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História Psycho - S2 - Capítulo 42


Escrita por: SpeakYourself

Capítulo 44 - S2 - Capítulo 42


— PARA DE GRITAR! – Jimin disse, se sentando no sofá, buscando manter a sanidade. — Só vai piorar as coisas... – Taehyung finalmente ficou calado, olhando para Jimin com um olhar fervoroso. — Minha intenção SEMPRE é te ajudar, por que você torna isso tão difícil?

— Por que você acha que eu preciso de ajuda?  EU NÃO ESTOU DOENTE! – ele se aproximou, Jimin se mantendo no lugar. — As pessoas que têm problemas, doentes todos os dias, seguindo a mera rotina e sentindo o ardor de cada sentimento ruim ser repreendido. Eles são doentes, eles são covardes. Eles que precisam da sua ajuda, não eu.

— Você é uma pessoa, Taehyung.

— Não essa pessoa que precisa de ajuda. – olhou nos olhos de Jimin. — Para.

— Taehyung, foca em mim. – ele segurou o maxilar de Tae. — Você não é qualquer pessoa que precisa de ajuda, você é o MEU HOMEM, que também precisa de ajuda. Por favor, não me afaste, me deixa te mostrar como você pode ser melhor... Que tem algo de errado com voc-

— Então meu pai estava certo em me deixar? Minha mãe estava certa de se matar e, pelo visto, Jin estava certo de me querer longe?

— O que? Não, eu não quis dizer is-

— ENTÃO PORQUE DIZ QUE EU SOU O ERRADO?

Tae-

— Por favor – ele se aproximou mais, curvando a cabeça dele no pescoço de Jimin, os olhos fechados. — Para de fazer isso comigo.

— Tae... Como eu posso conviver com você se eu não posso dar minha opinião ou achar que algo está errado? – Taehyung se aproximou — Eu-... Eu preciso tentar te entender, me deixa tentar.

     Taehyung levantou os olhos, assustado.

     Acordou, levantando da cama e passando a mão direita no cabelo. Se sentindo sufocado, Taehyung se levantou da cama, as mãos no rosto. Ele, desde que Jimin chegou em sua vida, sonhava com o menor, sempre. Normalmente era com Jin e suas memórias, mas agora eram sobre Park e suas memórias, normalmente as ruins. Taehyung suspirou, indo até a sacada do quarto e olhando a vista, o sol amanhecendo, os 5 garotos em seu quarto, dormindo no colchão grande ao lado de sua cama, no chão. Taehyung fechou os olhos, sentindo a brisa do vento da manhã.

— Vamos, Jimin-ah – ele sussurrou. — Onde você está? – suspirou, abaixando a cabeça. No mesmo minuto, percebeu que estava fazendo a pergunta errada. Nunca gostou de perguntas, mas dessa vez ele queria fazê-las. — pai, onde está você?

     Taehyung fechou os olhos, colocando ambas as mãos na cabeça, mais uma memória de Taehyung e Jimin passando em sua mente, como um flashback.

     Jimin tinha suas mãos no rosto de Taehyung, os narizes colados, acariciando um ao outro. Estavam calmos, juntos, sossegados.

Jiminie... – Taehyung chamou, a voz grossa fazendo Jimin se arrepiar. — Me conta mais sobre Yuta. – ele abriu os olhos. — Como ele era?

— Por que quer saber sobre isso... Uh? – Park beijou levemente os lábios de Taehyung.

— Curiosidade.

— Uh... – ele levantou uma sobrancelha. — Ele era baixinho, assim como eu – Jimin sorriu. — Éramos grudados, mesmo quando as crises dele o impediram de sair de casa e de se relacionar com outros. – ele fechou os olhos. — Era doce, normalmente calmo... Era um anjo em minha vida. – Ele levantou os olhos para Taehyung. — Assim como você é hoje.

— Eu não sou um anjo, praga.

— Para mim é. – Ele sorriu, Taehyung ainda sério. — Um anjo que, ao mesmo tempo que me mantém seguro, me faz sentir em casa e, principalmente, que eu consigo tocar e ver que tem fraquezas... Sabe, anjos não são perfeitos, são... São o que nós torna alguém feliz, esperançoso. E eu tenho esperança que você ainda vai me deixar entrar, vai me deixar saber mais sobre você, assim como permitiu Seok. – ele sussurrou sério pra Taehyung, que sorriu fraco com a ideia. Não era como se ele odiasse ter alguém o conhecendo, ele tinha medo de deixar. — Você está sorrindo...

— Anjos não sorriem?

— Pelo contrário, têm os melhores sorrisos. – Jimin sorriu. — Você realmente é um anjo.

— Não, Jimin. – ele colocou a mão no maxilar de Park, o fazendo fechar os olhos, desfazendo devagar o sorriso. — Você que é o anjo aqui.

     Taehyung fechou os olhos, apertando as mãos nos fios azul de cabelo. Sua mente não parava de reproduzir essa cenas, ele queria parar mas não controlava mais seus pensamentos.

     Jimin estava assistindo a um programa de TV enquanto Taehyung estava deitado com a cabeça em seu colo. Estava quase dormindo, então, ao Jimin se remexer levemente, Taehyung repetiu o ato, remexendo a cabeça.

— Awn... – Jimin sussurrou, achando fofo a mexida de cabeça do maior. Taehyung tinha acabado de pintar o cabelo de azul e, com a cor realçada, Jimin mexia nos fios de cabelo de Kim. Assim, Taehyung gemeu baixinho em conforto. — Que bebê.

— Chamar um garotão desse de bebê é ofensa, praga. – Taehyung respondeu, ainda de olhos fechados e voz sonolenta.

— Não é uma ofensa, é um elogio, eu prometo.

     Continuou fazendo cafuné no cabelo de Taehyung, ouvindo a respiração do mesmo ficar cada vez mais leve. Jimin o olhou de corpo inteiro e, pela primeira vez, observou o pulso de Taehyung. Calmamente, puxou a mão de Taehyung para si, a mesma sendo segurada pelo maior em sinal de carinho. Com gentileza, a virou e passou levemente seus dedos nos ferimentos. Fortes. Cortes cortes. Recentes.

      Jimin respirou fundo, analisando os arranhões. Com calma, segurou a mão dele, apertando com força. Ainda passando a mão no cabelo de Taehyung, ele sussurrou, não realmente sabendo se ele estava ouvindo:

— Eu tô com você, Tae... Eu tô aqui, você me tem. Não vou a lugar nenhum.

     Taehyung socou a própria cabeça, lembrando de cada palavra de Jimin, cada sussurro, cada toque. Ele só queria tocar nele agora. Parecia que o mundo de Taehyung estava com cores fracas, quase opacas. Com as memórias, pareciam fortes, vivas. Ele sabia que estava sentidno falta de Jimin, principalmente por causa do que disse a ele antes de ser capturado pelo seu pai. Aquilo ainda doía em si.

     Se jogou no chão, apertando os próprios olhos. Ele se sentiu sufocado novamente, sem conseguir respirar, só com o pensamento de Jimin com o seu pai.

     E não era diferente do outro lado. Jimin se lembrando de cada memória que tiveram.

     Jimin estava determinado a descobrir algo sobre Taehyung. Principalmente um negócio: se havia compaixão nele. Se ele conseguisse ter um compaixão por alguém, por outras pessoas poderia ter também. Então era isso, Jimin iria descobrir se Taehyung conseguiria ter um pingo de compaixão. Assim, ele botou em prática: irritar Taehyung. E ele sabia bem como fazer isso.

     Taehyung tinha acabado de chegar na cozinha, lavando a mão por ter se cortado com a faca que estava afiando. Jimin percebeu, manteve a calma, sentado no sofá, observando as ações de Taehyung

— O que você estava fazendo?

— Lavando minha mão, não consegue perceber?

— Por que? – ele perguntou, direto, sem mudar a postura.

— Porque eu me cortei.

— Fundo?

— Não.

— Por que está afiando a faca?

— Nada demais.

— Se não é nada demais, não há motivo para afiar. – ele disse, sorrindo ao ver Taehyung suspirar em frustração. — Por que está afiando a faca?

— Já respondi essa pergunta.

— Responda novamente.

— Por que caralhos tanta pergunta?

— Por que você acha? – ele preferiu não responder, apenas voltou a lavar a mão, secando com um pano qualquer e estacando o ferimento gigante que ele fez em seu palma. — Passa algum remédio ai.

Eu não quero passar remédio algum.

Então não vai sarar nunca, não adianta só lavar.

— Eu não sou uma criança, não precisa me dar instruções do que fazer.

— Então você vai continuar a sangrar.

     Taehyung se virou de costas para Jimin, apertando o pano em sua mão. Estava se irritando com Jimin, mas estava se forçando a controlar-se. Jimin sorriu, pensando em dizer mais coisas para irritá-lo. Taehyung pegou a faca e começou a lavá-la, tentando não se cortar novamente.

— Está fazendo errado. – ele sorriu quando Taehyung fechou os olhos, voltando a lavar a faca sem querer responder Jimin. — Para de lavar assim, você vai se cortar. Lava direito. – Taehyung prendeu o maxilar, Jimin sorrindo mais ao perceber que estava conseguindo. — Caralho, você não consegue nem lavar uma faca sem minha supervisão, puta merda.

— Para.

— O que? Não aguenta ser disciplinado? Não aguenta ser corrigido? Você é um garoto, Taehyung. A porra de um moleque. – na hora, Jimin se curvou para frente, cobrindo a cabeça. Taehyung havia atirado a faca na direção de Jimin.

     Ele teria acertado o rosto de Jimin se o menor não tivesse se curvado, protegendo a si mesmo. Jimin sabia que ele reagiria assim, estava esperando por uma agressão, mas não exatamente essa. Quando se levantou novamente, viu a faca enfiada na parede atrás de si. A porra da faca atravessou o concreto da parede, atravessou o tijolo da estrutura. Foi lançada com muita força, com ódio.

     Mal teve tempo de reagir ao ver o maior se aproximar de si, o de cabelo azul meio claro (desbotado) se aproximando, olhos focados em Jimin.

— Ah, o garoto ficou bravinho.

— Para de me chamar assim. – ele se aproximou mais de Jimin. Ele pode ver Jimin sorrir. — por que está fazendo isso?

— Comprovando algo que eu quero que seja mentira.

— Está me testando?

— Se prefere chamar assim, tudo bem. – ele se aproximou de Jimin, olhos nos olhos. — Eu quero ver se você ainda tem um pingo de compaixão, humanidade, em você.

— Quer mesmo apostar sua vida nisso? – Jimin deu de ombros. — Você é louco.

— Talvez, mas você também é.

     Jimin sorriu, Taehyung sério. O sorriso de Jimin, pela primeira vez, estava irritando Taehyung. E ele já estava furioso.

— Você real não tem medo de morrer, não é?

— Não.

— Mas devia – Taehyung o prensou na parede, olhando nos de Jimin.

— Me prova porquê. – Jimin sussurrou. — Me mostra que eu deveria ter medo de morrer pelas suas mãos. Me prova que consegue me matar.

— Não paga para ver...

— Já paguei. – os dois se olharam firmemente — Vamos, me mostra que, com a tua raiva, pode me matar. – Taehyung não agiu nada, apenas olhou para Jimin, segurando-se para não fazer isso. — É, você é só um moleque que brinca de ser louco. – foi demais, Taehyung segurou o pescoço de Jimin, apertando os dedos ali. Jimin fechou os olhos e se forçou a ficar parado. Com dificuldade, ele sorriu. — Isso. – Taehyung firmou o olhar no menor, a boca do mesmo aberta em busca de ar, sufocando. Jimin ficou branco, sem cor, Taehyung percebendo e afroxando o aperto. Com isso, o menor segurou seu pulso, o mantendo ali. — Não, não tenha compaixão. Você mesmo disse que não tem isso, então vamos, me mata.

     Jimin se sentia já sufocar, os olhos lacrimejando. Ele se forçava a olhar os olhos de Taehyung, vendo o ódio em suas órbitas. Jimin já podia ver sua vista escurecer, Taehyung apertando cada vez mais forte seu pescoço. Sua mente já o dizia "é, ele não tem mais humanidade. Nem com a pessoa que ele gosta". Ele achava que conseguiria mostrar a Taehyung que, sim, ele poderia melhorar e ele ainda tinha um pouco de compaixão, mas a partir do momento que Jin morreu, ele já não tinha mais essa compaixão. Jimin suspirou em sua mente, desistindo.

     Ao puxar uma última vez o ar e fechar os olhos, Taehyung soltou seu pescoço e levou o braço para a cintura de Jimin, segurando o menor para ele não cair fortemente no chão. Jimin puxava o ar rapidamente, desesperado por conseguir respirar novamente. Taehyung observava-o, olhando para seu rosto desesperado. Quando finalmente conseguiu sentir o oxigênio entrar, Jimin entendeu: Taehyung não conseguiu o matar. 1 ponto para Park.

      Jimin o olhou, vendo os olhos de Taehyung ficarem negros, opacos. Com o ódio no olhar, sua órbita brilhava. Agora, estava sem brilho algum, observando Jimin. Ele até tentou dizer algo, mas Taehyung negou com a cabeça.

— Você é um idiota suicida, Jimin. – ele sussurrou. — Você que tem uma doença: ingenuidade. – ele se curvou para o menor. — eu não sou bom, eu não serei melhor e, desculpa te decepcionar, mas eu não tenho como melhorar. Não seja um suicida novamente.

      Mas ele foi. Ele não iria desistir de Taehyung, o próprio Kim sabia que Jimin era teimoso e, se ele viu que tinha um pouco de humanidade nele, ele não iria desistir de o melhorar. Taehyung pensava em maneiras de mudar o pensamento de Jimin, mas estava quase impossível. E agora, nem ao menos conseguia olhar para ele. Jimin abaixou a cabeça e, voltando a ler o livro em sua mão, ele sorriu ao ler “o porco-espinho estava bem, graças ao camundongo que quis entender sobre sua história e o ajudar a superar esse trauma. Graças ao amigo, o porco-espinho finalmente conseguiu sorrir”

      Jimin iria ser o camundongo. Ele só precisaria mudar a perspectiva: não ver sobre o modo dele, mas ver pelo modo de Taehyung. E ele iria descobrir a visão de Taehyung sobre o pai dele. Porém, primeiro, ele precisava se resolver com Taehyung. Ele só não sabia como.

     



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