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História Ps: Eu te odeio - Smoke Girl.


Escrita por: saturnrings_

Notas do Autor


Hey

Capítulo 23 - Smoke Girl.


Fanfic / Fanfiction Ps: Eu te odeio - Smoke Girl.

Ela é tempestuosa
          Deitada na sua frente
          Contra a parede
          Ela é tempestuosa

Estou me sentido tolo

Você deveria tentar
          Ela veio e substituiu
          A paz e a quietude 
          Por sangue acrobático, fluxo, concertina.

[....]

Eu ria do desespero de Caleb.

- Luna White. - ele rosnou pela escuta. - Desce logo da porra desce prédio, você está colocando a missão em risco. - eu ri mais ainda.

O desespero dos outros é algo cativante, pelo menos pra mim. 

Eu estava monitorando a entrada deles do alto de um prédio, no caso, agora era a saída. Caleb está nervosinho porque eu não quero descer. Ué, o céu daqui de cima é foda pra caralho, o que eu posso fazer.

- Caleb, eu só desso quando vocês vazarem com a mercadoria. - avisei tragando. - Os caras podem ver, só posso sair daqui quando não tiver ninguém. Quer que eles descubram onde eu fico escondida? - perguntei coçando minha testa com a arma, só estava enrolando ele mesmo.

- Ela sempre te ganha nas palavras. - escutei Nathan murmurar. 

- Se ele não calar a boca, eu vou mirar nele daqui de cima. - ameacei.

Eles deixaram essa parte comigo justamente por isso, minha mira é ótima. Nathan riu em descrença e eu olhei pra baixo na sua direção, mirei na parede de ferro ao seu lado, atirando, ele deu um pulo e eu só ri mais.

- Tá, tá. - Caleb disse irritado. - Daqui a vinte minutos eu venho te buscar.

Escutei o barulho dos carros acelerarem e fiquei mais um tempo olhando pro céu. Meu pensamento vagou até Derek, mas não ficou por muito tempo nisso. Ele vagueou até o futuro, o que eu iria fazer, pra onde eu iria. Eu queria conhecer lugares novos, culturas diferentes, conhecer pessoas eu dispenso, ninguém tem a mesma mente que eu. Discordo plenamente desse fato, estar sozinha pode ser ruim e.. o que é que eu to falando, eu amo ficar sozinha, com as minhas esquisitices, minhas manias despudoradas, minhas vozes, comigo mesma. Foi o que eu escolhi e eu gosto.

Soltei a fumaça encarando a constelação preferida dos meus pais, eles eram um casal clichê, gostavam de fazer tudo juntos, essa era umas das coisas deles. Me sentei com raiva ignorando qualquer pensamento sobre eles, pisando em cima do tabaco.

Desci de uma vez pela corda na lateral do prédio, com um sorriso estampado em meu rosto, adrenalina. Meus cabelos foram pra cima assim como a minha blusa cinza larga. Parei a alguns centímetros do chão, bom o suficiente para minhas pernas não encostarem nele com brutalidade, me impedindo de levar um choque. Soltei a liga da minha cintura, me soltando, e puxei a corda enrolando a mesma.

Decidi que não iria embora com Caleb.

Já eram quase três da madrugada e eu estava com sede, parei quando as luzes chamaram minha a atenção. Entrei na boate indo direto pro bar, pedi uma dose de tequila, mas aquilo não me satisfez. Então quando o barman se virou, eu peguei a garrafa, me virando para ir embora. Era o que eu teria feito se o cara tivesse deixado.

- E ai gata, topa uma dança? - ele perguntou, com a voz embolada.

- Vaza. - eu disse virando a garrafa e suas mãos foram parar na minha cintura, ao encostar na arma que estava na mesma seus olhos se arregalaram e eu ri. - Se abrir a boca eu te boto pra dormir. - avisei me virando, dei de cara com Caleb de cara feia. 

Porra, ele me rastreou. 

- O que você tá fazendo aqui? - perguntou sério e eu levantei a garrafa. - Vem. - ele disse irritado me puxando pra fora do bar, todos estavam lá fora.

- Ficamos preocupados. - Cameron disse sem emoção e eu sorri ácida. Isso era a última coisa que ele ia sentir, preocupação. - Você está bem, amor? Já estava indo ligar pra policia, opa, não dá. - disse irônico, bebendo energético.

- Quanta falsidade. - Nathan disse soltando a fumaça do cigarro pra cima. - Eu me preocupei. - ele disse de supetão e eu ri, porque era verdade. Ele pagava de fodão mas era o primeiro a se alarmar. - No fundo, no fundo, eu sabia que era por causa do álcool. Eu duvido que ela ia deixar os caras do Silver encostarem nela, teríamos encontrado corpos lá, ao invés da mochila dela.

- Luna, era pra ficar lá. - Caleb disse.

- Era porra nenhuma. - rebati. - Cadê minha parte da grana? 

- Ta no carro.

- Me da, tenho que vazar. - eu disse caminhando até o impala de Cameron, esse carro é foda demais. O dinheiro sempre ficava lá porque o carro intimidava e ele era um ninja. Quando somos seguidos ele sempre some que nem fumaça. Peguei minha mochila, onde eles provavelmente colocaram meu dinheiro e me virei pra eles. - Valeu, valeu, to vazando. - bati a porta com força de propósito e Cameron trincou o maxilar, sorri cínica. 

- Eu vou te levar, Luna. Já é madrugada. - Caleb disse e eu rolei os olhos.

A última coisa que eu queria agora era discutir com ele, subi na moto seguida dele e ele acelerou rumo a minha casa.

Durante todo o trajeto eu brisei, efeito da maconha, prazer. Caleb parou a moto em frente a casa dos Styles e me puxou a sua frente, me encarando.

- Não vai me dizer pra quem é o dinheiro? - perguntou calmo, neguei. - Não é pra homem, né, Luna? - ri.

- E se fosse? O que você tem com isso? - perguntei óbvia e ele riu beijando minha boca.

- Eu não gosto.

- Não tem que gostar. - eu disse cínica e ele bufou.

- Você tem que vigiar. - disse sério e eu arqueei uma sobrancelha.

Ser a 'dama' de Caleb é estressante, mas até que é legal. É só ter pulso forte. Se eu não tivesse com certeza já estava em algum apartamento dele pagando de boa puritana, coisa que eu não sou. Eu não sirvo pra isso.

- Não sou nenhuma das suas princesinhas, Caleb. - eu disse séria. - Você está comigo porque gosta do que eu te proporciono. - eu disse sorrindo de lado. - Gosta da adrenalina, gosta do risco que eu causo quase colocando tudo a perder, e gosta de quando eu te surpreendo. - eu disse e seus olhos se prenderam nos meus. -  Mas eu não sou um fantoche, você não pode mandar e mim, só pode me acompanhar. - avisei.

- Coisas mudam, Dama. - ele disse sereno.

- Você me chamou aquela noite por isso, não tem porque eu mudar.

Ele rolou os olhos, odiava quando eu dominava a situação. Seus lábios atacaram os meus e sua mão direita apertou minha cintura com força, era como se fosse um ' não gostei dessa resposta'. As faces de Caleb estão se abrindo uma por uma, a que eu reconhecia de longe era a possessividade, era a que mais se ressaltava. Mordi seu lábio inferior nos separando e vi que ele tinha minha arma em suas mãos, dei de ombros.

- Usa camisinha, hein. - avisei caminhando até o hall. - Essa vadias de hoje em dia tem muita doença. - gritei subindo as escadinhas do meu quarto.

Fui direto pro banheiro tomar um banho, vesti uma cueca preta, coloquei meu top também preto e sentei tonta na cama vestindo meus meiões brancos compridos. Levantei indo pegar minha touca e logo me joguei na cama.

Vejamos, eu bebi um litro de tequila. Provavelmente acordarei com a cabeça zoada, a preguiça não me deixou pegar o lençol então logo eu dormi.

- Caralho. - murmurei abrindo os olhos, meu celular tocava incansavelmente.

Peguei o mesmo e vi que era Nathan, desliguei em sua cara me arrastando até o banheiro. Escovei os dentes e fui até a cozinha tomar algum remédio, a casa estava silenciosa e minha cabeça agradecia por isso. Achei um comprimido para dor e quase dei pulinhos de alegria quando vi que não tinha ninguém lá embaixo, Anne iria falar aos montes, ou iria reclamar da minha roupa de dormir, ou do cigarro na minha mão, ou de qualquer coisa vinda de mim. Eu como sempre eu iria ignorar para não esquartejar, é a vida.

Robin e Anne provavelmente foram trabalhar, hoje não teria aula, eu não iria de qualquer jeito, ia acabar matando alguém. As manhãs nessa casa são agradáveis quando está todo mundo dormindo, mas o fato de eu saber que tem ar nos pulmões deles, digo Harry e Lilly, me incomoda. Sei lá, eles só podiam morrer. 

Bufei da cozinha quando escutei a campainha tocar.

- Não vou atender essa porra, não. - berrei. 

Estávamos sozinhos em casa, Lilly e Harry agora de manhã, tudo que eu queria, sintam a ironia.

Havia se passado uma semana desde o incidente do hotel, de lá pra cá Anne é neura pura. Quando to na rua ela liga de dez em dez minutos, com Harry então, ele já era mimado agora fudeo. Mas o engraçado é que..comigo é cobrança, tipo '' aonde você tá? Não chega tarde. '' coisas assim. Lilly nem estava no dia e tá sendo tratada estilo Harry, me poupem. O bom é que Robin me trás chocolate quase todo dia. 

- Eu atendo, folgada. - Harry berrou de volta, rolei os olhos ao ver que ele se encontrava acordado.

Uma semana e Derek nem pá, eu sei que foi ele que me trouxe o blusão vermelho.

Terminei de beber água e resolvi que iria sair, aproveitar que Anne não está em casa, curar essa ressaca fora daqui. 

Caminhei até a sala para lhe mandar o dedo e me deparei com cinco seres, bufei me escorando no batente da porta. Eles não tinham me visto. Meu olhar parou no menino Medieval que estava disperso, eu tinha saudades dele, tipo, muitas. 

- E ai, Luna. - Louis disse e Zayn virou o rosto para me encarar.

- E ai. - eu disse caminhando até o sofá. - Eu to aqui para te dar isso, Harry. - eu levantei meu dedo do meio e Harry bufou, os meninos riram e eu me sentei ao lado de Zayn.

- Rá rá. - Harry resmungou. - Vaza, eu vou ficar aqui com os caras. - ele disse mandão e eu rolei os olhos.

- Como se eu quisesse ficar aqui. - respondi óbvia e vi Liam segurar o riso.

- Ah, não. Deixa ela ficar. - Niall pediu. 

Ignorei eles e subi para trocar de roupa, tomei um banho e entrei no meu closet. Vesti uma calça jeans skinny literalmente rasgada, uma blusa azul marinho de mangas compridas, está frio. Sai de dentro do closet e dei de cara com Zayn sentado em minha cama, me mantive indiferente indo calçar meu converse branco de cano médio.

- Então, você abaixou a guarda? - ele perguntou sério.

- Não sei do que você tá falando. - respondi botando minha touca preta.

- Sabe sim. - ele se manteve sério. - Por que sentou do meu lado, então? - ele arqueou uma sobrancelha. 

É, ele me conhece mais do que eu pensava. 

- Isso não significa nada. - eu disse, passando pó em meu rosto.

- Significa sim. Você passou duas semanas e meia me ignorando de todas as formas, para vir se sentar ao meu  lado no sofá? - indagou, ainda com a sobrancelha arqueada. 

Eu poderia ser curta e grossa, mentir de novo, isso é o que eu faço de melhor. Mas eu já estava de saco cheio e não queria, novamente iria ser do jeito Luna.

- Está tirando essa conclusão só porque eu me sentei ao seu lado no sofá? - indaguei de costas, pondo minhas pulseiras de hippie.

- Você poderia ter se sentando ao lado do Niall. - ele disse e eu sorri. Me virei e encontrei Zayn parado atrás de mim, sorrindo. - Eu te conheço, White.

- É, eu sei. - eu disse, minhas maçãs se contraíram e eu senti aquilo que Zayn me causa. Aquela..não é bem dizendo vergonha, eu só não tenho mais nada a declarar e ele ficar me encarando é tipo...sei lá. 

Eu gargalhei com vontade diante desse pensamento e Zayn me abraçou apertado. Envolvi seu pescoço com meus braços e seu rosto repousou na curvatura do meu.

- Não faça mais isso. - ele disse abafado e eu apenas assenti. - É sério, Luna.

- Okay. - eu disse e ele se afastou, me fitando. 

- Minha mãe me disse. - ele disse baixo. - Sobre a possibilidade de você ter escutado a nossa briga aquela noite, ela me disse que você a olhou com raiva como se soubesse.

- Eu escutei. - admiti.

- Por que mentiu pra mim? - perguntou sério.

- Eu sou a Luna, baby. - eu disse e ele bufou. - Não é culpa da sua mãe, é culpa da Anne.- eu disse suspirando. 

- É, eu sei. - ele disse olhando pra baixo, Zayn estava tão..sei lá. - Eu fiquei sabendo do hotel. - disse e riu.

- Não me lembre. - eu ri. - Eu tenho que ir. - eu disse pegando meu skate.

- Ah. - protestou.

- Vem. - após pegar minha mochila puxei sua mão e nós descemos as escadas.

- Ué, tão se falando? - Harry perguntou. 

- Não te interessa. - rebati irritada. - To vazando, tchau Zayn. - dei um beijo em sua bochecha. 

- Vai aonde? - Harry perguntou sério.

- Vou dar.

- Só na ousadia. - Louis disse rindo, lhe mandei o dedo rindo também. Ah, foi engraçado. 

Bati a porta e fui remando até a praça. 

O pessoal de sempre estava lá, joguei minha mochila ao lado de Polly que se assustou. Remei até a rampa, resolvi fazer algumas manobras, as básicas. Não to afim de humilhar a Miranda agora, não.

- Pensei que não ia vir mais. - Carter disse de mau humor, olhei em volta e vi que Miranda conversava com Ethan.

Então hoje ela decidiu mudar. Encarei Carter cínica.

- Está com ciumes? - perguntei direta. 

- E-Eu? Lógico que não. - ele respondeu rápido.

- Quando você deixar de dar bola pra ela. - parei encarando Miranda e Ethan. - Ela vem atrás. - eu disse para Carter que me olhava com atenção. - Ela é chave de cadeia. - eu disse sincera. - Não to falando isso porque não gosto dela, to falando isso porque ela não faz isso na inocência. Se ela gostasse mesmo de vocês, se estivesse mesmo confusa entre os dois, estaria estampado na cara dela. - eu disse e ele encarou os dois. - Ela faz na maldade, mas relaxa que o loiro não gosta dela. - eu disse acendendo um cigarro.

- Como sabe? - Carter perguntou.

- Sabendo. - soltei a fumaça. - Por que não foca em outra coisa? Esquece ela um pouco, vai andar com o muralha. Não, eu vou fazer isso. - eu disse e ele riu. - Vai conversar com a Polly. - deixei no ar e ele me fitou. Tinha incerteza nos seu olhos. - Não tá levando fé no que eu to falando, né? - ele assentiu. - Eu vou fazer a minha parte, faz a tua. - remei até o casal sentindo o olhar de Carter em mim. - E ai, casal? - eu disse cínica, pisando em cima do tabaco.

- Oi, May. - Ethan sorriu largo.- Ah, ér, não somos um casal. - ele disse meio sem graça e Miranda bufou.

- Relaxa, é mania minha. - eu disse. - Vamos fazer umas manobras? - perguntei e ele assentiu, remando comigo até a pista.

Olhei pra trás e vi que Miranda me olhava com raiva, seu olhar se virou para Carter, que estava sentado ao lado de Polly. Sorri, meu plano deu certo.

Eu e Ethan ficamos fazendo algumas manobras, ele é tímido e isso é engraçado porque ele tem porte de garoto que joga em time de futebol. Resolvi ir até Polly, que sorria para Carter.

- Ai, as nacionais estão chegando.- Kurt disse. 

- É, temos que treinar. - Carter disse.

- Miranda principalmente. -  eu assoviei.

- Concordo. - Polly disse sincera.

- Vocês duas adoram ficar contra mim. - ela acusou.

- Eu só falo a verdade. - menti. Irônico, não?

- Eu só preciso de ajuda. - ela se defendeu.

- Eu posso te ajudar. - Carter disse e eu o fuzilei com os olhos. 

- Eu estou com dificuldade em fazer o Ollie. - Polly deixou no ar, e eu fitei Carter, que me olhou perdido.

- Eu te ajudo, Branca. - Kurt disse e Polly sorriu.

- Aleluia, arranjaram outra pessoa pra por esse apelido. - comemorei.

- Você também é branca, Branca. - Kurt disse rindo.

- Aff. - eu disse irritada e eles riram. - Bora partir, Polly? - ela entendeu o recado e se levantou.

- Bora. - confirmou.

- Essas duas estão de treta. - Kurt disse.

- A gente se pega. - Polly disse rindo.

- É, e agora estamos indo atrás de garotos. - eu disse irônica remando pra fora da praça.

- Mas tem eu aqui. - Kurt gritou.

- Então, o que sua mãe disse? - perguntei enquanto remávamos em direção a sua casa.

- Ela concordou, meu pai está fazendo muita coisa errada. - ela suspirou. - Você só vai mandar ele ir embora, né - perguntou aflita.

- Relaxa, música boa do nirvana. - eu disse ascendendo um cigarro. - Ele só vai chegar a noite em casa e resolver ir embora. - eu disse calma, nós paramos em frente a sua casa. - Toma. - eu joguei minha bolsa pra ela. - Eu falei que ia te ajudar, não estava brincando.

- May, tem muito dinheiro aqui. - ela disse de boca aberta. 

- Suave, tenho que ir. Seu pai trabalha aonde? - perguntei e ela me deu um papel com o endereço de uma boate. - Okay.

- Minha mãe quer te conhecer.- ela disse com vergonha. - Quer te agradecer.

- É só marcar.- eu disse.

- May, não mata meu pai, ta? - pediu e eu ri.

- Relaxa, loira. Agora tenho que ir.

Remei em direção ao galpão, acendi outro cigarro me equilibrando no skate. A brisa gelada bateu em meu rosto me dando uma sensação boa, mas não por muito tempo pois meu celular começou a tocar.

- Ta aonde, Luna? - Anne perguntou.

- Dando uma volta. - soltei a fumaça.

- Nós vamos sair, temos um jantar na casa da minha irmã. - revirei os olhos entediada.

- Podem ir sem mim.

- Não, você vai. - ela disse autoritária. 

- Anne, eu to trabalhando. - eu disse que tinha começado a trabalhar pra ver se ela calava a boca, mas ela não tinha curtido muito a ideia.

- Peça demissão.- ela disse dramática. - Eu não mandei você ir trabalhar. Eu já disse, o que você quiser é só me pedir.

- Ah, sim. - eu disse irônica desviando de um carro. - Como se você fosse me dar dinheiro pra comprar ganja. - eu disse e ela ficou silêncio, aposto que ela foi perguntar a Robin o que é ganja.

Um carro buzinou e eu lhe mandei o dedo remando mais rápido.

- Luna, isso foi uma buzina? Aonde é que você tá? - ela perguntou afobada.

- Viadinho fodido do caralho. - murmurei. - To no trabalho, Anne. - eu disse pausadamente. - Você acha que não passa carro aqui em frente?

- Aonde é esse trabalho? Me passa o endereço que eu vou ir te buscar, vou conversar com seu chefe. - porra.

- É em uma loja de música...no... lado leste. - eu disse o contrário da onde eu estava. - É uma loja de música antiga, procure pelo Ramires. Um senhor simpático, baixinho, de cabelos grisalhos. - eu disse encarando o tiozinho na minha frente, pegando suas características. - Ele está usando um suéter verde. - conclui sorrindo amigável pra ele, que me encarou confuso, o carro buzinou de novo e eu me irritei. - Tenho que desligar, um cliente chegou aqui. - desliguei em sua cara, encarando o motorista do carro com raiva.

Foi o que eu tentei fazer, mas o vidro era fumê, então eu só mandei o dedo mesmo.

Remei mais rápido e senti o impacto do carro em mim, de leve. Cai do skate ralando o joelho, prendi o cigarro em meus lábios com força e encarei o carro fervendo de raiva.

Quem esse filho da puta pensa que é? O pessoal que estava ali em volta ficaram assutados, levantei de pressa pegando meu skate. Fitei o vidro irritada, acho que fiquei uns cinco minutos fitando o vidro. Eu queria ver a cara do fodido, mirei o vidro certeira e bati com meu skate ali. O vidro se espatifou por inteiro e o cara me olhou assustado, era jovem, gato, mas isso não me importava.

Relaxei os lábios soltando a fumaça presa.

- Ta maluca? - ele gritou.

- Da próxima vez porra a sua mãe, babaca. - lhe mandei o dedo novamente e joguei o skate no chão, remando em direção ao galpão. Cheguei no mesmo soltando fogo pelos olhos.

- Ta irritada, gatinha? - Cameron perguntou sem emoção, afiando sua faca favorita. 

Acho que já comentei o quanto ele é misterioso. Eu gosto disso.

- Pra caralho. - bufei.

- Por que? - Nathan perguntou, comendo doritos enquanto mexia no notebook.

- Um cara ai me empurrou na rua. - eu disse e Caleb desceu as escadas, vindo até mim.

- O que foi? Quer alguma coisa? - perguntou rodeando minha cintura.

- Quero. - afirmei e ele beijou meu queixo. - Quero mandar um cara ir embora. - eu disse cautelosa.

- Quem a gente tem que apagar? - Nathan perguntou animado, de boca cheia.

- Não, apagar não. - eu disse e Cameron tirou os olhos da faca os prendendo em mim. - Eu quero que ele vá embora da vida de uma pessoa, mas essa pessoa me fez prometer que não faria isso agressivamente. - conclui.

- Isso tá estranho. - Nathan disse.

- Está mesmo. - Caleb disse e eu bufei, se eu falar que o cara é ruim eles vão querer apagar ele.

- Se não vão me ajudar eu faço isso sozinha.- ralhei irritada.

- Você vai ter que falar. - Caleb disse.

- Não, não vou me ajudar? - eles ficaram em silêncio. - Beleza. - eu disse irritada, caminhando em direção a saída.

Joguei o skate no chão pronta pra remar, mas a voz aveludada de Cameron me fez olhar para trás.

- Eu te ajudo. - ele disse calmo. - Entra no carro. 

Entrei no impala e indiquei o endereço no papel, Cameron nem ficou de noia. Já estava de noite, eu tinha que acabar logo com isso.

- Então nós mandamos ele ir embora da vida dessa tal de Polly, e se ele não for nós colocamos um medo básico? - ele indagou, fitando a sua faca.

- É. - confirmei.

Nós saímos do carro e nos deparamos com a fila da boate já extensa, na nossa vez eu fitei o cara com as sobrancelhas erguidas, em sinal de intimidação.

- Você é o Ronald? - Cameron perguntou rude.

- Sou, porquê? - o cara perguntou confuso.

- Queremos levar um papo com você. - eu disse séria.

- Não da, estou trabalhando. - ele disse seco e Cameron levantou a blusa mostrando seu tanquinho super definido, digo, mostrando a calibre 38 que estava presa ali. O cara nos olhou com medo.

- Você vai deixar ela entrar pra buscar seu substituto e nós vamos conversar. - Cameron disse calmo e o cara assentiu freneticamente.

Entrei e meu olhar parou nos caras de preto no canto perto do bar, eles estavam vestidos como o Ronald.

- Ei. - chamei atenção deles.- Ronald quer que cubram ele agora, a esposa dele teve uma crise. - eu disse e um cara se prontificou rapidamente, andando até a saída, acompanhei ele.

- Pode ir, Ronald. Eu te cubro até você voltar. - o cara disse compreensivo. 

Ronald assentiu meio assustado e Cameron o fez entrar no carro, nada alarmante só o pressionou com o olhar.

- Pra onde vocês estão me levando? - ele perguntou assustado e eu joguei a bituca pela janela.

- Relaxa, não vamos te matar. - avisei.

- Essa não é a minha vontade. - Cameron disse. - Por mim você vira presunto. - ele disse e o pavor se estampou na cara de Ronald. -  Vamos ter uma conversa no galpão.

Cameron estacionou em um galpão dos Fallen no Oeste, eles tinham vários galpões pela cidade. Descemos do carro e entramos no galpão. Mandei Ronald se sentar na cadeira a nossa frente, não o amarrei nem nada. Na cadeira ao meu lado Cameron tragava lentamente enquanto a Calibre 38 repousava em sua mão.

- O que vocês querem? - ele perguntou assustado.

- Estamos sendo bonzinhos. - eu disse cínica. - O lance aqui é o que você vai fazer, você vai chegar em casa hoje depois do trabalho, irá pegar suas coisas e irá sair da vida de Polly e sua mulher. - eu disse e seu semblante piorou. - Irá deixa-las em paz e se eu ficar sabendo que você voltou pra lá ou encostou em Polly de novo, você já era. Estamos entendidos?

- Vocês não podem fazer isso comigo. - ele disse transtornado. 

- Ronald, você não é um bom pai, nem um bom marido. - eu disse.

- Eu não vou fazer isso. - ele disse.

- Não? - Cameron apontou a arma em sua direção, atirando ao seu lado. Ronal pulou assustado. - Droga de mira.- lamentou cínico. - Quer tentar, Luna? 

- Quero. - eu disse sorrindo cínica.

- Ta bom, ta bom. Eu vou. - ele disse desesperado.

- Nós vamos ficar do lado de fora te vigiando. - avisei. - Se você não fizer o combinado, eu deixo Cameron fazer o que ele quiser com você. - eu disse e Cameron sorriu largo.

O homem assentiu, nós o levamos até sua casa, e em questão de dez minutos ele saiu com as malas prontas. 

- Entendeu? - Cameron perguntou. - Ou quer que voltemos?

- Não, eu entendi, entendi. - ele assentiu rápido.

- Okay, pode ir trabalhar em paz. - eu disse e ele saiu correndo do carro. Respirei fundo soltando a fumaça do cigarro que eu acabara de pegar das mãos de Cameron. - Me da uma carona pra casa? Eu to ferrada. - comentei e ele acelerou.

- Por que?

- Anne. - rosnei. - Vou acabar matando ela. - eu disse irritada e ele riu parando em frente a minha casa, o que era estranho. - Não vou nem perguntar como você sabe aonde eu moro. - comentei e ele sorriu discretamente. - Valeu.- eu disse e ele assentiu com a cabeça. - Isso fica entre nós.

- Firmeza, White. Relaxa que de mim não sai nada, sou bom com segredos. - disse malicioso, percorrendo meu corpo com os olhos, sai do carro batendo a porta. - Vou ignorar isso. - ele disse e acelerou com pressa.

Caminhei até a entrada e abri a porta, encontrando todos sentados no sofá, com cara de tacho.

- Hm..oi. - eu disse confusa.

- Oi? - Anne gritou. - Por que desligou o celular? - ela berrou.

- O Kevin descarregou. - dei de ombros fechando a porta.

- E o que me diz sobre o seu trabalho? - ela perguntou furiosa, não muito diferente dos presentes ali.

Até Robin tinha uma expressão furiosa, pronto, fudeo.

- Eu fiquei te esperando igual a uma idiota. - me fiz de inocente e quase ri, foi difícil segurar. - Fiquei lá uma hora te esperando. - comentei.

- Sério? - perguntou cínica.

- Sério. - fui irônica e vi Robin sorri de lado, ele não consegue ficar irritado comigo por muito tempo.

- Não tem nenhuma loja de música no lado leste, Luna. - ela disse raivosa.

- Eu disse leste? - perguntei fingida. - Não, Anne, eu disse Oeste. - afirmei convicta.

- Mas o quê? - berrou. - Eu ouvi muito bem Leste.

- Ouviu errado, não estamos atrasados pro tal jantar? - mudei de assunto.

 - Estamos, você vai ter que ir assim. - dei de ombros, formal é que eu não ia. Não ia botar vestido nenhum. 

- Okay. - eu disse e nós caminhamos para fora da casa. 

- Depois conversamos. - Robin disse e eu assenti.

- Luna, Luna, não cansa de mentir? - Harry sussurrou ao meu lado, já dentro do carro.

- Não sei do que você está falando. - respondi abaixando a janela pra fumar.

-  Tem um vídeo rolando na internet. - ele comentou. - De uma menina morena baixinha e revoltada, quebrando o vidro de um carro. Incrível, foi no mesmo momento que minha mãe te ligou. Coincidência, não? - indagou irônico e eu sorri de lado.

- Coincidência. - afirmei cínica.

- Sabe qual apelido deram pra ela? - perguntou ainda cínico.

- Não, amor, me fale qual apelido deram pra ela. - eu pedi cínica.

- Smoke Girl. -  ele disse e eu o fitei. Seus olhos fitaram os meus e um sorriso largo apareceu em seu rosto. - Ela fez aquilo com um cigarro preso nos lábios.

- Gostei do apelido. - eu disse, me virando para olhar a lua. Soltei a fumaça e me virei para olhar Harry. - Gostei mesmo.


Notas Finais


Desculpem algum erro. Xx


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