História Quebrado Como Eu - Prólogo

"Mas ela diz
Que apesar de tudo ela tem sonhos
Ela diz
Que um dia a gente há de ser feliz"

Não havia maneira de eu continuar naquele lugar, New York saiu de cogitação no momento em que eu soube da morte da minha mãe, ela era tudo que eu tinha. As pessoas tentavam fingir que se importavam, sempre perguntando como eu estava ou oferecendo qualquer tipo de merda e denominando "ajuda". Fiquei assustada quando a orientadora social disse que eu poderia encolher entre ir para um abrigo e ficar lá por dois anos até ser maior de idade ou ir para Ohio morar com meus avós maternos que eu nem se quer sabia que existiam. Anos mais tarde eu descobri que eram super conservadores e ignorantes então agradeço até hoje minha intuição por não ter gostado deles.

Eu tinha péssimas opções então decidi criar uma eu mesma, peguei o resto do dinheiro que havia restado com a partida de minha mãe, a roupa do meu próprio corpo, meus fones de ouvido e fugi, para longe, muito longe, onde nenhuma merda do passado pudesse me atingir. Eu sempre quis ser alguém na vida, realizada, a primeira Haruno a fazer faculdade talvez, ou qualquer outra coisa útil, que não fosse casar com um velho rico e ficar o dia todo com a cara no fogão. Eu seria algo maior que qualquer merda que tentassem me convencer a ser por isso vim para a Califórnia, eu passei por San Francisco mas descobri que lá não era pra mim, então agora eu vivo em Los Angeles num cubículo que eu costumo chamar de apartamento, na verdade parece muito pior do que realmente é, eu gosto daqui, combina comigo, com a pessoa que eu sou hoje, eu mudei, a Sakura Haruno submissa de New York certamente não existe mais, as lembranças do meu da minha mãe e pai — pai que eu mal conheci, tudo que ele fez foi deixar a porra do próprio sobrenome e ir embora — essas lembranças eu queria deixar para trás embora eu ainda ame minha mãe, ela sempre foi boa para mim mas lembrar dela me faz sofrer e eu odeio isso.

Há quem acredite nessa coisa chamada destino, se isso existe mesmo e não é só mais uma invenção do capitalismo eu quero muito saber o que está guardado para mim porque quando eu vim pra cá achei que as coisas melhorariam mas sinceramente? Sou só uma menina com um salário não muito alto, no último ano do colégio que estuda igual condenada.

Colégio, eu tenho uma relação de ódio extremo, não é como se eu não gostasse de estudar, eu gosto, é só que as pessoas que estam lá são péssimas, sempre reclamando sobre como a vida é injusta e como o meu pai não comprou o carro do ano. Essa superficialidade me atinge e se transforma em raiva por isso eu só tenho uma amiga lá: Ino e as amigas dela — que eu apenas converso —. Ino mora comigo ela me apoiou muito quando eu me mudei e é minha melhor amiga a melhor que eu já tive a minha vida toda. 

— Sakura! já tá bem tarde eu vou dormir se não vou me atrasar amanhã. É melhor você fazer o mesmo, está com uma cara péssima essa semana. — Disse terminando de secar as mão após lavar o resto da louça que havia na pia.

— Nossa! Obrigada pela parte que me toca, eu já estou indo também, boa noite.— Assim fui dormir para enfrentar o dia de amanhã, certamente ele seria longo.