1. Spirit Fanfics >
  2. Quando nos Vênus, Juro a Marte >
  3. Completamente seu.

História Quando nos Vênus, Juro a Marte - Completamente seu.


Escrita por: bullshift

Notas do Autor


Apesar da merda que o dia de hoje tá sendo, eu resolvi trazer essa atualização pra vocês.
Eu sei que tá difícil, eu sei que é complicado de acreditar no futuro, mas as coisas vão dar certo, okay?
Eu prometo pra vocês que todos nós vamos superar isso, juntos. Eu prometo que a gente vai ficar bem.
Então, por favor, POR FAVOR, não façam nada contra si mesmos. Se cuidem, se mimem, certo?
Boa leitura, boa semana.

Capítulo 17 - Completamente seu.


Ocupar sua mente com um pouco de trabalho era bom.

Na verdade, Jeongguk estava extremamente satisfeito com o emprego que Seokjin lhe ofereceu. Ajudava os alunos de canto com suas práticas, seus ensaios e auxiliava o Kim nos momentos de gravação. Além disso, ainda servia como o rapaz que carregava instrumentos para lá e para cá, mas realmente gostava. Porque, daquela maneira, Jeon não se via com tempo de pensar demais em coisas que não mereciam tanta atenção.

Isto é, algumas dessas coisas até mesmo poderiam ter certa relevância, contudo sabia que o melhor no momento era apenas ignorar tudo. E conseguia facilmente quando mentalizava o dinheiro que recebia todo sábado, após ele e Seokjin terminarem de fechar a sala de produção.

— Aqui, como o prometido. — Jin entregou o envelope para o mais novo, sorridente após contabilizar as notas em frente a ele.

Jeongguk abriu um sorriso orgulhoso, sentindo-se leve com aquilo.

Era a primeira vez que fazia algo que lhe dava um resultado mais imediato, além de sentir naquelas notas o cheiro da liberdade. Aos poucos ele poderia montar seu futuro, sair de casa e seguir com a sua vida sem os problemas que ainda o assombravam. E, bem, era tudo o que ele queria. Jeon apenas desejava a liberdade, ser quem era e suas próprias coisas.

Não gostava de depender de ninguém.

— Obrigado, hyung. — se reverenciou, ouvindo o riso soprado do outro tatuado.

Seokjin era um bom rapaz e, aos poucos, acabava tornando-se um bom amigo. Jeongguk ao menos viu quando permitiu que o mesmo entrasse em sua vida, mas era extremamente grato a ele.

Porque, bem, Seokjin era como o planeta Terra.

Não era grande e gasoso como Júpiter, ou sensivelmente distante como Urano, mas era telúrico como só ele poderia ser. Rochoso, ao mesmo tempo que repleto de água. Seokjin era pé no chão mesmo que a mente sempre estivesse nas nuvens.

E ele sempre foi diferente de todos. Às vezes, era até mesmo considerado o mais sem graça até quando, no fundo, todos soubessem o quão único poderia ser.

Jeongguk percebia isso e, quem sabe fosse isso o que os aproximasse de uma forma tão singela.

— O que pretende fazer com seu salário? — Kim questionou, curioso. — Ele merece ser gasto com sabedoria e diversão, óbvio.

Jeongguk riu de leve, mas sua expressão se fechou quando ele realmente começou a pensar no assunto.

Era seu primeiro salário e, bem, guardar não parecia tão divertido naquele momento. Talvez ele pudesse usar para celebrar o emprego, certo? Poderia deixar para poupar os das próximas semanas.

Então ele iria gastar. Mas, onde?

A primeira opção que pairou em sua mente foi Jimin.

Jeongguk sabia que precisava agradecê-lo por ceder sua casa e paciência, afinal, ninguém além de seus melhores amigos fariam algo como aquilo. Ele sabia que Park possuía um bom coração, tinha plena certeza de que deveria ser grato a tudo o que ele fez e ainda faria. E faria muito, mas Jeon ainda não sabia disso.

— Eu pretendo morar sozinho. — deu de ombros. — A longo prazo, já que preciso guardar um bom dinheiro…

Não diria que queria sair com Jimin, até porque tudo o que envolvia o mais velho estava guardado no fundo de sua mente, à sete chaves.

— Sei como é, demorei pra encontrar o meu canto também, mas as coisas se ajeitam. — o mais velho comentou, suspirando fundo. — Se eu consegui, você consegue também!

Queria acreditar que sim, ele conseguiria, mas ainda era complicado.

Contudo, as coisas estavam caminhando para um rumo bom. Até porque, conforme o tempo passava, Jeongguk se descobria ainda mais rodeado de pessoas boas e que acreditavam em seu potencial, diferente de seu irmão, por exemplo.

Agora, queria retribuir por tudo o que já haviam feito por ele. Jeon queria devolver a atenção e o carinho que seus amigos, Taehyung, Yoongi e, principalmente, Jimin haviam dado a ele.

E, para isso, faria o seu melhor.

 

 

Quando Namjoon abriu a porta, o clima foi de surpresa.

Ambos encaravam a figura de seu melhor amigo com um cigarro atrás da orelha, o moletom canguru negro um pouco grande e duas caixas de pizza sendo equilibradas nas mãos juntamente com um fardo da cerveja favorita deles.

Não era uma cena incrível para os outros, mas eles, sim, eles estavam surpresos com Jeongguk.

— O que é isso, cara? — Namjoon perguntou sem tirar o sorriso do rosto.

— Recebi um pedaço do meu salário hoje, então… — sorriu, levemente envergonhado. — Queria comprar algo pra vocês.

— Caramba, nosso menino tá crescendo…

Era difícil dizer algo além daquilo quando Jeongguk parecia tão feliz em estar comprando coisas para os melhores amigos. Isto é, além de querer agradecer Jimin, ele desejava primeiramente agradecer seus melhores amigos. Até porque eles estiveram ali desde o início de tudo, desde que Jeon não sabia como proteger-se sozinho.

Sempre seria o garoto deles.

— Vem cá, seu idiota. — Hoseok o abraçou pelo pescoço, bagunçando seus fios e sorrindo. — Sabe que não precisava, né? É seu primeiro salário, deveria ter guardado para…

— Para gastar com quem eu amo.

Namjoon ergueu os olhos da cerveja, chocado de uma maneira extremamente boa. Era difícil Jeongguk usar aquela palavra para descrever o que sentia.

Na realidade, ele havia o feito algumas poucas vezes em todos aqueles anos de amizade. Não era do tipo que verbalizava sentimentos, muito menos que comprava coisas para demonstrar o que sentia.

Então, ali, era a prova mais sólida de tudo o que eles significavam para Jeongguk.

Seu primeiro salário, as primeiras coisas que comprou para as primeiras pessoas da sua vida.

— Desculpe ser tão… Eu. — ele disse, fitando os próprios pés. — Eu sou grato por tudo, hyungs. Obrigado.

O Kim o abraçou com força, quase fazendo Jeon derrubar as compras. Acabaram rindo e os dois mais velhos o ajudaram a carregar tudo até a cozinha.

Não queriam continuar naquele assunto, até porque sabiam o quão difícil era para Jeongguk lidar com sentimentos e a exposição deles. Era doloroso, por isso ele preferia o silêncio.

— Então… O que vamos fazer hoje? Essas pizzas merecem algo interessante! — Namjoon disse, procurando o rolo de papel toalha para levar até seu quarto.

— Eu digo, eu digo! É fácil: Maratona Brooklyn 99! — Hoseok respondeu, levantando os braços.

Jeongguk riu e colocou algumas das cervejas no freezer, deixando apenas três de fora.

— 99! — Namjoon gritou, animado.

Subiram até o quarto e retiraram as tampas das caixas, cortando-as em formatos triangulares para servirem como pratos. Era melhor do que ter de lavar algo depois, certo?

Sentaram-se na cama e distribuíram os pedaços enquanto Hoseok abria as garrafas na barra da camiseta. Namjoon já se apressava com o episódio da primeira temporada da série sobre policiais e Jeongguk, no calor do momento, começou a gritar o bordão tão famoso.

Era difícil ficar daquele jeito, mas com seus amigos tudo era mais fácil. Até porque parecia ter seus treze anos outra vez e o mundo não fosse tão difícil e ruim.

Porque mesmo que tudo estivesse difícil e fosse piorar, Jeongguk sabia que ainda poderia se apoiar neles e vice e versa. O mundo poderia estar ruim, mas ali não estava. E nada, nada mesmo, era difícil demais para que não superassem tudo juntos.

O mundo poderia ser ruim e desanimador. As pessoas poderiam ser ignorantes e maldosas. Mas, com seus amigos ao seu lado, Jeongguk não desanimava. Ele não.

— Obrigado por isso, cara. — Namjoon disse, batendo sua pizza na do mais novo. — As coisas vão melhorar, okay? Você vai ver.

E ele acreditava, afinal, não estava sozinho.

Então passaram o resto da noite rindo com as piadas do Peralta, ou a falta de expressão do Capitão Holt. O importante era estarem juntos e, consequentemente, a salvo.

Por isso, Jeongguk ao menos viu o tempo passar, ou as cervejas acabarem, ou a pizza esfriar. Estava tão inerte em felicidade que não teve tempo de se preocupar com nada além disso. Não pensava em seu irmão, no mundo ou no medo que sentia, apenas sentia a segurança que seus hyungs transmitiam para si e ficava ali, contente, seguro, satisfeito.

 

Quando todos dormiram e Jeon viu-se rindo das idiotices do detetive Boyle sozinho, acabou lembrando-se dos cigarros que carregava atrás da orelha.

Hoseok não gostava de vê-lo fumando, então era o momento perfeito para tragar um cigarro e relaxar os músculos naturalmente tensos.

Sentou-se na escrivaninha de Namjoon que ficava próxima da janela, se escorando na mesma para aproveitar-se da luz da Lua para enxergar o Tsuru. Os olhos escuros de Jeongguk analisavam o pedacinho de papel tão bonito, em um tom arroxeado, levemente duro e dobrado perfeitamente; Jimin possuía muita paciência para dobrar aquilo. Até mesmo consegue ver a letra desenhada e transcorrida por entre as dobras, atiçando ainda mais a curiosidade que sentia de abrir e ler.

Mas, ele desejava mesmo abrir? Queria mesmo descobrir o que Jimin desejava tão fortemente?

E se fosse um desejo ruim?

E se… Jimin quisesse o mal de alguém? E se desejasse algo egoísta?

Não. Jimin não era aquele tipo de pessoa. Jeongguk o conhecia suficientemente bem para saber que o Park jamais desejaria o mal de alguém, tampouco algo esnobe e desnecessário.

Então… O que poderia ser?

Ergueu o olhar do papel para o céu, estava um pouco nublado durante aquela noite. Tentava procurar nas estrelas algo que o ajudasse a entender o que queria enquanto segurava aquele origami de outra pessoa.

Talvez Jimin estivesse desejando sua alma gêmea?

Aquilo, de certa forma, doeu em Jeon.

E se ele realmente desejasse encontrar sua alma gêmea? O que… O que seria deles após isso?

Não que Jeongguk os enxergasse como um casal, mas o que tinham era bom o suficiente para que não quisesse perder. Nunca havia se envolvido daquela maneira com alguém antes e, bem, gostava da sensação. Pensando nisso, acabava triste, afinal, se afastar de Park não o soava como algo bom. Pelo menos não naquele instante.

Havia encontrado no mais velho algo que não sabia definir, mas também não queria ficar sem. Uma sensação acolhedora ao mesmo tempo que avassaladora. Era intenso, tenso, estranho.

Esfregou levemente a ponta do polegar em uma das asas do pássaro de papel, lambendo os lábios em pura confusão interna. Não sabia o que deveria fazer, muito menos o que queria.

Então, antes que pudesse decidir, seu telefone tocou.

— Alô? — atendeu, com medo do toque acordar seus amigos.

Gguk?

Suspirou profundamente ao ouvir a voz de Jimin, como quem fica aliviado.

Desculpe por ligar tão tarde… — Jimin dizia com a voz baixa, preguiçosa. — Eu estou sem sono. Até tentei assistir um episódio de Rick and Morty, mas não consigo entender sem você.

Jeon automaticamente sorriu, erguendo o olhar até o céu, onde conseguia ver uma estrela ou outra por entre as nuvens.

— Qual você assistiu? — sua voz saía naturalmente suave, confortável.

E ele realmente estava confortável.

Ouvir a voz de Jimin explicando o que havia visto na televisão, o modo como o tom dele era quase manhoso e sonolento, mesmo que houvesse dito que não estava com vontade de dormir. Tudo fazia com que Jeongguk voltasse a encarar o origami, suspirando lentamente à medida que escutava mais e mais da voz alheia.

Apesar de tudo, mil coisas rondavam a mente de Jeongguk. Para ele, era inédito estar com a mente tão cheia, tão confusa.

E o pior era saber que todos aqueles pensamentos tinham algo em comum: Park Jimin.

— Esse episódio é divertido, mas é confuso mesmo. — disse, tentando consolar Jimin por não ter compreendido. — Podemos assistir qualquer dia, sabe… Já faz algum tempo que nós não nos vemos…

Estranhamente, Jeongguk coçava os fios da nuca em nervosismo. Não sabia exatamente o porquê de estar tímido, mas estava e era inédito.

Verdade. — Park respondeu, ele soava tão tímido quanto o próprio Jeon. — Os nossos horários no estúdio não tem coincidido, não é?

— Uhum. — assentiu, encostando a cabeça na janela. — E os hyungs aqui ficaram com ciúmes por eu passar muito tempo aí, então… Já sabe.

Ambos acabaram rindo, os corações se confortando porque a presença um do outro era algo incrível. Mesmo que não estivessem no mesmo lugar, ambos tinham as vozes para se consolarem.

As vozes e os sentimentos, abaixo do céu nublado e, ainda sim, estrelado.

Era um tipo de conforto tão extremo e necessário que Jeongguk esquecia-se de pensar, de privar-se das coisas, de arrepender-se depois. Ele só falava, pensava, fazia e sentia.

E, por isso, acabou perguntando:

— Você quer sair comigo, Jimin?

Desceu seus olhos uma última vez até o origami. Pensar em Jimin fazia com que ele desejasse mais do que tudo saber qual era seu desejo, porque, de certo modo, Jeongguk queria fazer parte daquilo.

Não sabia como, não sabia o porquê ou desde quando. Apenas sabia e, por isso, suspirou pesadamente.

Deixou o pequeno pássaro de papel sobre a escrivaninha de seu melhor amigo, voltando a prestar atenção na ligação com Jimin.

Claro! — ele respondeu animado, fazendo Jeongguk sorrir. — Onde nós vamos?

Mesmo que fosse arriscado, era o que sentia ser o certo.

Jeon não se importava de estar levando toda aquela relação para um lado que não deveria. Principalmente se fosse visto que ele não queria nenhum envolvimento amoroso.

Porém, era tarde demais.

Já estava envolvido. Dos pés a cabeça.

E, de tão envolvido, não conseguia enxergar que se tornava quem supostamente mais odiava. Se Jeongguk queria ser um renegado, por que estava passando tanto tempo com alguém que procurava por sua alma gêmea?

Talvez porque, no fundo, bem no fundo, Jeongguk desejasse ser a alma gêmea de Jimin.

Queria ser dele e queria que ele fosse seu.

Completamente seu.

 


Notas Finais


Eu escrevi às pressas, então talvez tenham muitos erros no meio. Mas eu sei que alguns precisam de distração, então, tá aí, okay? Me desculpem e, novamente, sejam fortes. Nós somos a resistência, então... Resistam.

fanfic nova, também sobre resistência: https://www.spiritfanfiction.com/historia/a-um-jungkook-de-distancia-14713035


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...