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História Psycho Lunatic - The less I know the better


Escrita por: juusynner

Notas do Autor


Genteee, e ai?
SIM, voltei! Não só com um capítulo novo, mas também com respostas!!
Assim que é bom, certo?
8 favoritos, nem to acreditando! Juro que to muito feliz e adooooro que vocês comentem. Quem escreve vai me entender que esse retorno é a melhor coisa da vida.

Espero que gostem desse capítulo!!
E boa leituraaa.

Capítulo 3 - The less I know the better


“The less I know the better”

The Less I Know the Better - Tame Impala

(Quando menos eu souber melhor) 

 

POV: Jenny

 

Home - Daughter

“Now he’s moving close, my heart in my throat

I won’t say a word, but I think he knows

That I’ve hardly slept, since the night he left”

(“Agora ele está se aproximando, meu coração está na minha garganta

Não vou dizer uma palavra, mas acho que ele sabe

Que eu quase não dormi, desde a noite que ele saiu”)

 

Eu estava sentada em uma das mesas do café da faculdade, esperando o horário do estágio, enquanto tomava um café forte. Meus olhos estavam pesados de sono, era difícil me manter acordada e minha mente me levava a lugares sombrios. Felipe me mandara uma mensagem no dia anterior, me perguntando se eu gostaria de sair com ele. Eu ainda não tinha respondido e aquilo doía mais do que eu pensava que iria doer: era inevitável pensar em Luis nesse momento, quando eu finalmente poderia seguir em frente.

Não sei se por ocasião do destino ou por uma ironia da vida, enquanto eu estava ali sentada, tomando o meu café e sentindo o vento morno da tarde, batendo no meu rosto, senti uma mão em meu ombro. Quando me virei, vi a ultima pessoa que esperava encontrar ali.

— Vini! — Se aquela exclamação foi falsa, eu não saberia dizer, mas estava verdadeiramente feliz em vê-lo.

— Jenny! Pensei que fosse você mesmo. Esse cabelo cinza é inconfundível. — Eu me levantei e ele me abraçou do jeito que sempre tinha feito: me puxando pelos ombros e me segurando de maneira delicada, amiga.

— Tudo bem com você? — Perguntei, me sentando novamente e tentando não pensar muito no quanto eu sentira falta do meu melhor amigo. 

— Vivendo. — Ele disse com um sorriso no rosto. — E você?

— Bem. — Respondi, sem querer dizer muito. Nem ele, nem Luis sabiam que eu iria para a Itália. — O que está fazendo aqui?

— Vim buscar Luis. — Ele respondeu, apontando para o prédio de engenharia, que era do outro lado do campus.

Fiquei em silêncio, sem querer entrar naquele assunto, mas sabendo que ele estava ali, nos rondando como um leão, pronto para atacar.

— Ele sente sua falta. — Vini disse, sem me olhar. — Você não sente a dele?

Continuei sem responder, irritada porque ele queria continuar aquele assunto: era por isso que tínhamos parado de nos falar. 

— Jenny…

— Sinto. — Respondi seca — Claro que sinto! Eu moro naquele apartamento, vejo ele em todos os lugares, todos os dias. 

— Por que não tentam de novo? — Perguntou ele, pegando minha mão e me fazendo recuar.

— Tentamos e agora nós precisamos seguir em frente. — Respondi, fingindo que tirara a mão de cima da dele para tomar meu café — Todos nós.

— Você sabe que não é só porque eu sou o melhor amigo dele, que vou deixar de ser o seu, não é? — Ele parecia magoado.

— Vini… — Murmurei, sem querer que aquela conversa continuasse, sem querer que ele tivesse me visto. — Não nos falamos por três meses e a primeira vez que a gente se encontra… O assunto é ele. Eu não posso sobreviver assim, é muito sofrimento.

— Então você prefere me afastar? — Ele perguntou. Eu podia ver a dor em seus olhos.

— Por um tempo. — Respondi — Não estarei aqui de qualquer maneira…

— Como assim?

— Eu… Eu pretendia contar isso para você mais tarde, mas já que está aqui acho que não posso mais esconder.

Ele me observava com curiosidade, parecia tentar desvendar o que minha expressão demonstrava, mas eu tentava ficar o mais impassível que pudesse. Lembrei de todas as minhas discussões com Luis porque eu gostaria de fazer um intercâmbio e ele nunca achou que era certo nos separarmos, nem que fosse por um mês. Ele sempre disse que se fosse para viajar tanto tempo para algum lugar, teríamos que ir juntos.

— Vou em um intercâmbio de seis meses para a Itália. 

A informação pareceu surpreender Vinicius, ele estreitou os olhos e me perguntou, parecendo chateado:

— Quando você vai?

— Em duas semanas. 

— E quando pretendia nos contar? — Nos contar.

— Na véspera. — Respondi, percebendo que a resposta magoara meu amigo.

Ele se encostou na cadeira e bateu de leve no tampo da mesa, como se encerrasse o assunto, então, olhando para o relógio, disse:

— Tenho que ir… Ele deve estar me esperando. 

— Tchau, Vini. — Eu ia me levantar para abraçá-lo novamente, mas quando percebi ele já se afastava, sem olhar para trás. 

Eu não só tinha perdido Luis, meu namorado, mas também tinha perdido Vini, meu melhor amigo, meu porto seguro.

 

“Oh, you’re not a friend

You’re nothing”

(“Oh, você não é um amigo

Você não é nada”)

 

Me joguei na cadeira de novo, tomando o café quente em um só gole, sentindo ele queimar minha língua e minha garganta. De repente, desejei estar bebendo algo com álcool. Peguei meu celular às pressas e pude ver outra mensagem de Felipe, brilhando na tela: 

 

"Poxa, legal. Nem vai responder." 

 

Sem pensar muito nas consequências, apenas com o fato de que eu tinha que me livrar de Luis de uma vez por todas, minha mente querendo ou não, digitei uma resposta:

 

"Desculpa, Fe! Estava ocupada… Vamos sair sim, o que você sugere?"

 

Talvez aquela mensagem o agradasse, eu nunca o tinha chamado de Fe. Não precisei esperar muito para receber uma resposta, sugerindo que fôssemos comer em um restaurante japonês. Concordei imediatamente e lembrei, achando graça, que Luis odiava comida japonesa. 

Como ainda faltava uma hora para o estágio, resolvi abrir o instagram e, assim que entrei na rede social, vi uma foto que o Avenged Sevenfold acabara de postar. Perdi o fôlego quando li o que dizia:

 

“AVENGED SEVENFOLD 

EUROPEAN TOUR FEBRUARY 2017*

 

We’re really happy to announce that we’ll be returning to Europe in February 2017”

(Nós estamos muito felizes em anunciar que estaremos voltando à Europa em Fevereiro de 2017.)

 

“Fevereiro de 2017” Pensei, paralisada. Percorri os olhos por todas as datas de shows anunciadas e travei quando vi Assago, Itália, no dia 21 de Fevereiro de 2017. Me segurei muito para não gritar ali no meio do campus, porque, como o intercâmbio duraria seis meses e eu iria no início de dezembro, estaria lá quando o show acontecesse.

— Você vai nesse show, Jenny. — Eu disse em voz alta, para mim mesma, imaginando se as pessoas ao redor achavam que eu era louca. “Nem que tenha que se prostituir, mas você vai!”

Eu dei risada comigo mesma, pensando se aquela não era uma forma do universo de me compensar, por finalmente ter me livrado das cordas que Luis apertava em volta de mim. Eles fariam um show não só no país em que eu estava, como também na mesma cidade, já que Assago era uma província de Milão.

 

“Take me, take me home

Take me, take me home”

(“Me leve, me leve para casa

Me leve, me leve para casa.”) 

 

POV: Brian

 

Secrets - OneRepublic

“I need another story

Something to get off my chest

My life gets kind of boring

Need something that I can confess.”

(“Eu preciso de outra história

Algo para sair do meu peito

Minha vida está entediante

Preciso de algo que eu possa confessar.”) 

 

Depois de esperar algum tempo para que o efeito do álcool aliviasse, comecei a me arrumar rapidamente, já que deveria estar no aeroporto em duas horas. Com a tontura quase inexistente, entrei em um banho quente, enquanto sentia o olhar de Michelle sobre mim. 

— Você pode por favor parar de me julgar assim? — Eu disse, enquanto saía do box, passando a toalha por meu cabelo. — Ou melhor… Você pode por favor, voltar a me tratar normalmente, para eu não precisar ir embora e ficar um mês inteiro brigado com você?

Apesar de a tontura já ter passado, o álcool ainda fazia efeito em mim, me deixando tagarela e falando coisas que fariam eu me arrepender depois. 

— Quem ficou irritado foi você, não eu. — Disse Michelle. — Eu te contei tudo e só esperava que fizéssemos as pazes.

— Você não me contou tudo. — Eu disse, me aproximando dela sem roupas, com o cabelo ainda pingando.

— Com licença? — Ela disse, meio afirmando, meio perguntando, enquanto olhava o meu corpo nu — Você acha mesmo que eu quero… depois de tudo isso?

— Michelle… — eu disse, já sem paciência — Eu só quero passar. Você está na porta.

Minha esposa corou, enquanto se afastava, me deixando sair do banheiro. Comecei a procurar uma roupa para vestir, escolhendo a primeira que vi na frente: uma calça preta e uma camiseta branca. A minha visão ainda estava um pouco turva e a minha paciência curta, para que eu escolhesse a roupa que eu usaria com calma. 

— Eu só quero deixar claro que sei que você não me contou tudo. — Eu disse, passando a gola da camiseta por minha cabeça — Você não pode ter ficado tão brava comigo só porque eu contei o que você fez para eles.

— Eu te contei tudo. — Michelle respondeu.

Eu dei de ombros e virei as costas, colocando uma cueca branca e a calça jeans. Vesti o primeiro sapato que encontrei e que não estava na mala com as roupas destinadas aos shows. 

— Sei que não e sei que vou ficar com esse assunto martelando minha cabeça durante a turnê inteira.

— Você quer saber mesmo? — Ela perguntou, sua irritação era quase palpável. — Eu estou a uma semana tentando te proteger disso, mas você só se embebedou e está insistindo, então eu desisto. Você vai se arrepender, mas foi você mesmo quem pediu… E vai ficar com algo muito pior “martelando sua cabeça”. 

— Eu só quero saber o que aconteceu… A história completa. Nem que, para isso, eu tenha que me machucar…

 

“Tell me what you want to hear

Something that’ll light those ears

Sick of all the insincere

I’m gonna give all my secrets away.”

(“Me diga o que quer ouvir

Algo que agradará esses ouvidos

Cansado de toda esta insinceridade

Eu abrirei mão de todos os meus segredos.”)

 

Ela pegou o celular, se postou ao meu lado e, surpreendentemente, entrou em uma rede social. Eu a olhava confuso enquanto ela procurava por páginas de fãs do Avenged Sevenfold. Depois de alguns segundos, ela me passou o celular. 

Na tela, passava um vídeo um pouco escuro, era difícil enxergar qualquer coisa, me deixando apreensivo pelo que aconteceria. Um objeto verde entrou em foco e eu pude distinguir algumas folhas, parecia que a câmera estava entre um arbusto. No fundo do vídeo, algumas silhuetas também apareceram e eu pude identificá-las: Valary e Matt estavam mais a frente, acompanhados logo atrás por Michelle e mais ao fundo do vídeo estava Zacky, Dan e eu, nós saíamos do bar onde havia acontecido o pequeno happy hour. 

Eu percebi imediatamente de que se tratava daquele dia na semana anterior. No vídeo, algo aconteceu que fez todos pararem, comecei a ficar puto e pude entender a que minha esposa se referia, quando me vi vomitando no chão e fazendo o dono do bar nos expulsar. Aquele dia fomos em um bar qualquer de Los Angeles, depois da reunião em que decidimos a agenda de shows do próximo ano.

A câmera se mexeu e ficou tudo escuro. 

– Era isso? – Perguntei – Eu entendo que faz tempo que não fico assim e é realmente muito ridículo da minha parte beber até o ponto de passar mal. E isso não só aconteceu aquele dia, como aconteceu hoje de novo, mas não é motivo para você ficar brava… Pior ainda é que várias pessoas devem ter visto isso e…

– Ainda não acabou. – Disse Michelle – Agora é só audio.

Ela aumentou o volume do celular e eu pude ouvir que acontecia uma discussão calorosa. Era difícil distinguir alguma voz, mas eu escutei algumas frases mais gritadas e histéricas. Então, o audio melhorou drasticamente e era possível ouvir o que acontecia com clareza.

 

MICHELLE: Brian, vamos embora. Pára com isso, a gente conversa em casa.

EU (voz enrolada): Não! Não vou com você para lugar nenhum. Se você acha que pode fazer o que fez sem me consultar, você… muito errada. 

MATT: Cara, pára com isso. Vamos embora.

EU (voz enrolada): Não, vocês não sabem o que ela fez. Ela sabe o quanto eu quero isso e mesmo assim ela… Ela só pode ter me traído, é o único caralho de motivo que eu consigo pensar, porra. Só pode ter sido isso…

MICHELLE: Vamos para casa.

(Pausa)

EU (voz enrolada): Você está com medo, não está? Você não quer que eu conte para eles. 

ZACKY: Cara, vocês resolvem isso em casa. A gente está no meio da rua, se qualquer um ouvir…

EU (voz enrolada): Todo mundo tem que ouvir. TODO MUNDO TEM QUE OUVIR o que ela fez comigo. Ela FODEU com a minha vida! Ela dormiu com outro cara, só pode ser isso… E o pior de tudo é que… 

VALARY: Brian, você não sabe. Deixa minha irmã se explicar com você na sua casa. Você tem alguma prova? 

EU (voz exaltada): Claro que eu tenho prova! FODA-SE se ela dormiu com outro cara, o problema não é esse! Eu já comi mais garotas do que vezes que transei com ela! 

MATT: Cara…

EU (voz enrolada e chorosa): A prova que eu tenho é que nós estamos querendo ter um filho faz tempo. Faz ANOS que eu digo que quero um filho e ela sempre teve dificuldade de engravidar, você sabe bem disso. 

MICHELLE: Brian Haner, vamos para casa agora.

EU (voz exaltada): Quando ela fica grávida, o que ela faz? MARCA A PORRA DE UM ABORTO SEM ME CONSULTAR!

MICHELLE: Brian…

(Pausa)

EU (voz enrolada): Não faz essa cara, Valary. Você sabe que eu estou falando a verdade. Ela abortou o MEU filho e nem ao menos me perguntou o que eu achava. Entendo que o corpo é dela, mas era o MEU filho também. 

VALARY: Isso é verdade, Mich?

(Pausa)

EU (voz enrolada): E estamos falando disso a pelo menos um ano, porra. Desde que o River nasceu eu quero um filho (voz chorosa) e ela sempre quis também, sempre me disse que queria… (voz exaltada) Então de duas uma: ou ela me enganou por todo esse tempo e me fez de trouxa, ou o filho não era meu. E ESSA VADIA ENGRAVIDOU DE UM FILHO DA PUTA DESGRAÇADO!

(Vozes exaltadas, gritos)

FIM DA GRAVAÇÃO.

 

Devolvi o celular para Michelle concordando com ela, porque eu realmente me arrependi de ter visto aquilo. Fechei os olhos, pressionando a ponte do meu nariz com os dedos. Enquanto todas as lembranças borradas voltavam à minha mente, perguntei, controlando o tom de minha voz e minha respiração:

— Quem gravou isso? Quem viu isso?

— Não sabemos quem gravou. Não vimos ninguém lá… A conta que postou primeiramente foi deletada e o dono sumiu.  Algumas pessoas já viram, Matt conseguiu tirar do ar e estamos denunciando todas as contas que postarem, mas esse tipo de coisa se espalha que nem vírus, o que você viu foi postado a dois minutos e, logo, deve ser apagado também.

Andei pelo quarto muito irritado, querendo bater em alguém, em especial em quem gravara aquilo. 

— As pessoas devem estar falando horrores sobre mim. — Eu murmurei distraído — Eu estaria se ouvisse alguém tratando a esposa assim.

Sentei na cama e dei um soco no travesseiro, tentando aliviar o que eu sentia. Uma mistura de raiva, ódio, nervosismo, ansiedade e culpa se remexia dentro de mim, enquanto apertava os meus dedos, preparado para dar outro soco e sentindo minhas unhas cravando na minha palma. Passei a mão por meu rosto, querendo que toda aquela merda saísse de minha cabeça e a levei até meu cabelo molhado, despenteando-o ainda mais.

— Desculpa por gritar com você daquele jeito. Por te chamar de… Por falar aquilo… Você sabe que eu não… — Eu disse, tentando me acalmar, sem conseguir completar nenhuma frase — Desculpa por falar na frente de todos e desculpa por te acusar daquela maneira… As pessoas devem estar me crucificando e com muita razão. Isso vai foder com a turnê. Sem falar  que você deve… Desculpa, amor.

Eu não olhava para ela, enquanto tentava respirar fundo. 

— Não… Quase ninguém está comentando nada. Principalmente porque Matt está denunciando todos que postam o vídeo e acho que porque esse assunto é muito delicado… e pessoal. E quanto a mim… Eu sei que aquele não é meu marido, Brian.

Eu assenti, concordando com ela e tentando entender quem era aquele impostor, babaca e retardado que chamou a esposa de vadia e disse, em sua cara, que transara com várias mulheres, mesmo namorando, ou casado, com ela.

— As pessoas na internet são um bando de merdas. — Eu disse irritado, saindo do quarto e indo em direção à sala — Duvido que não estejam comentando nada. Os anônimos adoram julgar os outros. 

— Na verdade estão todos crucificando a pessoa que gravou. “Ele não tinha que se envolver na nossa vida pessoal.”

— E eu contribuí para tudo isso virar um caso de novela mexicana. 

Michelle ficou em silêncio e um clima estranho se instalou entre nós. Eu a olhei, lentamente, e falei de maneira pausada:

— Por favor, me desculpa por dizer tudo o que eu disse. Nenhum homem deve xingar nenhuma mulher daquela maneira. — Eu disse, passando a mão pelo cabelo despenteado de minha esposa, colocando uma mecha atrás de sua orelha — Só que parece que você não está brava por isso… Você quer que eu me desculpe por ficar bravo com você, por causa do… Do aborto. Mas eu não posso fazer isso, Michelle. Eu não posso consentir com o que fez. Eu ainda não entendo porque e eu não posso te desculpar… Eu quero um filho. Você queria um filho. 

— Você sabe porque eu fiz isso. E agora já aconteceu, porque você não consegue seguir em frente?

— Não, eu não sei porque fez. — Minha garganta já estava seca e implorava por mais bebida. — Por isso não consigo seguir em frente. Eu não te entendo. Você queria um filho! Por que me iludiu desse jeito? Por que mentiu para mim? Por que colocou ideias na minha cabeça se “não estava pronta”?

— Você não vê como Valary sofre? Matt perdeu várias fases do filho dele, o acompanhou de longe, enquanto ele percorria o mundo. Sua vida não admite isso, Brian! A nossa vida…

— Matt é muito feliz! E você me conhece desde sempre, sabia que seria assim… Se achava que não ia aguentar, me deixasse lá atrás, lá no começo. Você sempre acreditou em mim, dizendo que eu seria famoso, então você sabia o que ia enfrentar. — Eu disse irritado, me encaminhando para a porta. — Por que você fez isso?

Eu vi o nosso casamento entrar no mesmo ciclo vicioso em que estava há dois meses: A discussão começava com ela me acusando de algo, eu retrucava mencionando o aborto, ela se defendia dizendo que não estava pronta e eu ficava puto, com vontade de quebrar uma garrafa em minha cabeça. 

— Como eu já disse, o corpo é meu! Eu faço minhas escolhas sobre ele e ainda não me sentia pronta para ter um filho.

— Então eu ainda não me sinto pronto para te perdoar. Desculpa mesmo. Preciso de um tempo para pensar sobre isso. — Eu disse, pegando minha mala. — Já vou sair, já está na hora.

Caminhei até ela e tentei plantar um beijo em seus lábios, mas ela colocou a mão em meu peito, me repelindo. Fiquei muito irritado, coloquei meu óculos de sol, para esconder as olheiras, meu chapéu, puxei minha mala e abri a porta. Já do lado de fora eu disse, sem olhá-la:

— Quando quiser falar comigo, me liga… Tenta me perdoar e por favor, me dê um tempo para que eu possa te perdoar também. — então completei mentalmente, porém sem me atrever a falar em voz alta: “eu te amo, Mich”.

— Sabe porque Valary tem um filho? — Ela gritou, fazendo com que eu ficasse paralisado em cima da soleira da porta e olhasse para ela.

Quando ela veio em minha direção, como um touro atrás do pano vermelho, eu recuei alguns passos, parando do lado de fora da casa. Ver seu olhar de fúria, seu dedo acusador apontando para o meu peito e suas lágrimas escorrendo por seu rosto, doeu menos do que suas palavras:

— Porque Matthew não fica trepando com todas bundas que encontra por ai. E eu não vou ter um filho com um pai canalha e infiel como você!

Ela bateu a porta depois de falar e o som da batida foi como uma facada em meu estômago. Fiquei alguns segundos parado, tentando processar o que aquelas palavras significavam. Depois me afastei da casa, deixando minha esposa de olhos vermelhos e pijama, parada no meio da sala, com os braços envolvendo seu próprio corpo. 

Enquanto caminhava para o carro, lembro de pensar na vantagem e, ao mesmo tempo, problema que eu enfrentava porque, ao vomitar, eu me sentia praticamente renovado e meu corpo já pedia por mais bebida. Entrei no carro, enquanto sentia minha garganta arder, implorando por mais.

 

“This time

Don’t need another perfect lie 

Don’t care if critics never jump in line”

(“Dessa vez

Não preciso de outra mentira perfeita

Não me preocupo se as criticas nunca aparecem de uma só vez.”)

 


Notas Finais


E AII? O QUE ACHARAM?
Nesse capítulo rolou um assunto polêmico hein? MAMILOS, não, aborto mesmo... hahaha
Só pra deixar claro, não é pra abrir uma discussão sobre esse assunto nem nada, mesmo porque cada um tem uma opinião e tal, mas para esclarecer, nos EUA o aborto é permitido considerando fatores "emocionais, psicológicos e familiares que fossem importantes para o bem estar da paciente".
E queria deixar um beijinho pra Keile, kkkk acertô miseravi!
Enfim, sobre a Jenny descobrimos um pouco mais sobre sua relação conturbada com Luis e VINI, que era um amigo em comum e é aquelas coisas né, você termina e, dependendo da situação, perde os amigos também.
E quanto ao Brian? Pouco fdp, né?
Enfim, é isso! Espero que tenham gostado e espero ver vocês aqui na próxima.

Ps.: Já escrevo essa fic a um tempo já, mesmo antes de eles anunciarem a turnê de 2017 da europa, mas como as datas se encaixavam, do aniversário de casamento do Matt e do tempo que a Jenny ficará na Itália, resolvi usar as datas reais. Mas como vocês devem ter notado, se essa história acontecesse mesmo, eles deveriam estar aqui em outubro/novembro, a.k.a AGORA! Então essa parte é inventada, claro hahaha.


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