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História Quando Você Chegou - Juliantina - Olhos de Sonhos


Escrita por: waitingformee

Notas do Autor


Ei.
Fanfic sobre Juliantina, mas que não seguirá a dinâmica da série.

ESPERO QUE GOSTEM.

Capítulo 1 - Olhos de Sonhos


Fanfic / Fanfiction Quando Você Chegou - Juliantina - Olhos de Sonhos

Talvez não tivesse um começo ou Juliana não se recordara de uma época em que não estivesse encantada por Valentina. Talvez tivesse sido amor antes de ser qualquer outra coisa.

Mas lembrava-se da primeira vez que viu Valentina. Ela estava sentada em uma das mesas no fundo da cafeteria em que trabalhava, folheando um livro de capa vermelha e vez ou outra levantava o olhar para além das páginas.

Dois anos e cinco meses atrás

Juliana não recordava com exatidão tudo o que ocorreu naquela manhã de sexta-feira. Pensava que era uma sexta, pois todas as coisas boas que lhe aconteceram foram nesse dia da semana, mas Valentina era uma sorte de terça. Logo terça-feira, o dia mais sem graça da semana.

Ela passou entre as mesas com seus cabelos acastanhados que desmanchavam em cachos sutis e modelados nas pontas, deixando um rastro que cheirava a baunilha. Juliana não sabia explicar o porquê, mas ficou fascinada.

Valentina parecia uma daquelas pessoas desprendidas da vida, como se nada fosse capaz de atingi-la, mas tinha algo a mais. Ela tinha olhos oníricos, olhos de sonho, que brilhavam em um azul da cor do céu. Eram profundos, guardavam o segredo do mundo, porém continuavam a transmitir leveza.

Juliana prendeu a respiração quando viu a garota caminhar pelo estabelecimento pela primeira vez. Não moveu o corpo de encontro a ela, não conseguiu, só ficou parada, completamente hipnotizada. Queria dizer alguma coisa, qualquer coisa que sinalizasse que estava ali e pudesse, quem sabe, chamar a atenção dela.

Sentiu o corpo arrepiar quando a garota passou por ela, como se o vento estivesse beijando-lhe, mas não ventava. Desviou os olhos de súbito quando Valentina olhou em sua direção, torcendo para não ter sido flagrada encarando-a. Certamente ela não diria nada, não iniciaria uma conversa despretensiosa por vários motivos e um deles era: Juliana era péssima puxando assunto. Tinha um motivo para conversar com a garota, -afinal, Juliana trabalhava como garçonete-, porém não estava tão certa sobre aborda-la.

Juliana sentiu-se estranha quando Valentina andou para longe, distanciando-se mais a cada passo. Os pequenos pelos de seus braços arrepiaram, o coração aumentou as batidas subitamente, mas a voz lhe faltou. Não entendeu o que estava acontecendo, seu corpo vibrava, parecia queimar sobre as roupas. Todas essas sensações eram sufocantes, inexplicavelmente torturantes e era a primeira vez que sentira tanto.

- Ei, Valdés.- o senhor Caputo, um homem calvo e gorducho que aparentava ter mais de sessenta anos, chamou-lhe a atenção. A moça olhou para o chefe e assentiu, silenciosamente pedindo que ele continuasse.- Não viu a cliente chegar ? Vá fazer o seu trabalho.

- E-eu... Tá. Eu vou.- balbuciou, com os lábios um pouco pálidos.

Ela não estava em posição de negar uma ordem de seu chefe, precisava do emprego se quisesse continuar na cidade e infelizmente o senhor Caputo sabia disso.

Juliana respirou fundo, pois tinha visto na noite anterior uma psicóloga em um programa de televisão dizer que a respiração regulava o nervosismo. O ar saiu em um suspiro sôfrego de quem não sabe o que fazer, mas não tem muita escolha... É, talvez a psicóloga nunca tenha passado por um nervosismo súbito inexplicável.

Caminhou a passos vagarosos para perto da moça que lia, compenetrada, o livro.

- Boa tarde.- disse, em tom baixo, mas o suficiente para Valentina levantar os olhos e encara-la.- Gostaria de pedir alguma coisa ?

- Ahn... Boa tarde.- respondeu, simpática. Valentina prendeu o canto do lábio inferior com os dentes brancos e franziu o cenho em uma expressão pensativa.

Ela não fazia ideia do efeito que causava nas pessoas, em como sua beleza era intimidadora e inexplicável... Isso, Valentina parecia a idealização de algum grande artista renascentista. Céus! A garota deveria ter sido esculpida por Michelangelo em um mármore de Carrara, tamanha era a perfeição de seus traços.

Juliana despertou dos seus devaneios e sacudiu disfarçadamente a cabeça. Aqueles pensamentos não eram próprios para dominar sua mente.

- Hmm... Ah, sim!- Valentina exclamou, abrindo um sorriso largo.- Um cappuccino com creme e... bolo ?

Aquela havia sido uma pergunta. Juliana olhou para o balcão atrás de si onde estavam os bolos oferecidos naquela manha. Eles não eram apetitosos, a massa era seca demais e pareciam estar expostos há dias sem ninguém consumi-los.

- Conselho de quem vende o bolo: não peça.

Valentina olhou para a garçonete e soltou uma risada contida antes de cobrir a boca com a mão. Esse era um hábito que tinha ao sorrir, como se temesse que o mundo contemplasse as curvas de seus lábios.

- Você não é uma boa vendedora, deveria me incentivar a comprar.

- Não gosto de mentir para os clientes.- deu de ombros, fingindo lamentar.- É um erro, eu sei.

Juliana negou com a cabeça, mantendo uma expressão desolada. Valentina riu, fazendo seus olhos encolherem e os lábios abrirem-se graciosamente. A garçonete sorriu largo, feliz por divertir a garota.

- O que me aconselha comer, então ?

- Vamos ver...- Juliana estreitou os olhos, como se estivesse forçando a memória para lembrar de algum prato bom da cafeteria. Ela estalou a língua no palato emitindo um barulho pequeno ao recordar.- A torta de maçã. Eu, com certeza, diria a torta de maçã.

- Vou confiar em você.- Valentina sorri, abrilhantando os olhos de Juliana que encarava-a boba.

- Espero que goste.

Ao dizer isso, retirou-se da mesa para buscar a torta. Separaria o melhor pedaço porque, mesmo sendo bobo, Juliana queria contemplar o sorriso da outra garota mais uma vez.

Juliana sentiu-se tola por querer a atenção da garota. Talvez fosse porque ela era muito bonita e parecia inalcançável, uma daquelas pessoas que só se vê na televisão ou em capa de revista. De qualquer forma, sabia que não esqueceria os olhos cintilantes ou os sorrisos doces de Valentina tão facilmente.

Entregou a torta na mesa, sorriu tímida sem mostrar os dentes e saiu para atender uma senhora que entrou no recinto.

Valentina encarou a garçonete de longe, fitando o movimento de seu corpo e sua boca que curvava em lindos sorrisos simpáticos e atenciosos. Esqueceu-se das páginas, das palavras, de tudo, pois poderia tê-las em outros momentos, mas não sabia se teria a sorte de ser atendida pela jovem moça morena mais uma vez.

[...]

E no final das contas, a vida brinca com as pessoas como bem quer, cruzando caminhos, aproximando uns e afastando outros. É, a vida fez Valentina tropeçar em Juliana e esse, certamente, foi o melhor presente que poderiam receber.


Notas Finais


ME DEIXE SABER O QUE ACHARAM.

Não sei se será uma Oneshot ou uma fanfic curta.


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