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História Provar, Comer e Casar - Epílogo


Escrita por: Pan_Alban

Notas do Autor


Chegamos ao fim!
Estou até feliz de estar aqui de novo com ela <3 Ela siginificou muito para muita gente, apesar da dor de cabeça que me deu antes mesmo de ser excluída hasuhausha Obrigada de coração pelo apoio e carinho que já estou recebendo de vocês <3
Eu fui postando tudo de uma vez, então se virem algo errado me falem! Logo passo editando os capítulos para ficarem mais bonitinhos ;)
Obrigada mais uma vez! O que mais me deixou triste quando excluíram essa fic foi perder todos os trocentos comentários que vocês deixaram TT Mas espero que todo aquele sentimento que tiveram lendo pela primeira vez retorne nessa segunda leitura :)
Um grande beijo e nos vemos em breve ;)

Capítulo 28 - Epílogo


❧ Epílogo ❧

5 anos depois

 

Uma xícara de chá quente foi pousada perto do teclado, prontuários organizados e livros fechados. A médica apertou os olhos cansados e esticou os braços espreguiçando-se. No monitor branco estava aberta a aba do youtube com a transmissão de um momento antigo e que ela quase se esquecia de ter vivido ao vivo tudo aquilo.

— O resultado foi apertado, mas Konohamaru levou o primeiro desafio, colocando ainda mais fogo nessa grande final! O desempate vai ser feito através da sobremesa, e esperamos que o descuido de Sakura não…

— Sakura, posso entrar?

Sakura pausou o discurso de Naruto e sorriu para a porta entreaberta com o rosto de Tenten já aparecendo.

— Entre. Vai gostar de ver isso comigo.

— A final? — Tenten entrou rindo e puxou a cadeira na frente da Sakura.

Ela assentiu já balançando a cabeça e deu play novamente.

— ...a prejudique.

Apareceu o rosto dela e Sakura não tinha percebido como havia mudado até então. Seu cabelo antes curtinho agora batia no meio das costas, ainda da mesma cor, e em seu rosto havia um nervosismo que agora não fazia mais parte dela. Ao lado dela estava Sasuke, expressão fechada, braços cruzados, galhos aparecendo por baixo da manga dobrada do dólmã… Naquele momento ela se lembrou o que havia “prejudicado” ela durante o preparo da sobremesa.

Sasuke tinha um jeito peculiar de a acalmar enquanto cozinhavam, e parecia que ele ficava ainda mais inspirado quando se tratava de doces.

“— Faça como se estivesse fazendo amor… comigo.”

E o doce queimou.

Pegou fogo, literalmente.

— Pula para a parte que fala quem venceu, o Naruto enrolou demais aí. — Tenten pediu quando começaram novamente os agradecimentos finais aos patrocinadores.

— Você quer que eu coloque logo porque não está mais segurando a risada, né? — Sakura disse pulando os minutos parando próximo aos minutos finais. Tenten riu afirmando.

Já havia se passado tanto tempo, mas, olhando para ela mesma, Sakura conseguia sentir aquele mesmo turbilhão no estômago e a ansiedade que ela queria negar estar sentindo.  Sasuke segurou a mão dela e a Sakura do futuro sorriu para a imagem.

— e o vencedor com quatro votos a mais é…

— Essa parte é muito boa.

— … Konohamaru Sarutobi!

— A sua cara, Sakura! — Tenten caiu na gargalhada e Sakura apoiou o rosto na mão fechada rindo de si mesma murchando e batendo palmas para o vencedor que pulava por cima de Naruto enquanto uma chuva de papel laminado picado caia sobre eles.

— O mais engraçado é que era para eu ter vencido. — Sakura comentou olhando feio para Tenten de brincadeira e a morena ergueu os ombros.

Na tela, Konohamaru puxava o microfone de lapela de Naruto e berrava, ignorando que tinha o seu próprio preso ao dólmã.

— Agora vai ter que namorar comigo, Hanabi! Vai namorar comigo! Hanabiiiiii…

As duas começaram a rir, tudo parecia ainda mais um caos com aquela câmera se afastando, Naruto lutando para desgrudar Konohamaru dele e se despedir do público, as pessoas que votaram nos pratos entrando no palco, música pop alta…

— Nossa, que roupa horrível essa da Ino. — Sakura riu vendo a melhor amiga praticamente desfilar em um tubinho vermelho até ela no palco. A luz foi se apagando aos gritos de “muito obrigado pela audiência” de Naruto e de “Nos vemos na próxima temporada”, até que o vídeo acabou. — Vocês me colocam no programa e vocês me fazem perder. — bateu na própria testa e Tenten riu mais.

— Já te falei. O garoto foi esperto, ele desenhou flores de Sakura no prato da sobremesa! Pensamos que era seu! — Tenten se defendeu encostando as costas na cadeira e as mãos em cima da barriga. — Se quer saber, nenhum dos dois estava gostoso. Um estava queimado e o outro cru.

— Isso parece ideia do Naruto. Ele nega, mas conheço aquele lá. — Sakura balançou a cabeça rindo e suspirou — No fim, o prêmio era mais atrativo para o Konohamaru.

— Sim. O que você ia fazer com um troféu de culinária? Só ia passar mais vergonha com as pessoas questionando o prêmio e você não sabendo fazer nada…

— Olha quem fala. — Sakura revirou os olhos e Tenten sorriu sacana.

— Olha, faz uns dois anos que não esquento nem a água para o chá. — Tenten deu de ombros rindo — Estou vendo que meus filhos vão ser dois frescos com aquele pai deles dando croissant à italiana no café da manhã. Fui fazer um pãozinho na chapa esses dias e o Saito me olhou daquele mesmo jeitinho que o Neji me olha quando eu faço cup noodles na frente dele.

— Você e Neji são dois loucos. — Sakura riu se lembrando dos gêmeos idênticos de olhos clarinhos que ora apareciam vestidos com camisa social e cabelo bem penteado para trás, ora só de cuequinha sujos de terra até os dentes.

— Eu sou louca mesmo. Deixei eles com a Hinata hoje, pra brincarem um pouco com o Boruto. Meu Deus, aquele menino é uma peste! Agora só a Temari e a Ino estão devendo um filhote para a gente. — Tenten comentou apoiando o rosto na mão.

— Ino viaja demais na Europa, acho que ela e Gaara só vão pensar em ter filhos quando voltarem para cá. Temari… — Sakura riu se lembrando da amiga rabugenta com as mesmas desculpas de sempre — acha que engana alguém dizendo não ter nada sério com o Shikamaru.

— Fiquei sabendo que ela quase bateu em uma garota que deu em cima dele. — Tenten confidenciou rindo e Sakura revirou os olhos a acompanhando. — E como está sendo o primeiro dia de retorno?

Sakura parou de sorrir e suspirou pesadamente. Tenten havia despertado aquilo que ela havia levado horas para enterrar dentro de si desde que saira de casa.

— É uma saudade tão grande que eu quero largar tudo e voltar para casa. — confessou quase choramingando e Tenten balançou a cabeça compreendendo.

— Isso não passa, já te adianto. Mas um dia você começa a aceitar. Ela está bem.

— Eu sei que está, Sasuke está lá. Além de Mikoto e minha mãe… — Sakura suspirou e girou a aliança dourada na mão esquerda. — Só queria estar lá com eles, agora.

 

 

— Você não está pensando em colocar páprica, não é mesmo?

Sasuke apertou os olhos e desistiu do condimento que ia pegar em cima da bancada. Mebuki bufou e colocou metade de um tomate na mão dele.

— Deixe o arroz cozinhar mais, filho. Amasse a abobrinha.

Sasuke soltou o ar com paciência e olhou de um lado para a mãe concentrada mexendo um caldo, do outro a sogra picando legumes com um cuidado de dona de casa. E ele no meio sendo ensinado a como cozinhar, em sua própria cozinha…

Não havia jeito, ele teria que se entregar e fazer algo que nunca havia feito desde que se tornara profissional: seguir uma receita a risca.

Pegou o papel amarelado com o tempo e leu os ingredientes e modo de preparo simples que não ocupavam nem quatro linhas. Seu lado “chef de cozinha” já acrescentava automaticamente especiarias e elementos que trariam mais sofisticação e sabor ao prato, e seu outro lado frustrava os seus planos limitando-o a seguir exatamente o que dizia a receita.

Apoiou as duas mãos no granito da pia e abaixou a cabeça balançando ela de um lado para o outro, parou o movimento olhando para a esquerda e viu dois olhos negros o olhando com curiosidade. Ele sorriu e recebeu um com dentinhos pequenos de volta.

— Ok, eu agradeço a ajuda das duas — bateu uma mão sobre a outra e as duas mulheres olharam ofendidíssimas para ele, mas Sasuke tirou a colher de pau da mão da mãe e puxou o recipiente com legumes das de Mebuki — Mas eu preciso fazer isso sozinho. Ligo se eu precisar de ajuda.

Mebuki fechou a cara e estava decidida a ficar, mas Mikoto segurou ela pelos ombros e sorriu complacente para o filho.

— Não inventa, Sasuke. Por favor. — pediu pela última vez e Sasuke cruzou os braços segurando a colher de pau e movendo a cabeça com paciência.

— Nada de pimenta, aquela coisa com fogo e sei lá o quê! — Mebuki gritou sendo arrastada por Mikoto.

Sasuke ouviu a porta de entrada ser fechada e ergueu as sobrancelhas para a única que havia ficado ali.

— Pela primeira vez eu estou me sentindo na pele da sua mãe, Sarada.

Ao ouvir a palavra “mãe” a menininha entortou a cabeça e procurou com os olhos pelo cômodo. Sasuke pousou a colher de pau na pia e tirou sua pequena da cadeirinha antes que o bico querendo a mamãe se formasse. Ela riu quando ele a levantou com força e colocou por segundo em cima de seu ombro, salvando ele de outra cena como a que havia acontecido pela manhã da filha se esguelando querendo Sakura.

Segurou ela com apenas o braço esquerdo e pegou a colher de pau para mexer o caldo mais uma vez. Ela sempre ficava quietinha quando ele cozinhava, observando tudo com aquele olhos espertos e resmungando coisas que Sasuke não fazia ideia do que significava, assim como a mãe dela.

Era um momento deles e pela primeira vez ela ia poder comer algo que o pai mesmo fazia.

Sasuke quase fez malabarismo com os legumes cozidos que tinha que jogar no caldo enquanto Sarada cutucava o colorido da tatuagem que cobria todo o braço que a segurava, inclinando o corpinho já rígido distraída com as flores de cerejeira que subiam pelos galhos mais antigos na pele do braço dele.

Sasuke a ajeitou e Sarada deixou de lado os desenhos e voltou a prestar atenção no que o pai fazia. Sasuke era silencioso e não via jeito de ficar conversando com Sarada como Sakura fazia todo o tempo, a filha parecia não se importar com aquilo, também preferindo o silêncio quando Sakura não estava por perto.

Mas o silêncio não queria dizer necessariamente falta de diálogo entre os dois, ele olhava para ela e ela parecia saber que ele estava encantado, sorrindo para aumentar ainda mais a cara de bobão do pai.

Sasuke se concentrou no que cozinhava e Sarada começou a enrolar o dedo no cabelo de Sasuke perto da nuca e chupar o dedo o assistindo, ela havia pego aquele costume quando estava com sono. Ele a olhou de esguelha e preparou o pratinho com um desenho infantil que talvez nem ela conhecesse, mas que Naruto dizia ser uma febre entre as crianças, e teve que fazer malabarismo mais uma vez levando ela em um braço e o prato com um pano, para o caso dela se sujar, em outro até a sala.

Sasuke pegou um pouco do caldo grosso com legumes na colherzinha dela e Sarada já abria a boca, sentada no colo do pai, pronta para comer quando ele parou no meio tendo uma ideia.

—  Acho que sua mãe vai querer ver isso. — Disse dando um riso anasalado e tirando o celular do bolso, com apenas uma mão ele deslizou o dedo pela tela até que Sakura aceitasse a vídeo chamada.

— A Sarada está bem? — foi a primeira pergunta de Sakura e Sasuke não acreditou naquilo.

— Claro que está. Assim você me ofende, mulher. — Sakura riu na tela e Sarada se esticou para ver o que aparecia na tela com a voz da mãe dela. Sasuke virou o aparelho para que a filha aparecesse e não conseguiu não sorrir com a felicidade de Sarada ao jeito estranho que Sakura falava com ela. — Primeira papinha dela feita por mim, achei que você quisesse participar disso.

— Won, que fofo — ela disse com a mesma voz que usava com a filha e Sasuke apertou os olhos a fazendo rir.

Sentou a filha mais confortável no sofá e de forma mais segura, colocou o celular entre as pernas e ouviu o risinho malicioso de Sakura quando a câmera apontou para o zíper da calça que ele usava ao invés de mostrar o rosto dos dois. Ele riu e balançou a cabeça ajustando para que mostrasse os dois e então Sakura fez sinal de positivo para que ele desse de comer para a filha.

Sarada estava quase colocando a mão dentro do prato quando Sasuke deu por si e puxou rápido tirando risos de Sakura. Fez um som com a boca pegando a atenção da filha e os olhos grandes, redondos e pretinhos foram até ele, Sasuke derreteu.

Não imaginava que seria assim quando fosse pai, mesmo que ansiasse tanto e que tivesse abraçado todo mundo pela frente quando ela nasceu. Mesmo que já criasse uma realidade alternativa quando se viu apaixonado por Sakura, ele não imaginava que tivesse um amor tão grande dedicado para alguém que existia por tão pouco tempo na sua vida.

— Minha pequena… — sussurrou levando a colher para a boca aberta de Sarada.

A última vez que ficara tão ansioso para ver a reação de alguém provando sua comida foi quando Sakura apareceu pela primeira vez em seu restaurante. Ah, até hoje as expressões dela eram as melhores.

O riso de Sakura, entretanto, mostrou que Sarada também expressava de modo peculiar o que achava da comida do pai: uma careta.

— Santo Deus, Sasuke! O que você colocou nessa papinha?

Sasuke não conseguiu responder, gargalhava sem acreditar limpando o que Sarada cuspia.

— Preciso voltar ao trabalho. — Sakura fez um bico. — Mas, sabe? Hoje eu estava assistindo a final do programa e senti uma nostalgia de quando treinávamos juntos, eu sempre comia muito bem.

— Eu vou preparar um jantar bom para você e te espero para fazermos juntos. — prometeu, não sentia vontade de voltar ao restaurante quando ela chegasse.

— Obrigada, amor. Assistir aquilo também me lembrou de quando descobri que estava grávida. Lembra o que eu disse quando visitamos Hinata e Naruto ano passado?

Sasuke assentiu sorrindo e ela acenou emocionada para a filha desligando. Ele se lembrava e sabia que jamais na vida poderia negar aquilo que Sakura disse à Naruto quando deram a notícia.

“O troféu foi para Konohamaru, mas o maior prêmio foi meu. Sasuke eu fizemos o melhor prato.” Naruto não havia entendido, então ela pousou a mão na barriga e a primeira lágrima escorreu “Ainda não está pronto, está crescendo feito um pãozinho no forno.”

Sasuke olhou para a filha no sofá e respirou fundo provando um pouco da papinha dela, fez uma careta igualmente insatisfeita com o sabor daquilo. Balançou a cabeça inconformado e pegou sua filha nos braços com destino a cozinha mais uma vez. Agora tinha a missão de impressionar a outra mulher da sua vida com a sua culinária.

 

❧ Fim ❧



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