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História Prudência - Passado Pt.2


Escrita por: requintte

Notas do Autor


OK FORAM DOIS MESES (literalmente pq o outro saiu 14/02 e hoje é 14/04) ABAIXEM AS ARMAS, SEM VIOLENCIA CONTRA ESSA AUTORA, ELA ESTA SEM TEMPO, juro tá complicado até respirar...
MAS EM COMPENSAÇÃO... se você der uma olhada nos outros capítulos, todos eles ganharam uma "intro" é um poema que eu escrevi na escola e até o fim da fic vamos termina-lo uh?
Se você achar complicado entender o raciocínio desse cap, recomendo a releitura do capitulo de numero 3 (três)
Um beijo no coração... E BOA LEITURA

Capítulo 6 - Passado Pt.2


“Agora eu, um mero telespectador...
Chego e lhe pergunto, leitor...
Como poderia eu, levar a culpa;
Sobre algo que nem posso controlar?
Leitor, a sua vida é um golpe...
Leitor... Golpe...”

 

 

Capitulo Seis – Passado Pt.2

 

Uma mera continuação:

Três anos antes...

 

 

Se Kihyun ao menos imaginasse que acabaria por encontrar Taemin naquela noite de quinta-feira, ele não teria pensado duas vezes antes de ignorar a presença de Changkyun quando o encontrou na vitrine daquela loja e seguir seu caminho como se nada lhe faltasse.

Os mais velhos sempre dizem que você é o feitor do seu próprio destino. Seria cômico se não fosse trágico. Isso pode ser considerado cruel. Eles colocam nas suas costas todas as escolhas que você tomou durante a sua vida inteira. E o julgam como tal.

Por exemplo, Yunsoo apenas tinha saído de seu equilíbrio mental porque Kihyun esqueceu de busca-la para o baile, e isso nos faz voltar a pensar na escolha de Kihyun ao se aproximar de Changkyun naquela tarde.

Essa escolha também o fez rever Taemin ─ o pai de Changkyun ─ e com isso, todos os sentimentos doentios dele voltaram à tona, sem a permissão de Kihyun, prontos para fazer o que bem entendessem com o seu corpo.

A relação que Kihyun manteve com Taemin ─ o pai de Changkyun ─ foi sempre algo questionável e jamais explicável. O que aconteceu, era muito mais do que uma violação trivial do corpo da criança e sim, uma marca psicológica que fora deixada em ambos.

Ao contrário do que o leitor imagina, Kihyun não odiava o Tio Tae, ele apenas não entendia o motivo e todas aquelas barbaridades terem acontecido entre eles, e de uma forma bruta e infantil, ansiava por vingança, apenas não sabia como executa-la de fato.

Como uma tatuagem, tal episódio ficou marcado para sempre na vida dos dois. E naquela noite de quinta-feira, a repulsa sofrida por Kihyun ao encontrar o Tio fora enorme, de forma que ele não se importasse com as formalidades antes de sair correndo da casa de Changkyun sem se despedir.

Era a sua personalidade infantil tomando forma novamente, e esta, apenas dizia que deveria se manter afastado do Tio, porque ele lhe faria mal, quase como um instinto natural, Kihyun correu, como sempre fazia.

Correu tão rápido, que não era capaz de ao menos se lembrar de como desceu todos aqueles lances de escada sem cair, tropeçar, ou chegar ao menos a respirar.

 

Desespero: do latim, DESPERARE, (trad. perder a esperança), irritação, raiva, descrença, desanimo, ânsia, furor, desalento, aperto, angústia. É um estado de consciência que julga uma situação sem saída.

 

Ele se encontrava desesperado. Kihyun era um tipo singular de pessoa, onde nunca conseguirei descrever de forma correta ao longo dessa estória. Ele é completamente perdido dentro de si mesmo, porém, é da mesma maneira controlado e dono das próprias ações e atitudes.

Então ele desceu ─ inconscientemente ─ cada degrau daquela escada, abriu abruptamente as portas de vidro da portaria e se deparou com o ar friozinho da rua, tendo assim, sua tão aguardada sensação de paz.

Ali mesmo naquela calçada levemente destruída, Kihyun abre os braços e levanta cabeça na direção do céu.

 

Ele estava absorto no seu próprio mundinho.

 

Nesse lugar tão distante da realidade, não existia formatura de Yunsoo, um lugar onde Changkyun nunca tinha retornado, e finalmente, um lugar onde ele nunca mais veria Tio Tae na vida. Um lugar sem preocupações,

Kihyun talvez pudesse ser visto como algum tipo de lunático, mas ele não ligava, então permaneceu naquela posição até seu telefone começar a tocar.

Isso parecia errado, ter que lidar com a realidade logo cedo. Ele abaixou os braços, porém continuou parado na frente da fachada do prédio, esperando que o barulho incomodo cessasse, mas ele não cessou. Kihyun se recusava a voltar para o mundo real mas o telefone não parou de tocar, como pensou, então foi obrigado a atender a ligação, sem antes ler o identificador de chamada.

─ Yoo Kihyun ─ diz uma voz familiar do outro lado, o que deixou Kihyun desconcertado.

De fato, Kihyun não estava de todo ali naquele lugar. Sua mente ainda não tinha esvaziado por completo, e ele ainda era violado por sentimentos conturbados em relação a Formatura. O evento deveria estar começando naquele mesmo momento.

─ Uh? ─ ele responde notando que já tinha atendido o telefone, e que aquela era a sua vez de falar.

─ Onde foi parar a sua responsabilidade? Ou melhor, aonde você foi parar? ─ a mulher fala raivosa, e o rapaz finalmente reconhece a sua voz como sendo a de Kim Nayun, a mãe de Yunsoo.

─ Aconteceu alguma coisa? ─ ele pergunta tirando o capuz, começando a se sentir incomodado ─ Senhora ─ ele completa, mesmo tendo uma vaga noção do que poderia ter acontecido.

─ Seu sujeitinho de merda.

─ Vai começar a baixaria ─ ele disse, tentando entender o motivo no qual a senhora o tratava com tanta agressividade, afinal ele sabia que a mulher não se importava com a filha.

─ O que disse? ─ a Dona Nayun responde, sem perder o tom arrogante ─ Sempre soube que você não era uma boa influência ─ completa.

─ Está tudo bem com a Yunsoo? ─ ele desconversa.

─ Como você tem coragem de pedir uma coisa dessas? ─ ela faz uma pausa, apenas para respirar, mas logo prossegue ─ Ela está tomando soro nesse momento por sua causa seu insolente.

─ Desculpa ─ ele abaixa a cabeça, acovardado, como se a senhora pudesse ver os seus atos.

─ Vai me dizer que foi pra festa de formatura sem ela? ─ o menino se emudece do outro lado da linha ─ Onde você se meteu? ─ ela pergunta, por fim.

─ Eu esqueci.

─ Melhor não responder, só vem pro hospital ok?

─ Sim senhora.

Kihyun cancela a chamada e coloca as duas mãos na cabeça, refletindo como tinha chegado naquela situação. Aquilo era uma bola de neve ou teria ele finalmente alcançado o fundo do poço?

Voltou caminhar na direção do prédio de Changkyun apenas para chamar um táxi. Como tinha se afastado tanto? Chutou uma pedrinha e fitou tristemente ela rolar pela calçada, como a sua vida, sempre empurrada por alguma coisa, nunca por vontade própria.

─ Kihyun ─ pergunta Changkyun, que tinha descido as escadas logo atrás de Kihyun, sem que o mesmo lhe notasse ─ Você saiu correndo ─ ele continua ─ Eu fiquei preocupado ─ ele fala se aproximando ─ Tá tudo bem com você?

─ Boa pergunta ─ Kihyun responde, e depois ri seco.

─ Quem ligou? ─ ele pergunta, parando de andar, olhando o diretamente para Kihyun.

─ A Tia Nayun, ela quer que eu vá até o hospital ─ ele responde, como todos os três costumavam ser vizinhos, a senhora havia virado íntima de ambos

─ Yunsoo ─ fala Changkyun bufando.

─ Sempre Yunsoo ─ concorda Kihyun, dando a entender que aquela situação já tinha acontecido em algum momento da vida do trio.

─ Essa é a parte que você sai correndo atrás dela e me deixa sozinho.

─ Você não era dramático assim ─ Kihyun desconversa.

A verdade é que Kihyun não estava preparado para lidar com esse lado da própria personalidade. Ter que lidar com Changkyun e Yunsoo ao mesmo tempo era desconcertante e ele simplesmente não sabia como agir.

O irônico é que o trio havia crescido e se criado juntos. Em todas as fases de Kihyun, Changkyun estava presente, assim como Yunsoo. É incrível observar e entender a dinâmica entre esse grupo, mas para simplificar, vejamos dessa forma:

Yunsoo não sabe lidar sozinha com os próprios problemas, então os joga para cima de Kihyun e este para não se sobrecarregar, usa Changkyun como escudo do mundo.

Esse tempo que tivera que suportar sem Changkyun tinha sido avassalador para Kihyun, e ao mesmo tempo libertador. Sua relação com Yunsoo estava melhor do que nunca, e como sempre, foi só Changkyun voltar, para as coisas desandarem.

─ O tempo passa, as pessoas amadurecem ─ responde Changkyun depois de um logo período de silêncio e reflexão para ambos.

─ Ou regridem, como no seu caso ─ Kihyun fala, tentando novamente amenizar o clima da conversa.

Eles permanecem ali na portaria do prédio observando as gotículas de água que as poucos voltavam cair, sem saber como dar continuidade ao assunto. Aquele tinha sido um dia particularmente chuvoso, assim como a semana.

─ Vamos lá? ─ fala Changkyun, notando que Kihyun ainda estava abalado com os acontecimentos. Esse era o momento em que ele colocava um sorriso no rosto e virada o Escudo de Kihyun.

 

Proteção: do latim PROTECTIO (trad. Segurança). Abrigo, defesa, assistência, imunidade, suporte, preservação, refúgio, etc. Significado: Cuidado com algo ou alguém mais fraco.

 

─ Aonde? ─ pergunta Kihyun soldando todo o ar presente nos pulmões.

─ Ver a Yunsoo, oras ─ Changkyun rebate, risonho ─ Você é o cachorrinho dela, lembra? ─ ele termina e Kihyun não prefere responder.

A situação sempre fora desse jeito, Changkyun o conhecia melhor do que ele mesmo, e as vezes era difícil para Kihyun descobrir o que se passava pela sua cabeça.

Kihyun preferiu não dar continuidade ao assunto pois sabia que era exatamente o que Kihyun descrevera. Se Yunsoo jogasse a bolinha ele iria correndo atrás dela, se ela o mandasse deitar, então ele o faria, se ela fosse viajasse e passasse muito tempo fora, ele ficaria triste, e quando ela finalmente retornasse ele sorriria, pularia, e faria o possível para não ser abandonado novamente.

O Yoo tira os olhos do vidro para encarar Changkyun, e suspirar percebendo o quanto o outro era bonito. Changkyun, notando o ato, levanta as duas sobrancelhas num sorrisinho insinuativo.

De forma debochada, o Lim pega o telefone da portaria ─ que apenas o porteiro poderia usar ─ e liga para chamar um táxi, olhando o número num cartão que se encontrava no balcão.

Sente um arrepio por todo o braço, quando ouve o timbre grave da voz de Changkyun no telefone, quando este passava o endereço do próprio prédio para o taxista poder vir busca-los.

Era esse o efeito que Changkyun tinha sobre Kihyun, enquanto o máximo que Yunsoo conseguia, era lhe trazer preocupação. Changkyun era precioso demais para esse mundo. Precioso demais para Kihyun.

 

 

*:・゚ prudência *:・゚

 

 

─ Ursinho ─ fala a menina, assim que percebe Kihyun entrando no quarto ─ Você veio.

─ Eu deveria? ─ ele responde, fechando a porta do quarto e se aproximando da menina.

─ Não ─ ela fala, rápido demais.

─ Como?

─ Sim ─ ela se auto- corrige.

Seu cabelo escuro estava solto, caindo pelos ombros como se tivesse sido recém-penteado. Ao lado da cama, podia-se encontrar o suporte do soro que recebia diretamente na veia, possivelmente misturado com algum remédio tranquilizante, pela expressão sonolenta de Yunsoo.

─ Você deveria estar aqui sim ─ ela prossegue com a voz fraca.

─ O que você fez consigo mesma hein Yunsoo? ─ ele pergunta, notando os olhos inchados de Yunsoo. Kihyun ficou preocupado.

─ Nada.

─ Desculpa ─ ele responde, percebendo que ela tinha chorado, e a culpa era sua.

─ Como?

─ Desculpa, não foi a minha intenção te machucar.

─ Mas você não fez nada ─ ela fala, passando a língua pelos lábios ressecados, um claro sinal de nervosismo.

─ Eu não apareci.

─ Mas está aqui agora.

─ Eu deveria ter estado lá, mas não estava ─ ele coloca as duas mãos na cabeça, desesperado.

─ A culpa é toda minha Ursinho ─ ela responde ─ Calma.

Kihyun caminha na direção da janela e observa o jardim lá embaixo, com a tempestade que os atingira mais cedo, sobraram apenas alguns galhos, folhas e flores espalhadas pelo jardim inteiro. Ao que tudo indica, a tempestade tinha destruído muito mais do que a sua vida.

Seria esse o chamado arrependimento? Por que esse coração imbecil o fazia apaixonado por duas pessoas ao mesmo tempo?

─ Porque você é assim? ─ ele pergunta ainda de costas para a cama, apenas encarando o pátio.

Seu descontentamento consigo mesmo era algo absurdo, a menina não merecia nada disso, então por ainda insistia?

Para Michel Foucault, o poder não pode ser controlado, ele simplesmente existe, e toma conta da sua vida, separando a vida entre “dominantes” e “dominados”. Essa tese deixa Kihyun desconcertado, pois ele não poderia de forma alguma ser classificado como algum desses dois.

Kihyun não estava apenas de costas para a cama de Yunsoo, mas também para a porta do quarto, onde Changkyun surge silenciosamente carregando uma xícara de café para Kihyun, e pode ouvir as palavras que sucederam pela boca de amado.

─ Tão perfeita ─ ele suspira, e continua ─ Tão minha ─ ele se vira e sorri para Yunsoo, e não percebe a porta batendo grosseiramente, com Changkyun saindo correndo.

Do outro lado, Changkyun derruba algumas gotas do café quente no carpete do hospital. Ele sabia que deveria estar esperando por uma atitude dessa magnitude da parte de Kihyun, então apenas permaneceu escutando a conversa.

─ Eu não sou perfeita, se eu fosse você não teria esquecido de mim ─ ela responde e Changkyun ri de desgosto sozinho do outro lado da porta.

─ É tão linda, perfeita, e minha ─ ele ouve a voz de Kihyun e seu coração se aperta dentro do casaco de moletom ─ Eu que sou um boboca por ter lhe deixado sozinha por um motivo tão tosco ─ ele termina, e Changkyun resolve que iria chamar alguém para limpar o carpete, e terminar sozinho o café. Não era obrigado a ter que ouvir isso.

 

 

 

“Eu deveria rasgar as minhas vestes e me flagelar por amar tão profunda e verdadeiramente duas pessoas ao mesmo tempo?"

 

.

.

.


Notas Finais


capitulo pequenininho e chatinho esse né? parabens se você chegou até aqui hehe
mas é porque o cap 7 (sete) é muito agitado TIPO TOMA CALMANTE ANTES DE LER...
espero que tenham gostado desse, e Sim, estamos em HIATUS, é complicado eu sei, mas é serio nao tá dando galero, só att hj pq teve feriado sflkjsdf
Espero que tenham entendido esse capitulo pq os outros vão ser piores AGUENTA CORAÇÃO...
deem muito amor a PRUDENCIA ok? <3
E POR ULTIMO... FELIZ PÁSCOA A TODOS <3 (pq eu na sei quando volto)


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