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História Purple sign - Trash


Escrita por: Silvemist

Notas do Autor


Hey, dessa vez eu não demorei, viu? Sou até legal com vocês as vezes. Espero que gostem até já....

Capítulo 9 - Trash


Eram dez da noite. A neblina forte cobria boa parte daquela rua deserta devido ao imenso frio que se fazia.

Em baixo da luz da varanda, o corpo tremulo e pálido encarava a madeira envernizada, tomando coragem para bater três vezes naquela maldita porta.

Ela não sabia ao certo o que a levou ali, talvez a curiosidade, talvez seus malditos desejos incompreendidos, talvez apenas a vontade de por a prova tudo que sentia e se sentia, ou se não sentia absolutamente nada.

A verdade era que sua mente havia derretido de tanto buscar respostas, mas e se o tempo todo as respostas estivessem na sua cara e ela fosse incapaz de enxergar. Seria difícil, difícil encarar a verdade e a ver como verdade. Afinal, os humanos faziam aquilo, não é? Escondiam as verdades e as incobria com mitos, crenças, pessoas para se seguir, preferiam daquela forma e ela era humana, então pra que encarar a verdade agora? Por sua mente estar cansada de tanto barulho tarde da noite?

O suspiro viera junto com a fumaça que deixou seus lábios arroxeados, seu corpo se preparou e em segundos estava de costas, pronta para ignorar toda aquela loucura e ir embora para sua casa. Engolir guela a baixo todo o barulho e se perder na mentira cega e absoluta, porém o barulho do trinco se fez presente agarrando-lhe ao pavor e ao clamor de não ser real, ser só uma alucinação de sua cabeça devido ao alto grau de frio que era exposta. Rezava para na verdade estar morrendo congelada, hipotermia no mais alto nível, caída agora no chão deixando seus últimos suspiros se perderem ao vento frio.

— Jinsoul? O que faz aqui? Tá tarde. — A voz grossa se veio com o jogar do casaco sobre seus ombros, exalando o cheiro amadeirado daquele perfume já conhecido por ela. — Venha, entre, não fique aí, pode pegar uma pneumonia. — Antes que tivesse chance de correr para longe, o corpo era manuseado porta a dentro daquele apartamento onde passará muitas das suas noites de verão.

— Desculpa, eu não devia ter vindo sem avisar...

— Bobagem, você é minha namorada, pode vim quando quiser. — Aquelas palavras lhe fizera engolir a seco.

Namorada? Fazia semanas que nem mensagens trocava com o pobre rapaz, fugia dele como o diabo fugia da cruz, como as bruxas fugiam dos padres na inquisição, ou como judeus fugiram dos alemães durante da segunda guerra mundial. Se pudesse, colocaria um oceano de distância entre eles e ainda assim acharia pouco.

— Você está gelada demais, vou te pegar uma coberta. — O rapaz deu um passo para o corredor, quando o braço fora agarrado pela loira, lhe fazendo arquear a sobrancelha um tanto confuso, mas antes que tivesse chance de formular algo em sua cabeça, ela o puxou e uniu ambos os lábios, sentindo aquela textura macia que agora parecia tão distante, nem mesmo o sabor conhecido era o mesmo. Seu corpo parecia tenso, seus músculos rejeitavam a ideia daquele maldito ósculo, até mesmo sua língua recuava implorando para aquilo acabar.

Errado, aquilo era errado, era um erro gigantesco. Jung só conseguia enxergar como um verdadeiro desastre, nem mesmo a mão quente em sua cintura, ou a forma que a outra lhe invadia a saia curta e lhe apalpava as nádegas firmemente parecia se encaixar em seu corpo.

Seus pensamentos começaram a surgir, surgir enquanto era empurrada contra a parede e seus cabelos tingidos puxados, parecia a desligar da realidade. No breu de suas pálpebras fechadas, o rosto de JungEun se formava com perfeição, as curvas sinuosas de seus lábios se abrindo em sorrisos, os dois únicos beijos trocados, o calor que seu corpo esbanjava como uma lareira alimentada, os fios macios que cheiravam como um campo de roseira recém regadas. Era ela, era ela que via enquanto os lábios daquele que chamava de namorado descia por seu pescoço tremulo, arrepiando sua derme e a mão habilidosa lhe abria os botões da camisa branca um tanto fria.

Uma ligeira lágrima escorreu de seus olhos se encontrando com a ponta de seu queixo. Ela não sabia porque seu peito se abria em um buraco, ou porque as pernas tremiam contra a parede gélida. Tinha um gosto amargo em sua boca e nós em seus dedos que buscavam desesperadamente algo para se segurar, sendo isso a madeira do armário ao seu lado, o arranhando com as unhas afiadas e sentindo as farpas se alojando em sua carne, criando cortes e fazendo o sangue quente escorrer por suas mãos.

— Meu deus, você é tão gostosa. — A voz abafada contra seus seios cobertos lhe fez se encolher dentro daquelas roupas como se as pedisse para serem maiores, mais largas, onde pudesse se isolar do mundo real como uma criança assustada. Tal frase lhe fazia sentir nojo de si, sentir nojo de onde estava e com quem estava.

— Eu...— A voz tremeu em suas cordas vocais, saiu quase como um sussurro inaudível. — Eu quero ir embora. — A loira rapidamente empurrou o moreno contra o chão, que caiu lhe encarando completamente incrédulo do que ela havia feito.

Jinsoul não perdeu tempo arrumando os amassados de sua saia, tampouco os botões abertos de sua blusa, apenas correu para fora daquele apartamento, levando consigo toda a vergonha e desgosto que agora sentia, deixando um rastro de lágrimas e um rapaz excitado para trás.

Não era certo. Tudo aquilo, não era certo. Tinha algo errado com ela, algo errado com sua mente, algo errado com seu corpo, algo errado com sua alma. Era isso, ela era um imenso erro da criação humana, tinha certeza que cairá do berço quando bebê ou que ficará muito tempo sem oxigénio em seu nascimento. Seu cérebro devia ter neurónios a menos ou algo que só a ciência podia explicar.

Era isso que ela pensava enquanto corria pelas calçadas daquela rua, enquanto seu cabelo voava no vento violento e o nariz se tornava rubro na baixa temperatura. O peitoral exposto exibia o desespero. Estava toda desgrenhada, tremula, sem rumo, sem explicações e com mais perguntas do que ali havia chegado. Tudo aquilo fora para nada e a única coisa que conseguiu, foi uma imensa repulsa de si mesma e novos gritos em sua mente que a muito se perderá da sanidade. 


Notas Finais


Oioi de novo, espero que tenham gostado hehehe deixem aí o comentário de vocês, vamos interagir um pouco e até a próxima 💜💜💜


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