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História Queen of death - Capítulo 15


Escrita por: Uzumaki_san

Capítulo 15 - Capítulo 15


Observei o macho se afastar seguindo em direção ao seu pai, Bradir. Seu caminhar era gracioso e elegante, com passos compassados que se assemelhavam a mais linda e impecável dança. Perfeito. Porém, completamente cheio de si.

 

- Rouba garotas de um ser como ele? - ri baixinho. - Me diga, qual seu tipo perfeito?

- Ah, Nieth. - ele sussurrou e empurrou levemente minhas costas para que eu andasse. - Eu pedi, Nimiti pediu...

- O que eu poderia fazer? Ele veio até mim. - dei de ombros. - Além do mais, Irreth estava comigo.

 

Me permiti olhar para trás, Cayden continuava me olhando. Belos e negros olhos vidrados, uma taça beijava-lhe os lábios e dançavam em seus longos dedos.  Ele elevou a taça em um cumprimento e sorriu, como se tivesse ganho uma batalha e eu fosse seu troféu. 

 

- Pare de olhar. - Nimiti se aproximou e me chamou atenção. - Mesmo que nem eu consiga fazer isso. - a última frase ela sussurrou.

- Me conte...- pedi. - Por que ele carrega tal fama?

- Há boatos que ele esteja se associando a Rainha Findra, mas são só boatos. Cayden não passa de um príncipe mimado e libertino. - ela falou. - Porém roubou uma fêmea companheira de Tiron e isso o encheu de rancores.

- Não há rancor algum. - ele sussurrou irritadiço e a fada riu.

- Por que ficam tão assustados com a presença dele? 

- Ele é muito poderoso. - ela explicou. - Ninguém sabe ao certo o tamanho desse poder, apenas que ele tem.

- E quais seriam? 

- Tahiel tem poderes relacionados a terra, a floresta. - ela gesticulou contra o ar. - Ele sempre foi uma incógnita, sabe-se apenas que ele tem uma certa familiaridade com poderes sombrios. 

- Não me parece um macho tão poderoso assim. - dei de ombros e tomei a taça de vinho da mão da fada. - Mas é realmente bonito. - sussurrei contra o copo.

- Ah minha mãe, sim! - ela gemeu. - Tão belo que chega ser mentira.

 

Ao longe o príncipe sorria, como se pudesse escutar o que falávamos, ele realmente parecia estar ouvindo. A noite estava agradável, porém entediante. Permanecemos longas e longas horas naquele salão, sendo servidos de Cordeiro assado com batatas, vinho feérico, queijos e mais um milhão de iguarias feéricas. Enquanto uma música embalava o salão com danças e cantos, eu permaneci encostada a uma pilastra apenas observando a todos. Quando uma brisa fresca beijou-me as bochechas e despenteou meu cabelos, a luz da lua pintava parte do piso branco onde uma porta estava entreaberta. Segurei a taça em minha mão com mais força quando o vento sussurrou em meus ouvidos.

 

- Nieth.- era como um cântico doce e hipnotizante e me chamava e chamava. - Nieth. - os pêlos escondidos sob as longas mangas do vestido se eriçaram ao ponto de doer.

 

Segui a passos lentos em direção à porta e novamente a brisa fresca beijou-me o rosto. Seu sussurro era de um amante apaixonado chamando por sua amada, clamando e implorando seu amor. Atrás da porta havia uma sacada e quando vi a vista, senti todo meu fôlego se esvaindo. As luzes nos altos das ilhas flutuantes se estendendo em toda cidade no meio das montanhas, o céu límpido e repleto de estrelas carregava os segredos dos amantes e dos guerreiros. Não havia uma única nuvem naquela noite, encarei o céu estrelado, havia uma estrela brilhante ofuscando todas as outras, estando no centro de todo aquele céu. Eu sentia que aquele ponto mais brilhante era e talvez fosse ela a me chamar. Encostei o corpo no parapeito daquela varanda e fechei os olhos, apenas escutando os sussurros da noite. Eu estava ali e sentia, ela também estava.

 

X*X


 

Parada, encarando a imensidão azul do céu naquela noite. Tão quieta e bonita, tão delicada. Qualquer um que a visse naquele momento não poderia jamais dizer o poder que ela carrega, a força que ela tem. Certamente ela é diferente de qualquer outra em qualquer que seja o reino. Criada entre humanos, onde o egoísmo é grande, a ambição é quem rege majoritariamente os passos de todos. Mas ali estava ela, uma fêmea diferente, nem que fosse por alguns segundos.

 

- Vai continuar encarando minhas costas ou vai se juntar a mim? - sua voz era calma e divertida. 

 

Segui a passos curtos em sua direção e me encostei no parapeito ao seu lado, de costas para a vista, tendo visão da corte dançando no salão.

 

- Está tudo bem? - perguntei levemente preocupado. - Está aqui sozinha, com um olhar distante.

 

Nieth suspirou, como se estivesse segurando aquele suspiro a horas. Os olhos ainda perdidos entre as ilhas, as sobrancelhas unidas em uma careta.

 

- Foi como se eu a tivesse escutado. - um longo suspiro soou novamente. - Minha mãe. - ela explicou. - E você estava ocupado com Nimiti, então o segui. - seu tom de voz era baixo, perdido. - Seus sussurros ao vento. - ela torceu o nariz levemente. - Mas já não sei se era ela.

- Às vezes os ventos trazem mensagens dos mortos para nós. - falei na tentativa de confortá-la e a julgar o curto sorriso em seus lábios, acredito ter dado certo.

- Obrigada Tiron. - ela desviou o olhar do horizonte e me fitou. - Por tudo.

 

Seus longos braços esticaram-se e me envolveram o tronco num abraço, eu apenas me enrolei em seu corpo esguio e a apertei contra mim. Nieth elevou levemente seu queixo e me encarou, com sutileza ela se aproximou e selou nossos lábios em um demorado selinho, descolando-os e voltando a apoiar a cabeça em meu peitoral. Meu coração estava acelerado, minhas mãos geladas e suadas, eu estava ansioso. Nos meus braços, estava a fêmea feérica que mudaria a vida de todos, aquela que talvez eu sequer merecesse.

 

X*X


 

Acordei com braços envoltos em minha cintura, girei o corpo levemente para ver Tiron dormir profundamente. Ainda vestíamos as roupas da noite anterior, sorri ao me lembrar de como ele havia me guiado no salão em uma valsa calma e íntima. Mas com isso também me lembrei dos olhos ônix nos encarando com um sorriso digno de arrepios em qualquer humano. Tiron demorou a perceber que ele nos olhava, mas quando o fez, logo nos levou para os meus aposentos. Passamos parte da noite sentados à beira da janela, enquanto bebíamos vinho e ele falava de sua infância em Sanôr. Não me dei conta do horário que dormimos, apenas que dormimos.

 

Fitei a janela, o sol ja nos presenteara com sua presença. Me desenrosquei dos braços do loiro e saí da grande cama. Batidas soaram na porta e a voz de Nimiti soou.

 

- Nieth, partiremos para Grimôr em uma hora. Está acordada? - a voz abafada chamava do outro lado.

- Entre. - falei enquanto amarrava os longos cabelos em um coque.

- Ah minha rainha mãe! - ela exclamou quando viu aquele ser enorme deitado. - Nieth! - um gritinho incrédulo escapou de seus lábios, o que acordou Tiron. - Levante! - ela se aproximou da cama. - Temos que ir. 

 

Nenhum comentário, nenhuma piada maliciosa ou bronca. Apenas um sorriso curto e de aparente aprovação em seus lábios enquanto ela empurrava um macho descabelado e sonolento para fora do quarto pedindo que se apressasse. Quando enfim fechou a porta, um sorriso malicioso apareceu.

 

- Eu sabia que isso aconteceria. - ela se afastou e seguiu em direção as minhas roupas. 

- Não aconteceu nada. - admiti enquanto tirava o vestido para tomar um banho. 

- Obviamente. - sua risada soou. - Ele ainda estava de botas, claro que não aconteceu nada. 

 

A fada ria baixinho. O banho fora rápido e frio, apenas para que eu acordasse. Observei o vestido sobre a cama, seu tecido era fluído em um tom azul royal, havia um corpete para marcar a silhueta, sem mangas, apenas uma alça grossa e franzida sobre os ombros, o busto era levemente folgado com pequenas fitas para serem amarradas em laço. Combinava perfeitamente com Lunôr, leve e delicado, e quando o vesti, percebi que eu poderia me encaixar ali.

 

- Eu não me lembrava deste vestido. - falei enquanto prendia meus cabelos em uma trança folgada. 

- Encontrei em suas coisas. - ela deu de ombros. - Por incrível que pareça, encontrei alguns como ele em seu armário. - ela prendia algumas pequenas flores na trança. - Estavam bem escondidos em seu baú. 

- Mamãe. - ri baixinho, ela havia insistido muito para me ajudar com minhas coisas. É claro que ela colocaria aqueles vestidos, e o olhando melhor, lembrava-me sim daquele vestido, o perfume floral e adocicado estava por toda parte dele, o perfume dela. - Era dela. - sorri. O usaria com muita alegria, seja em Lunôr, Grimôr ou no Reino Humano, eu o usaria, milhões de vezes se isso me fizesse ter ela por perto.

 

Ela sempre saberia como me confortar e mesmo longe ela havia dado o jeito dela de me dizer que estava comigo, em qualquer lugar que fosse. Encarei meu reflexo, Tiron me ajudasse ou não, aquela espada seria minha e na manhã seguinte do dia que eu a possuísse, voltaria para Mildred, o reino Humano, e os buscaria. Não passaria nenhum minuto a mais naquele lugar, sem nenhum deles.



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