História Querida Serena - Tormento

Tentava-se soltar dos braços daquele homem repugnante que a tocava sem pudor e falava palavras maliciosas. Havia dispensado os seguranças antes que seu expediente terminasse no Tomy’s, um grande erro. Iria sair dali estuprada, talvez até morta, por um erro inato. Internamente pedia aos céus para que ele chegasse e a salvasse antes que fosse tarde demais pra si.

O homem rasga sua blusa expondo os seios rosados e suculentos às vistas dele, arrancando um gritinho da garota. Ela tenta soltar-se mais uma vez dos braços gordos do homem numa tentativa inútil. Em resposta, o homem lhe dar mais um tapa, jogando-a de encontro ao estofado de uma mesa perto da vidraça da lanchonete. Visualizou o pequeno corpo alvo com aqueles enormes seios tentadores à mostra, lambeu os lábios em desejo, aquela putinha seria dele ali mesmo.

O sino da porta da lanchonete toca avisando que alguém havia entrado. A garota vira o rosto para tentar ver de quem se tratava e mira apenas uma sombra masculina e com uma arma postas em mãos, enfim ele tinha chegado para tirar-lhe desse tormento. Ela sorri por um milésimo de segundo até ouvir tiros e o homem a sua frente desfalecendo no chão.

― Vire o rosto, Hinata. ― A morena atendeu ao homem, apertando os olhos e tampando bem os ouvidos para que de alguma forma abafasse os tiros que viria a seguir. Foram poucos minutos até que o trabalho terminasse, não precisava nem olhar para o chão para que soubesse como estava o estado daquele homem infeliz. Se fosse uma pessoa qualquer teria rogado pela sua vida, mas como era um estuprador repugnante, ela nada sentiu, nem mesmo pena.

Ele analisava o corpo da pequena Hinata, depois de matar o infeliz que tentara tirar-lhe a inocência. Marcas roxas nos braços da morena, a blusa em pedaços, mordidas profundas em seu pescoço, uma marca vermelha no rosto e um filete de sangue saindo de seu nariz, ele já sabia o que havia ocorrido ali. Olhou raivosamente para o corpo desenhado de sangue no chão da lanchonete, praguejando como deveria ter torturado até ele pedir por perdão a sua menina e jurasse que quando chegasse ao inferno imploraria para o diabo que comesse seus ossos podres. Ele o pega e joga brutalmente de encontro ao vidro batendo com sua cabeça até que seus miolos ficassem expostos. Depois de deixar o corpo há muito tempo sem vida, com os punhos sujos de sangue veste cuidadosamente Hinata que evitava olhar em seu rosto.

Nos fundos do estabelecimento tinha um banheiro com chuveiro, era tão impecável diferentemente dos outros estabelecimentos de quinta pela cidade, Hinata cuidava daquele local como se fosse sua casa, ela adorava trabalhar, sentir-se útil. Os olhos perolados com o brilho perdido, fixados no piso branco não percebiam o outro olhar perolado que o homem a lançava, um olhar cheio de emoções que dificilmente esboçava. Droga! Se não houvesse chegado a tempo ela estaria provavelmente morta uma horas dessas.

O vapor quente subira por entre os corpos nus totalmente molhados. Ele a olhava com uma ponta de preocupação, desejo, amor. Um misto tão forte que o deixava desprevenido com aquele corpo a sua frente, contudo, não iria tentar nada, sabia que internamente ela estava sofrendo. Hinata era sensível demais e muito gentil para sequer bater em uma mosca. Aquela pele clara marcada o deixava louco de um ódio desumano. Juraria que nunca mais nenhum outro homem chegaria perto outra vez de Hinata. Da sua Hinata.

― Neji...

― Deixe-me cuidar de você, Hinata.

o.O.o.O.o.O.o.O