os meus pensamentos. Quando minha mãe anunciou que estava em um relacionamento sério, jurei detestá-lo, jurei que ele era um filho da puta, mas como pude chamá-lo de coisas tão cruéis por tanto tempo? Ele me faz feliz. 

Quando Jessica voltar, vamos ter uma boa e longa conversa. Preciso confessar os pensamentos que estou tendo ultimamente. Preciso ser honesta com a minha mãe e comigo mesma. Nunca terei nada com Jeon Jungkook.

Descascando outra batata, vejo-o pelo canto do olho, movendo-se lá fora e tento me conter, mas olho de qualquer maneira.

Erguendo os braços, ele tira a camiseta azul-marinho e a joga em uma das espreguiçadeiras, pegando o cortador de novo.

Por um momento, fico congelada. 

Sua pele parece morna e suave, os músculos de seu estômago e os tendões tensionando nos antebraços pressionam contra a pele, mostrando por quanto tempo e o quão pesado trabalhou na vida. O suor brilha no pescoço e nas costas, e posso ver as ondulações dos músculos ali. Mesmo com as tatuagens.

Pernas compridas em um short preto, que vai até metade das coxas bem malhadas, e por ser uma peça um pouco justa e graças aos seus movimentos, o shorts deixa boa parte de sua bunda...Ah, céus! Molho os lábios enquanto afasto os olhos de sua bunda e olho para o seu tronco.

Todos os músculos se flexionam conforme corta galho após galho, e tudo o que consigo fazer é respirar fundo e em ofegos enquanto admiro até mesmo como suas mãos agarram com força os galhos. 

  

— Ah, isso é como estar no paraíso! 

Pisco e sacudo a cabeça, olhando para frente. Claire, que neste exato instante está concentrada demais em observar o meu padrasto ao invés de continuar focada em preparar o molho para o ravióli. 

— Ei, eu tô aqui, ok? — resmunga Hoseok, o namorado da minha amiga — Eu tenho tudo isso e um pouco mais. 

— Não, não. Sem chances! — é a vez de Aretha se manifestar, surgindo na cozinha com uma garrafa de vinho na mão — Trouxe para nós. Merecemos apreciar esse show com algo digno… — ela está parada ao lado da ilha, com um antebraço plantado no balcão, inclinando-se casualmente com uma expressão divertida no rosto.

Uma vez ao mês, eu e meus amigos costumamos nos reunir para um jantar, onde todos nós cozinhamos e depois passamos boa parte da noite conversando. Obviamente, o lugar escolhido foi a casa do meu padrasto — pedi a sua autorização, é claro, mas se eu soubesse do seu showzinho, nunca teria convidado meus amigos para cá. 

Volto para minha tarefa, o coração martelando nos ouvidos.

Já é ruim o suficiente cobiçar alguém certamente proibido para mim, mas tinha que ser eles a me pegarem no flagra?

— Nunca te vi olhar assim para outros caras — continua Aretha. 

Hoseok e Claire não fazem noção do que está acontecendo, então ambos apenas observam, ansiosos. 

Decido cortar o mal pela raiz.

— Assim como? — digo brava — Pare de tentar começar com essa merda.

Ouço seus passos no chão conforme ela se aproxima e para ao meu lado na pia. Olho de relance para Jungkook e vejo que ele ainda está trabalhando.

— Vocês dois estão ficando bem à vontade aqui — provoca, pegando um abridor de vinho, enquanto meu amigo pega algumas taças — Ele trabalha no quintal. Você, na cozinha. Parecem um casal.

— Aretha tem razão. Porra, vocês parecem estar vivendo uma vida de recém-casados! — é a vez de Claire por lenha na fogueira. 

— Calem a boca. Sou jovem demais. Ele não deve nem notar que eu estou aqui.

— Cassie, não seja burra! — rebate Aretha, girando e inclinando-se para mim — Você é uma garota nova e gostosa vivendo sob o mesmo teto, e sabe que ele pensou nisso. Pode ser o seu padrasto mas também é homem — ela se vira, olhando pela janela e dando uma conferida nele — E um belo espécime masculino também.

— Eu sou filha da namorada dele. 

Isso mesmo, Cassandra. É exatamente isso que você deveria ter dito a si mesma quando estava olhando para ele há um minuto.

Mas minhas amigas apenas dão de ombros.

— O que o deixa ainda mais gostoso — completa Hoseok, servindo para nós quatro o vinho nas taças que encontrou no armário bem atrás de mim — Um romance proibido. Padrasto e a sua enteada, apaixonados um pelo outro e com uma grande tensão sexual. Venderia bem. 

Balanço a cabeça. Não vou mais falar desse assunto. Eles estão convencidos de que eu estava secando o meu padrasto, e eles vivem de malícia. Não vou alimentar isso.

— O que vocês querem falar sobre o meu aniversário? — mudo de assunto assim que posso, e mesmo o meu aniversário não sendo o meu assunto favorito, é bem melhor do que falar sobre Jeon Jungkook. 

— Vi a previsão do tempo hoje de manhã. Sexta-feira, no seu aniversário, vai fazer um sol típico de verão — Claire se pronunciou, entendendo a minha necessidade de falar sobre outra coisa — E o seu padrasto tem uma piscina. Dois mais dois é quatro, Cassie. 

— Espera, vocês querem fazer uma festa na piscina? — os três concordam, balançando a cabeça como esquilos — Não, gente. Desculpas, mas sem chances. Se vocês insistem, podemos ir para um bar ou fazer algo simples no The Hook, mas não vou dar uma festa na casa que estou morando de favor. 

— Cassie, ele não é um velho ranzinza! Tenho certeza que ele irá deixar. Apenas alguns amigos, cervejas e músicas. O que tem demais? — Hoseok argumenta, bebericando o vinho.

Não é muito normal as pessoas não gostarem de seus aniversários. Eu não detesto o meu aniversário, alguns anos, quando me sinto bem, me permito comemorar, mas a verdade é que essa data sempre me trás à tona momentos não muito bons da minha infância. Quando eu era pequena, meu pai ainda tentava me visitar nos meus aniversários, mas sempre acabava em uma briga, seja entre meu pai e minha mãe, ou com minha avó, meus tios…Foram poucas as vezes que tive uma festa de aniversário — e pouquíssimas não terminaram em briga. 

A última festa de aniversário que tive foi aos dezesseis anos. Meu ex-namorado fez uma festa para metade da escola em sua casa. Foi nessa noite que bebi pela primeira vez e foi a noite que perdi a minha virgindade. Lembro-me de poucas coisas daquela noite pois estava sob o efeito do álcool, mas é impossível me esquecer das viaturas chegando na rua e dos policiais invadindo a casa do meu ex. Naquela noite, dois alunos da escola, que eu mal conhecia, foram presos por tráfico de drogas nos campus da universidade.

Depois dessa noite, meus aniversários não passaram de comemorações no La Massa, a pizzaria da cidade, ou uma noite de cervejas no apartamento de Hoseok. Na sexta-feira, 18 de fevereiro, vou completar vinte anos. Uma festa não estava em meus planos, principalmente com esse turbilhão de coisas acontecendo, mas após muita insistência, reconheci que esse ano eu mereço comemorar o meu aniversário de uma forma melhor, com uma festa de verdade, sem pizzas e cervejas. 

Mas uma festa na piscina de Jeon Jungkook? Sem chances. Estou aqui há três dias. Essa não é a minha casa e não posso fazer o que bem entender. 

— Cassie, por favor, conversa com ele! — implora Claire, unindo as duas mãos gorduchas como se estivesse em uma oração. Os fios ruivos do seu cabelo caem em seu rosto, mas ainda posso ver muito bem o seu olhar de cachorro pidão — Serão poucas pessoas. Apenas bebidas, sem drogas e sem sexo dentro da piscina. E o cara nem tem vizinhos! Não precisamos nos preocupar com o som alto. 

— Melhor não. Jungkook gosta de privacidade e uma festa no seu quintal não é o melhor exemplo de privacidade — outra vez, corto as asinhas dos meus amigos e enterro suas expectativas a sete palmos do chão — Pensem em outro lugar, ok? 

— Cassie… — Aretha sorriu, balançando a cabeça de um lado para o outro, em um claro gesto de negação — Você desistiu antes mesmo de tentar. Vou conseguir autorização para essa festa em menos de cinco minutos. 

— Aretha, não! — quase gritei, mas já era tarde demais. 

Aretha deu o último gole no vinho e saiu da cozinha. 

Permaneço no fogão, fingindo verificar o fogo, mas minha mão aperta no acendedor, medo me revirando por dentro.

A próxima coisa que ouço é a porta de trás batendo contra o batente, e dou um pulo, vendo que ela saiu da cozinha.

Filha de uma…

Ando até a pia, espio pela janela e vejo Aretha andando pelo gramado até onde Jungkook está trabalhando. Ela me lança um olhar por cima do ombro como se soubesse que estou observando. Ela sorri e eu faço cara feia.

Ele nota sua aproximação e olha para ela, desligando o cortador, e vejo quando ele a escuta, provavelmente se perguntando por que ela o está incomodando.

Talvez ele esteja querendo saber o que ela quer, quero dizer.

Ela cruza os braços, arrastando os pés um pouco, dando a impressão de humildade, e eu sacudo a cabeça, porque Aretha não é humilde. Nem um pouco. Só muito boa em ler as pessoas. Ela sabe que ir com muita sede ao pote irá assustá-lo.

Depois de um momento, ela toca o braço dele e quase não respiro enquanto a vejo inclinar o pescoço, inspecionando a tatuagem dele. Então, rapidamente, ela se endireita e levanta o braço, mostrando a enorme tatuagem na lateral de seu torso.

Ele observa enquanto ela levanta a regata branca e as alças do sutiã, e me decepciono por completo, esperando que ele fique vermelho de vergonha ou pareça desconfortável, porque estar desconfortável é uma coisa natural de Jungkook, mas ele não faz isso. Ele a observa enquanto ela fala animada e empolgada, e de repente, ele sorri, seu corpo treme com a risada do que quer que ela esteja dizendo.

A garganta se fecha e não me sinto bem. Ele continua olhando para ela. Seus olhos praticamente não a deixaram desde que ela se aproximou. 

Ele a quer? Ela o excita?

Aretha é uma mulher linda. Sua pele negra reluz na luz vinda do pôr do sol, enquanto seu corpo é de uma mulher de verdade — um corpo que nunca terei — com seios grandes, cintura bem modelada, um belo quadril e coxas que, apesar de grossas, não se tocam. É claro que ela desperta algum tipo de sentimento em Jungkook. Ela é linda e ele, como meus amigos ressaltaram, é homem, apesar de tudo. 

Céus, eu estou com ciúmes! 

Não, não estou com ciúmes! Quero dizer, quero que ele goste dela, só que não a queira. Não é certo, Jungkook namora com a minha mãe, ele é apaixonado por ela. Para ele, Aretha é apenas uma bela mulher, que merece ser admirada. Apenas isso, nada demais. 

Além disso, Aretha nunca vai gostar dele. Ele é muito tenso. Muito chato, na verdade. Minha amiga gosta de homens de caráter duvidoso, daqueles que vivem como se não houvesse amanhã e não se preocupam com as consequências de suas ações. Um dia morando com Jeon Jungkook e Aretha Jones estaria arrancando seus olhos. 

Fecho os olhos, sentindo um peso de cinco toneladas nos ombros.

Ela vira e começa a pegar galhos do chão, e ele volta a aparar, os dois trabalhando juntos numa sintonia feliz. Mas eu a vejo virar a boca para mim com um sorrisinho arrogante.

Leva um momento para registrar o que ela disse.

Ele disse sim.”

Jungkook olha para trás, mais especificamente para mim, e abre um largo sorriso, acenando para meus amigos que também o observam na mesma intensidade que eu estou observando-o. 

Aretha acena para Jungkook, sorrindo como uma menininha que acabou de ganhar um presente de natal, e caminha de volta para a cozinha. Não posso evitar o rosnado que me escapa quando ela entra no cômodo outra vez. Enquanto Claire e Hoseok comemoram juntamente com Aretha, eu tenho vontade de me enterrar viva e nunca mais olhar para nenhum deles, nem para Jungkook, que deve estar pensando que sou a porra de uma folgada. 

— Seu padrasto quer falar com você, Cassie — sussurrou minha amiga mais velha. Com cuidado, ela aproxima as mãos do meu cabelo, livrando-o do rabo de cavalo desajeitado que eu estava usando. Ela ajeita o meu cabelo com agilidade, repartindo-o no meio e pondo alguns dos fios rebeldes atrás da minha orelha — Você fica muito mais bonita com o cabelo solto. Agora vai lá e fala com ele — sussurrou outra vez, dando um tapinha na minha bunda. 

Mesmo estando com cada célula do meu corpo queimando de raiva, obedeço a ordem da minha amiga. Abro a porta de vidro e piso na grama com meus pés descalços. Por estar usando um short jeans e uma blusa de mangas curtas, posso sentir a brisa fria da tarde me envolver, arrepiando cada pedacinho do meu corpo. 

Jungkook está apanhando alguns galhos que ainda restaram, jogando-os em um enorme saco de lixo preto. Eu espero por ele, não quero atrapalhar mais do que estou atrapalhando, então permaneço parada, observando-o enquanto faz o seu serviço. Ao terminar, ele se vira, finalmente me encarando. Um sorriso tímido e sem mostrar os dentes surge em seu rosto corado e suado graças ao trabalho duro. Nem imagino como ele deve estar cansado.

— Jeon, me desculpe pela minha amiga. A ideia da festa na piscina é loucura, essa é a sua casa e não quero te incomodar. Esqueça tudo o que ela disse, ok? Foi um erro — falo e falo sem parar, envergonhada demais para olhar em seus olhos.

E também um pouco intimidada. É difícil olhar para Jungkook quando ele está sem camisa. 

— Por que você não me disse que o seu aniversário estava chegando? — perguntou, ignorando todo o meu discurso de segundos atrás.

Pela sua expressão, posso ver como ele ficou chateado. Ele está chateado com isso? 

— Desculpa? — eu devo me desculpar por isso? — Eu não sabia que aniversários eram tão importantes para você. 

— Geralmente, eles não são… — riu fraco, levando a mão até a nuca, apertando o local, como se tentasse aliviar a tensão de seus músculos — Mas o seu aniversário é importante. Eu deveria saber, assim poderia ter organizado uma boa festa. 

Esse cara é inacreditável. Organizar uma festa para mim? Me pergunto se Jungkook realmente se importa comigo ou só está fazendo isso para agradar a sua namorada. Jungkook é um homem reservado, e apesar de ser um dos caras mais bonitos que já conheci, tenho que admitir: ele é mais um viciado em trabalho. Mesmo estando na sua própria casa, podendo desfrutar de todo o conforto que esse lugar lhe oferece, Jungkook prefere trabalhar, seja lavando a louça, fazendo projetos ou cortando galhos de uma árvore.

Homens como Jeon Jungkook não se preocupam com festas de aniversário — e, pela minha experiência, eles as detestam. 

— Jeon, não precisa se incomodar, de verdade! — pedi, aproximando-me dele com mais alguns passos — Sei como você gosta de privacidade e de tranquilidade, não quero desrespeitar isso.

— Cassandra, você tem trabalhado tanto nos últimos dias. É apenas uma festa de aniversário e você merece, ok? 

Olho para trás, vendo os meus amigos nos observarem com expectativas transbordando em seus olhos. Eu sinto que, de uma forma ou de outra, essa festa será mais para os convidados do que para mim. Eu gosto de festas, acho difícil existir algum ser humano que deteste algum tipo de festa ou celebração entre amigos, mas não sei como aproveitá-las. Sempre fico receosa, com medo de ultrapassar os limites e que algo ruim aconteça — não só comigo, mas também com as outras pessoas. 

— Bem, então acho que essa será a primeira festa que vai acontecer aqui… — digo, voltando a observá-lo. Jungkook abre um largo sorriso, comemorando minha decisão com socos no ar. Acho que nesses doze meses em que ele está com a minha mãe, nunca o vi tão animado com alguma coisa, nem mesmo com as propostas românticas da sua namorada — Obrigada, Jeon. Prometo que não vou deixar eles destruírem sua casa. 

— Ah, esse é o menor dos problemas — ele dá de ombros — Eu vou comprar tudo o que precisar, certo? As bebidas, comidas, e seja lá as coisas que são necessárias para uma festa — eu estava prestes a recusar, mas acho que Jungkook me conhece bem, muito bem aliás, e é rápido em por balançar a cabeça em negação — Se você recusar, vou ficar chateado. É um presente, aceite. 

— Tudo bem… — murmurei, envergonhada e encantada ao mesmo tempo — Obrigada, de novo. 

Jungkook vai até a espreguiçadeira, pegando a sua camisa e pondo-a em um dos ombros. Ele vem até mim, com um sorriso no canto dos lábios, prestes a tramar alguma coisa. 

Ou melhor, ele está tramando algo.

— Não me agradeça ainda — sussurrou, pondo uma das mãos em meu ombro enquanto caminhávamos de volta para a casa. Seu rosto estava próximo ao meu, lindo e apaixonante como sempre, sem qualquer tipo de imperfeição. Alguns fios do seu cabelo preto bagunçado estavam molhados graças ao suor, mas isso não me incomodou ou me deixou com um pouco nojo, como sempre acontece com outros caras. Até suado e exausto, Jeon Jungkook parecer ser de outro mundo — Esse não é o meu único presente, Cassandra, mas eu garanto que os outros serão bem melhores. 

Outros presentes. As poucas palavras não teriam me impactado tanto se não fossem acompanhadas por um sorriso malicioso, mas também carregado de arrogância. Nada bom para minha imaginação fértil. 

Ele entrou na casa pela porta da lavanderia, enquanto eu segui para a cozinha outra vez. Eu estava com um turbilhão de pensamentos e todos apenas serviram para me distrair. Durante o jantar com meus amigos, eles debatiam como a festa deveria ser, o que deveríamos fazer e quais seriam os convidados. Não ouvi muita coisa, apenas balancei a cabeça e concordei tantas vezes que meu pescoço ficou dolorido. 

Me afundei no vinho. Beberiquei a bebida escura e amarga o tempo todo, alternando entre garfadas na comida e goles no álcool. Jungkook não nos acompanhou no jantar, mas surgiu na cozinha duas vezes, para pegar café e beliscar alguma coisa. E, todas as vezes que ele esteve aqui, eu o observei, sentindo algo percorrer o meu corpo, uma sensação que já senti algumas vezes, mas sinto que nunca poderei descrever. 

O relógio digital na parede da sala marcava 20:30 quando Claire e Hoseok foram até o seu carro, após um longo e apertado abraço de despedida. Aretha ainda estava ali, com seus braços ao redor do meu corpo. 

— Sabe, você não estava brincando quando disse que o seu padrasto é um sonho — sussurrou, prolongando aquele abraço.

— Esquece, Aretha. O cara pode ter todas as qualidades do mundo, mas nem eu, e muito menos você, vamos ter algo com ele — falei entredentes, afastando-me do seu abraço. 

Aretha apenas sorriu, levando uma das mãos até o cabelo, afagando os próprios cachos. 

— A sua mãe está longe, e dá para notar que ele está louco por uma transa. Se você não vai fazer isso, eu posso tentar — deu de ombros — Acho que eu dou conta dele, e com certeza ele sabe lidar com as vontades de uma mulher. 

Ela não esperou por uma resposta. Apenas virou-se e caminhou para fora da casa, sem olhar para trás um segundo sequer. Fecho a porta com força. Desgraçada. Ela não fará nada. Acha que eu gosto dele. Ela está só tentando me irritar. 

Afasto a gola da camiseta do meu corpo, cada centímetro de pele me incomoda. Preciso de um tempo. Saio da sala e subo as escadas. Entro no meu quarto e pego uma roupa de dormir limpa na gaveta e logo em seguida sai, andando pelo corredor até o banheiro.

Andando pelo corredor, passo pelo seu quarto. A porta está aberta, e vejo sua cama daqui, a cabeceira contra a parede assim que caminho até seu quarto. Toda vez que passei por aqui para tomar banho, me senti esquisita. Não fuço, mas é tentador.

Sua cama está sempre arrumada. Alguns cobertores estão jogados às pressas de qualquer jeito na cama, mas não consigo deixar de me sentir um pouco surpresa. São poucos os homens que eu conheço que arrumam a cama. Se não fosse por Claire, o quarto qhe ela divide com Hoseok seria um chiqueiro.  

Fechando a porta do banheiro atrás de mim, eu a tranco e entro no chuveiro, abrindo a água. Coloco as roupas na pia e me dispo, tirando uma toalha da prateleira e pendurando-a no gancho do lado de fora do chuveiro.

Ainda estou com ciúmes? Balanço a cabeça, me sentindo irada de novo quando entro no chuveiro e fecho a porta de vidro.

Não sou ciumenta. Só não quero vê-la o controlando como eu sei que é perfeitamente capaz de fazer. Muitas coisas são apenas um jogo para Aretha, e ela esconde suas inseguranças por trás do comportamento volúvel e do sarcasmo. Sei que ela nunca irá tentar ter algo com Jungkook, porque ele é um homem comprometido, e também porque acho que ela ainda tem um pouco de respeito por mim. Ela sabe como eu ficaria chateada, tanto por minha mãe, mas também por Jungkook. Eu o conheço e sei que ele não é como ela.

Ele precisa de alguém calmo. Alguém que sabe como mantê-lo calmo. Alguém que pode envolver os braços por seu pescoço e fazer o resto do mundo desaparecer.

Deitando a cabeça para trás, molho o cabelo e fecho os olhos, sentindo o calor da água cair nos ombros e pescoço. Arrepios se espalham pelos braços e a cabeça de repente nada no prazer do calor. Virando, me endireito e encosto na parede atrás de mim conforme coloco o cabelo para trás.

Minha barriga gela. Se Jessica não estivesse na jogada, se ela nunca o conhecesse ou se não fosse a minha mãe, e Jungkook entrasse no bar uma noite qualquer e sentasse em um banco e conversasse comigo...Eu ia gostar dele. Eu ia gostar muito dele.

Eu ia querer ele.

Aperto os olhos com mais força. Meu Deus, meus amigos estão certos. Algo está acontecendo. Vem acontecendo, na verdade. Será que todos perceberam também? Ele percebeu?

Abrindo os olhos, imediatamente vejo um sabonete líquido masculino no suporte à minha frente. Olho rapidamente através do boxe para ver se estou mesmo sozinha, se tranquei a porta e não há chances dele entrar repentinamente aqui, e pego o frasco abrindo a tampa.

Pequenas bolhas de sabão borbulham ao redor da abertura e fecho os olhos, trazendo o sabonete líquido de Jungkook até o nariz. A fragrância inebriante enche minha cabeça e sinto um formigamento percorrer a pele. É um sabonete barato, mas sem frescuras, limpo e me lembra claramente o cheiro dele.

Minha garganta incha como se eu estivesse tomando um gole de água, e eu engulo, me sentindo desapontada que não tem nada lá. Molho os lábios, respirando com dificuldade.

Escondo a realidade em algum lugar no fundo da mente e coloco distraidamente uma gota do sabonete na mão. Levo a palma até o nariz, sinto o cheiro de novo, minha respiração acelera, meus olhos se fecham e meu clitóris lateja na hora.

Esse não será seu único presente, Cassandra. Lembro-me de seu raro e arrogante sorriso que me excitou há pouco tempo. Não queria criar cenários em minha imaginação fértil, me sinto culpada em imaginar que o seu presente pode ser algo extremamente proibido para nós dois, principalmente para mim, mas minha nossa, estou desesperada para ver como ele é com uma garota. 

A mão com o sabonete desce pelo pescoço, desliza sobre a clavícula e lava meu seio e mamilo.  Meus dedos roçam a barriga enquanto me inclino para trás na parede, e deslizo a mão entre as pernas, mordendo o lábio e estremecendo ao toque. Começo a me esfregar lentamente, os dedos fazendo pequenos círculos no clitóris latejante.

— Não — sussurro, abrindo os olhos. — Pare, pare, pare… — ordeno a mim mesma, mas não consigo obedecer às ordens da minha própria consciência. 

Forço minha cabeça a pensar em alguém com quem já estive, algum cara que realmente valeu a pena…

Damon Maxwell

Ele invade minha mente instantaneamente. Os olhos intensos, a pele escura, o sorriso sacana. Eu o mentalizo, por completo. Suas mãos no meu corpo. Seus lábios no meu ouvido. O jeito que ele enterra o rosto no meu pescoço, para que eu nunca possa ver seus olhos.

Ah, Cassie...

Porra, linda, porra.

Você é tão, tão gostosa.

Suas mãos seguram minha bunda e eu esfrego a protuberância com mais força. Mais rápido. Perseguindo o momento que acabei de ter. O orgamo me provoca e quer tanto sair.

Damon — digo, fechando os olhos de novo — Mais forte.

Eu me viro e fico de frente para a parede e me pressiono nela com a minha mão ainda enterrada entre as pernas. Ele está atrás de mim, exigindo. Ele quer foder.

Deslizo um dedo dentro e começo a me mover. Encosto a bochecha na parede, tentando me mover mais rápido para não conseguir pensar. Talvez se for só uma trepada, consigo gozar. Meu dedo está molhado e eu o deslizo para fora e esfrego o clitóris. Quero gozar. Está tão perto. Mas não consigo. Os músculos do meu braço estão tensos e os pulmões doem desesperados por ar.

Mas não gozo. Meus dedos desaceleram e eu exalo, lágrimas ardem nos meus olhos. Mordo o lábio, até doer. 

E então, minha mente nubla e a força de vontade some. Rastejo para dentro da cabeça onde ninguém além de mim pode ver. Minha imaginação fértil e promíscua.

Eu me escondo e cedo, porque ninguém além de mim tem que saber. Naquele momento. Em meus pensamentos sujos e com a pequena fantasia escaldante, eu o quero. Quero ser dele. Nosso segredinho.

Escondido.

Minha garota. Apenas minha — uma nova voz sussurra no meu ouvido.

A voz de Jeon Jungkook.

Seu corpo está atrás do meu agora, maior e mais alto, me prendendo na parede. Sua mão agarra meu cabelo, e ele puxa minha cabeça para trás devagar, inclinando-se para lamber meu lábio com a língua. Gemo.

Ah, isso. Mais alto, amor — provoca, e minha mão se torna a mão dele na minha cabeça quando assume o lugar do meu dedo dentro de mim — Tão boa, Cassie. Tão gostosa…Eu quero tanto te foder.

Mantenho os olhos fechados, sentindo seus lábios, meu corpo inteiro pulsa com uma corrente elétrica ao sentir o gosto de sua boca aquecida e a água do chuveiro caindo em cascata sobre sua pele quente. Consigo sentir seu pau, duro e pronto atrás de mim.

Preciso que faça agora tudo que uma mulher faz — sussurra, envolvendo meus seios pequenos com sua mão, apertando-os com força — Tudo o que uma boa garota faz por um homem. Pode fazer isso?

Faço que sim com a cabeça, ofegante.

— Sim.

Meu orgasmo está se aproximando de novo, meus mamilos pressionam dolorosamente na parede de azulejos, e sinto algo tão bom entre as pernas. Eu o quero. Quero ele em mim. Quero saber qual é a sensação de senti-lo.

Enfio dois dedos em mim, curvando-os até atingir meu ponto sensível de uma maneira que me leva ao limite. Rebolo os quadris para dentro, querendo sentir alguma coisa, porque é ele na minha cabeça e isso é suficiente. Seu cheiro me envolve, sua boca suga meu pescoço, e ele está me erguendo para escorregar dentro de mim. É duro e áspero, suas mãos em meus seios em um minuto e a boca roubando minha respiração no seguinte. Deus, sua língua é gostosa.

O orgasmo está bem lá no fundo, crescendo e aumentando, e o meu padrasto está me fodendo tão gostoso.

Eu gozo, uma onda me cobrindo, e eu grito em silêncio, respirando com dificuldade, mas sem emitir nenhum som. Puta merda. Desmorono contra a parede, quase caindo enquanto estremeço, o orgasmo desliza pelas pernas fazendo meus joelhos fraquejarem. Fecho os olhos e estremeço até que a sensação passa, deixando-me tonta. Quando o chuveiro para de girar e minha respiração volta ao normal, abro os olhos, e uma onda de emoções me atinge.

Sinto vontade de chorar. O que diabos tem de errado comigo? Por que eu faria isso? E com o meu padrasto? Eu... Estou confusa, estressada e em busca de conforto em um homem, porque ele tem sido legal comigo algumas vezes.

Não importa o que aconteça com minha mãe e comigo, Jeon Jungkook está fora dos limites. Há centenas de homens por aí como ele. Ele não é especial. Não pode ser ele. Jamais.

Eu me endireito, respirando fundo. Saio do banheiro e me enxugo com a toalha felpuda, tentando me livrar dos resquícios do cheiro de Jungkook em meu corpo. Visto minhas roupas íntimas e meu pijama, penteio meu cabelo com os dedos, desembaraçando os nós com facilidade, e saio do banheiro, com a toalha branca em meus braços. 

Quando piso no corredor, vejo Jungkook caminhando até o seu escritório, sem camisa e usando uma calça jeans. Ele vai sair para algum lugar? Não me importa. Jeon Jungkook é um homem adulto e é o meu padrasto, ele sabe bem o que faz da sua vida e não é o meu papel me preocupar com cada passo que ele dá. Esse é o dever da sua namorada. 

Vou esquecê-lo. De uma vez.

Entro no meu quarto e me deparo com o meu celular jogado na cama. Sento no colchão macio e pego o aparelho, entrando no aplicativo de mensagens. O contato da minha mãe está fixado. Desde que ela foi embora, liguei dez vezes e mandei em média quinze mensagens, e em ambas as vezes, fui ignorada. Não importa se ela irá ver essa mensagem ou não, mas fazer isso talvez me livre um pouco da culpa. 


Cassandra:

Me perdoe, mãe. Eu errei, muito, mas não vou cometer esses erros outra vez. 


Com a culpa ainda fervendo no meu corpo, abandono a conversa com a minha mãe e busco outro contato. 

O nome de Damon brilha na tela após digitá-lo. Não nos falamos durante os últimos três meses, mas a nossa relação sempre foi assim, uma troca de favores. Quando eu preciso, ele surge em qualquer lugar para suprir as minhas necessidades, e vice versa. 

Mando uma mensagem. Mais do que nunca, eu preciso dos favores de Damon Maxwell. 


Notas Finais


• entãooooo, o que acharam, hein?? senhor, eu fico morrendo de vergonha de postar capítulos assim (mesmo sabendo que vocês amam essas coisas), mas preciso admitir que isso é apenas o começo....🤪🤪

• lembrem-se de favoritar, comentar e adicionar na biblioteca!!

• até o próximo capítulo! 🥃🥀

!!!spoiler!!! o próximo capítulo será narrado pelo jeon....


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...