História Psycho - S2 - Capítulo 52 - The Final

Dias depois, clínica psiquiátrica de Seoul

       Jimin estava de cabeça baixa, olhos fechados, cabelos na testa e punhos algemados. Podia se ouvir a respiração pesada do homem na frente de Jimin, sentado na poltrona e a mão em cima do caderno de anotações. Nenhum dos dois falava nada, Park olhava para suas mãos algemadas e o homem em sua frente, para o de cabelo desbotado e preto na raiz. 

       Mesmo que o ambiente estive um gelo de tão frio e ventilado, Park sentia suas mãos suarem. Estava nervoso. E não pelo fato de ter um homem o olhando fervorosamente, era pelo fato de que esse homem não era Taehyung. Quando a questão era Kim o olhando intensamente, vendo cada agir de seus músculos ou cada lugar que sua órbita ocular passava, era diferente: era intenso, bom de sentir, de ser o centro da atenção de Taehyung. 

        Mas, naquele momento, não era Taehyung ali e isso deixava Jimin extremamente frustrado. Tiraram o amor da vida dele de perto de Park. O obrigaram a se afastar: Taemin, Jungkook, Yoongi, sua mãe... Ninguém nunca se importou com o que Jimin achava da situação, mesmo ele dizendo que Taehyung o amava de volta, ninguém se importava com o que ele pensava. 

       Sua própria mãe não se importou com o que Park dizia que era melhor para si. Era frustrante, desanimador. 

       E pior, o que mais doía era o fato de Jimin começar a acreditar que tudo havia sido uma mentira mesmo. Taehyung não o buscou desde aquele dia, não deu notícias, mal tentou contato. Para piorar mais ainda, Jimin conseguia ouvir o noticiário: Taehyung estava sendo procurado mais arduamente. Havia poucos lugares que ele conhecia de esconderijo, Taehyung poderia ter mais mas... Jimin provavelmente nunca saberia. 

        Era agoniante não saber se ele viria, se foi tudo mentira, se ele o amava de verdade como dizia... Será que ele tinha se assustado tanto a ponto de desistir? Era tudo um jogo?

      Park podia jurar que suas mãos suavam mais ainda só de pensar na possibilidade de tudo ter sido um jogo. Do sentimento ter sido uma mentira, dos beijos terem sido manipulação e dos sexos intensos terem sido apenas uma diversão... Ele não queria acreditar. 

      Mesmo assim, ele ainda lembrava dos momentos bons: dos toques de Taehyung em seu cabelo e rosto, dos beijos nos lábios, no pescoço, as mordidas no corpo, os chupões, as puxadas de cabelo antes, durante e depois de um sexo intenso ou até carinhoso, como aquele na Estátua da Liberdade... Tantas memórias, tantos momentos... Não pode ter sido tudo mentira. 

       Jimin sorriu, rindo realmente quando se lembrou dos momentos que ele e Taehyung riram das piadas realmente pesadas de Kim. Eram tantos momentos memoráveis, ele nunca iria abandonar Taehyung... Mesmo que ele o abandonasse. 

       O homem então levantou a sobrancelha, curioso. 

— Do que está dando risada, Jimin? – ele perguntou, Park apenas balançou as mãos, fazendo um barulho com as algemas, e sorriu. 

— Desiste, cara. – ele riu, finalmente levantando o rosto depois de muito tempo — você está tentando falar comigo a quase três semanas desde que o outro carinha desistiu. Você é persistente. Não vai conseguir nada comigo, porque não sou quem você acha que está trabalhando com. 

— Você não acha que tem problemas psicológicos?

— não. – Jimin sorriu, levantando os ombros infantilmente. — Eu só amo. Me chamam de louco por amar. 

— Ele não te ama. – O homem se curvou na cadeira, os cotovelos no joelho — provavelmente nunca te amou. Tudo foi um jogo para te manipular e te fazer acreditar em mentiras. Não seja tão inocente...

— Você não o conhece... Não me conhece. 

      O homem sorriu de lado, cansado. Jimin pode ver que ele o olhava com dó, uma real tristeza no olhar. 

— Jimin, você trabalhou aqui, você foi tão bem falado por todos aqui... O que ele fez com você, o que ele te falou, para você se tornar... Isso?

— ... Ele me libertou. – Jimin sorriu, estalando a língua no céu da boca — Mas você, assim como todos que entraram na minha vida, não irão entender isso nem se eu tentar explicar. 

     O homem riu de leve e, exausto de tentar realmente, se levantou e disse que iria buscar uma água, depois voltava a conversar com Jimin. Ao sair, Park ouviu o som dos passos do homem se afastando. Barulhos que o agoniavam porque, toda vez que ele ouvia esses passos, pertos ou longe, ele pensava em Taehyung. Doía, machucava demais. 

      Jimin fechou os olhos, sorrindo só de pensar no mais alto. Perdidamente apaixonado em Kim, era isso que ele sempre foi. 

      Como estava de olhos fechados, não reparou que alguém entrava no mesmo lugar que ele e sentar na poltrona do homem. Apesar de ouvir os passos, não quis abrir os olhos, estava imerso demais em seus próprios pensamentos. 

      Ambos os homens estavam calados, sentindo a presença um do outro. Mesmo não sendo Taehyung ali, Jimin podia sentir sua presença e a tensão sexual que havia entre os dois. O clima ficava pesado só pelo fato de imaginar Taehyung ali... 

       Depois de alguns minutos em silêncio, Jimin abriu os olhos e, rapidamente, fez um barulho com as algemas, se assustando. 

— Respira, camarada. – ele sorriu, Jimin estava com o cenho franzido, perdido. Olhava para todos os cantos e sentiu sua espinha arrepiar. — Você parece meio assustado... Eu que deveria estar assim

— quem é você? – ele perguntou, as mãos tremiam.

— um amigo – ele respondeu, levantando da cadeira e se aproximando de Jimin, tirando suas algemas. 

     Antes mesmo de Jimin falar alguma coisa, um homem entrou em seu quarto e, gostoso como nunca, parou na frente de Jimin com as mãos no bolso da calça preta, a blusa igualmente preta e o cabelo vermelho, mais uma vez. Estava sério, olhando para Jimin – que estava incrédulo e sem reação. 

— Olá, praga – ele sorriu ligeiramente — O que foi? O gato comeu sua língua?

— T-Taeh-hyung... – ele gaguejou, se levantando de mau jeito da cama e rolando os pulsos, se acostumando com a liberdade. Aproximou a mão do maxilar de Taehyung, o vendo fechar os olhos e acariciar a palma de Jimin ali. — v-você veio...

— Achou mesmo que eu não iria vir até você? – ele sorriu, aproximando a cintura de Jimin de seu corpo. — Eu não vivo sem você, praga... E ninguém vai te tirar de mim. 

       Jimin jurava que estava sonhando, delirando realmente. Só quando sentiu o beijo de Taehyung em seus lábios que acreditou que era verdade. Não foi um jogo, não foi uma brincadeira. 

— Sem querer acabar com a farra, Vante, mas devíamos ir...

— Yeonjun, Yeonjun... não seja apressado. – ele disse, mordendo o lábio de Jimin.

     O alarme de segurança tocou e, rapidamente, todos se assustaram. Taehyung sorriu: ele já conhecia esse alarme. 

— Ok, agora eu posso ser apressado? 

— Jimin. – Kim chamou, Taehyung o olhava com brilho nos olhos. — Já te disse que eu te amo?

       Park podia sentir seus olhos brilharem: saindo da boca de Taehyung que ele o amava, que não era miragem ou paranóia... Era verdade, pura e mais singela verdade.

— Não... – ele sussurrou, pegando a arma no bolso de Yeonjun. Levou o braço com a arma para o ombro de Kim, apontando para a porta. Sabia que alguém iria entrar ali em segundos. 

— eu te amo – Taehyung sussurrou contra os lábios de Jimin, o fazendo suspirar. 

— Ainda? – ele respondeu, acariciando o rosto de Taehyung, ouvindo passos se aproximando, vindo para a porta. 

     Com um sorriso e selar de lábios, Taehyung respondeu:

— Sempre. 

      Nesta hora, o psiquiatra de Jimin apareceu na porta e, enquanto Park beijava os lábios carnudos e gostosos de Kim, rápido como nunca, o desbotado atirou na cabeça do homem, o matando em instantes. Mal precisou estar com os olhos abertos para acertar o homem. 

      A fidelidade de Jimin em relação a Taehyung era recompensa de Kim ter sido um garoto muito, muito bom para Park. E não, o gato não comeu a língua de Jimin. Mas Kim Taehyung...

[Psycho • kth vmin]

Concluída