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História Psycho Love. - Você não está sozinha.


Escrita por: shadesofselena

Capítulo 7 - Você não está sozinha.


Justin Bieber Point Of View

 

– Me ajude a entender... - ela pede, suplicante. – Sua irmã foi assassinada, não é? Quem fez isso com ela?

 Desligo o carro, e desvio o meu olhar dela. Todos os nervos do meu corpo imploram para que eu pule em seu pescoço e acabe com esse questionário agora mesmo. Mas, ao invés disso, eu apenas olho para a rua silenciosa a minha frente e sinto meus lábios se mexerem quando a responde:

– Uma pessoa sem escrúpulos e senso comum.

– O criminoso está preso? - insiste ela.

– Não.

– Você quer vingança?

 Eu hesito um pouco a responder.

– Sim...

– Olhe para mim. - pede ela. E mesmo que eu não queira, me viro e encaro os seus olhos escuros. – Eu quero te perguntar uma coisa.

– Mais uma? - ironizo, rudemente.

 Mas Selena parece um pouco nervosa, constrangida. Com receio do que quer me perguntar, seja lá o que for.

 Entretanto, seus olhos continuam firmes aos meus.

– Fui eu quem matou sua irmã?

 Sua pergunta foi tão direta que me pegou desprevenido. Não a respondo. Não consigo. Ela respira fundo e revira os olhos.

– Me perdoe. - pede ela, sinceramente.

 Algo em meu corpo se chacoalha com o choque. Eu balanço minha cabeça negativamente.

– Não. - digo eu, seco. – Não irei te perdoar.

– O quê? - ela pisca.

 Fecho minhas mãos em punhos enquanto me controlo para não acabar com sua vida. Enquanto me controlo para não explodir. Mas parece impossível... Me vejo em frente ao caixão da minha irmã, chorando mais do que poderia imaginar e jurando em seu nome que eu me vingaria da pessoa que a assassinou.

– Você tirou de mim a única pessoa que eu pude amar e jurei proteger. - começo, olhando-a friamente. – Tirou de mim o meu chão, o meu ar. A única coisa que me importava nesse mundo insano e podre. Você a tirou de mim, Selena... Então, por isso, não tente conversar comigo sobre o assunto ou pedir perdão. Eu nunca poderia te perdoar. Não existe a menos possibilidade de que isso aconteça algum dia. Nunca.

 Selena abaixa o seu olhar e solta um longo suspiro triste.

– Eu... Eu entendo. - murmura ela. – Sinto muito de qualquer forma.

 Em seguida ela sai do carro e corre para dentro de sua casa. Não a sigo. Não sinto a menor vontade. No momento, estava remoendo toda a minha raiva e tristeza dentro de mim que tudo o que eu desejava fazer era ficar longe dela.

 E assim eu o fiz.

 

Selena Gomez Point Of View

 

 O final de semana passou rápido demais. Segunda foi um dia conturbado na boate. Terça estava cheio demais. Na quarta eu tive que fazer minha apresentação do show duas vezes seguidas, de tanto que pediram por um bis. Na quinta, eu já estava cansada e um tantinho frustrada emocionalmente. Não achei que esse tipo de coisa acontecesse comigo, mas, Justin e eu não havíamos nos falado desde a nossa última conversa no sábado passado a onde eu perguntei sobre sua irmã. Na verdade, ele não estava nem comparecendo a boate mais.

 Na sexta eu já havia perdido minhas esperanças e aceitado o fato de que ele estava me evitando. Talvez seja melhor. Eu era uma assassina louca, e mesmo sabendo do meu problema ele me culpava por ter matado a sua irmã, seja ela quem fosse. Tenho certeza de que não a conhecia. Eu normalmente ficava louca e matava a primeira pessoa que estava em meu caminho. Sua irmã pode ter sido uma de minhas vítimas indefesas, e pela primeira vez, eu senti pela morte de alguém. Justin me odiava por ter matado a única pessoa importante para ele. E jamais poderia me perdoar por isso. Eu o entendo. Também não me perdoo por todos os erros que já cometi.

 Minha apresentação da noite havia acabado e eu estava voltando para o meu camarim quando surpreendentemente eu o vi.

 Poderia reconhecê-lo em qualquer lugar. E mesmo com a pouca iluminação, aqueles pares de olhos castanhos nunca passaram despercebidos por mim. Assim como seu terno feito sob medida para o seu corpo e aquele rosto malévolamente angelical.

 Ele havia acabado de sair de uma sala, e atrás dele se encontrava Hailey, uma das prostitutas da boate. Estava claro o que eles tinham feito naquela sala. O terno dele estava meio amarrotado, seus cabelos levemente bagunçados e Hailey tinha o brilho do suor por todo o seu corpo semi coberto pelas roupas que usava.

 Justin me olhou, mas depois fingiu não me perceber. Eu passei por ele e por Hailey, ouvindo-a suspirar e murmurar um:

– Isso foi incrível. Acho que não gozava assim a muito tempo... Uau.

 É, bem, eu sei o quão incrível Justin pode ser. Mas não abri minha boca. Continuei caminhando em passos firmes até a minha sala, e quando entrei, fechei a porta tentando não batê-la. Não queria que eles percebessem que eu estava frustrada.

 Espera... Eu estava frustrada? Por quê?

 Eu e ele não tínhamos absolutamente nada. Podíamos ter nos divertido uma vez. Admitidos coisas um pro outro que foram profundas. Mas era óbvio que depois de eu ter descoberto a verdade ele havia me descartado de sua vida sem pensar duas vezes.

 Trinquei meus dentes assim que ouvi alguém bater na porta. Sabia que era Ashley, ela sempre vinha me ver antes e depois dos meus shows. Mas não sentia a mínima vontade de falar com ela agora.

– Agora não, Ashley! - gritei, enquanto minhas mãos tremiam de raiva e eu procurava dentro da minha bolsa a minha faca.

 Peguei-a e comecei a girá-la entre os tendões do meu dedo enquanto uma familiar sensação de nervosismo e tristeza me invadiam. Me sentei.

 A porta se abriu. Eu direcionei o meu olhar raivoso para Ashley, já abrindo a boca para mandá-la embora, mas a fechei automaticamente.

 Fora Justin quem entrará no camarim.

 Ele fechou a porta, mas não se aproximou. Ficamos trocando olhares frios um para o outro, em completo silêncio.

 A faca continuava girando entre meus tendões, meus dentes estavam trincados e eu sentia os meus lábios tremerem levemente. Mas que droga!

– Hailey é... Um passatempo. - ele disse, e só por citar o nome da prostituta eu me descontrolei.

 Foi rápido demais. Eu joguei minha faca em sua direção e ela passou raspando pelo seu ombro, atingindo a porta e fincando-se ali. Um corte foi feito em seu paletó e eu pude ver o risco avermelhado que minha faca deixou em sua pele. Os olhos castanhos de Justin se arregalaram para mim.

– Você é louca?! - gritou ele, se aproximando em passos firmes até mim.

– Opss... - murmurei sem emoção. Na verdade estava feliz por ter feito um corte nele. Gostaria de fazer muitos mais.

– Qual o seu problema? - Ele me segurou pelos ombros com uma força que me fez reprimir os lábios para não gemer de dor. – Eu venho até aqui para...

– Para o quê? - cortei-o, me levantando da cadeira. – Para esfregar na minha cara que estava dormindo com uma prostituta? Ah, parabéns. Fico feliz por você. Espero que a transa tenha sido satisfatória. Agora saia do meu camarim!

– Você está com ciumes, doce?

 O modo como ele disse isso e o sorriso que deu em seguida fez com que eu sentisse muito mais raiva dele. Tirei outra faca de dentro da minha bolsa e estava prestes a cortá-lo em mil pedaços, quando ele segurou firmemente em meus pulsos.

– Você quer me machucar? - perguntou ele, ainda sorrindo.

– Quero. - respondo seca, tentando inutilmente me soltar dele. – Quero fazer você sangrar até não ter mais nenhuma gota de sangue nesse seu corpo ridículo.

– Você está com ciumes. - ele alega.

– Não estou! - rosno. – Só quero te machucar, muito, muito forte.

 Então ele solta os meus pulsos e levanta as suas próprias mãos.

– Me machuque. Vá em frente.

 A faca treme em minhas mãos. Ele me olhava paciente, quase sereno. Eu encostei a faca em seu pescoço, afundando-a ali, mas sem realmente fazê-lo sangrar. No final ele só ficou com uma pequena marca avermelhada antes que eu removesse a faca e prendesse-a no shorts do meu traje. Me afastei dele, completamente frustrada por não ter conseguido machucá-lo. Ele segura em meu braço antes que eu saia do meu camarim.

– Me solte. - peço firme.

 Seus olhos castanhos me encaram seriamente. Ele molha os lábios e o movimento faz com que eu estremeça.

– Eu te levo pra casa. - disse ele.

 Eu solto uma risada irônica.

– Ah, então agora você quer voltar aos velhos costumes? Achei que tinha me renegado completamente da sua vida.

– Você me confrontou e me fez reviver memórias ruins. Eu precisei de espaço. Precisei ficar longe de você. - seu tom voltou a ficar rude.

– Então continue longe de mim. É a melhor coisa que você pode fazer. Continue me odiando.

 Ele aperta um pouco o meu braço.

– Nunca disse que te odiava.

– Não me importo. Por que você gastaria o seu tempo com uma mulher como eu? Eu não sou boa e nunca serei.

 Meus olhos começam a arder e a ficarem avermelhados. Eu engulo o nó em minha garganta. Me lembro do horror nos olhos de minha mãe quando viu o tipo de pessoa que me tornei. Me lembro dos seus gritos e do seu choro. Me lembro do modo como Justin me olhou quando admitiu que fora eu quem tirou a sua felicidade. De suas palavras dizendo que nunca me perdoaria...

 Fazia um bom tempo que eu não chorava. Nem me lembrava a última vez que isso havia acontecido, mas agora, eu pude sentir novamente as lágrimas quentes escorrerem por minhas bochechas. Meu estômago se revirou pela sensação.

– Selena... - ouvi Justin me chamar, em um tom mais calmo e sereno.

 Não queria que ele sentisse pena de mim. Não queria nada dele.

– Me deixe ir. - forço minha voz a sair forte. Uma tentativa falha.

 E mesmo que ele não me solte, eu me forço a sair de seu aperto. E quando me vejo livre, corro para fora do camarim sem perder tempo.

 Saio da boate, esbarrando em seguranças e mulheres no processo. Eu corro pelas ruas, tentando segurar minhas lágrimas a medida em que elas insistem em cair pelo meu rosto. Odiava chorar. Odiava qualquer sentimento de fraqueza que eu poderia emitir, pois isso me lembrava de meu passado... Do quão fraca, medrosa e assustada eu era.

 O sentimento de tristeza invade o meu peito cavando um buraco fundo ali. A dor me corroí. Nem sei mais por onde ando, apenas corro sem rumo tentando afastar a dor de mim.

 Esbarro em alguma pessoa e quase caio. Ouço a voz feminina gritar comigo:

– Olha por onde anda, vadia!

 Eu ergo o meu rosto para encarar um par de olhos verdes e um corpo magro e esguio. A menina me olha com raiva e trinca os seus dentes para mim.

– Que foi? Vai ficar me encarando? Saia da minha frente!

 Ela me empurra para passar e minhas costas batem na parede gélida e dura. Ela tenta sair andando, mas eu sou mais rápida e seguro firmemente em seu pulso.

– Mas o qu...

 Eu a jogo contra a parede e acerto um soco em seu rosto tão forte, que logo vejo a boca da garota sangrar. Dor. Eu queria tirar a minha dor e fazer outra pessoa senti-la. Estava triste e oca. Minhas pílulas haviam ficado em minha bolsa, no camarim. Era tarde demais para pegá-las. E era tarde demais para a menina pedir por socorro. Eu acabaria com ela antes disso.

 Quando seus olhos se arregalam de pavor ao me olhar, um sorriso doentio se abre em meus lábios.

– Quem é a vadia agora? - murmuro, e lhe acerto outro soco. Ela geme alto de dor e tenta se desvencilhar de mim a medida em que eu a atinjo repetidas vezes.

 Seus olhos já se tornaram roxos. Seu nariz e sua boca jorram tanto sangue que quase todo o seu rosto está lavado por ele. Ouço-a suplicar, implorar para que eu pare. Ouço-a tentar gritar por socorro enquanto chora. Ela não é forte o suficiente para me atingir, apesar de ter deixado alguns arranhões em meus braços. Mas isso só me motivou a machucá-la mais ainda.

 Até que me lembro da faca que eu havia trazido comigo no shorts do meu traje. Era isso. O sofrimento dela acabaria agora. Eu me satisfaria depois disso.

 Tiro a faca do meu shorts e a ergo em minhas mãos firmemente. Os olhos verdes da menina se arregalam e ela tenta correr. Acerto um chute em seus pernas que a faz cair de quatro na calçada. Me aproximo dela e puxo seus cabelos loiros para trás. Sorrio novamente, e estava prestes a fincar minha faca em sua garganta quando, em um movimento rápido, seguram meu pulso.

 Sou virada em direção a pessoa. Encaro aqueles olhos castanhos e sinto meu estômago se revirar novamente.

– Corra. - ele sibila para a minha vítima, mas seus olhos continuam em mim.

 Ergo minha faca para Justin e sei que dessa vez eu o machucaria de verdade. Mas não tenho tempo.

 Ele agarra minha nuca e seus lábios firmemente se chocam com os meus. No início, não quero beijá-lo. Quando sua língua pede passagem para entrar em minha boca, eu recuso, tentando me debater contra o seu corpo. Mas ele insiste, e em algum momento, eu permito que ele venha. Justin me beija calmamente, sem pressa ou fervor. Ouço a minha vítima gritar algo sobre chamar a polícia, e em seguida tudo o que ela grita se tornam apenas palavras jogadas ao vento. Justin me puxa pela cintura, colando nossos corpos. Meus ombros se relaxam, a faca escorrega de minhas mãos e eu o agarro pela nuca, retribuindo o beijo com mais intensidade do que eu poderia imaginar.

 As batidas do meu coração se sintonizam com as dele. Posso sentir. Suas mãos pelo meu corpo fazem com que eu arfe e seu beijo tira os meus pés do chão. É, de alguma forma, mágico e surreal demais para que eu possa acompanhar.

 Quando ele finaliza e separa de mim para olhar em meus olhos, apenas sibila rapidamente:

– Temos que correr.

 Ele pega a faca que eu havia deixado cair no chão, e a coloca dentro do seu paletó. Depois pega em minha mão e me conduz até o seu carro que estava estacionado ali na rua. Eu entro sem pestanejar, e Justin entra logo em seguida. Ele da a partida e saímos dali.

 

 

Justin Bieber Point Of View

 

 Selena havia surtado e quase matou mais uma pessoa inocente. Eu pude ver o terror e o pavor nos olhos da menina, as lágrimas gordas caindo de seu rosto, temendo por sua vida. Selena não hesitaria. Nem piscaria. Apenas fincaria a sua faca no pescoço da menina e acabaria com ela ali mesmo. Pude ser mais rápido e a parei. Não achei que funcionaria, mas, lembrei-me de quando ela havia me dito que meus beijos a acalmavam e usei isso ao meu favor. Consegui evitar que ela matasse alguém. Ela pareceu voltar a si

 Mas não parecia nada bem... Quando o elevador parou no andar do meu apartamento, Selena vacilou e quase caiu de cara no chão. Eu a segurei em meus braços, observando seu rosto se tornar pálido e suas pálpebras insistirem para fechar.

– Selena... - murmuro baixo, enquanto a pego em meu colo. – Fique acordada.

 Ando com ela até o meu quarto e a coloco na cama. Seus tendões das mãos sangravam, ela tinha arranhões pelo braço e o lábio estava um pouco inchado. Sua cabeça pousou no travesseiro levemente, e sua respiração soava fraca.

– Doce, não durma. - peço, e corro para pegar um kit de primeiros socorros. Começo cuidando dos ferimentos em suas mãos. Seus olhos escuros fitam os meus, cansados. Ela solta dois ou três baixos gemidos de dor enquanto eu cuido dos seus ferimentos. Guardo a caixa de primeiros socorros.

 Selena me exibe um fraco sorriso.

– Obrigada... - sussurra ela.

– Pelo o quê?

– Por ter me salvado de cometer outro erro...

 Reprimo os meus lábios a medida em que um sentimento de dor me invade.

 Ela não gostava de assassinar as pessoas. Não gostava de estar sempre errando. Mas era obrigada a isso. Não podia se controlar. Não conseguia.

 Penso se nesses dias que eu fiquei longe dela, se a mesma havia surtado novamente. Meu peito se aperta.

– Me desculpe por ter ficado longe... - murmuro com pesar.

– Não tem problema... - ela fecha os olhos e respira fundo. – Não é sua culpa eu ser uma pessoa insana.

 Estava prestes a dizer que ela não era louca. Que não me importava se ela saia de controle e assassinava pessoas inocentes. Diria que tentaria ficar ao lado dela e impedir que isso continuasse a acontecer.

 Mas ela caiu gradativamente em um sono profundo, e não tive tempo de demonstrar que ela não estava mais sozinha.

 

 

 


Notas Finais


Mais um capitulo para vocês... E vou tentar agilizar para postar o próximo!
Amo vocês, lindas! <3


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