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História Quase Sem Querer - Perdão


Escrita por: princetri

Capítulo 58 - Perdão


Fanfic / Fanfiction Quase Sem Querer - Perdão

Camila POV



 Faz uma semana que Sofia iniciou as pesquisas no laboratório do castelo, tendo Emma como sua única ajudante, já que os outros já haviam desistido de tentar achar uma solução, todos os dias, durante várias horas juntas fez com que elas se aproximassem, ao meu ver até mais do que o necessário, toda noite Emma acompanha ela até aqui, e eu não sei se é paranoia da minha cabeça, ou realmente acontece, mas basta elas chegarem que Lauren fecha a cara, ela pode tá com um ótimo humor, mas quando elas passam pela porta ela fecha a cara e vai pra fora fumar, Emma agora fala mais comigo, o que faz nós três, eu, ela e Sofia ficar um bom tempo conversando antes dela decidir ir embora, e em nenhuma dessas vezes Lauren entrou pra se juntar a nós, só entra alguns minutos depois que Emma saí, porque as duas sempre trocam algumas palavras no lado de fora antes da Emma realmente ir, aí eu me pergunto, Lauren está realmente com ciúmes ou é só paranoia da minha cabeça? Eu espero sinceramente que seja essa segunda opção.


— Como foi o dia? - Perguntei pra Sofi que soltou o corpo na cama, com a maior cara de cansada depois que Emma saiu.


— Exaustivo. - Disse e virou pra mim, tendo a cabeça apoiada pela mão. — Quando eu acho que vou ter algum progresso, tudo vai por água abaixo e voltamos a estaca zero, e meu tempo está se acabando, eu não queria falhar nessa tarefa. - Disse brincando com a ponta do lençol.


— Você está se esforçando tanto, que mesmo que não consiga, eu já tenho um orgulho enorme de você. - Falei tentando animá-la, ela sorriu e olhou pra mim.


— Será que ela percebe isso?


— Quem?


— A Emma, será que ela percebe que estou me esforçando? - Perguntou um pouco sem jeito.


 Fiz uma careta e cocei a cabeça.


— Você tá gostando dela? - Perguntei mesmo já sabendo qual seria a resposta, ela apenas afirmou com a cabeça. — Mas você é um bebê. - Falei forçando uma voz de criança, o que fez ela rolar os olhos.


— A Mila, para, eu já sou bem grandinha, e em pouco tempo completo meus 18.


— Mesmo assim, ela é bem mais velha do que você. - Insisti.


— A Lolo também é bem mais velha que você, ela nasceu quando? No século 18? - Perguntou risonha.


— Eu nunca parei pra pensar nisso. - Falei um pouco assustada. — Definitivamente vou perguntar pra ela depois, enfim, mas se for pra usar eu e Lauren como referência ainda não dá certo, porque eu sou mais velha do que você, então…


— Então nada, você vai parar de ser careta e me deixar com minhas paixões, nem que seja platônica. - Disse se levantando.


— Você já contou pra ela? - Perguntei vendo ela procurar uma roupa na mala, a reação dela foi jogar um par de meias amarradas na minha direção.


— Fala baixo. - Disse apontando pra porta, onde com certeza Emma ainda está, já que Lauren ainda não entrou. — Não contei, mas ela já deve ter percebido, tenho minhas cartas na manga. - Piscou um olho  pra mim e entrou no banheiro.


 Neguei com a cabeça, eu não estou preparada pra ver minha irmãzinha como uma adulta. Me estiquei toda na cama e puxei um pouco da cortina que tem em volta das enormes janelas, para que eu pudesse ver Lauren, que como eu já imaginava, ainda conversa com Emma, ela está sentada no batente, com um cigarro em mãos, já Emma se encontra de pé, encostada na pilastra que sustenta o alpendre.


 

Lauren POV


 

— Você não quer nada mesmo? - Emma perguntou novamente, como todas as noites, sempre a mesma pergunta.


— Não, está tudo bem, estamos bem, não precisa se preocupar. - Falei olhando na direção das árvores, que se movem pra lá e pra cá com o soprar do vento.


— Certo, mas se precisar de qualquer coisa pode me falar, comida, roupas, cigarro, não sei… qualquer coisa. - Disse insistente.


— Qual o motivo de toda essa insistência? Se eu precisar posso ir até Lydney. - Falei e olhei pra ela durante alguns segundos. — Eu sei me virar.


— Será que você consegue ser menos rancorosa? - Perguntou paciente. — Eu estou dando meu melhor, tentando não decepcionar você, eu só quero conseguir seu perdão antes de você voltar pra sua vida. - Fez uma pausa e se sentou ao meu lado. — Se você estiver esperando eu dizer que me arrependi de ter ido embora, você não vai ouvir, mas… poxa, eu gosto de você. - Disse batendo o ombro no meu. — Muito.


— Você disse que eu sou egoísta e burra. - Falei soltando o cigarro no chão e pisando nele logo em seguida.


— E você disse que me odiava. - Disse com o tom de voz engraçado, mesmo comigo ainda séria.


— E odeio mesmo. - Falei cética.


— E eu te acho egoísta e burra mesmo. - Disse no mesmo tom que o meu, bufei e me levantei, mas antes que pudesse me afastar ela segurou no meu pulso e puxou pra baixo, me fazendo cair sentada de novo. — Eu estou brincando, me desculpa por ter dito isso, eu estava irritada, estressada, sem saber se ainda ia conseguir te ajudar, mas enfim, você sabe que falei da boca pra fora.


— Eu não quero te perdoar, porque quando você surtar querendo ir embora, eu não quero sentir o que senti tudo de novo. - Confessei sem olhar pra ela.


 Ela ficou calada durante alguns segundos, mas uma resposta acabou vindo.


— Se você me perdoar agora, e parar de me ignorar, eu prometo que isso não vai se repetir, fechado? - Perguntou estendendo uma mão pra mim.


 Olhei pra mão dela, depois pra o rosto, ela sorriu e indicou a mão com a cabeça, rolei os olhos e apertei a mão dela, aproveitando esse contato das nossas mãos ela me puxou para um abraço.


— Amigas de novo? - Perguntou quando nos afastamos.


— Acho que sim. - Respondi dando de ombros.


— Maravilha, então… - Se levantou de sobressalto e olhou no chão envolta, fez minha carteira de cigarros flutuar até as suas mãos, e tirou todos lá de dentro, os partindo ao meio logo em seguida.


— Mas que porra? Você tá doida? - Perguntei irritada.


— Você não sabe a vontade que eu tinha de fazer isso. - Disse e suspirou, como se estivesse aliviada. — Por que a surpresa? Somos amigas de novo, e você sabe que não gosto de cigarros, então vou fazer isso sempre que você comprar, até desistir.


— Eu já estou começando a me arrepender.


— Tarde demais, agora só a morte nos separa.


— O que pode ser logo. - Falei com deboche.


— Engraçadinha, fique sabendo que a Sofia é realmente boa, ela é… fascinante, eu estou confiante.


— Fascinante? - Perguntei com o cenho franzido.


— É, fascinante. - Repetiu simples. — Você não acha?


— Sim, mas você não acha ninguém fascinante.


— Acho você, já te disse isso incontáveis vezes. - Deu de ombros. 


— É, mas nos conhecemos há séculos, temos uma longa história juntas, já ela não faz nem um mês que você conhece. - Falei incomodada, mas tentando não demonstrar isso.


— Ah Lauren, enfim, é modo de falar. - Esticou os braços, claramente cansada. — Amanhã eu disse que ia levar ela até Coleford, ela disse que não aguenta mais comer sempre no mesmo lugar, e como Lydney só tem aquele café, a alternativa é outra cidade, quero que você venha também, você e a Camila.


— Eu não sei, eu acho que…


— Fechado então. - Disse me interrompendo. — Amanhã nesse mesmo horário, porque não podemos perder um dia inteiro de pesquisa, estejam prontas.


 Não pude rebater, porque ela simplesmente virou e foi embora, em questão de segundos ela não estava mais na minha frente.



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