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História Quem sou eu? - Capítulo 7


Escrita por: Vicelle

Capítulo 8 - Capítulo 7


Depois de sair de Provadia, na Europa, ter deixado Pietro em uma cidadezinha na Ásia, com Zayn, finalmente cheguei em Miami, na Florida.
Pensei que nunca ia chegar. A viagem foi cansativa e demorada. Longa e turbulenta. Não por turbulência no avião, mas sim, porque minha mente estava imaginando milhões de possíveis fins para tudo isso.
Eu precisava achar Belle, o mais rápido possível. Não podia perder tempo com coisas desnecessárias, o descanso viria logo após encontrá-la e levá-la de volta para casa.
Eu tinha o estado, a cidade, mas não tinha o hospital. Passei em quatro hospitais e nada deles saberem da garota que não sabia quem era. 
No quinto hospital, recebendo o quinto "não foi aqui que ela foi internada", eu já estava prestes a sacar uma arma e dar um tiro no primeiro que visse na frente, quando uma enfermeira me deu uma luz.
- Moço... - a enfermeira, negra, alta e esbelta, me chamou, quando eu já estava na calçada, enfrente ao hospital - Eu não podia fazer isso, mas eu sei onde a moça está internada...
- Onde? - meus olhos brilharam.
- Ela foi internada em um hospital pequeno, para não chamar muita atenção, aqui está o endereço... - me entregou um papel meio amassado - Diga que procura por Meredith, ela cuidou da tal moça que não sabe quem é, quando encontrá-la, diga que Felicia mandou um abraço! 
- Muito obrigada, moça! - a abracei, sem hesitação, pois não pude esconder a felicidade em, finalmente, ter encontrado o hospital.
Sai de lá as pressas. Entrei no carro alugado e sai cantando pneu. Eu não fazia ideia de onde aquele endereço me levaria, mas eu não tinha mais em que apostar, precisava seguir toda e qualquer pista que me dessem. Digitei o endereço no GPS, e segui as instruções. 
Já era tarde, era por volta das oito da noite, quando cheguei no hospital, que a outra enfermeira me indicara. O trânsito na cidade, e a distância entre um hospital e o outro não me ajudaram a chegar rápido. Foram quase duas horas percorrendo a cidade, em meio ao trânsito. Teve alguns momentos que pensei, seriamente, em largar o carro e sair correndo e chegar no destino a pé.
Eu estava dentro do carro no estacionamento, em frente ao hospital, realmente bem pequeno, pensando nas possíveis falas que poderiam ser ditas. 
Depois de pensar em mil possíveis falas, entrei pelas portas e fui direto a recepção.
- Com licença... - chamei a atenção de uma senhora, que estava ao telefone.
Ela fez um sinal com a mão para eu esperar, mas eu não queria esperar, estava sem tempo.
- Senhora! - a chamei depois de longos dois minutos esperando ela desligar o telefone. 
Ela não estava falando assuntos sérios, estava rindo em meio as palavras, como se tivesse em uma ligação com alguma amiga.
- A senhora pode por favor... - fui ignorado.
Meu sangue começou a ferver, eu queria estrangular aquela mulher. Tomei uma atitude que, certamente, não teria tomado de cabeça fria.
Enfiei a mão, grosseiramente, para cima do balcão e apertei o botão para desligar a ligação.
- O que pensa que está fazendo? - a mulher reagiu, quando viu o que eu havia feito.
- Estou tentando ser atendido! - respondi.
- Vou chamar os seguranças, você não pode fazer isso... - pegou o telefone e começou a discar um número.
Cliquei no botão para desligar, novamente.
- Hey! - ela reagiu.
- Eu não quero confusão, só estou procurando uma amiga... - tentei impedi-la - Estou procurando Meredith!
- Ela não está trabalhando hoje, está de folga... - respondeu, grosseiramente.
- Então preciso de informações sobre a garota que está internada aqui, que está com amnésia e não sabe quem é... - tentei, sabia que não conseguiria nada, depois de ter feito o que fiz.
- Não posso dar informações sobre pacientes! - ela se virou e saiu.
- Por favor Senhora, aquela moça é minha amiga, preciso vê-la! - implorei, seguindo-a.
- Não posso! - exclamou, me medido da cabeça aos pés - Pare de me seguir!
- Eu preciso de ajuda Senhora, me desculpe por ter feito aquilo, eu não queria, juro... - continuei seguindo-a, pelos corredores - Estou desesperado!
- Eu não me importo! - ela sorriu.
Ela estava com algum papéis nas mãos, provavelmente entregaria a algum médico. 
Com a mínima esperança de a atendente da recepção me ajudar, eu insisti, não iria chegar até ali e desistir no primeiro "não". 
- O que está acontecendo aqui? - ouvi uma voz masculina - Quem é esse rapaz?
- Doutor, esse rapaz está me seguindo, eu já lhe disse que não posso ajudar! - a senhora respondeu.
- Doutor, eu preciso ver minha amiga, ela é aquela moça que chegou aqui sem saber quem é, o nome dela é Belle, eu vim buscá-la... - tentei explicar.
- Meredith, pode deixar que assumo daqui! - o doutor pegou os papéis das mãos da senhora e ela foi embora, me olhando com cara feia.
Ela era a Meredith, e Felicia tinha dito que ela me ajudaria. Percebi.
- Em que posso ajudá-lo? - o doutor me abriu caminho, para entrar em sua sala.
- Eu só preciso ver minha amiga! - exclamei.
- Isso não será possível... - falou com desdém - Ela já foi embora, seu marido veio buscá-la!
- Marido? - me assustei.
- Sim meu jovem, Sarah está em casa, com seu marido e filho! - ele acrescentou.
- Isso não é possível, o nome dela não é Sarah! - apavorei-me - Ela não tem marido, tem um filho, mas não tem marido!
- Desculpe, então não estamos falando da mesma pessoa... - o médico sentou-se em sua cadeira e começou a mexer em alguns papéis.
- Sim, estamos! - remexi no bolso de minha calça e retirei um pedaço de jornal, bem amassado - Aqui está! 
Entreguei nas mãos do médico, que analisou e senti um pouco de pânico em seu olhar.
O pedaço de jornal, era referente a matéria que saira com a foto de Belle, e falava sobre o acidente.
- Isso é algum tipo de brincadeira? - ele perguntou, agora com a cara fechada.
- Não! - respondi rápido - Eu não iria brincar com tal fato... Eu preciso falar com o médico que cuidou dela, ele poderá me dizer para onde a levaram...
- Está falando com ele! - me interrompeu - Sou o Doutor Finn, responsável por Sarah, e não... Não posso lhe dizer para onde a levaram, pois não sei, mesmo se soubesse não lhe diria!
- Doutor, você tem que acreditar em mim, ela pode estar correndo perigo! - implorei.
- Por que eu acreditaria em um rapaz com um pedaço de jornal amassado ao invés de acreditar em uma pessoa que me trouxe até a certidão de casamento? - perguntou, com desdém.
- Porque eu estou falando a verdade! - exclamei alto - Eu não tenho documentos que provem isso, mas tenho uma foto...
Me lembrei, que dentro de minha carteira, carregava uma foto minha e de Belle em seu aniversário. O primeiro aniversário que saímos para beber e comemorar. Nunca pensei que ela seria útil para algo, a não ser lembranças sentimentais.
Mostrei a foto para o Dr. Finn, que dessa vez analisou a foto com mais cuidado e agora mais apavorado.
- Belle não é uma jovem moça americana, ela é europeia, e sua família está a procurando... - acrescentei, enquanto o Dr. Finn analisava a foto - Doutor, você tem que acreditar em mim...
- Eu não sei o que te dizer... - ele estava boquiaberto - Ele tinha todos os documentos que comprovavam a identidade de Sarah...
- O nome dela não é Sarah! - bati na mesa, o interrompendo - Era tudo falso!
- Por que ele falsificaria todos aqueles documentos? O que ele ganharia com isso? - perguntou, demonstrando impaciência.
- Ele ganha ela... - respondi para mim.
- O que ele quer com ela? - perguntou.
- Eu não sei... - sentei-me na cadeira mais próxima e passei as mãos no rosto.
- Olha... - o doutor se aproximou de mim - Eu realmente não posso fazer nada para te ajudar.
- Me diga ao menos o nome da pessoa que a pegou?! - pedi, esperando um grande e belo "não", como resposta.
- Hayes... - parou para pensar - Hayes Grier, se não me engano.
Meu coração parou, minha respiração pesou e senti meus olhos pularem da minha face. 
Um Grier a pegou. Ela podia estar morta a essa altura. Jogada em qualquer vala qualquer e esquecida para sempre. 
- Só me diga se ela deixou algum telefone para contado? - implorei.
- Não deixou nenhum... - ele respondeu - Mas eu lhe passei o meu, assim que ela ligar, informo que você esteve aqui.
- Não! - não consegui esconder meu pavor - Não diga nada! Eu lhe imploro.
- Por que? - perguntou confuso.
- Grier não pode saber que a procurei... - suspirei, quase perdendo a fé - Eu mesmo irei procurá-la!
O médico começou a demonstrar um certo desconforto. Ele estava confuso e não sabia em quem cofiar.
- Esqueça que eu estive aqui! - pedi - Para o seu bem... 
- Bom, essa brincadeira já perdeu a graça... - ele sorriu entre a confusão de sua mente.
- Isso... - sorri - Foi uma brincadeira! Uma grande brincadeira, me desculpe, preciso ir.
Não esperei ele responder, levantei e sai correndo pelo corredor. Precisava chegar o mais rápido possível em meu carro e sair dali as pressas.
Eu não queria parar no hotel para descansar, mas teria que parar para pesquisar. Precisava pesquisar onde Grier morava, precisava saber tudo sobre Hayes Grier.

 


Notas Finais


*info: Provadia é uma cidade que realmente existe!
Ela se localiza na Bulgária, Europa, e é uma cidade pré-histórica, e, particularmente, muito bonita.


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