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História Provar, Comer e Casar - Dúvidas e Legumes


Escrita por: Pan_Alban

Capítulo 6 - Dúvidas e Legumes


Os óculos escuros e as sacolas foram deixados em cima do balcão de mármore. A franja estava grudada no suor de sua testa e os fones de ouvido caídos aos lados do pescoço e pendendo por cima da blusa cavada e branca. Tirou os tênis pisando um no outro, cansada demais para se abaixar, e bebeu toda a água que estava em sua garrafa térmica.

Respirou fundo e desfez o rabo de cavalo com certa violência, pousando a testa no mármore frio e deixando que a temperatura fizesse seu corpo relaxar um pouco.

Havia acordado cedo, naquele sábado, iria aproveitar sua folga para fazer uns exercícios, comer coisas saudáveis, assistir comédia romântica, comprar uns sapatos e tentar fazer o tal do Ratatouille.

Suspirou e se arrastou até seu quarto sentindo-se horrível pela vida sedentária que estava levando.  

“Se eu não fizer isso, vou acabar como uma bola quando esse reality acabar…” - repetia para si mesma tomando coragem para sair cedo da cama e passar por aquele suplício.

No banho, deixou a água quente bater em sua nuca enquanto pensava se deveria ou não convidar uma das meninas para ser sua cobaia. Seria uma vingança justa, elas a meteram naquilo e agora deveria dar apoio moral e estomacal.

Seus planos, porém, foram pelo ralo. Ino estava fotografando em outra cidade, Tenten no plantão e Temari não atendia o telefone, talvez já pressentisse que entraria numa furada.

De moletom claro e um coque bem preso, ela se sentou na bacada da cozinha com uma pasta branca contendo o logo do reality estampado na capa. Havia recebido-o no fim do programa e somente naquela manhã havia conseguido tempo para ir ao supermercado.

Ah como, queria se atirar no sofá e fazer qualquer coisa que não fosse estar ali, mas a voz dele…

“Afinal, aprecio uma esposa bem prendada.”

Sasori era motivação suficiente. O ruivo arrebatou seu coração de um jeito que a fazia se sentir aquela adolescente que fora em sua época escolar. O conhecera no ano anterior. Tiveram um breve romance e logo Sakura estava apaixonada. Sasori era o homem que sempre sonhou, educado, bonito, charmoso, inteligente, sofisticado, cavalheiro… Tinham conversas cultas, ele gostava de falar sobre economia e balança mundial. Ela o escutava.

Os buquês de rosas vermelhas, os jantares refinados… Ela o prometera que iria se guardar para o casamento, pois ele era de uma família tradicional e muito conservadora. Voltaria a ser virgem se pudesse. Tudo por aquele homem.

Mas o afastou depois que ele voltara de uma viagem e pedira para que ela cozinhasse para ele.

“- Seu nhoque estava horrível…”

A lembrança da cara de desgosto dele a machucava ainda. Era só isso o que ele estava pedindo, uma mulher que cozinhasse bem! Apesar de, no seu íntimo, contestar tal exigência, ela não poderia não achar justo visto o quão perfeito ele era.

Passou a mão no rosto e fechou os olhos se lembrando do sorriso bonito e da indireta que recebera naquela semana. Ele ainda a queria e ela teria de se adaptar para tê-lo novamente.

Olhou com uma determinação invejável para a pasta e mordeu uma maçã retirando um grande pedaço.

Daquela vez, depois do fracasso que fora o primeiro prato, a produção entregou a receita com mais antecedência, antes que os chefs fizessem a demonstração. Estava ansiosa, queria ter seu Chef do lado para conseguir aprender mais rápido, mas ela se lembrara que ele teria um compromisso com a família e a lembrança do embaraço dele a fez rir.

- Aquele homem me surpreende! - comentou rindo e lavando os tomates. - Todo turrão e gosta de um filme romântico? Vou perguntar se está solteiro para apresentar pra Tenten… - riu colocando o fruto em cima da tábua para fatiar.

Cantarolava baixinho uma música que tocava no rádio enquanto fatiava os legumes com sua precisão cirúrgica. Seu humor havia ficado melhor e a imagem de um jantar feito por ela, saboroso e chiquérrimo com o seu príncipe ruivo se materializava a sua frente.

 

 

Vários legumes cortados e molho queimado depois…

 

 

- … isso, uma grande Italiana e outra de banana. Traz máquina de cartão? Obrigada. - estava sentada no chão da cozinha, com os fios desgrenhados em frente ao rosto, molho de tomate sujando a barra da blusa e uma frustração sem igual.

A cabeça estava pousada no topo dos joelhos e o telefone pendendo na mão estendida. Respirou fundo várias vezes. Sua mãe cozinhava tão bem, até Ino conseguia inventar algo quando tinha vontade…

A campainha soou e todos os seus questionamentos sobre como a vida é injusta foram deixadas para outra hora. Ao abrir a porta viu Temari falando no celular.

- … não sou paga para lidar com criança! Ou tenho o projeto pronto até segunda, ou renovo todo o setor. - Temari olhava feio para o nada desligando o celular e dando um sorriso inesperado para Sakura - Vi sua ligação, e resolvi dar uma passadi… que cheiro é esse? - ela invadiu o apartamento farejando o ar.

- Quer entrar, amiga? Fique a vontade. - Sakura revirou os olhos atrás de Temari enquanto a loira seguia reto até a cozinha.

- Nunca na história deste país, um pimentão foi tão mal tratado! - Temari virou-se no lugar com toda aquela postura de executiva enquanto analisava a pia, o fogão e o piso sujos de molho. - Qual o prato da vez?

Sakura cruzou os braços olhando com dó para sua cozinha que não era acostumada a ser usada tão brutalmente. Segurou o suspiro de insatisfação e amarrou o cabelo com paciência, somente para não olhar a louça que iria lavar mais tarde. Só mais tarde.

- Ratatouille.

- Nossa, nem eu sei fazer. Dee-me isso. - Sakura passou a pasta com a receita para Temari e viu a amiga estudar o papel como se fosse um plano de negócios a ser aprovado, tamanha sua cara de concentração. - Hm… parece simples.

- Argh! - Sakura deixou a amiga na cozinha antes que começasse a zoação pra cima dela.

- É só prestar mais atenção na receita. - o tom óbvio de Temari fez Sakura rolar os olhos. A campainha tocou e Temari bateu na testa vendo a médica sacar o cartão de créditos e atender  entregador. - Pizza? Ok, ok! Senta que temos que conversar.

- Tema, eu presto atenção no que faço. Não acha que estou empenhada em conseguir? - Disse já se servindo de uma fatia de pizza enquanto sentava-se no tapete da sala. - Eu não sei o que acontece… falta algo… - ela gesticula como se não conseguisse explicar em palavras.

- Bom, na cozinha o máximo que posso fazer é te dar ordens e tentar incentivar com meus conhecimentos de gestão de pessoas.

- Gestão de pessoas? E aquele processo de assédio moral, Temari? - Sakura a lembra e Temari faz careta abanando o ar com a mão para que deixasse aquele assunto para lá.

- Humanos são complicados, diferentes de células e… moléculas que você estuda. Me escuta, eu percebi algo que pode te prejudicar no programa. - Temari se sentou no sofá onde Sakura apoiava as costas e se inclinou para olhar para a amiga, fechando as mãos em cima do joelho e passando aquela seriedade de mulher de negócios.

- Algo que pode me prejudicar? Fora minha visível falta de habilidade em cozinhar? - Sakura perguntou levando sua pizza a boca e mostrando não estar muito interessada em qualquer coisa relacionada ao programa.

- Popularidade. Você viu a votação? O chef loiro…

- Naruto.

- Sim e o moleque…

- Konohamaru.

- Sim. Os dois venceram a primeira votação com uma margem alarmante. - Temari pausou olhando para a amiga com as sobrancelhas erguidas como se a explicação fosse óbvia.

- Não me interessa o prêmio, só quero aprender a cozinhar. - Sakura dá de ombros olhando para a TV e zapeando pelos canais sem interesse algum.

- Sakura, o que você acha que acontece com quem não dá audiência? Eles cortam! Essa é uma oportunidade única para você se destacar e aprender com um dos melhores. Você é carismática, não tanto quanto aqueles dois, e ainda faz um par bonito com aquele chef. Precisa começar a pensar mais no seu marketing pessoal para não acabar sendo eliminada.

Sakura parou o movimento de levar a pizza até a boca e olhou de canto para Temari.

- Eliminada? Isso não passou pela minha cabeça…

- Bom, deveria começar a pensar nisso. Sua popularidade pode acabar ofuscando seus dotes culinários, o que pode ser uma boa para…

- Eu não ligo pro prêmio, Temari. - Sakura a cortou, mas parando para pensar no que a amiga lhe havia dito. - Agora fiquei pensando na possibilidade de ser… Oh, não! Isso não pode acontecer. O chef Uchiha não aceitaria me ensinar se eu fosse eliminada, tenho certeza! - Sakura ficou de joelhos olhando para a amiga com expectativa e um pouco de pavor.

Temari cruzou as pernas, satisfeita com a atenção de Sakura e surpresa com a forte dedicação que ela estava empregando naquele programa. Ajeitou-se melhor e olhou séria para a amiga.

- Normalmente eu cobraria por isso, mas no seu caso seria como dar esmola, sinto que vou para o céu - Sorriu quando viu a cara de Sakura se torcer e antes que saísse um palavrão ela continuou - Ok, preste bastante atenção. Já ouviu falar de Philip Kotler*?

 

***

 

- E então , gostou do filme? - Konan comia a  pipoca  do balde que segurava enquanto saiam do cinema para os corredores do shopping.

- Tenho uma relação conturbada de amor e ódio com adaptações. - Sasuke ajeitou o boné na cabeça e tomou um gole de água da garrafa que trazia na mão.

- Isso não responde minha pergunta. Eu, por exemplo, gostei muito, assistiria uma segunda vez. - Jogou o balde no lixo e fez sinal com a cabeça para que fossem na direção do banheiro.

- Não. Eles modificaram muito a história. Era pra ser uma história de guerra com um romance. Não um romance com um pano de fundo de guerra. -  Sasuke vestia uma jaqueta que mantinha a tatuagem do braço encoberta o que, junto do boné, ajudava a “disfarçá-lo” na multidão. Alguns  cartazes traziam seu rosto e o de Sakura expostos no shopping e o rosto de Naruto convidando a todos a assistirem o Batalha de Chefs .

- Os atores estavam perfeitos e a ambientação junto do figurino… perfeito. - Konan entrou no banheiro enquanto Sasuke se dirigia a uma lata de lixo para depositar a garrafa agora vazia. Uma senhora acompanhada do filho o reconheceu e ele teve de tirar uma selfie com os dois. - Uh! Pelo jeito te acharam. - Konan riu ao sair do banheiro e se deparar com um Sasuke encurvado escutando algo de uma senhora que apertou a bochecha dele e saiu logo em seguida.

- Pelo menos foi uma senhora. - Ele sorriu de canto imaginando que se fossem garotas mais  novas ainda estaria tirando fotos. - Mas vamos embora logo que seu marido deve estar te esperando. E enfim não gostei de terem mantido o Frederico com o braço. Ele o perde em uma batalha importante e aquilo passa a ser seu mártir ao longo da trama. Mas eles preferiram conservar o ator bonitão. Isso pra mim foi uma furada grande. - Desceram as escadas e alcançaram o estacionamento no subterrâneo. Sasuke abriu a porta para Konan e se sentou ao banco do motorista enquanto a cunhada o olhava com um sorriso. - O que foi ?

- Nada, só acho engraçado quando você começa a falar. O silencioso Sasuke normalmente deixa as pessoas em monólogos extensos. Mas é só tocar em algo que você gosta que tudo se transforma. - Ela riu e Sasuke  franziu o cenho. - Ué, Itachi vive dizendo isso pra mim, mas hoje tive a confirmação.

- Vamos embora que eu ainda tenho que preparar o jantar para o aniversário do papai. - O olhar sério e o azedume Uchiha tinham voltado quando Sasuke deu a partida no carro, mas Konan sorria, tinha ideias para ajudar o marido e a sogra na missão caça a noiva.

(...)

- Maninho e minha linda mulher. - Itachi deu um beijo em Konan. Segurava uma bola de basquete embaixo do braço e um shorts comprido até os joelhos e largo. - Se divertiram no filme do... como é mesmo? Frescurida?

- Frederida*, amor. - Konan revirou os olhos para o moreno mais velho, mas sorriu em seguida depositando um beijo nos lábios.

- Eu sei, só queria perturbar o Sasuke, mas ele nem ligou. - Ele quicou a bola no chão e sorriu de lado para o mais novo.

- Sei que só fala bobagens quando quer. - Sasuke pendurou a jaqueta e retirou o boné. - Sabe que a mamãe não gosta que fiquemos batendo bola aqui dentro. - Sorriu de lado e encarou o irmão.

- Estava te esperando para nossa partida de basquete tradicional de encontro de família.- Itachi girou a bola no dedo com exímia destreza. - Sei que é mais fácil te arrastar se eu já estiver no clima.

- Preciso preparar as coisas para o jantar do papai.

- Já estou tomando conta disso querido. - Mikoto apareceu na sala segurando um guardanapo, seu sorriso era sereno e seu olhar tranquilo, usava os longos cabelos negros presos em um coque bem firme, o avental trazia o leque  típico do brasão da família. - Você não é o único que cozinha aqui, pode ser o único com um diploma, mas eu já cozinhava para vocês muito antes disso. - Recebeu um beijo de cada um dos filhos, mas Itachi a abraçou pelos ombros. - Vá jogar com seu irmão, ele está aflito esperando por você. E não pense, senhor Itachi, que não ouvi o senhor batendo esta bola aqui dentro, será que preciso dar uma bronca na frente da sua esposa? - Mikoto fez cara de falsa braveza e olhou para o mais velho que fez cara de inocente.

- Claro que não mamãe, imagina se um homem na minha idade e casado faria algo assim. - Itachi forçou uma voz afetada e arrancou risos de todos. - Mas vamos Sasukezito, mamãe já lhe liberou da tarefa de cozinhar.

- Vai Sasuke, eu ajudo a sogrinha a cozinhar, vão se divertir um pouco, amanhã vamos para o sítio e lá não terão esse tempo de irmãos. - Konan já seguia para cozinha, nem ela, nem dona Mikoto esperaram por uma resposta.

- Te espero lá fora, não vejo a hora de te dar uma surra. - Itachi girou a bola novamente no dedo e sorriu desafiador.

- Vai sonhando. -  Sasuke tomou a bola e passou por cima dos ombros de um lado para o outro e terminou  girando no dedo.

(...)

- Olha que marrento, esse menino. Sempre que te vejo sem camisa acho que tem mais tatuagens. - Itachi tocou no ombro do irmão e olhou o tronco desnudo. - É, mas parece que não tem nenhuma nova.

- E não tem. - Sasuke tomou a bola bateu a no chão algumas vezes deu uma breve arrancada, saltou e lançou a bola, encestando-a.

- Cansou? - Itachi pegou a bola de volta tomou e espaço e arremessou com maestria. - Sempre achei que esses galhos precisavam de folhas.

- Não tive inspiração pra eles ainda. - Sasuke recebeu o passe do irmão e lançou novamente a bola. - Mas viemos pra jogar ou conversar?

- Olha, minha intenção é sempre fazer os dois, mas você não gosta de falar muito. - Itachi riu tirando a camiseta que vestia e largando em um canto qualquer da “quadra” improvisada  na lateral da casa.

Sasuke e Itachi eram bem parecidos, sempre foram irmãos bonitos de olhos e cabelos negros  e, um sorriso de canto arrebatador. Itachi era um pouco mais alto, por volta de uns cinco centímetros, era mais esguio  e sem tatuagens, enquanto Sasuke possuía mais músculos  que se destacavam.

Ver os dois ali numa disputa mano-a-mano de basquete era um colírio aos olhos. Era mais lindo ainda pelos sorrisos espontâneos e provocações que um lançava ao outro a cada bola encestada ou a cada uma delas que girava no aro sem cair. Jogavam até a hora de ouvirem Mikoto mandando-os para o banho. Só assim paravam.

- Como foi o jogo de hoje? - Konan perguntou ao marido a hora que ele, todo suado, entrou na cozinha sorrindo.

- Setenta e três a sessenta e dois. - Itachi sorriu e bagunçou, ainda mais, o cabelo suado do irmão. - Acho que o Sasuke está ficando sem prática, tá muito focado em uma competição e esquecendo de outra. Com a de hoje, o placar desse ano está sete a quatro.

- Pura sorte. - Sasuke olhava sério para o irmão.

- E por quase cinco centímetros a mais. - Itachi piscou brincalhão.

- Muito engraçado. - Sasuke já subia as escadas acompanhando do irmão. 

- Pense assim irmãozinho, azar no jogo… sorte no amor.

- Isso vale pra você? - Sasuke provocou.

- O jogo pra mim não é sorte, é habilidade, e no amor....sou um homem realizado. - Itachi riu entrando no quarto no qual estava hospedado na casa e Sasuke seguiu respirando fundo para o outro.  

(...)

- Mikoto, esse assado está divino! - Konan suspirou dando mais uma garfada - Um dia, um dia cozinharei tão bem. Enquanto isso eu continuo jantando na casa de vocês. - a moça riu recebendo um aceno de acordo do marido.

- Torço para que a esposa de Sasuke não saiba cozinhar, assim terei a família reunida mais vezes no jantar. - Mikoto compartilhou um olhar discreto com Konan.

- Como se o Sasuke precisasse de alguém pra cozinhar para ele mamãe. - Itachi engolia mais uma garfada

- Mas ele trabalha com isso a semana toda, merece um descanso. - Konan pontuou apontando o garfo para Sasuke que encarava as duas não acreditando que começariam aquilo tão cedo.

- Não me importo de cozinhar. Eu gosto da minha cozinha. Apesar que não posso negar que prefiro a comida da mamãe. - Sasuke bebeu um pouco do vinho da taça.

- Nisso tenho que concordar com o Sasuke. Mikoto, você se supera a cada dia. - Fugaku mirava sério seu prato e acompanhou o filho mais novo no vinho.

- Obrigada meu querido. - a matriarca segurou a mão do marido com um sorriso gentil enquanto recebia um discreto de Fugaku.

- Na verdade - Konan interrompeu voltando ao assunto novamente - acho que a namorada dele não precisa ser ruim na cozinha, ela sendo gente boa já está ótimo! Sasuke quero uma cunhada que fofoque comigo, não posso discutir com você sobre o peitoral daquele ator que fez o Fred… - cochichou dando um sorriso para o marido em seguida.

O celular de Sasuke vibrou no bolso e ele o apanhou discretamente para dar uma olhada. Todos seus funcionários sabiam que era o final de semana com a família, mas ele não podia descuidar do restaurante. O visor acendeu com o nome : Sakura.

“Preciso de algo que só você pode ajudar. Por favor, é rápido.”

Sasuke suspirou e olhou rapidamente para a mãe a vendo distraída o suficiente para não notar que falava ao celular.

“Seja breve.”

Ele aguardou enquanto ela digitava e a demora na resposta foi deixando-o inquieto com medo do tamanho do texto que ela mandaria.

“Então, sabe o que é? hoje eu tentei fazer o prato do desafio sozinha, mas alguma coisa saiu errada. Bom, eu juro que segui a receita certinha, não sei o que estou fazendo errado. Resumindo, não consigo pensar em outra coisa, preciso de um resultado aceitável pra conseguir dormir em paz. Help!”

Levou a mão a cabeça involuntariamente, se aquilo era mesmo verdade ele tinha medo que os fantasmas dos primeiros chefs estivessem se revirando no túmulo, ratatouille nem era um prato tão complicado assim, na realidade ele podia até ser considerado simples.

“O que deu de errado especificamente?”

“Olha, essa é uma ótima pergunta! Eu não sei! Só não fica… certo. Entende? Ele escorrega, não fica bonito… fica amargo… ai o ratinho no desenho faz parecer fácil! Acredita que assisti aquele filme?”

Sasuke segurou um suspiro exasperado e tentou controlar sua indignação, ela não estava comparando uma cozinha real com um desenho onde um rato era o chef… Ela não podia estar fazendo isso… Podia?

“Você fatiou os legumes de forma igual? Todos com a mesma espessura?”

Digitando apareceu na tela.

“Acho que habilidade com objetos cortantes eu tenho. Cirurgiã... esqueceu?”

Pra essa ele devia dar o braço a torcer.

“ Ok. Refogou os legumes com a quantidade certa de azeite? A textura deles ficou de acordo com o que dizia na receita que você recebeu?”

“Muito duro. Sua abobrinha sempre fica dura? Acha que se molhar com azeite fica mais fácil?”

Sasuke arregalou os olhos de leve com a malícia que ele podeira colocar naquela pergunta tão inocente, seria uma vergonha se alguém….

- Nossa maninho. - Itachi sussurrou com cara de malicioso por cima do ombro de Sasuke. - Como funciona seus métodos de ensino? Incluem berinjeladas , muito óleo e sua especialidade… como dizem mesmo? Em por fogo em tudo? Ah é… Flambagem?

Sasuke sentiu o pescoço arder de vergonha, torceu internamente para que não estivesse ficando vermelho.

- Itachi? Sasuke? Aconteceu alguma coisa? - A voz de Fugaku era séria.

- Nada papai, nosso Sasukezito aqui está num dilema incrível sobre abobrinhas que ficam duras. Nada demais. - Itachi deu um tapinha de leve no ombro do irmão e sorriu cúmplice.

Sasuke apertou a base do nariz vendo Konan e Mikoto olharem curiosas na direção dele. Olhou para o celular e viu que Sakura recomeçara a digitar. Não conseguiria ir adiante com aquilo por celular e com Itachi em seu cangote. Digitou rapidamente com uma mão só e enviou a mensagem antes que ela continuasse.

“Amanhã nos falamos.”



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