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História Quase um pecado - Incesto - Aniversariante (parte 2)


Escrita por: LunnaSthers

Notas do Autor


Como sempre, eu só edito no watt e trago pra cá tá? Perdoem os defeitos

Capítulo 19 - Aniversariante (parte 2)


Fanfic / Fanfiction Quase um pecado - Incesto - Aniversariante (parte 2)

Roman narrando.
 

Me sentia nostálgico, uma sensação diferente e completamente nova para mim. Sempre que olhava pra Isabella toda feliz e realizada com os parabéns, ou os presentes, ligações, eu sempre a via como a alguns anos. Aquela menininha ruiva cheia de sardinhas e piadas prontas, ela havia mudado tanto. Há sete anos ela tinha apenas dez, e isso até me assustou quando parei para analisar. Acho que até hoje não tinha associado tão bem a idade dela, mas hoje, me fez pensar. Não que fosse tão distante meus 22 dos seus 17, mas, além de menor ela ainda era minha prima. E só durante uns instantes me senti um filho da puta.
 
 
 
– Drake, o Roman não quer devolver a minha barbie! – exclamou, com os braços cruzados e uma expressão quase que mortal.
 

Eu estava deitado no sofá da sala, jogando algum jogo de luta, tentei parecer desinteressado no assunto. Mas meu irmão era um pé no saco, por assim dizer, e parou entre mim e a TV. Me obrigando a me sentar,   e a dar pause no jogo.
 

– Não peguei porra nenhuma Isabella! – falei, a olhando respirar fundo.
 

– Pegou! Você me disse que pegaria, que eu só fico brincando com elas!
 

Era toda a marra pra alguém tão pequeno, Isabella sempre foi muito fofa, até zangada era bonitinha. Mas seu olhar começou a me dar vontade de rir, e isso pareceu a deixar ainda mais brava.
 

– Eu quero a minha boneca até as 14h, ou vai se arrepender! – avisou, me fazendo serrar os olhos.
 

– Estou com tanto medo.
 
 
 

Isabella narrando.
 

Roman estava em transe olhando pro nada a uns instantes, e aquilo foi realmente assustador, já havia arrumado meus presentes e estava pronta pra irmos ao Tommy levar suas coisas e enfim conhecer sua casa nova. Passei a mão na frente do rosto do meu primo, que continuou sem piscar.
 

– Ei?! Tá aí? – brinquei, o vendo balançar a cabeça e sorrir – terra chamando.
 

– Estava me lembrando de uma coisa – disse, se levantando da poltrona – já está pronta?
 

Apenas concordei, o vendo ajeitar a roupa e olhar o relógio. Ele conseguia ser tão bonito , que eu até me impressionava as vezes. Mas não diria isso, não alimentaria ainda mais o seu ego infinito. Ele só conseguia ser mais bonito Ainda enquanto dirigia, sério, sexy demais as expressões dele enquanto dirigia.
 

– Tá me olhando estranho – falou, me fazendo rir e ficar vermelha ao mesmo tempo – o que foi?
 

– Nada! – falei, enquanto tentava disfarçar o sorriso – o que fez ontem quando me deixou na Mona?
 

Ele abriu a boca para dizer algo mas depois a fechou novamente, parecendo reformular a frase ou repensar. Uni as sobrancelhas, esperando a resposta que demorou um pouco a vir, já me deixando aflita.
 

– Passei na empresa pra garantir que meu escritório estaria vazio – comentou, parando o carro no semáforo e me olhando – tomei a liberdade de te colocar bem perto, como uma assistente pessoal sabe?
 

– Vou te servir cafezinho? – indaguei, o vendo esboçar um sorriso de canto.
 

– Eu prefiro um whisky e você sabe.
 

– Ótimo, Sr. Ramírez! Vai ser um prazer te servir.
 

Eu juro que vi o rubor subir em seu rosto, e não evitei ficar toda boba com isso, ele ficou sem graça? Mesmo? Ele?
 

– Não brinca comigo, Isabella.
 

– Estou morrendo de medo, Roman – provoquei, e ele acelerou o carro de um jeito que fez meu cabelo simplesmente ir todo para a frente do meu rosto – filho da puta!
 

 
 
Passamos a tarde na casa nova do Tom, que era bem pequena se comparada a nossa. Mas era impecável, a decoração era toda bem nerd, bem a cara do Tommy! Havia funko dos vingadores decorando toda a sala de jogos, onde passamos mais tempo.
 

– Olha esse Groot, que bonitinho!
 

– Esse eu comprei na comic con do ano passado! – informou, me entre olhando enquanto jogava – Vou comprar um pra você na net, que tal?
 

– Sério? – o olhei, toda animada com a ideia.

 
– Escolhe três, eu compro! Presente!
 

– Os que faltar me avisa Isabella, eu te dou – Roman disse, aleatoriamente, já que ele nem participava da conversa.  
 

Ele era tão frio pra certas coisas, enquanto Tom tinha toda a leveza do presente, o carinho, Roman já disse que me daria como se fosse nada, tipo não era pelo ato de me presentear com algo que eu gosto, e sim inteiramente por fins egoístas de se sentir melhor que o amigo.

 
– Não precisa Roman, eu nem tenho onde por – falei, voltando o Groot pra perto do Peter Quill.
 

Me sentei na poltrona, pegando o celular e rolando o feed do Instagram. Havia publicado uma foto, comemorando meus dezessete aninhos, e respondia os comentários das minhas amigas do Canadá. Roman levantou, dizendo que iria fumar na parte externa do apartamento. Tom desligou o Xbox, e mesmo que não o olhasse, sabia que ele me olhava.
 

– Vocês dois, está sério mesmo?
 

– Defina o sério! – ironizei, ainda sem olhar em sua direção – é, acho que sim.
 

O rapaz respirou fundo, e por fim mexeu no cabelo rindo sem jeito. E isso me tirou a atenção do celular.
 

– Legal – disse, por mais que não fosse isso que ele queria dizer – sabe que isso é muito errado, né?
 

– Eu sei, e não ligo! É até engraçado, por mais estranho que ele seja, eu gosto dele.
 

– Não duvido do que você sente, o problema dessa merda toda é ele.
 

– Céus! Ele tá diferente tá? Ele realmente gosta de mim, e a gente tá bem, nossa... Parece até que torce contra.

 
– Sou realista Bella, ele não leva nada a sério. Nunca. Tem algo de errado com ele, você sabe.

 
– O que difere um psicopata de um sociopata é a capacidade de sentir, o Roman pode sentir!
 

– Mas isso não quer dizer que ele sente né? – sugeriu, estalando os dedos aparentando estar nervoso – ele não tem um pingo de empatia, não coloque esperança nisso, em vocês...

 
– Tarde demais! Ele tem vontade de mudar, só faltava o incentivo certo – mexi no cabelo, sorrindo pra ele — prazer, incentivo.

 
– Sabe que ele voltou a heroína, né?

 
– Foi uma vez – rebati, sem nenhum vestígio do sorriso de pouco tempo atrás no rosto.

 
– Porra nenhuma Isabella!

 
Aquilo me assustou, porque eu realmente estava convicta de que tinha sido só uma vez. Ontem, pela manhã pelo que entendi, depois da briga com o irmão dele. Mas ele sumiu por horas durante a noite, aquilo me deixou paralisada. E antes de ter qualquer reação, Roman voltou a sala, se sentando do meu lado e tirando o celular da minha mão pra segurar a mesma. Sempre fui péssima pra disfarçar expressão facial, eu sempre transparência toda e qualquer emoção, mas me esforcei pra sorrir de canto. Principalmente quando ele me deu um selinho demorado, me permitindo sentir todo o cheiro de menta do seu maldito cigarro.

 
– O que foi, amor?

 
Amor, uma palavra com quatro letras, uma porra de uma palavra, tão simples. Tanta gente já me chamou assim, mas ele, vir dele, me desmonta todinha. Parecia que tinha um efeito analgésico a forma que essa palavra soava, tão leve e deliciosa de ser ouvida em sua voz que me fazia esquecer de qualquer coisa que pensava antes.

 
– Não, nada – garanti, olhando seus olhos.

 
Ele sorriu de canto, tocando meu rosto, depois voltou o olhar ao Tom que deixou a sala sem nem avisar. Eu sabia o porquê, ele odiava o fato de eu e Roman estarmos juntos. Ele nem precisava dizer, só suas acusações já provaram, ele não aprova e nunca vai, por mais que seja amigo do Roman a mais de dez anos. O que até me assusta, ele diz com tanta certeza. E é claro que o lance da heroína ainda gritava na minha cabeça, mas eu precisava não pensar nisso agora, tinha que falar com Roman sozinha, de preferência num quarto, depois de transarmos por horas e estarmos exaustos até para se vestir.
 

– Eu reservei uma mesa no Marea pra gente essa noite, tá bom?

 
– Uhum – concordei, entrelaçando os dedos entre os dele.

 
Merda que ele usava uma camisa estilo moletom comprida, o que me impediu de ver se havia mais alguma marca de agulha. Eu queria bater nele, bater mesmo, depois de toda a merda que foi pra ele superar isso, simplesmente se envolver novamente. Que porra de tão grave aconteceu? Só poderia ser algo sério, algo que o abalou o suficiente para ele usar essa “rota de fuga”.
 
 
 
Roman narrando.

 
A impaciência sempre me foi um problema sério, eu simplesmente odiava ter de esperar alguém. A ansiedade me fazia andar em círculos na sala, esperando minha prima descer pra levar ela para jantar. O que todos achavam estranho, mas ninguém dizia nada, minha mãe até gostou da ideia, porque eu disse que o Tom ia e ela fez uma sugestão que eu duvido que eu consiga comer depois de pensar a respeito: Isabella e Tom, ela disse que faria gosto. E aquilo quase me fez vomitar.

 
Já se passava das 20h, a Isabella só podia estar tentando testar a minha paciência ou algo do tipo, estava inquieto, já havia ajustado o relógio de pulso, rodado o meu anel umas mil vezes. E ainda assim, nenhum sinal dela descer as malditas escadas. Desisti de a aguardar, e subi para o andar acima, e fui até seu quarto. Abrindo a porta sem ao menos bater, com sorte, pra me compensar por a esperar, ela estivesse sem roupa.

 
Mas ela estava vestida, um lindo vestido preto sem muito tecidos nas costas. Ela terminava de fazer cachos discretos nas pontas do cabelo quando me viu entrar, sorriu logo de cara, seu sorriso foi tão espontâneo e lindo que me fez sorrir também, fechei a porta, adentrando seu quarto perfeitamente organizado.

 
– Já está pronta?

 
– Quase – disse, agora pegando algo de cima da penteadeira – senta aí.
 

Apenas acenei, mas não fiz o que ela me pediu, pelo contrário, vi uma foto na penteadeira próximo a ela e me aproximei pra ver. A segurei, sorrindo ao ver ela alguns anos atrás junto do meu tio Theo.

 
– Você era fofa!

 
– Acho que meu pai me abandonou porque deixei de ser – sugeriu, dando um sorriso bem sem graça – o filho da puta não me ligou.
 

– Ele deve estar ocupado, sei lá — argumentei, a vendo negar com a cabeça.
 

– É meu aniversário, custava uma ligação de um minuto? Ele... Ele simplesmente decide me deixar aqui, e some, me abandona literalmente.
 

– Acho que está exagerando – falei sem pensar.

 
Porque no meu pensamento só esta em como meu tio é um desgraçado, primeiro o envolvimento com contrabando de entorpecentes. Responsável por viagens milionárias de drogas entre todo o Canadá. Quando a Mary foi morta daquele forma, pensamos que no mínimo ele sairia desse ramo, mas já fazem seis anos que ela morreu e ele ter sumido assim só tinha uma explicação. E pra acabar de foder, o desvio que ele fez o idiota do meu irmão fazer. Theodoro nunca mais levaria Isabella com ele, não mesmo, se Drake como mais velho não tomasse a frente eu tomaria, não permito que ela acabe como a Mary: morta pela ambição dele.

 
– Vai se foder – respondeu, depois de me olhar com cara de ódio – Não defende ele!

 
Sorri, voltando a foto no seu lugar e me aproximando dela e tocando seu rosto. Logo o mesmo sorrisinho estava ali, se virou pra mim, ficando nas pontas dos pés pra dar me dar um beijo breve. Passou uma das mãos lentamente pelo meu braço, e senti ela forçar um pouco onde estava dolorido pelas recentes marcas de agulha. Ela desconfiava, é claro, mas não a contaria sobre isso. Foi só ontem, um puta erro atrás do outro.
 

– Vamos?
 
 
Isabella narrando.

 
A mesa que Roman reservou era tão linda, na área externa do restaurante, num local totalmente reservado e de boa iluminação: nem claro demais para estragar a linda vista do céu estrelado, e nem tão escura para atrapalhar o jantar. Era perfeito, como tudo que Roman fazia parecia ser. Sempre me perguntava como era os “relacionamentos" dele antes de nos envolvermos assim, mas tenho uma enorme certeza que passava longe de jantares românticos.

 
– Gostou do vinho?

 
– Nunca tinha tomado esse – confessei, é claro que não, álcool é novidade pra mim – é ótimo.
 

– Eu sei que falou que não queria presentes, mas eu... Não estou nem aí, eu vi isso e só imaginei como ficaria em você.

 
O jeito dele ser estúpido pra caramba ao mesmo tempo que doce e romântico é único, eu não sabia se ria do que ele dizia ou se apenas o olhava tirar do terno uma linda caixinha comprida, que logo foi aberta revelando um lindo colar, que continha um pingente de lua crescente com um pequeno cristal brilhando na ponta. Não sei o que brilhou mais, a joia pela iluminação dali, ou meus olhos.
 

– É lindo – Foi tudo que consegui dizer, ainda sem reação.

 
Ele como ótimo aprendiz de cavalheiro se dispôs a colocar em mim, não deixando de deixar um beijo no meu pescoço ao fazer. O colar claramente era de ouro, e o pingente caiu tão perfeitamente no meu colo que parecia ter sido feito sobre medida. Segurei aquela pequena lua, a olhando e depois sorrindo.

 
– Obrigada – disse.
 

 
Tudo parecia tão perfeito, falávamos sobre algumas viagens que já havíamos feito, e uma estranha frase saiu dos lábios dele: “Podíamos ir juntos, não acha?”. Eu fiquei sem reação de início, mas disse que sim, óbvio. Se tratava do Havaí. E só de eu imaginar sairmos juntos, para um lugar longe daqui, de onde todos nos conhecem, ou melhor o conhecem. Só de imaginar podermos ser realmente um casal em público, eu já ficava toda boba! Droga, não queria estar tão entregue a isso, mas já não controlava mais.

 
Foi quando ele disse que atenderia uma ligação e se afastou da nossa mesa, me deixando terminar a garrafa de vinho. O olhava de longe, distante da maioria das mesas aqui de fora. Então inesperadamente, uma moça se aproximou da minha mesa. Loira e alta pra caramba, me deu um sorriso que devolvi, ainda sem entender o que ela queria.

 
– É prima do Roman né? – me perguntou, olhando rapidamente pro lado onde ele estava distraído ao telefone.

 
– Sim, porque?
 

– Eu o conheço a alguns anos, a gente... Ele... – pareceu desconfortável com algo, e se sentou no lugar onde ele estava a pouco – Eu trabalho como garota de programa.
 

– Ah, claro – sorri sem jeito, a olhando jamais diria que ela ganhava a vida assim, no mínimo era uma das loiras mais bonitas que já vi pessoalmente – Ainda não entendi o que quer comigo.
 

– Estou preocupada com ele, ontem a noite, por volta das 20h ele me ligou – senti como se meu coração deixasse de bater por um instante – Me pediu pra ir até a ele na empresa, e eu fui, ele é um cliente ótimo e até desmarquei o compromisso que eu tinha.
 

– Tá, e aí? – tentei soar desinteressada, tomando o restante de vinho da taça.
 

– Assim que cheguei eu sabia que ele tinha usado de novo – ela suspirou, mexendo no cabelo – Eu sei que isso quase o destruiu, então, eu peço que o ajude com isso.

 
– Vocês passaram a noite juntos? – questionei, mesmo sabendo que não porque ele foi me buscar por volta das uma.

 
– A gente foi para um hotel e ficamos até meia noite, ele disse que precisava ser a um lugar.

 
– Entendi – mesmo querendo chorar eu sorri – Obrigada por me avisar.
 

– Ele só repetia que não podia deixar nada acontecer com ela, agora ela quem eu não sei – sorriu, ficando em pé – Eu já vou...

 
E quando ia sair deu de cara com Roman, que não estava nada feliz em ver ela. Eu já havia guardado meu celular na minha bolsa, porque não ficaria ali com ele mais tempo algum. Ele a segurou pelo braço, apertando o mesmo e a olhando como se fosse a matar ali mesmo.

 
 
Roman narrando.
 

– Que porra você tá fazendo aqui?
 

Sai por malditos cinco minutos e a Rebecca vem estragar tudo, ela apenas sorriu, tentando tirar o braço da minha mão. Olhei pra Isabella, que desviou o olhar pra qualquer outro lugar.
 

– Roman me solta, tem gente olhando – a loira disse, passando a mão pela minha para disfarçar – só estava tentando ajudar.
 

– O que disse pra ela? – perguntei mais baixo dessa vez.
 

– Eu já vou, conversa com a sua prima!
 

E saiu, afundei a mão no cabelo, o arrumando e voltando a me sentar a frente da Isabella. Pedi outro vinho pro garçom que passava, e nem sabia o que falar, ou o que ela havia dito. Maldita hora em que liguei para ela, mas não conseguiria dirigir, e eu precisava me acalmar antes de encontrar a Isabella. Ela não tinha que saber disso. O garçom nos serviu, e logo depois que saiu ela virou a taça como se fosse água, então me olhou. Me senti tão pequeno, a forma que ela me olhava me fez me sentir mal, como se eu fosse um lixo.




 
– Transou com ela?

 
– Isabella... – respirei fundo, lembrando que ela disse que jamais aceitaria uma traição – Não.
 

Ela riu, pegando a garrafa de vinho e servindo em sua taça novamente, só ali percebi como ela tremia. Ela sabia que eu estava mentindo, ela me conhecia perfeitamente bem para saber.
 

– Eu fui até a empresa, e chegando lá eu... Eu fiz merda, eu vi a sala do Drake desmontada e precisei...
 

– Então invés de me ligar, você ligou para uma prostituta que come desde sempre? E tá me dizendo que não transou com ela? Mente pra mim desde quando?
 

Fez menção de se levantar dali, mas segurei seu pulso, a fazendo me olhar.
 

– Tá, eu transei com ela, mas foi só porque eu usei aquela merda.
 

– Ok – puxou a mão da minha.
 

Me desculpa?
 

Ela se levantou sem ao menos me responder, arrumando seu vestido e colocando sua bolsa no ombro, levou a mão no colar, vi quando ela fechou os olhos com força e puxou o colar o arrebentando pra tirar do pescoço. Colocou em cima da mesa.
 

– Devolve ele, aí com o dinheiro que gastou pode contratar uma prostituta, uma bonita pra caralho como a Becca – forçou um sorriso, saindo dali.
 

Eu não pude a impedir de ir, não podia simplesmente a obrigar a ficar ali, não com toda aquela gente que adoraria publicar sobre isso. E a assistir me deixar ali, daquela forma, me fez sentir o gosto de sangue na boca, junto de um imenso nó na garganta.

 
Isabella narrando.

 
Nunca tinha estado desse lado da cidade, simplesmente fui andando pelas ruas, a iluminação dos carros sempre me assustaram porque eu sempre pensava que fosse ele. E eu juro que se ficasse perto dele mais um minuto, eu daria um soco nele. Como ele pode? Como ele teve coragem de ficar com aquela garota, e depois me beijar? Transar comigo... Me sentia suja, com nojo, com raiva, ódio e dor. Tanta dor. Quanto mais andava mais parecia doer, e tudo só gritava na minha cabeça. Como pude ser tão burra?

 
Não demorou para as lágrimas virem, por sorte a única louca andando a pé por aquela avenida era eu, então ninguém me veria chorar daquela forma. E eu realmente nunca me perdoaria por me fazer passar por isso, a culpa era minha, por ser ingênua ao ponto de achar que ele mudaria por mim! Será que foi a primeira vez que eu fui “corna"? Comecei a rir em meio ao choro, o nervoso me fazia ficar instável demais. Um carro começou a andar devagar do meu lado, e nem olhei pro lado, só continuei andando.
 

– Oi ruivinha, tá perdida? – uma voz masculina disse.

 
– Imagina ela sem esse vestido!
 

– Tá sozinha por aqui? Não quer uma carona?

 
Eram três garotos, e ao julgar pela voz, estavam todos bêbados. Mas eu estava com tanta raiva, que nem medo eu não sentia.

 
– Não, eu tenho pernas – disse, os olhando – podem ir.
 

– Gostei dela.

 
– Vamos embora Luke – o do banco de trás disse.

 
Meu celular começou a tocar, e ao mesmo tempo em que o tirei da bolsa os idiotas pararam de me acompanhar. Era o Roman, deveria ter chegado em casa e não me encontrado, mas eu não queria mesmo ouvir sua voz. Desliguei direto. E ele já retornou a ligação.
 

– O que foi? – perguntei, sem paciência.
 

– Onde você está?

 
– No inferno, agora vou desligar.   
 

– Isabella por favor, me deixa só te buscar – pediu, suspirando do outro lado da linha – Não precisa nem olhar na minha cara se não quiser.
 

– E não quero – deixei claro – vou pedir um uber.

 
– A gente precisa conversar.
 

– Sobre o que? – sorri, parando de andar e mexendo no meu cabelo todo bagunçado pelo vento e os quinze quarteirões que eu andava sem rumo – Não tenho nada pra conversar com você.  

 
– Não quero te perder assim, por uma bobagem.

 
Bobagem? – o que era um sorriso irônico, se transformou em uma cara em menos de um segundo, e o maldito nó crescendo na garganta – Já perdeu.
 

Desliguei a chamada e em seguida o celular, e o choro voltou, dessa vez pra valer. É sério que ele acha que é uma “bobagem"? Roman é tão incapaz de sentir assim? De se colocar no lugar do outro assim? Um carro parou próximo de onde eu estava, ergui a cabeça olhando na direção do veículo, onde o motorista desceu.
 

– Isa? – Peter? A voz era a dele – O que tá fazendo aqui?
 

Ele veio na minha direção depressa, e eu sequei as lágrimas, o olhando parar na minha frente.
 

– Tá me seguindo? – perguntei, o fazendo sorrir e sorri também, mas logo voltei a chorar.
 

– Ei, o que foi? – questionou, tocando meu rosto e secando a lágrima com o polegar – o que aconteceu?
 

Mordi a parte interna da boca, não podia contar o que havia acontecido. Não poderia contar isso a ninguém, era uma merda, uma merda em que me enfiei sozinha e agora tenho que aguentar sozinha.
 

– Vem, vou te levar pra casa.
 

– Eu não quero ir pra casa – assumi.
 

– Tá, só me deixa te tirar daqui? – perguntou, e eu só concordei.


 
 
 



Notas Finais


Também odeio plot de traição, mas é o Roman né? Já era de se imaginar... Decido acelerar a fic, pra ver se o bloqueio some...


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