História Queridinha do professor - Movidos pelo prazer

Me peguei pensando no quanto a minha tentativa de me afastar de Luan tinha fracassado, eu sentia falta de estar com ele, no sofá dele, sem roupas, sem preocupações e no meio da sua sala de estar, mas ao mesmo tempo queria me manter longe, longe das brigas, discussões... Sentia falta de São Paulo, dos meus amigos, exclusivamente de Emerson, queria sentir o seu abraço, seu cheiro, queria sua boca colada a minha pelo menos mais uma vez e meu Deus, isso era podre, quero dizer, ele é o meu melhor amigo, eu não poderia imaginar uma cena onde ele não estivesse apenas me abraçando ou segurando a minha mão, soltei um leve sorriso malicioso imaginando a nossa amizade com benefícios, não seria uma má ideia, pelo menos, não agora. 

Fui repreendida por um barulho estrondoso, olhei em direção a porta do quarto, era Jeff que tinha entrado e batido a porta, ele abria as gavetas procurando por algo e batia elas de volta com toda a sua força, fazendo mais barulho, cada gaveta fechada era uma dor na minha cabeça.

- O que você tá fazendo? - Disse me levantando da cama um pouco ignorante, afinal, era cedo, eu tinha acabado de acordar, não merecia passar por nenhum tipo de transtorno. Jeff não me respondeu, apenas me fitou dos pés a cabeça e meu Deus eu fiz isso de novo, me olhei dos pés a cabeça, mais uma vez, lá estava eu com um mini-short e uma regata branca quase transparente 

- Pensei que dormisse de moletom - Ele fixou seu olhar no meu rosto, me sentei na cama timidamente tentando me cobrir de alguma forma 

- Ahn, então o problema todo é com as minhas roupas? - Levantei meu olhar em sua direção, ele estava sem camisa, com uma bermuda caída que fazia sua bunda ficar mil vezes maior

- É um problema, mas não chega a me incomodar tanto, quer dizer - Ele se enrolou nas próprias palavras, mantive minha expressão do começo da conversa, sem entender nada - Quero dizer que não é comum eu dormir com uma mulher quase nua na minha cama, me entende? 

Fixei meus olhos nele incrédula, eu tinha entendido, mas ao mesmo tempo não queria entender, era complicado pra mim tanto quanto pra ele, mas enfim, ele vive por ai sem camisa e com a bunda toda a mostra e ninguém fala nada, por que o problema são com as minhas roupas e não com as dele?

- Jeferson, você é meu irmão - Sorri gentil - Não tem que se preocupar com isso 

- Ah, irmão? Ótimo, eu acho que podemos ir ali tomar um banho juntos, afinal, somos apenas irmãos, isso não vai pegar mal né? - Ele deu um sorriso que chegou a me assustar, foi como se aquilo não fosse apenas uma ironia, e sim um convite aberto 

- Uou, ai você pegou pesado irmãozinho 

- Eu não quero mudar a nossa relação de amizade, estava ótimo do jeito que estava, enquanto você usava moletom, é claro 

- Ainda não entendi o que você quer dizer - Disse um pouco confusa com toda essa história 

- Thalia, você me excita, é difícil me controlar quando estamos bêbados e quando você está quase sem roupa na minha cama, no meu quarto, é tão complexo assim que você não possa compreender? - Ele se apoiou na cômoda cruzando os braços e me olhando fixamente, ele deslizou a língua entre os lábios enquanto falava e aquilo me deixou um pouco desconfortável. Meus olhos estavam saltados, eu estava chocada com toda aquela realidade que ele disse, eu não tinha o que dizer, ou como dizer alguma coisa, apenas me levantei e caminhei em sua direção, oh céus, o que estou fazendo? Parei diante dele, ergui minha cabeça para manter um contato direto com seus olhos e descrever sua expressões, toquei delicadamente seu peitoral desnudo, ele me olhou como se nada daquilo fizesse sentido, e não fazia mesmo senti uma vontade incontrolável de me jogar em seus braços e deixar ele fazer literalmente o que quisesse comigo, foi tão difícil me segurar que me arrependi de ter ido até ele, seu cheiro era doce, e eu já estava ficando zonza com todo aquele perfume. 

- O que você está fazendo? - Ele me perguntou um tanto debochado 

- Sinceramente? Nem eu sei - Soltei uma risada tímida 

As mãos dele não exitaram em ir de encontro a minha cintura, ele me puxou pra mais perto e minhas pernas bambearam, nossas bocas estavam a poucos centímetros de distância eu podia sentir sua respiração fria e descompensada, fechei os olhos e me deixei entregar, seus lábios foram de encontro ao meu, cruzei minhas mãos no seu pescoço e deixei que ele tomasse conta da situação, suas mãos desceram na altura da minha cintura e me pegaram no colo, ele me sentou na cômoda pouco depois disso, sem parar o nosso tão esperado primeiro beijo. Jeff me soltou quando perdemos o fôlego, o que demorou muito ele me olhou ainda não acreditando no que fizemos, como se aquilo fosse muito errado, na verdade era, mas quem se importa? 

Jeferson se afastou ainda um tanto assustado, me escondi atrás de uma cortina formada pelos meus próprios cabelos e soltei um riso tímido, ele era tão inocente, eu estava levando ele pro caminho da perdição, como eu posso ser assim? 

- Escuta - Disse descendo da cômoda e indo em direção a ele, que estava afastado me olhando de longe, deslizei minhas mãos pelo seu peitoral mais uma vez, dessa vez sem medo da reação dele - Não foi nada demais, relaxa - Ri tentando acalmar o pobrezinho a minha frente

- Poderia ter sido muito mais que um beijo, você sabe disso 

- Você quer?  - Perguntei interrompendo seus pensamentos 

- O que? - Ele me olhou mais assustado ainda e eu soltei uma risada sarcástica 

- Eu tô brincando, relaxa 

Ele rolou os olhos entediado e se sentou na cama, se acolhendo e apoiando sua cabeça em suas mãos, me sentei ao seu lado e sorri para ele gentilmente 

- Eu pensei que fosse lidar melhor com essa situação - Encarei 

- Eu pensei que nós não fossemos precisar passar por isso 

- Jeferson, foi só um beijo - Voltei a repetir, dessa vez rindo, sua preocupação era tão desnecessária, ele me olhou como se estivesse concordando comigo 

- Eu vou dar uma saída - Ele disse saindo do quarto, voltou segundos depois me encarando - E vê se põe uma roupa! - Gritou e saiu novamente me fazendo rir 

                                                           ***

Me joguei na cama enquanto Jeferson ia embora, senti o celular vibrando bem embaixo dos meus travesseiros, olhei pra tela e abri um imenso sorriso ao ver "Emerson" na tela, sua foto encheu todo o meu celular de brilho 

Ligação ON

- Meu viadinho preferido 

- Eu questionaria se não estivesse com saudade da sua voz dizendo isso - Eu ri com seu argumento, Emerson me fazia um bem enorme 

- E então, como andam as coisas por Sampa? - Perguntei apenas por perguntar, não me interessava em assuntos relacionados a São Paulo 

- Tenho novidades - Ele disse com entusiasmo 

- Que ótimo - Fui irônica, mas ele nem percebeu e continuou a tagarelar 

- O acampamento foi adiado por motivos de a escola ainda dever pros "patrocinadores" do nosso tão sonhado passeio 

- Isso é horrível - Continuei sendo irônica 

- Enfim, a notícia boa é que Lucas tem parentes aí no Rio, e iremos ir te visitar em uma semana, convencer seu pai a te deixar voltar pra cá e você vai acampar conosco 

Era muita informação pra minha cabeça, nenhuma delas seria útil, menos a parte de que eu veria Emerson de novo, porque Felipe jamais iria me deixar voltar pra São Paulo com três homens que pra ele são praticamente desconhecidos 

- Vai ser ótimo - Continuei sem entusiasmo 

- Percebo a ironia na sua voz e não gosto dela - Ele resmungou 

- Fico feliz que venham pra cá, mas Mariana não vai gostar disso, né? - Falei só pra provocar ele mesmo 

- Ela vai ficar bem - Ele disse menos empolgado 

- Eu espero não incomodar vocês 

- Eu preciso desligar, nos veremos em breve - Me interrompeu sem me responder

- Tudo bem - Dei uma pausa e respirei fundo - Emerson? - Perguntei pela última vez 

- Sim? 

- Eu te amo 

- Eu também me amo 

- Você quebra todo o clima - Revirei os olhos entediada e finalizei a ligação sem me despedir mais. 

Ligação OFF.