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História Quase um Romance - Imagine Jung Hoseok - Capitulo nove


Escrita por: jinsimpson

Capítulo 9 - Capitulo nove


 

O hospital Doze de Outubro lhe trazia milhões de lembranças tristes, mas ali estava de novo, com a pequena Noelia nos braços. s/n ligou para a mãe de Carla, que não quis saber da filha. Desligou o telefone querendo matar a mulher, sem saber o que fazer ou quem chamar. Então pensou em Angela. Em meia hora ela estava ali. Após ouvir o que tinha acontecido, a mulher, assustada, concordou em levar a bebê para a casa de s/n, que ficaria mais um pouco no hospital.

Após horas de angústia, ela suspirou com alívio quando um médico saiu e perguntou pelos familiares de Carla Benítez. O médico se apresentou como Samuel Álvarez, um jovem muito simpático. s/n forneceu os dados de Carla e foi informada de que a amiga tinha duas costelas quebradas, o olho roxo e um inchaço no rosto, além de vários hematomas pelo corpo que indicavam um espancamento brutal. Carla ficaria internada.

Horrorizada, s/n levou as mãos à boca e chorou. Como aquilo podia ter acontecido? Carla era tão bondosa e tranquila que parecia impossível alguém ser capaz de lhe fazer mal. O dr. Álvarez perguntou se s/n sabia quem era o responsável por aquilo. Ela negou com a cabeça. Precisava falar com Carla. O médico enfatizou a necessidade de se fazer uma denúncia contra o agressor e informou que ela podia ver a paciente por alguns minutos.

Com o coração apertado, s/n o seguiu até o quarto onde a amiga estava. Assim que a viu, pegou sua mão e a beijou. O dr. Álvarez, encontrando-a acordada, se aproximou da cabeceira e perguntou se estava melhor. Carla assentiu. Antes de ir embora, ele lembrou a Carla que estaria de plantão e que poderia chamá-lo caso precisasse de algo ou sentisse dor. Consternada, s/n se sentou na cadeira que havia ao lado da cama. Suas pernas tremiam.

— Onde… está… Noelia? — conseguiu perguntar Carla.

— Com Angela. — Passando a mão pelo cabelo da amiga, com carinho, s/n prosseguiu: — Vai cuidar dela melhor que ninguém. E não se preocupe: enquanto estiver aqui, Noelia vai ficar na minha casa.

— Eu… sinto… muito… muito — repetia Carla, as lágrimas descendo pelo rosto.

Comovida, s/n se aproximou e a beijou, depois secou as lágrimas da amiga.

— Fique tranquila, querida — disse, olhando-a com doçura. — Agora você tem que se concentrar em ficar boa. Depois a gente conversa. Por enquanto, o mais importante é que você melhore. Entendido?

Uma enfermeira apareceu para avisar que Carla precisava descansar. s/n lhe deu um beijo carinhoso na testa e avisou que voltaria no dia seguinte. Antes de sair, deixou com a enfermeira seu número de telefone, caso precisassem entrar em contato.

Eram onze da noite quando deixou o hospital. Foi bom sentir o ar fresco da rua, mas então lembrou que Angela estava com Noelia em casa. Pegou um táxi e, depois de passar o endereço, pensou no encontro que teria com hoseok no dia seguinte. Como ia desmarcar? Não tinha o telefone dele, e-mail, nada. Decidiu que depois pensaria naquilo. Já estava bastante agitada.

Quando passaram por uma farmácia aberta, pediu ao taxista que parasse. Comprou mamadeiras, chupetas, fraldas, leite em pó e um bonequinho de borracha para a menina. Quando o táxi a deixou em casa, Pizza foi recebê-la na porta, como sempre. Enfim em casa, pensou s/n, fazendo cócegas na barriga da cadelinha. Então ouviu uma voz.

— Que bom que você chegou. Estávamos preocupados.

Ela se assustou ao ver hoseok na sua frente, parecendo apreensivo.

O que ele estava fazendo ali? Na casa dela?

Vendo como ela o olhava, ele se aproximou.

— Desculpe, assustei você. — E, com um sorriso encantador, sussurrou: — Já estou me desculpando de novo.

Ela sorriu.

— Mas… o que você está fazendo aqui?

— Liguei para o seu celular, porque você esqueceu no meu carro a sacola com o presente para sua afilhada, mas você não atendeu, então liguei para sua casa. Angela tinha acabado de chegar do hospital com a menina e me contou o que tinha acontecido...

s/n assentiu.

— Mas por que você veio para cá?

Ele sorriu.

— Angela mencionou que não tinha nenhuma roupa para a bebê, nem fraldas, leite, nada. Eu me ofereci para trazer. Ainda tenho em casa algumas roupinhas de quando sana era menor, e o resto eu comprei na farmácia. Você precisava ter visto sua cara quando abriu a porta — continuou ele, fazendo-a sorrir. — Parecia que ia ter um treco. Bom, eu liguei para o hospital, mas me disseram que você já tinha saído. Portanto aqui estou, para saber se você precisa de mais alguma coisa.

Nesse momento apareceu Angela, que a abraçou e perguntou por Carla. Enquanto s/n falava, a mulher foi à cozinha preparar alguma coisa.

— Você vai comer agora mesmo — insistiu Angela, obrigando-a a se sentar à mesa. — Conheço você, não deve ter comido nada além daquelas porcarias da máquina do hospital.

Angela deu uma piscadela para s/n e depois olhou sugestivamente para hoseok, nem um pouco discreta. s/n teve que se esforçar para não rir, apesar da situação. Angela às vezes era muito engraçada.

— Tudo bem, tudo bem… — concordou. — E Noelia? Onde está?

— No seu quarto, dormindo — respondeu Angela, movendo-se pela cozinha. — hoseok ninou a menina. Pelo visto, esse homenzarrão tem jeito com crianças. Noelia está apaixonada por ele.

— Obrigado, Angela — agradeceu hoseok.

— Não sei o que teria feito se ele não tivesse vindo me ajudar.

— Não esqueça que tenho uma filha. Aprendi uma coisa ou outra quando ela era bebê.

— Ah, meu querido! — replicou Angela. — Meu marido e eu tivemos cinco filhos e posso garantir a você que ele não aprendeu nada. Sempre dizia que criança era para ficar com a mãe!

s/n se levantou.

— Vou ver a menina e tomar um banho enquanto você termina de fazer a comida — disse, virando-se para Angela ao passar por hoseok, que estava apoiado no batente da porta. Em seguida, dirigindo-se a ele: — Quer jantar com a gente?

Ele fez que sim, ao que Angela aplaudiu e colocou mais um prato na mesa. s/n riu de novo.

— Se quiser beber alguma coisa, é só pegar na geladeira — disse ela a hoseok. — Não vou demorar.

Então subiu, seguida por Pizza. No quarto, aproximou-se da cama. Noelia dormia bem no meio, entre almofadas, para não cair. Dirigiu-se ao banheiro com um sorriso no rosto. Abriu o chuveiro, tirou a roupa e tomou um banho, o que a fez se sentir muito melhor. Vestiu uma legging branca e uma bata vermelha, deixando o pijama já separado para depois que hoseok fosse embora. Secou um pouco o cabelo e desceu. Da escada, não pôde evitar reparar em hoseok olhando pela janela enquanto tomava uma cerveja. Parecia tão lindo e másculo, de calça jeans e polo azul, que s/n teve vontade de se aconchegar nele. Ai… Esse homem é uma tentação para qualquer uma, pensou.

s/n precisava mesmo de alguém em quem se aconchegar, alguém que a mimasse, mas não ele. hoseok era perfeito demais para ela. Além disso, ela tinha deixado claro que seriam só amigos.

— Não ouvi você descer — disse hoseok, virando-se para ela. — Está se sentindo melhor, depois do banho?

— Sim, obrigada — ela conseguiu balbuciar. — Vamos jantar? Não comi nada desde aquele hambúrguer. Aliás, onde está sana?

Ele consultou o relógio.

— Deve estar dormindo já há algumas horas. Está em casa, com Julia. Julia?! Quem é essa Julia? , pensou s/n.

— É a senhora que me ajuda a cuidar dela desde que era pequena — esclareceu hoseok, ao ver a cara de s/n. — Passei o número do seu telefone caso ela precisasse falar comigo, espero que não se importe.

s/n sabia que não tinha dado seu número a ele.

— E como você tem meu telefone, jung hoseok? — perguntou, com um sorriso.

— É melhor nem perguntar — brincou ele, com um sorriso encantador que fez as pernas de s/n tremerem.

Nesse momento apareceu Angela, colocando um casaco. hoseok se ofereceu para acompanhá-la até o carro, mas ela recusou. Havia deixado o jantar na mesa da cozinha e queria que comessem antes que esfriasse. Ele insistiu, mas s/n explicou, baixinho, que era inútil discutir com aquela mulher. Se ela dizia que não, então era não. Com um sorriso, Angela mandou que fossem logo para a cozinha, e os dois obedeceram, entre risos.

— Que fibra tem essa mulher — comentou hoseok enquanto se sentava.

— Ela é incrível. Meu anjo da guarda. Não sei o que seria de mim sem Angela. Água ou vinho?

— perguntou, abrindo a geladeira.

— O que você vai beber?

— Na verdade prefiro água ou coca.

— Então vamos de água.

Durante o jantar, hobi quis saber mais sobre o que tinha acontecido com Carla. s/n contou o pouco que sabia, até que ouviram Noelia chorar. Ela subiu correndo.

— Oi, pequena — sussurrou com carinho enquanto se sentava na cama e a pegava. — Está com fome?

Noelia a encarava com os olhos bem abertos e cheios de lágrimas. Quando a reconheceu, a careta se desfez. s/n ficou falando com ela com doçura, e pouco depois a menina já estava sorrindo.

— Pelo visto você gosta de crianças — disse hoseok, recostado no batente da porta havia um tempo. s/n não o vira subir. Levantou-se da cama e foi até ele.

— Sim, adoro crianças. Amo. Principalmente esta bruxinha, que parece estar dizendo que tem fome, não é, querida? — Ela sorriu para a menina. — Venha, vamos fazer um pouco de leite para você.

Foram até a cozinha.

— Pode segurar Noelia um instante, enquanto preparo a mamadeira? — pediu ela a hoseok.

Ele a pegou no colo, encantado, e a levou à sala, seguido por Pizza. Começou a atirar uma bola para a cadelinha, fazendo a menina rir. s/n terminou de preparar a mamadeira e foi até a sala, mas hoseok se ofereceu para dar à bebê. s/n então se sentou no banco à janela para observar os dois.

— Parece que você nasceu para isso.

— Dei todas as mamadeiras do mundo à minha filha. É uma comilona — comentou, rindo.

— Se importa se eu perguntar o que aconteceu com a mãe de sana?

hoseok suspirou.

— Ela não queria abrir mão do estilo de vida que levava por causa de um bebê — explicou ele, com um tom de voz mudado. — sana nunca foi importante para a mãe.

— Sinto muito, eu não queria…

— Não se preocupe — garantiu hoseok, olhando para Noelia e, depois, de novo para s/n, com um sorriso no rosto. — Já superei. Por sorte tenho sana. É o que tenho de mais precioso na vida. Faria tudo o que fiz por ela de novo, mil vezes.

Ai, meu Deus… Ele parece cada vez mais encantador, pensou s/n, com um breve suspiro.

— Que bom. Seria muita indelicadeza minha querer saber o que aconteceu?

— É natural entre amigos, não é? — disse ele, encarando-a de uma maneira que a fez estremecer.

— Fiquei três anos casado com Silvia, a mãe de sana. Ela é de Madri. Sempre concordamos que não queríamos filhos, mas houve um… uma falha técnica, e de repente descobrimos que seríamos pais. No início ficamos tão atordoados que não sabíamos o que fazer, mas acabamos decidindo ter a criança. Quando estava com cinco meses de gravidez e começou a sofrer grandes mudanças no corpo, Silvia ficou muito irritada. Tudo a incomodava, e da noite para o dia decidiu que não queria ter o bebê. Como você pode imaginar, os quatro meses restantes foram horríveis. E ainda tiveram que fazer uma cesárea, porque não havia dilatação. Silvia nunca a perdoou por isso.

s/n teve que se sentar, sem acreditar no que ouvia.

— Fui um ingênuo em acreditar que tudo mudaria quando ela visse a filha — continuou hoseok. — Pelo contrário: foi aí que começou o verdadeiro inferno. Silvia não queria saber dela. Quando perguntei que nome daríamos, ela deixou claro que não se importava. Se eu desejava ser pai, que fosse, mas ela não seria mãe nem me ajudaria. — Inspirou fundo antes de prosseguir: — Quando ela saiu do hospital e voltou para casa, não quis dividir o quarto comigo nem com sana. Fiquei louco, tendo que lidar com o trabalho, as viagens e a menina. Fiz o que pude para cuidar de tudo, e só consegui dar conta com a ajuda da minha mãe e de Julia. Quando sana completou seis meses, minha relação com Silvia já era insustentável.

Houve um breve silêncio enquanto hoseok deixava Noelia respirar um pouco.

— A gota d’água foi quando ela apareceu em casa com amigos, todos cheirados, e começaram uma festa. Fiquei de saco cheio da música, dos risos e dos gritos, mandei todos embora, e a encontrei no quarto de hóspedes com dois outros homens. Como pode imaginar, fiquei indignado. Nem tanto por ver minha esposa naquela situação, já que a vida sexual dela não me interessava, mas porque não podia aceitar aquele tipo de coisa na casa onde vivia minha filha. No dia seguinte, falei com um amigo advogado e entrei com o pedido de divórcio. Ela assinou com prazer, renunciando à custódia de Lorena e aos direitos de mãe. — hoseok deitou Noelia no ombro e concluiu:

— Essa é minha história. Por isso sei tanto sobre mamadeiras, fraldas e doenças infantis.

— Nem sei o que dizer — murmurou s/n.

hoseok sorriu, pois era compreensível que a história a abalasse.

— Não consigo entender como uma pessoa renuncia ao direito de amar e educar um filho —comentou s/n.

— Na época eu também não entendia. Mas a primeira coisa que você tem que sentir por um filho é amor. Sem isso, o resto não interessa.

— sana nunca perguntou pela mãe?

hoseok assentiu.

— Esse é um problema que estou começando a enfrentar agora — respondeu, olhando-a nos olhos. — sana está na idade em que quer saber sobre isso, e falei que a mãe dela morreu. Não gosto de mentir, mas não consigo pensar em outra saída. Ela ainda é pequena demais para entender.

— É compreensível.

Com delicadeza, hoseok colocou Noelia sentada nos joelhos e lhe deu um beijo carinhoso na testa.

— O tempo passa rápido demais. Ontem mesmo eu estava dando mamadeira a sana, e agora… é quase uma moça. É tão engraçadinha, animada e travessa que me tem a seus pés.

Os dois sorriram. A menina era mesmo uma sapeca.

— Quer um café? — ofereceu s/n.

— Eu aceito, obrigado.

Naquele momento, s/n se viu comovida com toda a situação.

— Muito obrigada por me fazer companhia em um dia como hoje — disse a ele.

Instantes depois, enquanto acompanhava os segundos passarem no relógio digital do micro-ondas, s/n começou a pensar na história que hoseok havia acabado de contar. Ela nunca abandonaria um filho, nem um homem como aquele, tão carinhoso e compreensivo. Quando o micro-ondas apitou, colocou as xícaras de café numa bandeja e voltou à sala. Ficou surpresa ao encontrar hoseok trocando a fralda de Noelia. Ele sorriu ao vê-la.

— Isso me traz boas recordações — explicou ele. — Eu sempre trocava a fralda de Lorena depois de dar a mamadeira.

s/n não pôde conter um largo sorriso.

— Ah, hoseok… Você está meio saudosista. — Ela soltou uma risada. — Venha aqui. Vamos colocar Noelia na poltrona para ver se dorme.

Com o café na mão, eles continuaram conversando. s/n mencionou seu trabalho e hoseok ficou surpreso ao descobrir que era advogada. Mas quem ficou mais assombrada foi ela, ao saber que ele tinha se formado em filosofia inglesa, mas era piloto de moto profissional.

— Agora entendi… — disse s/n, pensativa.

— O quê?

— É por isso que as pessoas olham tanto. Você é famoso! É reconhecido na rua!

Ele sorriu ao ouvir aquilo. Gostava que ela não o tivesse reconhecido nem soubesse nada sobre ele. Estava farto de mulheres que se aproximavam com o único propósito de sair nas revistas de fofocas. Continuaram conversando e rindo, e ela confessou que sempre havia imaginado os pilotos de moto como tipos rudes, que bebiam cerveja e arrotavam. Isso o fez rir bastante.

— Tudo o que você diz me deixa sem palavras — comentou ela, impressionada. — Como foi que você virou piloto de moto?

— É de família. A paixão por velocidade veio do meu pai, que também era piloto. — hoseok sorriu ao recordar. — Comecei participando de trilhas, porque era relativamente comum em Illinois, e assim, bem…

— Sério?! Pilotar uma moto como profissão?! — exclamou ela, rindo.

— É… tem razão. É preciso ser um pouco louco para fazer isso.

Ele contou que o primeiro piloto da família fora o avô, que tinha uma oficina de automóveis. hoseok ganhara dele sua primeira moto, aos sete anos, e desde então participara de todas as corridas da região. A mãe detestava aquilo, porque eram raras as vezes que não voltava machucado ou com um osso quebrado.

Depois de um tempo, hoseok conseguiu patrocínio. Quando completou dezoito anos, teve sua primeira oportunidade de participar do mundial; aos vinte e um, foi campeão de cento e vinte e cinco cilindradas; aos vinte e cinco, de duzentos e cinquenta; e agora, aos trinta e dois, de MotoGP.

— Lembro a alegria do meu pai quando eu ganhei o Grande Prêmio da Austrália — disse ele, baixinho, os olhos marejados. — Eu tinha vinte e um anos, foi meu primeiro pódio como profissional. Meu pai sempre acreditou em mim e disse que foi o terceiro dia mais importante da vida dele, me ver lá em cima, acenando para as pessoas, com o troféu na mão.

— E os outros dois dias? — perguntou s/n.

— Meu pai dizia que o dia em que conheceu minha mãe era o mais importante da vida dele —respondeu hoseok, com carinho no olhar. — Em segundo lugar, o dia em que eu nasci. E o terceiro era esse que acabei de contar. Infelizmente, ele morreu há sete anos, de câncer.

— Ah… — disse s/n, levantando-se para se aproximar dele. — Sinto muito, hobi

Tê-la tão perto era uma tentação. Seu cheiro de morango o envolvia de tal maneira que nublava sua razão. Ele quis devorar aqueles lábios tentadores e fazer amor com ela. Mas não; não podia. Precisava controlar seus impulsos se quisesse provar que era confiável. Ela era vulnerável, dava para ver em seu olhar. Assim, ele apenas tocou o cabelo dela, colocando uma mecha atrás da orelha com delicadeza.

— Ele passou vários anos doente, então sabíamos que aconteceria mais cedo ou mais tarde. Mesmo assim, sempre parece cedo demais quando chega a hora.

— Sim… eu entendo — murmurou s/n, lembrando-se da mãe.

Fez-se um silêncio pesado. hoseok prosseguiu:

— Lembro que, depois que meu pai morreu, eu não queria continuar competindo. Mas minha mãe… — Ele sorriu. — Que mulher! Ela disse que meu pai e eu tínhamos lutado muito para que eu chegasse aonde estava e que não ia me deixar desistir. Se fosse necessário, ela subiria em uma moto para me acompanhar.

— Adorei!

s/n aplaudiu, arrancando um sorriso de hoseok.

— Nunca vou esquecer a cara do meu pai quando ganhei o Grande Prêmio da Austrália. Era a própria imagem da felicidade e do orgulho — recordou ele, emocionado. — Pena que não viu outras vitórias depois dessa.

— Mas claro que viu — retrucou s/n, com carinho. — Pense que, esteja onde estiver, seu pai apoia você e está muito orgulhoso de tudo que conquistou.

Ao ouvir isso, hoseok ergueu o olhar e a encarou. Em toda a sua vida, nunca tinha se aberto tanto com uma mulher como naquela noite, e foi bom ouvir aquelas palavras tão doces.

— Sabe de uma coisa, s/n?

— O quê?

— Você é maravilhosa.

A voz dele, tão grave e máscula, ressoou fundo no estômago de s/n. Ela não sabia o que estava acontecendo, só sabia que queria beijá-lo. Mas não. Nada disso. Não queria passar uma imagem de mulher atrevida. Nervosa como poucas vezes se sentira, ela se levantou.

— Quer mais café? — ofereceu.

Não. Só quero beijar você, pensou ele, mas guardou isso para si e olhou o relógio.

— Obrigado, mas acho que está na hora de ir. — hoseok pegou a carteira e deu um cartão a s/n.

— Meus números. Se precisar de alguma coisa, seja o que for, a hora que for, pode me ligar. Está bem?

— Se eu entrar em pânico quando tiver que trocar as fraldas de Noelia — brincou ela, acompanhando-o até a porta.

— Amanhã eu te ligo. Da próxima vez que nos virmos vai ser sua vez de contar histórias. Nosso jantar continua de pé?

Ela franziu o nariz. Ele achou uma graça.

— Ai… não sei… agora tenho uma nova inquilina — disse s/n, apontando para a bebê adormecida na poltrona. — Não posso deixá-la sozinha. Acho que vamos ter que deixar para outro dia.

— Tudo bem. Que tal um almoço, então? — Ele não se dava por vencido.

— Vou ao hospital visitar Carla — respondeu ela, com firmeza. — Se você quiser, podemos nos encontrar ao meio-dia, mas estarei com Noelia.

— Perfeito! — hoseok sorriu. — Vou levar sana também. — Ele se aproximou mais e sussurrou:

— Fica mais íntimo, não acha?

Ela ficou arrepiada. Riu, mas de nervosismo. Teve vontade de atirá-lo na poltrona e arrancar a roupa dele. Mas não. Ou sim?

— Até amanhã, hoseok — disse s/ enquanto ele saía.

— Até amanhã — respondeu ele, dirigindo-se ao carro. — Eu te ligo.

— Tá bom.

Assim que ele se foi, s/n fechou a porta, apoiou nela o corpo, fechou os olhos e suspirou. O que estava fazendo? Um piloto de moto? Não sabia aonde aquilo ia dar — só sabia que gostava da sensação de estar perto dele.



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