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História Quarto Quarenta e Oito - Prólogo - O Quarto Quarenta e Oito


Escrita por: SweetNightmaree

Capítulo 1 - Prólogo - O Quarto Quarenta e Oito


Não era necessário que me olhassem duas ou três vezes para que dissessem que eu aparentava ser mais nova, a baixa estatura, magra e carinha de menina de quinze anos não me agregavam grandes vantagens, mas eu conseguia levar isso numa boa, as vezes até respondia com ironia que quando envelhecesse eu manteria a aparência jovial e bela.

 

Eu odiava usar uniformes, principalmente quando são verdes escuro e que mal me cabem de tão grande, eu não visto o uniforme é ele que me veste e foi sempre assim, desde pequena criava birra para ir a escola com aquela blusa por dentro de um short-saia e mantinha essa birra viva até os dias atuais, não pretendo perde-la. Me olho no espelho antes de começar um novo expediente, o saguão onde o jantar era servido estava lotado de mulheres gran-finas e homens carregados de paletós e gravatas, não que o meu cargo fosse observar o saguão ou monitorar as outras funcionarias, e por cita-las, eu faço parte delas, as faxineiras do hotel.

 

- Não mantenho o seu salário em dia para que observe o vento, anda, ao trabalho. – Não é a primeira vez que sou chamada atenção justamente pela falta dela.

 

Amarro o laço do avental de forma que o mesmo fique apresentável e respiro fundo, não por nervosismo, o mesmo já tinha se acabado ainda na primeira semana de trabalho, eu mantinha esse “ritual” de respirar fundo como uma forma de sobrevivência ou até mesmo pela sobrevivência do meu emprego já que minha real vontade sempre foi de arranhar a cara da Rose, uma esguia de um metro e setenda e dois que se acha baixa o suficiente para usar saltos de dez centímetros, escada de bombeiro.

 

Eu e as outras funcionarias começamos a levar as bandejas, uma a uma, para o saguão, a maioria das pessoas nos desprezavam as outras só olhavam com pena do trabalho, não era o melhor trabalho obviamente mas ainda sim conseguia ser o único que me deixasse fazer a faculdade pela manhã e que não me saturasse tanto a noite, os acidentes que partiam de mim eram típicos, mas não chegavam a ser tão graves o máximo que cheguei foi derramar a sopa, por sorte já morna, em cima de um hospede, isso ai, não basta ser um hotel tinham que grudar um restaurante só para piorar.

 

- Amber? – Ohh era a escada de bombeiro, segura as garras gatinha – A Fiorella não pode vir, precisamos de alguém insignificante para servir de camareira, anda, alguns dos representantes irão se hospedar aqui, quero que limpe os quartos do trinta e dois a cinquenta e quatro, vamos inútil!

 

Olha-la com desprezo já havia me cansado, ela não se importava mesmo. Largo o avental na cozinha do hotel e me dirijo ao deposito de limpeza, se ela está achando que me fazer limpar todos esses quartos era trabalho pesado eu devo rir, os quartos eram suítes grandes e pelo que eu saiba, suas estadias são tão grandes quanto o espaço alugado.

 

Os quinze primeiros quartos foram moleza, no máximo um pano passado no chão e os forros trocados, porem o quarto quarenta e oito estava revirado, já tinha ouvido algumas histórias sobre o mesmo, diziam que ele era comprado por um alto valor mas não entraram em detalhes sobre seu proprietário.

 

Tinha de tudo naquele quarto, de garrafas de whisky a camisinhas usadas com embalagens largadas pelo chão, pelo visto esse será o mais demorado. Recolho o lixo, usando um pegador para pegar as camisinhas e resto de calcinhas, não era possível que um único homem fosse capaz de tanto estrago, troco os lençóis por novos assim como as fronhas dos travesseiros e reabasteço o frigobar com algumas bebidas, espirro o bom ar pelo quarto e retiro o material de limpeza após terminar toda a limpeza do quarto, empurro o mesmo em direção ao quarto quarenta e nove o abrindo logo em seguida encontrando Margarett ali dentro, pelo menos mais uma insignificante para me ajudar com os quartos.

 

- De onde foi toda essa bagunça? – Ela pergunta com um sorriso estampado nos lábios enquanto dobrava os cobertores e toalhas.

 

- Quarto Quarenta e Oito. – Respondo amarrando o saco de lixo do banheiro e o levo para o lixo do carrinho.

 

- O Quarto Quarenta e oito?! – Ela diz com os olhos um tanto arregalados mas logo tenta um disfarce tirando um cílio do olho. – Tem certeza?

 

 

 

 

- Sim, o Quarto Quarenta e oito.



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