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História Propício ao Erro - É só uma conversa.


Escrita por: bullshift

Notas do Autor


1200+ FAVS MEU DEUS DO CÉU EU VOU SOLTAR UM PALAVRÃO PORRA BUCETA CARALHO VCS ACHAM QUE ISSO AQUI EH A DISNEY? EU VO CHORA NINGUÉM ME SEGURA EU VO CHORA
vocês são demais, eu não sei como agradecer todo o apoio, os comentários, os tweets, as mps, tudo, sério. quero muito chora :( e encontrei muitos leitores de pae por aí e então, por isso, resolvi criar um grupo para a fanfic, sim? vai ficar nas notas finais, chega lá pra falar comigo <3
boa leitura e perdoem o capítulo mais curto, é que o que precisa acontecer aqui não é muito longo, prestem atenção nas mudanças acontecendo lentamente, obrigada!
boa leitura, boa semana, até as notas finais.

Capítulo 9 - É só uma conversa.


Fanfic / Fanfiction Propício ao Erro - É só uma conversa.

 

Sentia-se angustiado.

— Ele não vai aparecer, Jeon…

Hoseok tentava, pela terceira vez, fazer seu amigo desistir de esperar por Park Jimin durante a reunião. Já era o quarto encontro que faziam entre conselho e os representantes que, de forma não tão estranha, Jimin faltou. Estava óbvio para o Jung: o rosado estava puto, magoado e, no fim, havia mesmo desistido de Jeongguk.

Desde a discussão que aconteceu na porta do quarto de Yoongi as coisas estavam diferentes. Park andava muito mais quieto que o normal e, quando estava com os amigos, ficava carente. Já Jeon apenas parecia cada vez mais confuso. Estava agitado, perdido, agoniado e tentava, o máximo que conseguia, ajeitar as coisas.

Mas era impossível ajustar aquilo tudo.

Até porque ele tentava ajeitar sozinho, sem conversar com ninguém, sem contar tudo o que acontecia dentro de si nem para Hoseok. E uma prova perfeita de que não estava funcionando era aquela reunião onde Jimin não compareceu. Ele estava muito mais ausente na vida de Jungkook do que ele esperava e até mesmo queria. Não via as madeixas rosas em lugar nenhum, os protestos haviam diminuído de quantidade e pareciam escondidos… As coisas estavam realmente bizarras.

Contudo, para não soar injusto, o moreno havia sim conseguido conversar com Jimin. Por um período curtíssimo de tempo, mas havia. Porém, não era como se tivesse adiantado muito, afinal, o representante quase não o respondia e, quando o fazia, era curto e grosso. Jeongguk tentou conversar sobre o jantar, queria mostrar seu lado e tentar fazer Jimin entender que não havia feito por mal, de fato, mas não conseguia.

Jimin mal o olhava e isso estava o deixando extremamente angustiado.

— Quem disse que eu tô esperando ele, Hoseok? — respondeu seu amigo após um tempo pensativo. — Eu só… Estava pensando em algumas coisas.

— Pensando no fato de você estar sendo chato e invasivo. — concluiu, irritado. — Ele não quer saber de você e você, desde sempre, não queria saber dele também. Qual é a diferença agora?

Jeongguk bufou, revirando os olhos antes de se levantar, colocando as mãos no bolso.

— Eu só quero provar que não estou errado. — deu de ombros. — Naquela noite, no jantar, eu não pude fazer nada. Você sabe. O que aconteceria se eu tivesse me manifestado?

O outro apenas girou na cadeira onde estava sentado, o semblante levemente sério ao mesmo tempo com que fitava o amigo.

— Talvez você não estivesse tão confuso quanto agora. Talvez as coisas estivessem mais claras pra você... — respondeu com um leve (muito leve mesmo) sorriso. — E talvez ele…

— Tanto faz, hyung. — interrompeu-o. — Eu vou para o meu escritório, então…

Além de tudo, Jeon estava desanimado.

Quando começou a acreditar que tudo estava se encaminhando, as coisas desandaram novamente.

E ele sabia que possuía certa parcela de culpa nisso, mas não era como se as coisas fossem mudar e, do dia para a noite, tudo ficasse bem. Jeongguk, ao longos das últimas semanas próximo de Jimin, percebeu que aquela situação era muito pior do que aparentava ser. Isto é, alguém teria de sacrificar-se para que ele e o Park pudessem ficar em paz.

Sim, aquela mesma paz que tiveram durante a festa do Belas Artes.

Jogou-se em sua cadeira confortável e suspirou alto, frustrado. Não queria aquela paz, ao menos queria Jimin. Aquilo tudo estava sendo muito pior do que esperava… Além de que, após tudo o que estava passando, Jeongguk começar a travar uma batalha interna. Não havia parado para refletir sobre o assunto ainda, mas sua mente insistia em pensar nos fios rosados e no fato de estarem brigados, o que era péssimo. Não queria pensar naquilo, não queria ao menos se importar.

Jimin era Jimin. Jeongguk era Jeongguk. Ponto.

Ou pelo menos era isso o que deveria ser.

— Senhor Jeon? Com licença. — a secretária entrou, sorrindo. — Seu pai pediu para vê-lo.

É, mas não havia nada que estivesse ruim e não pudesse piorar.

Desde aquele maldito jantar, Jeon e seu pai não haviam ainda conversado sobre os acontecimentos da noite. Quer dizer, tantas coisas estavam acontecendo e não só a faculdade como os negócios de seu pai como diretor estavam tomando certo tempo de ambos. Coisas para assinar, clubes para ajudar… Principalmente agora que Jungkook realmente fazia algo além de sentar-se e ficar observando o tempo passar.

Atravessou os corredores com certa rapidez, mas ainda estava ansioso. Tinha certo receio sobre o que seu pai poderia dizer, afinal, eles ainda não sabiam que fora o próprio presidente do conselho quem convidou Jimin para o jantar tão importante de seu querido pai. O que diriam quando soubessem que ele havia feito algo daquele nível? Ou que, às escondidas, Jeongguk beijava o rosado vez ou outra?

Certo, seria seu fim.

E, de um modo bizarro, o moreno soube disso exatamente ao entrar no grande escritório de Junmi. Seu pai praticamente soltava fogos pela boca e olhos, as mãos hiperativas e nervosas e a respiração tão alta que conseguia ouvir de perto da porta. Encarar Junmi era como encarar o diabo e, bem, Jungkook não gostava nem um pouco disso.

— Sente-se, filho. — o homem pediu, alinhando a gravata enquanto respirava de forma pesada. — Precisamos conversar.

Tanta coisa se passava em sua cabeça que deveria ser possível ver o medo em seus olhos e a frustração no final da garganta seca. Possuía um receio constante de o velho descobrir algo que não deveria ou, no mínimo, duvidar de Jeongguk. Era tudo o que não poderia acontecer.

— O que o senhor queria falar comigo? — questionou meio baixo, tentando soar tranquilo.

— Sobre o jantar da semana passada. — respondeu de forma curta. — Você ainda não descobriu quem convidou Park Jimin?

— Não… Nossos convites são meio informais, então fica um pouco complicado de saber e… — tentava se explicar como se o mais velho houvesse descoberto tudo.

— Eu preciso descobrir quem foi, Jeongguk. — interrompeu-o. — Não é possível que aquele… Aquele garoto tenha entrado em uma festa importante dessas sem muitos problemas. Droga. Sinto pena dos pais dele, na verdade. Deve ser difícil ver um rapaz tão talentoso gastando tempo e neurônios com protestos inúteis e gostando de homens, ainda por cima. — Junmi riu em escárnio, aconchegando-se na cadeira macia. — Fiquei sabendo que após nosso jantar os protestos diminuíram, sabia? Acho que seus amigos deram um jeito naquela bagunça, só que ele já está de volta com essa palhaçada. Ele não cansa de gastar tempo em algum idiota assim?

Queria até mesmo entender o que seu pai dizia, mas sua mente maquinava após descobrir que Jimin havia voltado com os protestos. Ele não fazia ideia, na verdade e, lá no fundo, sentia-se aliviado com a notícia. Pelo menos Jimin estava fazendo o que gostava, mesmo após tudo o que ocorreu e…

— Jeongguk, por que você está sorrindo? — seu pai questionou, fazendo-o voltar a prestar atenção. — Por acaso acha isso engraçado? Acha bom Jimin voltar com essa porcaria de manifestação?

Direcionou os olhos assustados a figura paterna, engolindo em seco antes de ajeitar-se na cadeira, respirando fundo. Apenas uma frase daquelas e Jeon já suava frio, amedrontando-se pelo simples fato de seu pai duvidar de algo.

— Não… Eu só… Achei engraçado. — respondeu atônito. — Quer dizer… Depois que ele apareceu, as pessoas têm ficado menos agressivas quanto a isso. Mas… É engraçado ele não desistir de uma bobagem como essas, não é?

Seu pai o olhava desconfiado, mas parecia ter caído na desculpa em forma de fala. Não que Jungkook apoiasse totalmente o que o rosado fazia, mas… Havia conhecido as pessoas da minoria e, mesmo que não quisesse, havia pego certa empatia. Não era algo que ele conseguia controlar, no final das contas.

Além de que era ótimo ver o modo como seu pai ficava confuso, percebendo que sim, Jimin estava sim mudando as coisas no campus da sua faculdade. Como ele ousava?

— Ainda bem. — o velho concluiu. — Senão eu teria de te ajeitar na base da agressão e, sendo bem sincero, isso não seria legal tanto para mim quanto para você. Sua mãe teria vergonha e eu não te criei para ser fraco, filho.

Aquela mesma euforia que sentiu assim que descobriu sobre os protestos se esvaiu com as palavras francas e ignorantes de seu pai. O moreno pensou imediatamente em seu melhor amigo, Hoseok que, bem… Não possuía nada de fraco. O presidente sentia-se no direito de proteger o rapaz que, de longe, era alguém fraco simplesmente porque também gostava de homens. Como seu pai poderia dizer algo como aquilo sem nem ao menos conhecer as pessoas, de fato?

Sentia-se indignado. Não por si mesmo (não ainda), mas pelos outros.

— Tudo bem, eu já entendi. Não vamos ganhar nada falando da vida dos outros, pai.

E o mais estranho era que antigamente frases como aquelas não o atingiam. Então, mesmo sem controlar, ficou incomodado com aquela situação e, por isso, sentiu-se surpreso.

O que estava acontecendo?

 

(...)

 

Após a pequena conversa com seu pai, Jeongguk estava saturado demais para simplesmente voltar ao escritório. Uma sensação de sufocamento começava a crescer dentro de si e, por isso, decidiu tomar um ar. Tentava ajeitar as ideias na própria mente enquanto planejava seus próximos passos. Queria muito se acertar com Jimin, pelo menos o suficiente para que pudessem voltar a se irritar durante as reuniões.

Sentia falta daquilo.

Todavia, seu orgulho não o permitia ir atrás de Jimin ou qualquer coisa ligada a isso. Queria que o rosado viesse atrás de si, queria que Park entendesse que ele não pode fazer nada durante a festa, afinal, aquilo - infelizmente - era muito maior do que os dois. Maior do que os movimentos ou os preconceitos, o jantar era de seu pai, o diretor daquela instituição.

E, com toda certeza, Jeon Junmi não mediria esforços para manter sua imagem limpa e plena.

Por isso, o presidente decidiu voltar para seu escritório. Não queria ir até seu quarto, não queria andar por aí muito menos encontrar pessoas. Queria esfriar sua mente e organizar os pensamentos, então, querendo ou não, teria de fazer isso em seu escritório.

Voltou para o prédio principal, andava devagar e desanimado até que ouviu um toque leve de piano. Logo após vieram algumas notas de saxofone e seu corpo gelou. Piano e saxofone… Yoongi e Taehyung.

Talvez… Jimin poderia estar lá.

Depois de tantos dias sem nem ao menos ter notícias de Park além das que seu pai lhe dera, seria uma surpresa encontrá-lo. Não sabia se deveria ir atrás dele, não era seguro, era?

Contudo, Jeongguk era curioso o mesmo tanto que era orgulhoso.

Se aproximou da porta e colou a orelha ali, tentando ouvir algo. Seu estômago se esquentava em ansiedade e a curiosidade apenas aumentava. Poderia entrar e sair sem que Jimin o visse, talvez. O salão era grande o suficiente e, mesmo que quisesse conversar, não era como se fosse dar certo.

O rosado já havia dispensado justificativas suas antes, então...

Entrou em silêncio, os olhos curiosos como os de um adolescente ao entrar pela primeira vez no corredor de filmes adultos da locadora. Caminhava com cuidado pelo canto do salão, afinal, era um lugar enorme e, por sorte, os três rapazes estavam virados para o lado contrário. Ficou na área onde o espelho não o pegava, suspirando pesado por finalmente encontrar Jimin depois de tanto tempo.

Contudo, agora que estava ali, não fazia ideia do que diria.

Isto é, Jeongguk queria que as coisas voltassem a ser como eram antes daquele jantar, daquele teste, de tudo. Queria apenas ser o inimigo de Jimin e o rosado o seu, nada além disso.

Era o que achava, pelo menos.

O representante das minorias então se movia lento, mas certeiro nos passos tão bem treinados por ele durante os últimos meses. A apresentação no final do ano era algo importante, muito essencial para que o rosado aceitasse quem era de uma vez por todas. Sabia que aquilo serviria para mostrar a todos o quão bom era, sendo um LGBTQ ou não. Mostraria seu talento para o mundo, e principalmente para ele mesmo.

Porque mesmo que transbordasse confiança, Jimin sabia que às vezes necessitava da aprovação alheia para estar bem consigo mesmo. Bom, a maioria das pessoas precisa, na realidade. E talvez por isso o jantar tenha o deixado tão desapontado. Park Jimin, vez ou outra, depositava esperança demais onde não devia. Em quem não devia.

E, pensando nisso, a sequência da música terminou, fazendo-o fitar Taehyung e Yoongi. Ambos estavam postos sobre um mini palco onde o saxofone e o piano estavam, não fazia ideia do que faria sem ambos o ajudando naquela apresentação. Lidar com aquilo sozinho seria complicado demais, Jimin não sentia-se preparado, mesmo que não contasse isso para ninguém.

Seria um grande dia, era um evento importante onde reitores estariam, profissionais da dança, música e qualquer outro talento também. Estariam lá pessoas prontas para descobrir talentos mundiais, gente que reconheceria dons de verdade.

E nada, nem ninguém, poderia estragar aquele dia para Park Jimin.

Seria para Jeongguk também, afinal, ele não se apresentaria mesmo que cursasse música, contudo era neste mesmo evento que muita verba e ligações da faculdade aconteciam. Era uma noite de talentos e negócios.

Logo, Jeon estava pronto para ir embora quando ouviu a voz de seu veterano. Sabia que falar com Jimin não era uma boa, por isso desistiu. Não feriria seu orgulho assim por uma simples curiosidade.

Pena que ele pensou nisso tarde demais.

— O que você faz aqui? — Yoongi pergunta, levantando-se sem demora alguma para andar até onde Jeongguk estava parado.

Jimin o encarava, mas o semblante lhe parecia confuso. Um misto de surpresa com algo que mais era um fingimento de desdém, não sabia dizer ao certo. Jeon o fitou por um momento, porém voltou sua atenção para Yoongi que já estava perto o suficiente para dar o soco que lhe prometera antes.

— É melhor você ir embora, Jeongguk. — Taehyung chega o mais rápido que pode, segurando o amigo pelos ombros. — Estamos treinando e precisamos de concentração e…

— Não é hora para você aparecer achando que pode ajeitar tudo, huh? — Min questiona, bufando alto pouco antes de ver Jimin dar alguns passos na direção dos três.

— Ele pode ficar, se quiser. — Jimin deu de ombros. — Só não fale nada, ao menos respire se for possível.

E é exatamente o que Jeongguk faz. Ele, ao invés de ficar ao lado da porta, se aproxima do mini palco, ficando perto da mochila de Jimin enquanto se ajeitava sentado no chão. Estava nervoso, mas não sabia o porquê. Sua mente trabalhava a mil para arquitetar o que ele falaria, afinal, Jeon queria conversar com o mais velho, certo?

Mas… O que ele diria?

Seus olhos acompanhavam os movimentos do representante. Os passos leves, bonitos e a expressão concentrada de Jimin faziam Jungkook esquecer seus problemas por algum tempo. Ele preferia só observar, sem pensar, sem questionar, sem nada. Pelo menos, até a música acabar.

Porque quando eles iniciavam outra vez a coreografia, Jeon já tinha a cabeça cheia de perguntas novamente. Começava a acreditar ser errado discriminarem alguém tão talentoso quanto o Park simplesmente pela cor do cabelo, ou então subestimarem o curso de dança por não ser medicina, direito ou engenharia. Porque, oras, qual era o real problema em fazer algo diferente?

Jimin e até Hoseok, ambos eram ótimos no que faziam e, de fato, Jeongguk sabia que seria um desperdício os dois estarem cursando outra coisa agora.

É, seu pai realmente havia feito uma lavagem cerebral em si. Chegava a ficar assustado com o modo como tudo começava a parecer claro e simples de repente. Claro, ainda tentava acreditar em algumas coisas que seu pai dizia, mas era complicado quando tudo ao seu redor começava a se mostrar o contrário.

Sua cabeça estava uma completa confusão de dúvidas, novas ideias e velhas regras impostas por seu pai.

— Acho que assim tá ótimo. — ouviu a voz de Jimin, piscando algumas vezes e voltando a prestar atenção. — A música ficou perfeita, sério. Não tenho como agradecer vocês dois o suficiente.

Taehyung sorriu, guardando o instrumento em sua devida capa enquanto descia do palco.

— Se você me comprar aquele bulgogi que comemos no mês retrasado, estamos quites. — Kim disse tranquilo. — Yoon-hyung, você quer bulgogi também?

— Óbvio. — se levantou do piano, sorrindo de leve. — E espetinhos de cordeiro, por favor.

Jimin riu de leve, puxando os fios suados e respirando fundo. Tentava ao máximo ignorar a presença do quarto rapaz até que seus dois amigos fossem embora. Então se aproximou de Taehyung, tocando seu ombro de leve.

— Fechado. — sorriu mais. — Final de semana eu compro e nós comemos juntos, ok?

Ambos assentiram e caminharam levemente até a porta, virando-se apenas para se despedir do amigo que, assim que ouviu o trinco virando, sentou-se perto da mochila para guardar suas coisas. Encarava suas coisas, mas ainda sim conseguia ouvir a respiração levemente agitada de Jeongguk.

— O que você quer? — perguntou, ríspido.

Jungkook suspirou, mantendo a calma.

— Conversar.

— Não temos o que conversar, Presidente. — Jimin terminava de guardar as coisas na mochila, calçando os tênis.

Suspirou, vendo que o rosado realmente não colaboraria. Jeon estava se controlando o dia inteiro, tentava - ao máximo - não perder seu controle e não deixar seu orgulho predominar, mas era extremamente complicado.

— É só uma conversa, Jimin. — tentou novamente, fitando-o. — Eu quero explicar o meu lado e...

— Eu já sabia que as coisas seriam assim. — riu, interrompendo Jungkook e o fitando finalmente. — Você nunca vai mudar.

O presidente já estava pronto para responder quando ouviu a última frase, ficando em silêncio novamente. Apesar de tudo, aquelas palavras o irritaram como o inferno. Quem Jimin pensava que era? Ninguém além de Jeongguk sabia do que ele era capaz ou não… Afinal, ele estava mudando. De forma lenta, mas estava.

— Você não pensa nas consequências. — acusou, respirando fundo. — Desde o início você não pensou, Jimin. E agora nós estamos aqui.

— Você tá dizendo que a culpa é minha? — a essa altura o rosado já se encontrava de pé, bem na frente do outro que o encarava completamente sério. — Realmente, idêntico ao seu pai. Tudo que acontece nessa faculdade é culpa minha, certo, Sr. Jeon? Fica fácil assim.

O moreno revirou os olhos, subindo de leve as mangas da camisa porque começava a ficar irritado, seu corpo esquentava e o rosto também. Nervoso.

Pressionou os dedos de leve contra os olhos, ajeitando a postura. Ele e Jimin estavam próximos, os olhos fixavam-se no corpo um do outro enquanto pareciam duas crianças briguentas. Os motivos eram adultos, mas as poses...

— A culpa não é minha também. — respondeu simplório. — O que aconteceria se eu tivesse dito algo, Jimin? Acha que eu estaria aqui agora? Acha que você estaria aqui agora?

— Foda-se. — se afastou de leve, na direção da porta. — Deveria ter pensado antes de me chamar, então. Pense antes de falar ou agir, Jeongguk, porque você anda se contradizendo muito.

— E você deveria ter pensado antes de ir. Deveria ter pensado quando quis se meter comigo, você sabia que era arriscado. Para ambos. — retrucou. — Eu me contradigo, mas tô aqui me justificando. E você? Vai fugir até quando?

Ambos então ficaram se fitando, em silêncio. Jimin não respondeu, ao menos planejava responder. O ar parecia denso e eles mais lembravam dois predadores prontos para se matarem até sobrar apenas um, ou, neste caso, nenhum. Os semblantes sérios ao menos lembravam os olhares da última festa que estiveram juntos, ao menos pareciam os dois rapazes que começavam a se descobrir um através do outro.

Ao menos eram Park Jimin e Jeon Jeongguk ali.

De tudo o que os dois eram, era como se tivesse sobrado apenas um único adjetivo.

Inimigos.

 


Notas Finais


E ai? Eu senti as farpinhas de jikook aqui de longe, bicho, que medo.
Quero agradecer a Beatriz Teixeira por ajudar com as falas durante a discussão kookmin, sim? Espero que me digam o que acharam e entrem no grupo! Até a próxima atualização, errinhos~
playlist: https://open.spotify.com/user/12149980489/playlist/6vuBwqCxkiF51d1Z1VVNta
grupo no whatsapp de pae: https://chat.whatsapp.com/AL6mNqGcaIsL8233Ps377X


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