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História Quando Acontece. - Kah!


Escrita por: Mrs_Smile

Notas do Autor


Hoje vão conhecer um outro lado da história, o que acham?



*Parcialmente editado.

Capítulo 3 - Kah!


– Ui, ui, ui, que vândala. – Guto gritou me fazendo olhar para os lados, desconfiada, achei que alguém além deles havia me visto.

Voltei para onde eles estavam e guardei novamente o piloto em minha mochila.

– Como se sente vandalizando patrimônio público? – Esther perguntou quando terminei de fechar a mochila.

– Está aérea e vandalizando as coisas... – Gabe falou pensativo. – Agora estou desconfiando realmente que você fumou alguma coisa. – ele me olhava divertido.

– Deixem de besteira, – revirei os olhos. – foi só uma aposta que fiz com a Laura. – comentei distraidamente e logo me arrependi por isso.

– Que tipo de aposta? – Guto perguntou curioso.

– O tipo de aposta que não vou contar por que não quero perder. – usei minha ironia para fugir da resposta, se eu contasse com certeza algum deles iria lá responder só para que eu perdesse.

– Você é tão sem graça. – Gabe falou para mim, mas eu sabia que a sua curiosidade o estava matando por dentro.

– Sou mesmo, e nem adianta falar nada, não vou abrir o bico. – falei decidia cruzando os braços.

Eles pareceram respeitar e mudaram de assunto, agradeci por isso, sabia que se continuassem insistindo muito uma hora ou outra eu iria acabar contando.

– Vamos? – falou Gabe após alguns minutos, já estava ficando um pouco tarde.

– Realmente, não quero levar bronca outra vez. – Guto comentou conferindo o horário em seu celular.

– Pois é. – Esther confirmou. Eles eram primos então os dois se davam mal se estressassem a avó deles.

Nos despedimos e seguimos nossa direção. Olhei para trás e fitei o banco, não queria perder a aposta, mas tinha a esperança de que alguém me respondesse.

 

PV – Katherine.

 

O despertador gritava na manhã de segunda feira, minha animação para ir à escola era completamente nula depois da noite de farra que tive com alguns amigos meus. Não que eu fosse uma pessoa festeira, mas foi o aniversário de 18 anos do meu melhor amigo, pense em uma balada cheia, foi aquela, a festa foi maravilhosa, mas eu sentia os efeitos da noite caírem sobre mim.

Levantei a contragosto e olhei ao redor, as cortinas ainda estavam fechadas, provavelmente minha mãe não havia acordado Aquela não era a minha rotina, costumava acordar um pouco mais tarde, mas infelizmente meu pai começou a usar o carro para ir trabalhar, e a minha mãe teve que vender o dela, então eu teria que acordar relativamente cedo para poder chegar a tempo de pegar o ônibus, ao menos por um tempo.

Demorei para conseguir sair de casa realmente, não que eu fosse uma pessoa vaidosa ou algo do tipo, mas nunca se sabe o que pode acontecer, meu humor havia melhorado incrivelmente depois de um belo café da manhã, e um bom banho morto, andava calmamente em direção ao portão do condomínio quando vi ao longe o ônibus chegar no ponto, tive que correr um pouco para não o perder, admito que não seria a primeira vez que uma tragédia como essa aconteceria desde que comecei a pegar aquela linha de ônibus no mês anterior, mas faz parte da vida.

Sentei na cadeira de costume e me acomodei perto da janela, não me considerava rica, apenas tinha alguns padrões altos, como morar em um condomínio, mas isso não impedia o meu “passeio” de ônibus todos os dias pela manhã, por mais que minha mãe me levasse quando estava com o carro, minha volta sempre foi de transporte coletivo, e ainda que tivessem condições para isso, não permiti que meus pais pagassem uma escola particular para que eu cursasse o ensino médio, não reclamava nem um pouco da vida que levava apesar dos meus familiares acharem um pouco perigosa.

Eu admirava a paisagem do bairro próximo a minha casa, costumava observar as pessoas que passavam por ali, uma em particular sempre prendeu mais a minha atenção, geralmente a via no caminho de volta para casa, mas estava torcendo para que naquele dia tivesse um pouco de sorte.

Quando o coletivo se aproximou do local que eu sempre a via comecei a olhar mais atentamente para todos que passavam, procurando-a, e então a encontrei, um sorriso brotou em meu rosto involuntariamente.

Não quero parecer louca, mas também não espero que as outras pessoas me entendam, muitos já tiveram uma queda meio que sem cabimento, aquela velha paixonite de ônibus ou até mesmo na fila do pão, quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra.

Não que eu tivesse uma paixonite por ela, longe disso, era interessante olha-la, sempre tão divertida e descontraída, e naquela manhã não foi diferente, ela conversava descontraidamente com um garoto que sempre a acompanhava, eles pareciam nem ligar para o longo caminho que percorriam todos os dias, me perguntava de onde vinha tanta disposição àquela hora da manhã.

O ônibus parou no ponto e a vi socar o braço dele que reclamou esfregando o local.

Sorri de lado.

Olhava atentamente tentando entender o que aconteceu para render uma troca de socos e o que menos esperava aconteceu, ela se virou de repente e fitou o ônibus parecendo procurar algo, até que seu olhar focou em mim curioso, estava sem dúvidas sendo analisada, nossos olhos se encontraram, eu até tentei sustentar a intensidade e a curiosidade daquele encontro, mas não demorou muito para que eu me esquivasse do contato constrangida.

Evitei olha-la novamente e agradeci quando o ônibus retomou o seu curso. Passei o resto da viagem lembrando da intensidade daqueles olhos, não esperava ser notada, foi como se ela soubesse que eu a observava, tentava pensar em qualquer outra coisa mas sempre voltava para aquele olhar. Assim que cheguei na escola encontrei com uma amiga minha próxima a entrada.

– Bom dia, Lau. – chamei sua atenção e ela sorriu para mim vindo me cumprimentar.

– Como está Kah, e essa festa no fim de semana, pegou muita gente? – Laura perguntou quando fomos em direção ao pátio.

– A festa foi ma-ra-vi-lho-sa. – enfatizei. – Acabei nem pegando ninguém lá, mas quero te contar tudo. – Parando para pensar, estava mais preocupada em me divertir com o Liam (meu melhor amigo) do que qualquer outra coisa.

– Ao menos você se divertiu. – ela sorriu para a minha animação em contar sobre a festa.

– E o seu fim de semana, como foi? – Iniciei uma conversa amistosa deixando para depois meus relatos. – Encontrou com aquela amiga que sentia saudades? – perguntei lembrando que ela havia comentado algo sobre isso na sexta.

– É, acabamos discutindo um pouco, mas em geral podemos matar um pouco a saudade, talvez ela venha no projeto, quero apresentar alguém para ela. – Minha amiga falou ficando um pouco Pensativa. – Chegou cedo, veio de ônibus? – perguntou olhando para o relógio em seu pulso.

– É, vou ter que fazer isso por um tempo, até minha mãe comprar outro carro. – respondi cabisbaixa. – Mas não é de todo mal. – falei lembrando novamente daquele olhar.

– Que cara é essa? – perguntou desconfiada. – Quem foi o gato que você viu? – Seu sorriso maroto me fez revirar os olhos, apesar de tudo ela tinha um pouco de razão.

– Não foi um gato. – falei fingindo ficar zangada. – Você realmente acha que só ligo para a aparência? – perguntei ofendida.

– Seu histórico não é um dos melhores. – Laura falou rindo. – Não, melhor, o seu histórico é só dos melhores, baby. – ela falou andando pelo corredor e me deixando para trás sem ter muito o que falar.

– E se eu disser que dessa vez nem olhei para a aparência dela. – perguntei a seguindo.

– Diria que está ficando doente. – ela me respondeu e riu mais uma vez.

– Você pensa tão mal de mim. – comentei desanimada.

– Espera, você disse “dela”. – Minha amiga se virou em minha direção.

– É. – confirmei calma, ela já sabia sobre minha bixesualidade e aceitava até muito bem.

– Quem você está querendo iludir desta vez Katherine? – ela perguntou fingindo falar sério, mas percebi seu sorriso querendo aparecer.

– Não quero iludir ninguém! – Entrei na defensiva. – Não é nada demais, esquece vai. – Tentei fugir do assunto.

– Nem vem, sabe que odeio quando corta o assunto e não termina. – ela reclamou.

– Tá, vamos para sala que vou te contando. – A puxei quando o sinal bateu.

Passamos a manhã conversando, contei tudo sobre meu fim de semana e ela me explicou que pretendia apresentar a amiga dela para alguém, que infelizmente não era eu, até me ofereci mas ela recusou dizendo que queria ajudar a amiga e não ferrar mais com ela, sabia que era brincadeira então levei na esportiva, não que eu costumasse quebrar corações, só não me apegava tão facilmente, e Laura tinha medo por sua amiga, eu até a entendi, ela tinha medo da amiga não ir também, mas estava realmente esperando que fosse.

– Você enrolou e não falou da tau garota. – A menor acusou quando já estávamos em nossos lugares esperando o professor chegar.

– Eu estava tentando fazer você esquecer. – falei sincera recebendo um olhar nada amistoso da parte dela. – Tá, entendi. – falo revirando os olhos.

– Desembucha. – E com essa simples palavra apoiou o queixo sobre os braços que estavam cruzados a cima da mesa para me escutar.

– Eu estava vindo para a escola, e como eu sempre voltava para casa de ônibus meu horário provavelmente batia com o dela por que era certo ver ela voltando para casa. – Comecei a explicar acanhada.

– Tá, você é psicopata, o que mais? – Laura falou querendo pular para a parte mais interessante.

– Não sou psicopata. – cortei.

– Você fica observando uma garota que não conhece todos os dias quando volta para casa. – ela citou me olhando. – Se isso não é ser no mínimo louca, não sei mais o que você é. – concluiu irônica.

– Vai me dizer que nunca teve alguém que te chamou atenção sem que você conhecesse. – perguntei fazendo pouco caso do seu comentário.

– Pensando por esse lado. – ela parou olhando para o lado um pouco confusa. – Tá, somos todos um pouco psicopatas, agora continua, está enrolando de novo. – falou me fazendo suspirar alto, eu não sabia por que estava contando aquilo, não tinha tanta importância assim.

– Também não tem tanto tempo assim que a notei, é que ela me parece... – Parei tentando achar a palavra certa.

– Extravagante? – perguntou sugerindo a palavra.

– Não tanto, mas também. – A olhei sorrindo.

– E você não notou na aparência dela? – perguntou desacreditada.

– Por incrível que pareça para você, eu não sou tão fútil. – respondi em tom de repreensão.

– Você observa alguém, tudo bem que não faz isso a muito tempo mas não notou nada? – perguntou desconfiada.

– Os olhos dela são castanho escuro quase negros, são atrativos e misteriosos. – falei no automático e olhei para o lado constrangida.

– Como sabe disso? – perguntou. – Não falou que só a admirava do ônibus? – Sua expressão confusa me fez dar uma leve risada.

– Bom dia turma, desculpa pelo atraso. – O professor chegou impedindo que eu a respondesse. – Já que perdemos um tempo precioso vamos adiantar as coisas, abram seus livros na página 356. – Todos abriram os livros e um pequeno burburinho se formou na sala.

– Era isso que queria falar, mas você não deixou eu terminar. – Percebi que ainda havia algumas pessoas conversando então abaixei o meu tom de voz para responde-la. – Hoje de manhã ela me olhou. – falei simplesmente.

– Nada demais. – concluiu olhando para a frente quando o professor começou a falar algo.

– Parece que ela percebeu. – comentei quase que em um sussurro.

– Percebeu o que? – perguntou me incentivando a continuar.

– Que eu estava observando ela. – Nesta hora o professor nos olhou com a expressão fechada me fazendo quase que automaticamente ficar ereta na cadeira.

Por mais que minha notas não fossem as melhores eu tinha a consciência de que meu histórico de reclamações continuava impecável. Olhei perifericamente para Laura que sorria rabiscando algo na mesa onde meus materiais estavam.

“Você a admirava a distância até que um dia notando sua presença ela retribui a sua atenção, e na troca de olhares vocês conseguem ver fogos de artifício.”

Olhei desacreditada para ela e decidi que fingiria não ter lido aquilo mas ela voltou a rabiscar em minha mesa.

“Dá uma ótimo início para uma história de romance.”

Ela tinha um sorriso de orelha a orelha.

“Ela nota que estava sendo observada e então começa a obsessão, a perseguição...”

Escrevi a deixando sem entender.

“Dá um ótimo início de filme de terror.”

Terminei de escrever a fazendo revirar os olhos.

Voltei a prestar atenção na aula e passei o resto do dia um pouco desligada, me peguei querendo encontrar novamente aquela menina, o que me levou a correr para o ponto assim que o sinal bateu nos liberando.


Notas Finais


Desculpas a demora, mas agora está ai, a pedido da ~BiadeAsa
Espero que gostem


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