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História Pungent Pyre - Um


Escrita por: afaab

Notas do Autor


Então, oi, é 02h18 da manhã.
Essa é a primeira vez que vou postar algo aqui (na internet, em geral).
A história são duas OCs que meio que existiam há um tempo, e é...
é surpresa (???)eu nao sei o que eu to fazendo
psiu sofia parabens pela fleams

Capítulo 1 - Um


Fanfic / Fanfiction Pungent Pyre - Um

 

Capítulo I


 

 

Ao meio do delírio urbano, meus olhos suavemente fecharam pela primeira vez.

Os ruídos da cidade grande se perdiam neles mesmos, criando um persistente zumbido, quase como o som de estática, que começa a sumir após muita exposição. Sentada no banco da praça, eu não ouvia, nem via, logo, não sentia. Minha consciência estava sendo sustentada pelo pescoço, com uma corda chamada tempo. Estava quase na hora.

O ar estava carregado de estresse e poluição e altas construções encobriam o sol junto das nuvens. A praça era uma desesperada fonte de vida, e o único contraste verde ao mundo cinza onde fora encarcerada. O cheiro de fumaça se misturava com o odor árcade das árvores. Eu também não cheirava, enfim.

O céu cinzento transluzia pelas folhas dos protuberantes galhos da árvore que estava sentada abaixo. Abri meus olhos e olhei para cima. Via figuras abstratas ganhando forma no alvo brilho atravessando os galhos e me lembrei novamente do horário. Juro que tentava me preocupar menos, mas logo me vi checando a hora na palma da mão. 16:28. Meu coração afundou e meus olhos arregalaram quando percebi que havia perdido mais uma vez a noção do tempo. Levantei e, dessa vez com força, fechei meus olhos. Mais um som se juntava à frenesi sonora. As batidas do meu coração.

 

Abri meus olhos, estava agora no telhado da torre que tampava minha visão abafada do sol. Ainda não conseguia o ver dali, por trás de todas aquelas nuvens. Era um grande espaço com quatro cantos, o chão de concreto, alguns fios grossos agrupados passavam pelos cantos das paredes como se fossem decorações de natal e conectavam-se à grandes antenas receptoras. O céu brilhava forte, por mais que o sol estivesse ainda escondido nas nuvens. O ar perdeu parte da carga de poluição e adquiriu mais da carga de estresse, toda emanada de uma só pessoa no ponto mais alto daquele prédio. O ruído na minha cabeça aumentava.

Corri até o parapeito de um dos quatro lados para checar as redondezas. Observando o brilho do sol, reparei que olhava para o chão do lado oeste do prédio. Ao lado das ruas, 43 andares abaixo, era até difícil ver a árvore que me hospedou pelos últimos momentos de tranquilidade que tive naquele dia. Era como se ela estivesse sendo consumida pela falta de vida tão viva em seus arredores, e isso quebrava meu coração. O vento soprava violentamente, fazendo as nuvens se deslocarem como se estivessem fugindo de algo. E talvez estivessem fugindo para evitar ver o que estava para acontecer. Talvez eu também fosse a vida deixando-se consumir pela excessiva morte ao meu redor, e talvez me ver ali quebrasse o coração etéreo das desesperadas nuvens também. Eu não as culpo.

O plano era ir do leste à oeste, como o sol. Depois ascender na noite, como a lua. Seria um caos um pouco menos rotineiro que o caos que eu já conseguia ouvir gemendo centenas de metros abaixo de mim.

Olhei a palma da minha mão de novo. O 8 desenhado em marcador permanente preto retraía parte de seu círculo inferior e se tornava um 9. Exatamente um minuto para me despedir daquele início para dar espaço para outro. Mais uma vez fechei suavemente meus olhos e deixei a paz superficial tomar conta. Um minuto para minha tentativa de mudar o mundo. Um minuto para minha tentativa de criar um nome para todos lembrarem. Um minuto para uma tentativa. Um minuto.

De olhos fechados, mais uma vez não via. O ruído urbano recebia um ritmo ditado pelas minhas rápidas batidas cardíacas, que acabaram afundando no sibilo estático ao se acalmarem, eu já não ouvia mais. O odor urbano era irreconhecível ao meio à serenidade mental que consegui estabelecer, já não olfateava mais. O vento estava agora macabramente calmo, pude notar através das minhas pálpebras que o brilho celeste havia sido ofuscado completamente pela densidade de nuvens, já não sentia mais. Meio minuto.

Eu mais uma vez me sustentava na tão possessiva concepção de tempo, e me parava pouco antes de alcançar a paz absoluta para pensar nos 30 segundos restantes. O fogo da ansiedade começou a me consumir, e logo meu coração estava inflamando. A mesma chama então logo se espalhava para minhas veias, eletrizando todas as partes do meu corpo. Tremi.

A agitação atingia até o vento, que começava a acelerar novamente. Silvava ao quebrar contra o que estava em sua frente. O implacável vento parecia vir de todos os lados, era como se fosse um predador, e eu sua presa. Do bolso do meu sobretudo, peguei o detonador. Fechei meus olhos e, na minha visão interna, me projetei em cima da pequena estrutura que era similar à um posto de guarda que dava acesso, por uma curta escada espiralada, ao terraço do prédio. Estava lá quando minhas pálpebras voltaram a abrir. Dali, criava um campo de visão bem maior. Menos que quinze segundos. Olhei para a palma da minha mão, e simplesmente aguardei.

No entanto, como uma faísca que caía em gasolina, da escadaria enferrujada logo abaixo de mim saía um adolescente. Estava vestido como um adolescente vândalo genérico, calça preta, botas pretas, blusão preto com capuz. Tinha também um pano preto escondendo o rosto e óculos escuros escondendo seus olhos. O esforço para não ser reconhecido era considerável.

Sua atitude era cuidadosa, — Andava olhando para os lados, mesmo que não tivesse olhado na minha direção ainda. Não que eu me preocupasse, levei um susto, mas sabia que não iria conseguir me ver de qualquer maneira, mesmo comigo diretamente em cima dela. A certeza era tanta que mal me importei e voltei a olhar e aguardar os números mudarem na minha mão, seria talvez interessante ver sua reação quando eu apertasse aquele botão.

10. Eu contei na minha cabeça, meus olhos ainda vidrados na minha mão.

9. Era agora, finalmente.

8. "Digam adeus para as suas rotinas imbecis."

7. "Digam adeus para suas vidas não-vividas."

6. Levantei o detonador.

5. Estava tremendo.

4.

 

Repentinamente, um impacto na mão que, tremendo, segurava o pequeno controle detonador me surpreende e, no ato reflexo, eu o largo. Ele sai voando por alguns metros, arrastado pelo vento. Rapidamente inspeciono onde fui atingida, ainda em dor. No dorso da minha mão, algo em brasas estava alojado, ainda fumegante. Ao tentar retirar da minha pele, a textura se provava elástica, como borracha derretida. Mal precisa dizer que ainda queimava como inferno.

Posso saber o que está planejando fazer? —  A voz era assertiva e alta, mas ainda mórbidamente calma, quase curiosa. Arrancava a bandana do rosto e a incinerava em um instante, ainda em suas mãos. Com a mão agora livre, tirava do bolso um pacote de chicletes.

Foi então que percebi que o vento não predava por mim. 


Notas Finais


03h46 eu ainda sei o que eu to fazendo é um piloto só n sei o que fazer obg por ler aaaa


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