Era manhã quando Yuura acordou, ele não podia chegar atrasado ao navio que o levaria para a academia de duelos, logo após levantar ele pisou em algo pequeno que era feito de plástico.
-Aiaiaiai- Ele se sentou na cama e segurou o pé com as duas mãos para ver o que era, encontrando uma pequena peça de Lego azul.- Hyoro...- Esse era o nome de seu irmão mais novo, ele vivia espalhando brinquedos pela casa e Yuura vivia pisando ou tropeçando neles.
O jovem levantou e foi até o quarto de seu irmão, mas parou na porta e ficou observando o pequeno dormir, logo ele partiria e só deus poderia saber quando eles se veriam de novo, ele não estragaria o pouco tempo antes da situação que se seguiria brigando.
Ele desceu as escadas até a cozinha e botou alguns pães de forma na torradeira enquanto coava café, seu irmão acordou e foi até ele, o pequeno mal havia chegado à mesa e já conversou com Yuura.
-Bom dia onii-chan. - Ele se sentou, pegou uma torrada e foi buscar geleia na geladeira. Yuura ficou com um grande peso no coração por deixar seu irmãozinho de apenas 10 anos para trás, ainda mais para ir até a ilha onde seus pais haviam morrido durante um acidente terrível cerca de um ano atrás.
-Bom dia Hyoro. – Respondeu Yuura, ele ia dizer mais alguma coisa mas a campainha tocou e cortou sua fala.
-Quem é? – Perguntou Hyoro, Yuura ainda não o havia contado que a partir daquele dia ele iria morar com outra pessoa.
-Só um minuto. - Yuura atendeu a porta e deixou entrar uma simpática senhora grisalha que usava um vestido rosa, e pediu para que ela se sentasse em uma das poltronas da sala enquanto ele buscava Hyoro.
-Mas o que diabos está acontecendo Yuura? – O menino estava muito confuso com aquela situação, o que era de se esperar, mas ele obedeceu o irmão e foi até a sala, se sentando no sofá.
A senhora ficou em silencio absoluto e permitiu que o irmão mais velho explicasse a situação:
-Hyoro, você sabe que eu fui aceito na academia não é? –O menino assentiu com a cabeça. – Então, como eu vou precisar ir morar lá eu pedi para que a senhora Taylor tomasse conta de você. – O menino arregalou os olhos de espanto nessa parte, ele parecia desolado.
-Não, você não pode fazer isso comigo, nós somos irmãos e precisamos cuidar um do outro, não me diga que se esqueceu disso. – Ele se levantou do sofá usando os braços. –Você não pode me abandonar, eu não quero ficar sozinho.
O coração de Yuura doía muito com aquela situação, ele virou a cabeça e mesmo tentando não conseguiu olhar diretamente pro seu irmão.
-A senhora Taylor concordou em tomar conta de você, ela vai te tratar como um filho, eu tenho certeza disso. Disse o irmão mais velho, fingindo que não ouviu os protestos do pequeno, que tentou falar alguma coisa mas Yuura o interrompeu, - Ela veio te ajudar a fazer suas malas.
O garotinho protestou mais um pouco, mas ele percebeu que não estava adiantando de nada, por isso se jogou nos pés do irmão e começou a fazer vários apelos desesperados:
-Por favor, Yuura, eu juro que não vou mais te dar trabalho, se você ficar eu vou ser o melhor da minha turma e você nunca mais vai ter que brigar comigo de novo. – O irmão mais velho colocou a mão no rosto como se estivesse irritado, mas ele na verdade usou esse movimento como uma desculpa para limpar as lagrimas dos olhos. – Yuura, eu prometo que não vou mais deixar meus brinquedos espalhados, por favor, fica comigo. –Esse foi o limite, Yuura balançou os pés até que o menor o soltasse e subiu as escadas, deixando seu irmão e a senhora na sala, mas antes de entrar no quarto ele disse:
-Por favor senhora Taylor, ajude ele a fazer as malas. Depois disso ele trancou a porta e se jogou na cama com as mãos no rosto, ele se sentia horrível com toda essa situação, ele conferiu seu deck e sua mala e esperou um pouco enquanto ouvia os barulhos de seu irmãozinho chorando enquanto a senhora tentava o consolar. Por fim ele saiu, se despediu dos dois sem esperar resposta e foi andando até o cais, a partir de agora o Hyoro era problema dela, e ele sabia que os dois se dariam bem, a senhora Taylor apenas teve um filho que acabou morrendo em um acidente no passado e seria bom para ela ter uma criança em casa novamente, ou talvez isso fosse apenas o que ele decidiu que iria acreditar.
Ele chegou ao cais e foi até a parte destinada aos slifers vermelhos, chegando lá ele avistou primeiro Hunter, que ele reconhecia por ter ajudado a defender o menino de cabelo branco que era estranho, e mencionando o diabo, ele estava sentado em um banco com formato de boia, a menina bonita também estava lá, o menino que tinha empatado com o carinha de cabelo verde também, e um esquisitão do qual Yuura não se lembrava de ter assistido o duelo. Izumi parecia estar inquieta enquanto todos os outros estavam focados em outras coisas, Hunter e Invel conversavam, mas não como amigos e sim como dois colegas trocando informações sobre alguma matéria da escola, Fuyuki jogava um jogo em um gameboy bem conservado, e Hiroshi lia um livro bem grosso com um pentagrama verde na capa.
Yuura não queria ficar sozinho, mas parecia que a menina não queria ser incomodada, e tanto Fuyuki quanto Hiroshi estavam muito focados no que faziam, por isso ele se sentou perto de Hunter e Invel, esperando uma oportunidade de entrar na conversa. Ele descobriu que eles conversavam sobre lendas da academia e acabou entrando na conversa naturalmente, ao passo que a conversa foi ficando cada vez menos formal e mais amigável, o navio chegou enquanto Hunter falava sobre o poço dos rejeitados, mas ele conseguiu terminar já que os estudantes dos outros dormitórios entraram primeiro.
Assim que todos entraram e mostraram suas identificações os quartos foram mostrados por homens de roupa cinza, mesmo no barco eles deram quartos de luxo para os obeliscos, medianos para os alunos do rá e os piores quartos para os slifers, mas pelo menos tinha um quarto para cada.
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