História Quem matou Hinata? - Ela parece ser um homem, mulher e cobra ao mesmo tempo

18/01/2003 - Sábado.

Sempre amei os dias abertos. Olhar a imensidão do céu azul, o calor gentil do sol em minha pele e a brisa fresca... Essa também é a melhor definição que eu dou a Naruto Uzumaki. Antes do ginasial, frequentávamos as mesmas escolas, ficávamos sempre na mesma classe, somos vizinhos... Nós nos conhecemos há anos, nos damos bem. Naruto é a única criança que vem em minha casa. Sempre há algo que ele tem para me contar, então não me incomodo por sempre ele ser o que fala, e eu, sempre a ouvinte;  Ele diz algo engraçado e eu rio de suas piadas, ele gosta de mim e eu dele. Nossos pais acham que ficaremos juntos quando mais velhos, e apesar de soar medieval e eu saber o interesse financeiro e social que há para eles, eu também acho isso.
 Hoje ele veio aqui em casa e antes de subirmos avisei a Kurenai de que Naruto e eu estaríamos em meu quarto conversando e a porta estaria encostada. Logo que sentamos em minha cama e torcendo para não ter parecido ansiosa, aguardei ele terminar de reclamar o fato de sua mãe sim enquanto seu pai não ter permitido ele ter uma lhama como animal de estimação (o que achei sensato da parte de Minato). Perguntei no melhor tom de descaso quem era Sasuke, justificando nunca ter o visto antes. Ouvi ele explicar que a mãe de Sasuke e Kushina são amigas, então eles se conheciam desde criança, e que o mesmo estava passando as férias com a família em Konoha. Ele não falou nada mais que isso e eu preferi não insistir. 
Posso jurar que em todos estes anos nunca Naruto sequer comentou sobre Sasuke para mim antes. 

19/01/2003 - Domingo.

Hoje fez muito calor. Fiz mil súplicas para que Yumi e Kurenai aceitassem aproveitar que meu pai ou Hanabi não estavam em casa, para entrarem na piscina. Após o almoço, brincamos de Uno. Apesar de insistir para vir junto, no fim Kurenai permitiu  que eu fosse na sorveteria sozinha, que não é longe, é próxima ao parque que fica no centro da cidade. A sorveteria da tia Orochimaru é a melhor então não me surpreendi ao encontrar fila. Reconheci Sasuke que estava na minha frente. Quando foi a vez de Sasuke fazer seu pedido ele parecia desconcertado demais olhando Orochimaru (toda a cidade a acha estranha; ela parece ser um homem, mulher e cobra ao mesmo tempo) que também o olhava com impaciência, reunindo toda minha coragem, o cutuquei em seus ombros atraindo sua atenção e senti ele me reconhecer, cochichei para que ele pedisse os sabores de algodão doce e serenata; Ele pediu os sabores aos quais recomendei e sentou numa cadeira de uma mesa bem próxima. Fiz meu pedido e procurei algum lugar para sentar, mas fui atraída pelo aceno de mão que Sasuke fez, chamando-me; Incerta me aproximei e ele me convidou para sentar junto com ele. Observei Sasuke experimentar seu sorvete e aguardei sua reação, ele percebeu e agradeceu pela dica, sorrindo para ele o notei encarar alguém atrás de mim, me virei para ver, e era Naruto. Não havia um sorriso rotineiro ao qual ele sempre me dava, ele estava sério. Sentou-se conosco e eu não ousei interromper o silêncio hostil ao qual todos ficamos. Quando havia pouco para eu terminar meu sorvete, Naruto insistiu para que eu fosse embora com ele. Me despedi de Sasuke irritada com Naruto por ter aparecido e não ter sido amigável como sempre. Quando chegamos em minha casa rapidamente me despedi dele mentindo ao dizer que precisava estudar teoria para a aula de piano.

23/01/2003 - Quinta-feira.

Fomos convidados pelos Uzumaki's para jantarmos com eles em  sua casa. Após o jantar, Kushina convidou Hanabi e eu para irmos em sua sala musical tocarmos para os ''homens'' na sala de estar conversarem sem atrapalharmos. Imaginei ao ver Naruto junto a Minato e meu pai, como seria entediante para ele. Kushina tocava Violino, Hanabi flauta e eu piano quando pedi licença para conversar com Naruto. Kushina mais do que concordou, me incentivou enquanto Hanabi me enviou olhares hostis mas não disse nada... Ela gosta de Naruto. Enquanto descia as escadas mesmo que baixo consegui ouvir o que diziam, meu pai estava dizendo que mês que vem eu iria para o internato e me repreendi por não ter contado a Naruto logo, continuei descendo lentamente tentando ser o mais silenciosa possível para continuar a ouvir. Eu esperava um tom alterado de Naruto dizendo que seria ruim eu ficar longe, mas ouvi ele admitir ser uma boa idéia, de que esse seria o melhor para mim. Tornei a subir as escadas e voltei para a sala musical, voltei para o piano, ignorei os olhares questionadores e sugeri tocarmos Tristesse, de Chopin.
Naruto nunca discordou do meu pai em sua frente e nunca vi isso como problema, ele é gentil, amigável  e eu sempre o admirei, mas desejei que ele entrasse num conflito com meu pai por isso... E me sinto horrível por o odiar por não ter agido como eu esperava. Por não ter se revoltado quando nem eu fiz isso por mim mesma.
Fomos embora, e me despedi como se nada houvesse acontecido. Mas não era verdade. Algo dele em mim morreu.