1. Spirit Fanfics >
  2. Quase impossível >
  3. Rolê aleatório

História Quase impossível - Rolê aleatório


Escrita por: C-Cam

Notas do Autor


Oii, tudo bem? Vim trazer mais um capítulo e espero que gostem. Eu tava viajando mas agora vou (tentar) postar diariamente. <3
Boa leitura!

Capítulo 3 - Rolê aleatório


Fanfic / Fanfiction Quase impossível - Rolê aleatório

POV Bruno

 

Já é quinta-feira. Tive uma ótima semana, trabalhei todos os dias e consegui concluir uma música que estava escrevendo. Já sai do trabalho e hoje foi dia de pagamento, ao sair do mercado já passo na lotérica e pago o meu aluguel, conta de água e luz, finalmente paguei minha internet já que fiquei sem a semana inteira. Transferi o valor da pensão da minha filha e coloquei crédito em meu celular, quando vi, na minha conta só tinha 180 reais pra eu sobreviver até o próximo mês. -Caralho, que humilhação. -Resmungo comigo mesmo. Bom, pelo menos estou com minhas contas em dia e segunda-feira cai meu vr, então está tudo sob controle. Se tudo ocorrer bem, semana que vem vou batalhar e ganhar uns trocados se eu ganhar. É óbvio que eu vou ganhar. Estou indo pra casa ouvindo música no fone de ouvido, já estou varado de fome e está anoitecendo. ​Recebo uma ligação. 

 

Bidu: Salve irmão, boa noite. O que manda? 

Lupa: Salve, Bidu. Acabei de sair da lotérica, to indo pra goma. Por que? 

Bidu: Então, Lupa, amanhã a noite eu e o Fael vamos batalhar e queríamos muito que você fosse. Vai ser lá na batalha da praça 9, as 23h marcamos de nos encontrar no posto perto de lá. Você tem compromisso? Queríamos muito que você fosse.

Lupa: Orra, parceiro, pode pá que eu vou sim. Amanhã 23h no posto da praça pra ver vocês batalharem. Mas só se semana que vem, quando eu for, vocês forem também, topa? 

Bidu: Então fechou irmão, amanhã é nóis e sábado que vem é você. Tamo junto.

 

O Bidu desliga e eu chego em casa. Tomei um banho, preparei minhas coisas pra ir trabalhar amanhã e comi arroz, purê de batata e salsicha. Consegui assistir uma série na internet agora que estou com na minha conta paga, depois liguei em chamada de vídeo pra minha filha. 

 

Bruno: Oi princesa do pai, tudo bem? 

Duda: Oi pai, eu to bem e você? 

Bruno: Eu to bem sim, eu to morrendo de saudade. 

Duda: Eu também tô pai, amanhã você quer me levar pra dormir na sua casa? Eu perguntei pra minha mãe e ela disse que pode. 

Bruno: O meu amor, amanhã o papai vai chegar tarde em casa. Pode ser no sábado? Ai você vem e a gente come hambúrguer e assiste filme, depois dormimos juntinhos. 

Nanda: Engraçado que dinheiro pra fazer hambúrguer tem e a pensão cai só 400 reais. 

Bruno: Boa noite pra você também, Fernanda. 

Nanda: Só noite né? Boa vai ser no dia que você dar uma ajuda decente. 

Bruno: Eu dou o que eu consigo, se eu pudesse eu dava o mundo pra Duda e você sabe. Mas quando você tava passando perrengue comigo você entendia, agora que nos separamos eu tenho que arrancar dinheiro do céu? 

Nanda: Quem sabe se você parasse com esse fogo de virar MC e arrumasse um emprego decente você conseguia. Acorda pra vida, Bruno. É Bruno, não LUPA MC não. 

Bruno: Duda, boa noite tá bom? Sábado o papai passa ai e se não der eu ligo avisando com antecedência tá bom? Eu te amo muito e fica com Deus. Boa noite, Fernanda. 

 

Desliguei a ligação e fui me deitar, mano, aquelas palavras da Fernanda acabaram comigo. Eu quero isso e não vou desistir do meu sonho. As vezes tenho vontade de trazer a Duda pra morar comigo mas não teria com quem deixa-la enquanto eu trabalho. Sei que com 400 reais não se sustenta uma criança, mas também sei que não fiz ela sozinho e a obrigação de sustenta-la não é só minha, é de nós dois. Eu vou conseguir ser um MC famoso e dar vida de princesa que minha filha merece, Fernanda vai engolir as palavras dela. Deitei assistindo com meus pensamentos e fiquei bem magoado, até que peguei no sono. 

 

É sexta-feira, acordei e fui trabalhar, eu saio as 16h. Fui para casa e dei uma organizada, já que amanhã quero trazer a Duda. Amanhã trabalho só até 12h e domingo estou de folga, graças a Deus. O VR não caiu mas vou aproveitar esses 180 que sobrou. Fui no mercadinho, comprei 4 pães, 8 fatias de queijo, 1 pé de alface, 1 pedaço de bacon, 1 pacote de batata congelada e 4 hambúrguer congelado, o resto vou me virar com o que tenho em casa. Peguei uma garrafinha de refrigerante de 1 litro já quando estava quase saindo, nisso fiquei só com 120 reais na conta. 

 

Voltei pra casa e guardei tudo, deixando organizado ainda. Tomei banho e fui me trocar para ir para batalha dos meus amigos, fui até o posto de gasolina do local de encontro dos meninos e vejo que ainda são 22 horas, droga, vou ter que ficar esperando. Como vim a pé, sai cedo por medo de chegar tarde. Não trouxe dinheiro além do da entrada, tenho 15 reais no bolso caso me dê sede para uma água. Parei num canto e vejo uma linda loira passando, aquela mulher é fora de qualquer coisa que eu já tenha visto na minha vida. Ela tem curvas perfeitas e o cheiro dela fica no ar, eu nunca vi uma mulher com tanta elegância, tanta postura, ela é do tipo de mulher que não pensa "que gostosa" e sim "que mulher perfeita". Eu fico completamente abobado e quando eu vejo, já tinha oferecido de beber aquele vinho com ela, até parece que aquele monumento vai dar ouvidos a mim. 

 

-Claro! Vamos para sua casa. Eu peço o uber ou você chama? Só aceito beber esse vinho, se o aperitivo for você. -As palavras dela saem e eu não consigo ter reação alguma, fico completamente parado olhando pra ela sem um pingo de vergonha na cara. -O que foi? O gato comeu sua língua? -Ela continua. -Olha, eu sempre tive essa curiosidade... Os homens dão em cima de mulheres na rua esperando o que? Se agora eu estou retribuindo, e você tá quieto! 

 

-Eu juro que eu não sei o que os homens pensam mas sei que agora você me deixou completamente sem palavras. -Eu finalmente consigo respondê-la. 

 

-Poxa, só porque eu vou beber esse vinho sozinha agora... To brincando. -Rimos. -Eu só falei pra ver sua reação. Foi engraçado, né? -Ela ri novamente, o que me faz ficar perdido naquele sorriso. 

 

-Você é engraçada, loira. Gostei de você. Qual é o seu nome? -Estico minha mão pegando a dela e beijando, como comprimento que se dá a uma rainha. 

 

-Tá doido? Eu nem te conheço e vou falando meu nome assim. -Ela puxa a mão e sorri. 

 

-Tá certa, tem que se preservar... Bom eu não tenho nada a perder, o meu nome é Bruno. Muito prazer. -Sorrio sem mostrar os dentes. 

 

-Muito prazer Bruno, eu sou a sem nome. 

 

-Eu tive uma ideia... Você quer ouvir? -Ela tira os olhos do celular e me olha penetrantemente com aquele olhar profundo, o que novamente faz com que eu me perca. -Vou te levar pra um lugar no qual tenho certeza que é diferente de tudo que você já tenha vivido. Se você gostar, você me fala seu nome, se não, eu não te perturbo mais. Que tal? -Estico minha mão pra ela em forma de fechar um negócio. 

 

-O que te faz pensar que eu vou aceitar passar a noite com um completo desconhecido em troca de falar meu nome? Eu posso te falar um nome falso e você nunca vai saber. -Ela cruza os prazos e fecha os olhos. 

 

-Tá certo, loira, mas eu acredito que você não vai mentir pra mim. Se você falar que quer que eu te deixo em paz, eu vou seguir meu rumo, mas se falar que ficou pelo menos 1% curiosa com minha proposta, aperta minha mão e deixa eu te levar pra um rolê aleatório. -Ela finalmente aperta minha mão e acena com a cabeça. 

 

-Certo, Bruno, eu aceito. Por enquanto pode me chamar de loira mesmo, se até o final da noite você merecer, te mostro até o meu rg. -Rimos. 

 

-Então vamos... -Eu sigo andando e ela me chama. 

 

-Nós vamos andando? 

 

-Loira, é aqui do lado. -Rio.

 

-Mas a gente não pode ir de uber? -Ela faz bico.

 

-Não, eu disse que vai ser diferente do que você já viveu. Vamos andando e conversando. 

Peguei meu celular enquanto andávamos e mandei mensagem aos meus amigos, avisando que encontraria eles já na batalha. Continuei andando com a loira.

 

-Então, Bruno... Onde você está me levando? -Ela quebra o silêncio do caminho. 

 

-O nome é batalha de rima. Não sei se você já ouviu falar, mas são pessoas que gostam de rap, tem uma roda e tem que batalhar com palavras, como se fosse uma música feita na hora e quem for melhor, vence. Hoje os meus melhores amigos vão batalhar, por isso eu to indo e você está me acompanhando, loira. -Digo virando a rua que já da vista para a praça. 

 

-Então eu to indo ver um monte de maloqueiro cantando rap numa praça escura? -Ela faz cara de assustada e depois rimos.

 

-Basicamente sim, loira. Isso é muito importante pra quem quer crescer no mundo do rap, virar um cantor, receber patrocínio, reconhecimento, poder ajudar o próximo com uma mensagem positiva... 

 

-E você faz isso também? Ou só acompanha seus amigos? -Ela parece realmente interessada.

 

-Eu faço e modéstia parte, eu sou o melhor nisso. -Dou risada e ela me acompanha.

 

-Vamos ver se você é bom mesmo. -Ela para de andar. -Faça uma pra mim agora.

Eu fico completamente sem graça e vejo ela linda me esperando, assim eu decido fazer. 

 

-Certo loira, aqui é poucas ideias. Quero ser seu katatau e você meu zé colmeia. 

Te vi passando e falei caraca mano

Será que eu subi pro céu ou aqui na Terra desceu um anjo? 

É muito simples, não fico de tagarela 

Vim procurar uma namorada

Você não quer ser ela? 

Porque comigo, é fechamento, pode crer

Pode até faltar comida

Mas não falta alguém pra te comer. -Dou risada e mostro a língua para ela, que está rindo e com os olhos brilhando.

 

-Sua rima foi tão boa que eu vou fingir que você não deu em cima de mim descaradamente. -Ela continua rindo.

 

-Se eu tivesse competindo, de prêmio não rolava nem um beijo? -Sorrio safado e ela parece gostar.

 

-É... Talvez um beijinho até rolasse. 

 

-E ai, Lupa firmeza? Tudo bem, loira? -O meu parceiro Cabral nos interrompe nos cumprimentando. 

 

-Oi Cabral, essa aqui é a... Loira. -Rimos e apontei pra ela. 

 

-Meu nome é Lis. Muito prazer, Cabral né? -Ela estende a mão pro baixinho.

 

-Muito prazer digo eu! Você é muito linda, Lis, com todo respeito. Parabéns, Lupa, tá bem na fita em... -Ele bate nas minhas costas e sai andando. 

 

-Lis? Não chegou nem no final da noite. -Eu sorrio. 

 

-É, né... Não podia ser grosseira com o "Cabral" -Ela faz aspas com a mão. -Mas Lis é apelido, meu nome permanece em sigilo. -Ela faz sinal de segredo colocando o dedo indicador na boca. 

 

-Ah, com certeza... Agora não sei se te chamo de Lis ou de Loira. 

 

-E eu não sei se te chamo de Bruno ou de Lupa. Qual é a desse apelido? 

 

-É meu nome de MC, aqui o pessoal me conhece como Lupa MC. Mas meu nome de registro é Bruno. Vem, já vai começar.. -A puxo em direção a roda, onde o beat já domina todo o som da praça e vejo ela sorrindo. 

 


Notas Finais


Obrigada por ler! Qualquer coisa pode me chamar no instagram é @carollcamarossi. <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...