História Quando éramos apenas crianças sob as estrelas - De volta às origens!

Eu acordei e olhei pela janela. O dia estava ensolarado e seria um ótimo dia para ir a praia, mas infelizmente eu não poderia ir. Eu me forçei a levantar e fui até a sala, onde meu pai e minha mae estavam fechando as ultimas caixas e colocando elas no caminhão.

-Bom dia...-eu disse me aproximando.

-Ah, bom dia querida! Animada?-perguntou minha mãe.

-Sim, muito animada para deixar todos os meus amigos e ir viver confinada em um castelo tendo que usar vestidos.-eu disse pegando uma maçã.

-Filha de peixe, peixinho é.-meu pai disse colocando a ultima caixa no caminhão.-Eu odiava morar lá.

-Eu sei pai. Você já contou a historia do injustiçado Kile Woodwork umas cinquenta vezes. Você morava no castelo, mad odiava ficar lá. Então você foi selecionado, sendo que odiava a rainha, mas depois se apaixou por ela e depois ela te exilou para você ser feliz e você não mora no castelo ha dezessete anos.

-Exatamente. Mas é hoje que essa historia muda. Nós vamos voltar as origens e nos mudar para o castelo!

Ele abraçou minha mãe e eu fui para o meu quarto me trocar. Meus pais estavam tão empolgados mas eu não estava nem um pouco afim de deixar todos os meus amigos para tras e ir morar no castelo, um lugar totalmente novo para mim. É claro que nos meus treze anos de vida eu ja fui para lá muitas vezes para visitar meus avós, mas morar lá era uma coisa completamente diferente. Eu coloquei um short e uma camiseta e fui para o carro. Demorou uma hora para chegar no aeroporto e demoraria mais dez horas para ir de Bonita até Angeles, do outro lado do pais.

Eu estava sentada sozinha em um banco do aviao. Eu ja tinha viajado de aviao varias vezes, mas esse aviao era especial: ele foi enviado pela rainha Eadlyn para nós. Tinha poucos bancos e muita tecnologia. Eu estava coberta com uma manta do aviao enquanto mexia no meu celular quando minha mãe sentou do meu lado:

-Por que você está tao triste?

-Eu não estou triste, só nao estou pulando de felicidade.

Minha mãe me olhou. Seus olhos eram azuis e seu cabelo era loiro e estava preso em um coque, exatamente como o meu. Apesar de ter praticamente a mesma aparencia dela, todos falavam que eu era mais parecida com o meu pai. Deve ser por causa da personalidade, porque a unica coisa coisa fisica que eu tenho que é parecida com ele são os meus olhos do mesmo tom de verde.

Minha mãe me olhou de novo e voltou a sentar ao lado do meu pai, que fazia algum desenho de alguma casa. Eu desliguei meu celular, reclinei o banco e dormi.

Depois de dez horas e meia, nós pousamos no aeroporto. Nós pegamos as malas e fomos até o saguão. Quando nós saimos eu não entendi por que eles estavam segurando placas, eles eram os unicos com vestidos estmados e ternos com classe. Mesmo assim eu fui abraçar os meus avós e minha tia. Meu pai abraçou eles também e minha mãe não teve tanta desenvoltura, mas foi puxada para o abraço. Depois disso nós fomos de limosine, isso mesmo limosine, para o castelo. Além diso ainda tinha uma escolta policial. Como se alguem fosse querer nos sequestrar.

Quando chegamos lá, todos estavam nos esperando na porta. Meu pai correu para abraçar todo mundo. Ele abraçou todos em ordem, mas na hora de abraçar o príncipe Eikko ele ficou meio vacilante, então eles acabaram apenas apertando as mãos.

Depois minha mãe abraçou eles também e então foi a minha vez. Eu abraçei todos e depois parei e fiquei olhando meu pai conversar com o principe Ahren, que tinha vindo da França apenas para vê-lo. Eu percebi que todos estavam de vestido ou alguma roupa formal e me senti desconfortavel por estar apenas de shorts e camiseta, mas esse desconforto passou no momento em que um garoto de aparentemente minha idade usando uma blusa social aberta com uma camisa preta por baixo e calças jeans apareceu correndo:

-Mãe! Você disse que ia me avisar quando eles chegassem!

-Shalom! Eu mandei Dory te avisar, mas ela não te achou! Venha!-disse a rainha Eadlyn mandando ele se aproximar.

Quer dizer então que aquele era o principe Shalom? Nossa! Eu não via ele desde que eu tinha dez anos, ou seja, ha uns tres anos. Antes ele era um garoto chato e simples, mas agora...ele estava uns vinte centímetros mais alto que eu -o que não é muito dificil- ele estava mais bonito. Tinha deixado o cabelo crescer e agora tinha um cabelo bagunçado e muito escuro, como o dos pais, que caia na frente de seus olhos muito, muito, muito claros e contrastando com a pele branca e esse azul lindo nos olhos. Ele era...lindo. Eu olhei para ele que sorria lindamente mostrando os dentes brancos e ele olhou para mim sem querer, mas pareceu não se arrepender, ja que ficou um tempao olhando para mim. Eu, também, não posso reclamar, fiquei um tempao olhando para ele também.

Ele caminhou na minha direçao enquanto coçava a nuca:

-Crystal...err...quanto tempo.

-Eu que o diga! Você está diferente...um diferente bom! Bom te ver de novo, Shalom.

-Pode me chamar de Shay.

-Entao, bom te ver de novo, Shay.

-Entao você vai morar aqui a partir de agora?

-Acho que sim.

-Legal...-ele coçou a nuca e olhou para o chão.-Vamos ser amigos. Eu acho. Ah, sei lá. Até depois!-ele disse sorrindo e indo embora.

Meu coração estava acelerado. Eu não sabia porque, talvez seja qualquer coisa ja que agora eu moraria naquele castelo e teria uma vida completamente diferente. Fechei a cara ao pensar nisso. Eu não iria voltar para Bonita como nas férias, eu não iria pra escola com os meus amigos de novo. Já tinha passado varias noites chorando, mas acho que não vou conseguir esperar até de noite pra chorar de novo.

Senti as lagrimas quentes nos meus olhos e tranquei minha garganta ao sentir um nó. Eu não iria chorar na frente de todos porque eu não suporto pessoas me cercando e me perguntando como eu estou e o que aconteceu quando eu estou chorando. Gosto de ficar sozinha.

-Crystal! -Meu pai chamou. -Vamos! -Fomos para dentro do castelo e quando aquelas grandes portas se abriram, tudo que eu queria era fugir para o outro lado. Tinha a sensaçao de que se eu entrasse, eu não poderia mais sair, mas eu tive que ir la pra dentro, seguindo a multidão, sendo puxada pelo fato de que eu não podia fugir.

Ao escutar o som alto das portas batendo, eu olhei para trás e vi que já estava tudo fechado. Engoli em seco e respirei fundo como se aquelas protas fossem a unica coisa que me separava da minha antiga vida. Virei para frente de novo e me forçei a seguir todo mundo.

Quanto antes eu ganhasse meu quarto, melhor.

Demorou um pouco para eu finalmente ficar sozinha. Um pouco muito, ja que ja era de noite quando meus pais finalmente sairam do meu novo quarto e eu pude sentar na minha cama e...chorar.

Eu estava acostumada com esse quarto, mas eu nunca mais voltaria para o meu quarto antigo. As caixas com as minhas decoraçoes ainda estavam empilhadas do lado da porta, esperando alguém arruma-las nas prateleiras, mas eu não queria fazer isso. Não queria lembrar de como tudo era antes.

Eu só queria voltar pra casa.

-Crys? -Minha mãe abriu a porta devagar. -Filha... -Ela viu que eu estava chorando e eu apenas enterrei a cabeça no travesseiro e chorei mais.

-Eu quero voltar pra casa.

-Crystal. -Ela me abraçou.

-Eu quero meus amigos.

-Calma...vai ficar tudo bem. Você vai para a escola, -Ela arrumou meu cabelo e secou meu rosto. -e Shalom estará lá, então você terá alguém para conversar, pelo menos. Você acha que eu não estou triste? Eu tinha o café em Bonita e também tinha minhas amigas. Eu tinha lembranças lá. Mas nós nos mudamos, e vamos mudar também. Não precisa chorar. Você vai ter novos amigos.

-Ah, como filhos de embaixadores? -Eu dei um sorriso sarcastico.

-Não... -Ela deu um riso abafado. -Você vai conhecer pessoas legais. Talvez tenha uma morando sob o mesmo teto.

-Você quer dizer o Shalom?

-Vocês brincavam quando eram menores.

-É, talvez o príncipe mini cópia do pai seja legal.

-É assim que se fala! Boa noite. -Ela beijou minha testa.

-Boa noite.

Ela saiu do quarto e eu só fiquei pensando que ela estava certa. Eu acharia novos amigos, mas isso só me fez chorar mais. Eu não queria novos amigos, eu queria os antigos. Queria Hatty e Gardner, com eles eu não precisava de mais ninguém, mas agora eles estão ha quilômetros de distancia. Assim como o resto da minha outra vida.