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História Quem me fez sorrir - Coisas mais importantes


Escrita por: marhux

Notas do Autor


buenos dias direto da quarentena
eu disse que tentaria fazer caps mais levinhos, certo? então é isso que eu farei, mas não sei se minha escrita combina com esse tipo de situação, então me digam, por favor, se ficou bom! sz
talvez esse capítulo acabe ficando maior que os outros, então espero de coração que não tenha ficado mto massante
alguns já devem ter percebido, mas eu costumo tentar postar de dois em dois dias. não sei se isso é uma distância de tempo boa, mas não é algo fixo, então me desculpem caso eu atrase algumas vez

aproveitem o capítulo <3

Capítulo 5 - Coisas mais importantes


Shinobu sorria sem mostrar os dentes enquanto adentrava a Mansão Borboleta para conferir como estavam indo as coisas. Kanao já havia chegado e, pelo que o corvo lhe havia dito, passara a coordenação dos feridos para Aoi enquanto seguia a ordem de descansar assim que chegasse. A Pilar sempre sentia falta de casa, apesar de ser apenas um grão de areia perto da falta colossal que Kanae lhe causava no dia a dia. Subiu os degraus e foi até o laboratório, suspirando fundo enquanto lia as cartas de Tamayo antes que fosse convocada para a reunião dos pilares. Ela e a oni trabalhavam juntas já havia algumas semanas, desde que Ubuyashiki intermediara o contato entre as duas e propôs a parceria para os venenos que o homem planejava usar futuramente na batalha contra Muzan.

As cartas consistiam em números e dados sobre os avanços na droga que Shinobu aperfeiçoava cada vez mais ao transformar seu corpo em uma arma, fora as outras medicinas sobre transformar um oni em humano e debilitar as habilidades de Kitbusuji. De início, tivera certo receio ao abandonar as missões e controles de distrito para trabalhar com uma demônio, mas sabia que seu forte sempre fora a farmácia, e Ubuyashiki lhe dera toda a confiança sobre Tamayo, então a cautela se transformara em admiração rapidamente. 

Claro que precisava manter em segredo que na verdade saía para trabalhar com a oni, e não em missões, mas não era algo difícil. E quando chegasse o momento de contar para Kanao sobre o veneno que corria em suas veias, não teria de especificar que tivera a ajuda de Tamayo para criá-lo. A Tsuguko acabaria descobrindo se sobrevivesse a batalha. 

A constante insegurança acerca da proximidade repentina de um conflito que parecera distante por tantos séculos fazia o estômago de Shinobu revirar. Ela sabia que Oyakata-sama já planejava algo, uma vez que as coisas se agitavam nos distritos e o pedido de aprofundar a potência de seus venenos não era tão esperado. Suspirou outras vezes e continuou com a expressão calma, apesar de uma veia saltar no lado direito da testa. 

Tratou de analisar rapidamente os dados e enviar uma resposta sobre sua futura reação a eles, quando poderia analisar todas as interações entre os venenos que a oni forjara e o sangue tanto da Pilar como de Nezuko - sangue esse que Shinobu não sabia ser provindo da própria Kamado em si. Reuniu os papéis e deu a própria carta para ser enviada para Tamayo, enquanto já ajeitava o laboratório para quando voltasse da reunião.

Sabia que podia confiar em Aoi para coordenar o cuidado com os feridos, tanto quanto para dar as ordens para Sumi, Naho e Kiyo, que já tinham os conhecimentos mínimos sobre enfermagem. Se sentia orgulhosa da Kanzaki por estar avançando tanto na medicina, por mais que percebesse que por trás da confiança e impaciência havia a profunda culpa por ter permanecido na Mansão, enquanto que Kanae desejava que ela fosse, um dia, a Pilar da Flor. Às vezes pensava sobre o porquê de sua irmã não ter querido que Shinobu fosse sua sucessora, uma vez que é comum os Tsugukos usarem outras respirações que não as de seus mestres —  isso já acontecia entre ela e Kanao — , mas percebia que sua irmã mais velha não desejava que Shinobu dependesse de sua morte ou aposentadoria para se sentir na liberdade de aperfeiçoar ao máximo as próprias técnicas.

Saiu do laboratório calmamente, só para se deparar com Tomioka andando pelo corredor, sério e calmo, como sempre.

— Tomioka-san! Bom dia! O que está fazendo na minha casa?

— Vim procurar a chefe de enfermagem.

— Ara, ara! E por quê?

— O menino do Monte Natagumo. 

Tomioka odiava não poder apenas ignorar a pilar e seguir seu caminho. Era inviável fazer isso na própria casa dela, sem nem ter sido convidado. Odiava falar, se comunicava ridiculamente mal e não poderia evitar parar seu curso e responder às perguntas da Kocho, o que o deixava profundamente impaciente, nervoso e ansioso. 

— Então ele sobreviveu a um encontro com uma lua inferior até você chegar? 

— É. 

— Surpreendente. Ele é Mizunoto, né? Mas parece muito talentoso, igual a Kanao-chan. Ele não usa a respiração da água? Deveria fazer dele seu Tsuguko. 

"Ela não vai parar de falar?"

— Futuramente.  

— Bem, é surpreendente ele ter conseguido. Ele tem meu respeito, mesmo andando com uma oni. 

— ... 

— Ele não veio para cá ainda, Tomioka-san, deve estar agora com algum Kakushi à caminho do Quartel-General. 

— Certo. 

O Pilar deu meia volta e começou a ir pela direção contrária, já objetivando chegar até a reunião, mesmo que não se achasse exatamente necessário nela. Só continuava comparecendo por saber que apesar de tudo ainda tinha deveres e responsabilidades depositados em si, principalmente agora que dera sua vida pela da Kamado. Não surpreendentemente, Shinobu o seguiu, também procurando chegar até a Mansão Ubuyashiki. 

— Tomioka-san, as borboletas estão lindas nessa primavera. Gosta de borboletas?

— ...

— Eu sei que sim, todos gostam de borboletas. São lindas, mesmo nas temporadas em que são mais raras. Ah, como tem ido seu distrito? Ouvi dizer que a atividade demoníaca tem aumentado em todos eles. 

— É verdade.

— Mas eu não duvido que esteja conseguindo controlar, não é? Até porque a Lua Inferior 5 foi a primeira dos Doze Kizuki que apareceu depois de um tempo. Embora que eu acho que Oyakata-sama já tenha uma missão em mente para um de nós. Qual será que ele vai escolher?

Tomioka se limitou a pensar em outras coisas enquanto a voz irritante da mais nova falava sem parar. "Ela não consegue ficar quieta? É incapaz disso ou algo do tipo? Por quê?"

Shinobu se silenciou quando os olhos do Pilar se semicerraram um pouco. Ela adorava quando ele fazia aquilo, mostrava que tinha ficado irritado. A Pilar sorriu enquanto voltou seu olhar para o caminho que seguia. Apesar de não estar mais olhando para o parceiro de batalha, as orbes azuis permaneciam em sua mente: a Kochou seguia se convencendo de que o motivo era a imensidão interessante que habitava neles, e não a ânsia por vê-los novamente. 

[...]

— Iguro-saaaaan!

Mitsuri sorria enquanto avançava rapidamente na direção do homem. A mulher sempre se animava quando a data da reunião semestral se aproximava, principalmente por poder rever pessoas tão esplêndidas, em especial o homem a quem agora se dirigia. 

Obanai a observou de longe. Não pode conter o sorriso que seus olhos expressaram ao ver a figura tão animada correndo atrás de si. Já fazia um bom tempo desde que não via a Pilar. 

Kanroji-san.

— Ooooh, Iguro-san, que bom que está bem! Fiquei preocupada ao saber que a atividade demoníaca havia aumentado em todos os distritos, e você tinha cobrido uma parte a mais durante alguns dias, não é? 

— É, sim. Está bem?

— Sim, muito! Estou feliz de ver que todos estão chegando bem e sem nenhum atraso. Claro que Shinazugawa-san vai demorar mais para aparecer, e Tomioka-san não costuma marcar presença quando chega. Então meio que está tudo certo, né?!

— A Shinobu-san ainda não chegou.

Mitsuri corou com a observação do Pilar. Como ela pôde esquecer da sua única amiga mulher entre os pilares?! Que terrível!

— É mesmo. Mas ela foi mandada em missão recentemente, deve ser isso...

Iguro se sentiu mal por ter deixado Kanroji constrangida, mas logo o pensamento se rompeu quando viu Shinobu chegar ao lado de Tomioka. Tratou de se esgueirar para longe enquanto a Pilar dos Insetos se aproximava. 

— Shinobu-san! 

Mitsuri sorriu e abraçou a menor, feliz por vê-la de novo desde o dia em que passara na Mansão Borboleta para dar um "oi", dois meses atrás.

— Mitsuri-san, bom dia! 

Tomioka andou para longe dos outros assim que adentrou os limites da Mansão. Sabia que logo o menino apareceria, e logo teria uma reunião cansativa sobre matar ou não matar os Kamado. Mas o Pilar sabia que Ubuyashiki acabaria por sancionar a condição dos irmãos.

— Shinobu-san, há tanto tempo que não a vejo! Que bom que está bem! Precisava da sua ajuda para entender melhor como eu faço pra minhas abelhas ficarem mais felizes. Elas parecem meio desanimadinhas, sabe?

— Claro, pode passar na Mansão Borboleta depois e eu te mostro tudo. Se não me encontrar, pode chamar a Aoi-san, Sumi-chan, a Naho-chan ou a Kiyo-chan.

— Obrigada! Você é incrível!

— Kocho-san! É incrível te ver aqui!

— Rengoku-san — a mulher sorriu, animada com o tom de voz do Pilar das Chamas —, digo o mesmo. 

Ao longe, Tomioka ignorou quaisquer gritos sobre como a nova técnica de Shinobu era extravagante ou sobre como Himejima sentia pena de quem quer que fosse a pessoa de quem estavam falando. Se limitou a pensar sobre as missões e sobre o menino que salvara daquela Lua no Monte Natagumo, e em algum momento, nos seus pensamentos, veio a imagem da Kocho mais nova. O Pilar se perguntava sobre como funcionava a mente daquela pessoa.

[...]

— Kamado-san! Kamado-san! 

Tanjiro despertou dos devaneios quando ouviu a voz de Aoi lhe chamando. Ele ainda pensava sobre como Giyuu havia oferecido a própria vida em favor de Nezuko, mesmo tendo tão pouco vínculo com ambos. Também acabara imaginando sobre que tipos de pessoa os outros pilares seriam. Nenhum deles era parecido — ou tinha cheiro levemente semelhante — com qualquer pessoa e caçador de onis que já havia conhecido.

— Ah, sim, Kanzaki-san! Me desculpe, eu estava distraído. 

— Certo. Preciso que cuide para que Hashibira-san não ataque as meninas quando elas forem levar os remédios para ele. Tiramos as amarras hoje, e não podemos deixar alguém vigiando o tempo todo. Consegue fazer isso?

— Sim, eu posso sim! Não se preocu-

Quando se deu conta, Aoi já havia saído em passos firmes, ansiosa para encontrar Shinobu e continuar as aulas de farmácia.

— ...pe. 

— Tanjiro-kun. Ei, Tanjiro-kun.

— Ah, oi, Zenitsu!

— A Nezuko-chan está bem?

— É, ela está, sim. Obrigada por perguntar. 

Zenitsu havia entrado naquela montanha só por causa da oni, e mesmo assim não a havia visto desde a Casa Glicínia. Se limitara a aceitar que era um tremendo covarde azarado enquanto ficava na inércia de esperar que Sumi, Naho e Kiyo chegassem para começar a dificílima missão que era fazer com que o garoto tomasse o remédio.

[...]

Shinobu havia saído de casa logo após o término do treino com Aoi. Queria pensar e, principalmente, descansar um pouco a mente. Fazia semanas que todo o seu tempo que podia ser banal era passado apenas quando podia provocar Tomioka, e ela já estava cansada da falta de palavras do mais velho. Suspirou e andou até os limites da Mansão, onde as glicínias floresciam em enormes cachos do mais puro rosa arroxeado. Inspirou o aroma agradável da flor, pensando sobre como seria nunca mais poder sentir aquele cheiro. 

Quando encontrou a sombra suave de uma dar árvores, viu atrás dela um Giyuu concentrado em limpar a bainha da espada. Parou a poucos passos do homem, observando o trabalho que ele efetuava com tanto afinco. Os olhos azuis nos quais ela tantas vezes se perdera estavam completamente focados em passar o pano úmido pelo objeto, mesmo com alguns fios de cabelo caindo sobre o rosto por causa da brisa que soprava tranquila. 

— Eu sei que está aí, Kocho-san. 

Por que raios eu disse isso? Ela estava quieta. Ela poderia ir embora. Qual é o meu problema? 

— Oh, Tomioka-san, eu já imaginava. Você fica uma gracinha quando está assim concentrado em coisas simples.

Shinobu sabia que, por mais que tivesse sido um elogio, o Pilar iria interpretar como ironia por parte dela. A própria mulher se convencia de que o comentário havia sido cínico, mesmo que já soubesse que na verdade poderia observar o mais velho daquele jeito por horas. É só interessante. Eu só acho interessante. Só engraçadinho, Shinobu. 

Giyuu suspirou. 

— Quer treinar? 

— Hm?!

— ...

— ....

— Te deixei sem palavras, Kocho-san?

— É claro que não! Vamos, vamos treinar, Tomioka-san.

— Você não tem coisas mais importantes a fazer agora? 

Shinobu sorriu da mesma forma que sempre. É claro que ela tinha, ainda nem havia analisado os dados que Tamayo lhe enviara. Mas não se importava de adiar aquilo, desde que pudesse ter mais momentos banais que permitissem que a terrível escuridão e pesar se afastassem como nunca acontecia. Para ela, era aquilo mais importante: ter algumas lembranças de despreocupação e tranquilidade, sem que o pesar e a ansiedade a tomassem por completo. 

— Não agora, Tomioka-san. 

Desembainhou a espada, pronta para avançar. O Pilar fitou o rosto de Shinobu, encarando os olhos púrpura que sempre foram um mistério para ele. Ele também não tinha coisas mais importantes para fazer?

Não agora, foi o que ambos pensaram.

As espadas tiniram ao se encontrar. Fora Shinobu quem avançou primeiro, usando a própria espada alterada para travar a do Pilar. Tinha que recompensar a falta de força de alguma forma.

Tomioka realmente não sabia porque havia perguntado se a Pilar queria treinar. Sua cabeça já o deixava confuso havia algum tempo, mas ele também não se importava. No momento, aquilo era mais importante.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, fiz de coração <3


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