História Quando nos Vênus, juro a Marte - Amor Doce - Fica comigo?

Clary on

A moto do Castiel arrancava olhares por onde eu passava. Devo admitir que seria uma dessas pessoas que a olhava com curiosidade, paixão e até um pouco de inveja.

Pensando bem, Castiel em si já chamava muita atenção, o garoto emanava algo inexplicável de si, e foi em uma dessas que eu me apaixonei.

A lua clara brilhava enquanto a noite caia depressa. O único problema era o frio que eu estava sentindo, vestia apenas um vestido que ameaçava sair do meio de minhas coxas onde eu havia o prendido, e a jaqueta que peguei emprestada com o Castiel.

Parei em frente a um dos parques da cidade que eu quase nunca frequentava por ser um pouco distante, e estacionei a moto. Algumas pessoas ainda estavam ali, casais, crianças, e alguns adolescentes jogando conversa fora.

Me aproximei do pequeno lago, a água parecia negra com a pouca luz ali presente. Sentei no chão com os olhos na água mas meus pensamentos iam muito além. Não conseguia tirar aquelas palavras de minha cabeça.

“Kalley: Oh, me desculpe Clary, não queria magoar seus sentimentos. Mas o amor que eles tinham era muito puro, muito lindo. Ele até assumiu ela como namorada. Isso impressionou a todos não foi tia?

Dake: Nosso Cassy devia amar muito essa garota então. Pelo que eu vi, ele sempre foi um grande “conquistador”. Espero que nossa Claryzinha não seja apenas mais uma nessa rede.”

Eu sabia que a sua única intenção era me magoar, e mesmo sabendo disso não conseguia fingir que aquilo não havia doído. Apesar de nossa última conversa, eu entendia o lado do Castiel, mas mesmo assim, ouvir aquilo ainda doía em meu peito. E se eu fosse apenas mais uma? Mais uma seduzida pelo seu charme…

“Um conquistador” era bem isso mesmo que Castiel era, no seu primeiro olhar ele já havia me conquistado. Enquanto estava pensando senti alguém se aproximar e se sentar ao meu lado.

Lysandre: Sozinha a essa hora?

Olhei surpresa e um pouco assustada para o garoto sentado ao meu lado. Ele estava vestindo roupa de esporte simples, quase nunca eu o via assim, geralmente ele estava com  o seu estilo vitoriano. Devo admitir que ele ficava bonito de qualquer um dos jeitos.

Clary: Lys, você me assustou.

Lysandre: Me desculpe Clary, eu estava correndo e te vi sentada sozinha olhando pro nada. Fiquei preocupado com você. Está tudo bem?

Nesse momento que ele me fez essa pergunta, meus olhos encheram de lágrimas mas felizmente nenhuma delas escapou. Virei o rosto novamente para a água, a fim de evitar que ele me visse naquele estado. Tive medo de falar e minha voz sair toda trêmula, mas isso não aconteceu.

Clary: Tudo bem sim. E você Lys? A tempos não te vejo, você sumiu. Castiel me disse você havia viajado para ver seus pais. Está tudo bem?

Agora ele olhava para o nada, com o queixo encostado nos joelhos, seus braços o envolveram e ele parecia estar com muita dor sobre aquele assunto.

Lysandre: Na verdade não, meu pai está doente, mas não se preocupe, vai ficar tudo bem. Fui visitar eles um pouco na fazenda, eu precisava espairecer um pouco as idéias antes desse acampamento.

Clary: Eu sinto muito Lys, vai ficar tudo bem com ele.

Peguei em seu ombro em apoio e ele se virou sorrindo pra mim.

Lysandre: Clary, posso te fazer uma pergunta?

Clary: É claro que pode Lys.

Lysandre: Eu sou estranho? Tem alguma coisa muito errada comigo?

Clary: Claro que não, você é um rapaz maravilhoso Lysandre, educado, carinhoso, estudioso, lindo, dedicado… são tantas coisas que eu tenho pra falar de você. Por que essa pergunta?

Lysandre: As vezes eu acho que tem alguma coisa de errada comigo. Eu estava gostando de uma garota, acho que vc até conheceu ela, Maria, sabe na festa da Rosa? Então, ela me trocou por outra garota, eu gostava tanto dela Clary, isso acabou comigo.

Clary: Castiel me contou Lys, essa garota é boba, não sabe o que está perdendo… mas pra falar a verdade você acabou se livrando. Sabe? Se livrando de se iludir, de passar raiva e estresse. Pelo menos ela foi sincera com você antes que fosse tarde demais.

Lysandre: Você tem toda razão, mas mesmo assim, as vezes eu fico mal.

Clary: É normal Lys. Mas de verdade, qualquer garota seria muito sortuda por ter a honra de você gostar dela. Se eu não amasse o Castiel, eu facilmente me apaixonaria por você.

Ele riu pra mim, e era verdade. Lysandre era um garoto lindo, tanto por dentro como por fora, a garota que tivesse a sorte de ter seu coração seria muito amada e feliz.

Clary: Agora é minha vez de te fazer uma pergunta Lys. Eu confio no Castiel, mas sabe, com esse jeito dele, o seu passado… será que eu sou apenas mais uma conquista dele Lysandre?

Lysandre: Clary…

Clary: Sabe Lys, às vezes eu tenho essa dúvida, será que quando ele está comigo seu coração pertence apenas a mim?

Lysandre: Eu posso te afirmar com toda certeza que é a primeira vez que vejo o Castiel tão apaixonada por alguém Clary. Ele teve sim um passado bem… complicado. Mas ele parece gostar muito de você. Como disse, eu nunca havia visto ele assim antes.

Clary: Não pense que eu apenas desconfio dele Lys. O problema é o seguinte: eu entendo ele, mas no fundo meu coração me diz que é pra eu ter cuidado, isso tudo é muito novo na minha vida sabe? Pra falar a verdade eu acabei de sair da casa dele. Nesse fim de semana que ele passou lá em casa por causa da Kalley, nós nos divertimos muito, tivemos sérias conversas, e quando eu fui ajudar com as coisas pra ele voltar, seus pais já estavam em casa. Você deve imaginar a vergonha que eu passei.

Lysandre: Eu imagino Clary, mas e aí como foi ?

Clary: O jantar? Uma catástrofe. Kalley disse que ia apresentar o namorado dela pra família e ela acabou chegando com o Dake lá, imagina eu, o Castiel, a Kalley e o Dake no mesmo lugar. Eu não consegui ficar até o fim Lys, tive que ir embora. A prima dele falou algumas coisas que entraram na minha cabeça, eu me sinto mal por admitir, mas eu estou tão triste que não conseguia disfarçar.

Lysandre: Eu me lembro que a Kalley sempre foi uma moça muito problemática, mas hoje em dia ela está passando dos limites aceitáveis.  

Clary: Pois é Lys. E agora estou aqui olhando pro nada com meu amigo ao meu lado, olhando pro nada também e chorando sobre a vida amorosa. Ótima noite.

Lysandre: Nem me diga. Mas de uma chance a ele Clary, tenho certeza que ele não voltou a dar nenhum vacilo com você.

Clary: Não Lys, e você tem razão.

Lysandre: Castiel é meu amigo a muito tempo, eu admito que alguns pensamentos dele não batem com os meus, mas ele é uma boa pessoa por baixo de toda irritação.

Clary: Eu concordo com você, acho que esse não é simplesmente o jeito dele, mas sim algo que ele encontrou pra se defender de alguma forma.

Lysandre: Todos conhecem o Castiel durão, o menino foda que bate em todo mundo, pega todas, faz o que quer e quando quer. Poucos conhecem o verdadeiro Castiel. Nós dois somos algumas dessas pessoas que tiveram essa oportunidade, e eu sou grato a isso. Hoje eu posso dizer com toda certeza do mundo que ele é o meu melhor amigo.

Nós nos levantamos e ele me acompanhou até a moto do Castiel, quando ele percebeu me olhou com uma sobrancelha erguida.

Clary: O que foi?

Lysandre: É a moto dele?

Clary: Sim, por quê?

Lysandre: Ele nunca empresa e deixa ninguém chegar perto dela Clary. Sinta-se lisonjeada pelo seu ruivo nesse momento.

Sorri para ele que sorria de volta pra mim. Lysandre não estava bem, eu queria ajudá-lo, mas nesse estado que eu me encontrava apenas iríamos chorar juntos.

Clary: Lys, quer uma carona?

Lysandre: Não Clary, mas obrigado. Preciso correr mais um pouco. Espairecer as ideias sabe?

Clary: Tudo bem então, tome cuidado Lys. Tenha uma boa noite.

Lysandre: Você também Clary.

Ele estava prestes a voltar a correr quando se virou novamente para mim.

Lysandre: Antes que eu me esqueça, quando você chegar olha embaixo no tapete da varanda.

Clary: Como assim?

Lysandre: Tenha uma ótima noite Clary.

Ele voltou a correr me deixando com cara de boba, plantada ao lado da moto e o olhando se afastar.

Clary off

 

Castiel on

(Algumas horas antes)

Castiel: Porra Lysandre, será que ela vai gostar?

Lysandre: Castiel se acalma, desse jeito você vai ficar com a cor do meu cabelo rapidinho.

Eu estava morrendo de nervosismo, minhas palmas das mãos suavam.

A ideia do pedido de namoro tinha saído mais fácil na minha cabeça, por em prática era outra coisa muito diferente. Mas eu contava muito com a perfeição do jantar de hoje, o que não aconteceu. Kalley havia estragado tudo e agora eu me sentia inseguro com a Clary.

É claro que eu havia me apaixonado pela Debrah, como qualquer um outro eu já havia namorado alguma vez na vida, e assim como todos, a decepção também veio junto. Hoje eu não sentia nada mais pela garota.

Lysandre havia voltado a poucos dias, e assim que a ideia surgiu em minha mente liguei pra ele, pro Alexy e pra Rosalya o mais rápido possível. Devo admitir que eles não brincavam em serviço.

A parte da decoração Alexy e Rosalya fizeram questão de cuidar eles mesmos, e realmente estava tudo muito bonito, quando Rosa me disse que só precisava de meia hora eu não tinha acreditado, agora estava pagando a língua. Enfeitado demais pra meu gosto mas mesmo assim bonito. Lysandre ficou encarregado de me ajudar a passar os toques da música que eu queria cantar pra ela, como foi o último a sair me avisou que a chave da porta dela que eu havia roubado estava escondida embaixo do tapete da frente. Ele estava com roupa de corrida, e ele não parecia bem. Mais tarde eu ligaria pra ele.

Agora meus pensamentos estavam todos voltados pro desastre de hoje, pro olhar de tristeza da Clary, e para as alianças em minhas mãos. Eu havia as achado lindas, perfeitas para a situação. Com um leve coração e nossos nomes gravados ela era simples, mas mesmo assim muito bonitas.

Caminhei até a porta de sua cozinha que dava acesso ao jardim, tudo estava pronto, arrumado e em seu devido lugar. Agora só faltava tudo dar certo. Corri para o seu quarto e tomei um banho. Só me restava esperar.

Castiel off

 

Lysandre on

Chegando em casa, logo notei que Leigh não estava. Seu carro havia sumido da garagem e não tinha nada da Rosa pela casa, o que significava que provavelmente os dois estavam na casa dela.

Enquanto a água caia sobre meu corpo deixei as lágrimas rolarem, não sabia exatamente o porque estava chorando. Mas tinha certeza que não era por causa da Maria. Na verdade, eu não sentia mais nada por ela.

Meus pensamentos me levaram para épocas distantes, momentos felizes em que eu brincava no terreiro da fazenda com os animais.

Meus pais não saiam de minha mente. Enquanto papai estava na cama, mamãe fazia sua sopa favorita todos os dias, cuidava dele é dizia o quanto o amava a todo momento.

Nós evitávamos falar sobre, mas a saúde de meu pai estava indo de mal a pior. Isso tudo me preocupava tanto. Logo nós o traremos para o hospital na cidade assim ficará mais fácil visitá-lo e cuidar dos dois.

Isso sim era muito doloroso. A ideia de perder o único amor eterno de nossas vidas se tornava cada vez mais insuportável em meu coração.

Saindo do banho, me deitei no sofá da sala com o objetivo de assistir algum filme e me distrair, acabei adormecendo antes mesmo da metade.

“Lysandre, acorda.”

“Leigh, deixa ele dormir, ele está precisando você sabe.”

“Não Rosa, ele precisa ir pra cama dele, desse jeito vai ficar todo dolorido.”

Enquanto eu acordava de um sono muito pesado, pude escutar vozes que pareciam muito distantes de mim. Abri os olhos e encontrei meu irmão e Rosa tentando me chacoalhar.

Leigh: Desculpe irmão, você estava dormindo aí no sofá e eu achei melhor te acordar pra você deitar na cama. Vai se machucar dormindo assim.

Me sentei um pouco atordoado, eu tinha a leve impressão de estar sonhando e de ser arrancado dele antes que eu pudesse me lembrar do que realmente se tratava.

Lysandre: Obrigado aos dois. Vou subir, tenham uma boa noite.

Rosa se aproximou e me deu um beijo no rosto. Já meu irmão apenas apertou minha mão enquanto eu subia para meu quarto.

Me sentei na cama agora sem nenhum sono, apenas preocupações, pensamentos e mais pensamentos me rodeando. Não sei quanto tempo se passou até que eu escutei leves batidas em minha porta.

Lysandre: Pode entrar Leigh.

A porta se abriu e Rosa entrou. Ela estava vestida com um roupão por cima de sua roupa, e parecia um pouco triste.

Rosalya: Desculpe te incomodar Lys, precisava falar com você urgentemente. Esperei Leigh dormir pra vir até aqui.

Lysandre: Aconteceu algo muito grave?

Ela pegou minha cadeira do computador e se sentou em minha frente.

Rosalya: Com ele? Não, não se preocupe. Na verdade eu estou preocupada mesmo é com você. Como está sendo ter que passar por isso tudo Lys?

Lysandre: Não está sendo nada fácil, imagino que o Leigh esteja sentindo o mesmo que eu.

Rosalya: Sim, mas com ele é diferente, você sabe como ele é positivo pras coisas… Como o George e a Josiane estão?

Lysandre: Papai está tentando esconder as dores, mas todos nós sabemos quando ele mente. Já a mamãe cuida dele a toda hora. O pior foi ver ela chorar quando ele apareceu com uma flor pra ela Rosa. Não sei o que vamos fazer, eu estou desesperado.

Rosalya segurou minhas mãos em sinal de apoio e eu a agradeci mentalmente.

Rosalya: Escute Lys, nós vamos trazer eles pra cá assim que os exames saírem. Confie em mim, vai dar tudo certo, eles vão ficar bem. Tente tirar isso um pouco da cabeça. Esse fim de semana acampando vai te fazer bem, vai te tirar um pouco desses pensamentos ruins.

Lysandre: Você tem razão.

Ela se levantou e me abraçou.

Rosalya: Nunca exite em vir conversar comigo quando precisar Lys, você é como um irmão pra mim, e eu amo você.

Lysandre: Obrigado Rosa.

Ela caminhou até a porta e me deu um leve sorriso. Antes que ela pudesse sair a chamei.

Rosa: Sim?

Lysandre: Rosa, cuide do Leigh, ele é mais fechado que eu, e ele precisa de apoio. Por favor cuide dele.

Rosalya: Pode deixar Lys-fofo. Não estou conseguindo dormir.

Lysandre: Por quê?

Rosalya: É claro que é pelo pedido de namoro do Castiel. Alexy está louco de curiosidade também. Nesse momento eu adoraria virar uma mosquinha Lys.

Lysandre off

 

Nathaniel on

Estava parado em frente a um restaurante um pouco arrumado demais. Agora que estava ali tudo parecia mais difícil do que na minha cabeça tinha sido. Foram noites pensando em como falar aquilo.

Após conversamos vários e vários dias sobre o olhar assassino de Melody, ela havia tomado a iniciativa e me chamado pra sair.

A nova representante de turma, Aline, tinha chamado minha atenção, mas eu não sabia o que estava fazendo ali. Eu senti apenas atração física por ela, nada mais que isso. E se a garota sentia algo além, eu teria que cortar essa relação agora mesmo. Ao contrário estaria apenas iludindo a garota e ninguém merecia isso.

Aline chegou a alguns momentos depois, ela estava muito bonita, vestida com um vestido rosa claro colado ao corpo.

Aline: Boa noite Nathaniel. Você está lindo.

Nathaniel: Digo o mesmo.

Enquanto estávamos nos sentando meu olhar se atraiu para a mesa ao lado onde estavam Melody e outro garoto que eu não sabia o nome. Seu olhar se encontrou ao meu e os dois ficaram sem graça.

Aline: O que foi?

Ela se virou e encontrou seu olhar a Melody que logo ficou pálida.

Aline: Até aqui essa garota te persegue?

Nathaniel: Desculpe Aline, mas eu não vim até aqui falar sobre a Melody.

Aline: Sim, viemos falar sobre nós, você está certo, quem é que liga pra ela? Nossa Nathaniel, você é tudo que eu sempre quis e esperei em um homem, é lindo, estudioso, educado, inteligente. E tudo isso combinado a mim, já imaginou nossos filhos como seriam?

Nathaniel: É exatamente sobre isso que eu quero falar…

Aline: Sobre filhos? Não esperava essa ideia tão rápida.

Nathaniel: o que? Não Aline. Sobre nós. Escute, acho que você estava indo rápido demais, você precisa ir com calma. É sobre isso que eu quero falar. Acho que eu estou sendo injusto com você.

Aline: Como assim?

Nathaniel: Eu não sinto nada sobre você além de amizade. Esse é o problema.

Aline: Mas eu achei que você também me amava.

Nathaniel: Aline, não me leve a mal, você é uma garota linda, e merece alguém que te ame de verdade. Se eu ficasse só deixando você ficar com essa ideia na cabeça eu estaria te iludindo.

Aline: Mas você sempre dizia que não sentia nada por ela mais.

Nathaniel: E realmente eu não sinto nada por ela mais. E nem por você, nada além de amizade… Eu não poderia deixar que isso continuasse se enrolando por mais tempo.

Me levantei e caminhei até ela.

Nathaniel: Desculpe Aline. Não estou me sentindo muito bem, preciso ir pra casa. Espero do fundo do meu coração que me entenda.

Enquanto eu caminhava para fora do restaurante escutei ela me chamar baixinho, mas não pude olhar, se eu fizesse isso ela se iludiria ainda mais.

Assim que saí do restaurante observei o céu, a noite estava clara e fria. Foi então que escutei meu nome.

Melody: Nathaniel! Será que nós podemos conversar?

Nathaniel off

 

Clary on

Estacionei a moto em frente de casa, amanhã eu a entregaria ao Castiel. Peguei meu celular e observei as mensagens. Mamãe estava louca atrás de comprar um presente para meu pai. Era aniversário de casamento dos dois. Castiel não havia me mandado nada, isso doeu um pouco.

Antes de entrar me lembrei do pedido do lysandre, levantando o tapete pude ver minhas chaves jogadas no chão. Observei com dúvidas sobre aquilo. Porque o lysandre estava com minhas chaves?

Entrando em casa tateei a parede até encontrar o interruptor da luz. Assim que a acendi  luz caminhei até a cozinha e me assustei. A porta de vidro que dava acesso ao jardim estava aberta. Meio com medo fui até ela. Foi então que algo pulou em cima de mim me segurando.

Castiel: Ssupresaaaaa!!!!”

Clary:Aaaaah, Castiel seu filho da puta. Você quase me matou.

Ele estava embaixo de mim, na queda ele jogou seu corpo para proteger o meu. Porra ele estava lindo. Seu sorriso estava mais incrível que nunca.

Castiel: Desculpe Clary, não pude deixar essa passar. Agora fecha os olhos.

Clary: Não, eu não confio em você, vai que você só quer me jogar na piscina e me matar afogada?

Castiel: Anda logo, vamos.

Fechei os olhos e deixei que ele me levantasse, com certeza ele iria fazer mais alguma brincadeirinha boba. Ele me levou às cegas até um ponto e me soltou.

Castiel: Espere. Pronto, pode olhar.

Abri os olhos meio receosa. Eu não podia acreditar no que via. O acolchoado que forração o jardim estava todo decorado com flores e um coração de pétalas havia sido desenhado. Algumas velas pequenas estavam espalhadas pelo lugar deixando tudo mais lindo. Me virei para olhar o garoto mas o ruivo estava de joelho no chão, olhando minha expressão de surpresa ele enfiou a mão em um dos bolsos e estou uma caixinha. Não acreditava que aquilo estava acontecendo.

Clary: Cass-tieel. Euuu-uu…

Castiel: Clary, eu sou o homem mais sortudo desse mundo por ter encontrado garota dos meus sonhos. Quantas pessoas conseguem isso aos 18 anos? Eu sempre fui tão bobo, esse tempo todo esperando uma coisa que nunca iria acontecer. Essa coisa estava dentro de mim. Esse medo estava dentro de mim… Eu te amo Clarissa, eu sempre fui louco por você, desde o primeiro dia em que te vi.

Eu não conseguia dizer nada. Sentia as lágrimas descendo pelo meu rosto. Ele abriu a caixinha e eu pude ver duas alianças.

Castiel: Clarissa, aceita namorar comigo?

Em meio a risos e a lágrimas eu balançava a cabeça dizer do que sim.

Clary: Siim Castiel, sim, sim, mil vezes sim!!!

Ele se levantou sorrindo e me levantou no ar, estávamos os dois abraçados. Quando ele me soltou pediu que eu estendesse a mão.

Castiel: Essa é a sua.

As alianças eram lindas, a minha tinha um coração delicado gravado nela. A dele já era mais “máscula”.

Me aproximei de seu rosto e o beijei.

Castiel: Me desculpe por te fazer esperar tanto. Espero que depois de hoje a noite nada tenha mudado entre a gente.

Clary: Eu te amo Castiel. Quando você vai entender isso?

Sobre a luz fraca de velas e da lua, ali abraçada com ele, senti uma paz incrível.

Clary off

 

Kalley on

Depois do esporro de meus tios, Dake e eu fomos para a casa dele. Depois de transar muito estávamos os dois deitados no chão da sala. O suor escorria pelo corpo, essa foi uma ótima maneira de dispersar a raiva.

O relacionamento dos dois estava nas pontas dos meus dedos. Logo tudo estaria em seu devido lugar.

Escutamos alguém bater na porta, me levantei animada, as coisas começariam a acontecer agora.

Kalley: Pronto Dake?

Ele se jogou no sofá, estava apenas de cueca e eu também estava de lingerie. Abria porta e a garota do outro lado parecia com pressa, assustada.

Kalley: Quanto tempo Debrah, vamos entre.

Ela passou por mim retirando o capuz, era a mesma de sempre, a mesma vagabunda que eu me lembrava. Da última vez ela havia ganhado, mas agora eu a usaria a meu favor.

Debrah: Você não mudou nada garota, continua a mesma sem sal de sempre.

Dake: Pelo visto as duas se amam muito.

Ela se virou para encarar Dake, que havia se levantando para cumprimentar a megera.

Dake: A famosa Debrah, é um prazer conhecer a garota que quebrou o coração do Cassyzinho. Ela sorria enquanto virava de volta pra mim.

Debrah: Vamos Kalley, não tenho tempo para suas besteiras, fale logo o que você quer.

Kalley: Com pressa gracinha? Nós temos a noite toda. Mas pensando melhor, quanto menos eu te vejo, melhor eu fico. A questão é a seguinte, seu Castielzinho está apaixonado. O nome dela é Clary. E pelo que eu sei sua carreira acabou, ao menos que você encontre novamente um guitarrista. Mas ele não pode ser qualquer um. E é aqui que entra minha proposta. Nós duas queremos o Castiel, me ajude a tirar essa garota da história, no final a que conseguir fica com ele. Simples assim.

Debrah: Plano fácil, mas há parou pra pensar que ele me odeia?

Kalley: Pode até odiar, mas você foi a primeira paixão dele… Acho que isso ainda mexe com o coração dele.

Debrah: Pode ser. Mas já vou avisando Kalley, mais uma vez você vai perder.

Kalley: É o que veremos.

Dake: Amo seu otimismo.

Debrah: Preciso ir. Você tem meu número. Já sei o que vou fazer.

Após ela sair me virei para Dake com um sorriso no rosto.

Kalley: Tudo certo até aqui baby.

Dake: Uma coisa me deixa curioso. Como você tem tanta certeza que vai ficar com o tomate assim?

Me olhando no espelho comecei a me arrumar. Ele estava com os braços cruzados atrás de mim escutado na parede.

Kalley: Porque essa garota vai sumir. Seja por bem ou por mal. Eu não tenho medo de sujar as mãos Dake.

Dake: Como assim?

Kalley: Sabe, vai ser até melhor pra você consolar ela depois. Se você for consolar.

Num momento  Dake ria e na minha distração me jogou com tudo na cama, ele segurava meus braços com uma mão e apertava meu pescoço com a outra. Sentia o ar deixar meu corpo, era agonizante.

Dake: Acho que você não entendeu ainda, essa garota é minha Kalley. Você tá morta se encostar um dedo nela. Eu não me importo nem um pouco com o que você é essa outra vadia vão fazer com o vermelho. Agora eu quero te deixar bem claro a você. Você não sabe do que sou capaz.

Ele me soltou um pouco e eu respirei desesperada e assustada. Foi quando ele me enforcou novamente.

Dake: A Clarissa é minha, você não vai encostar em um fio de cabelo sequer dela. Estamos entendidos?

 

Kalley off