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História Querido Nii, Amada Imouto - Ponto Fraco


Escrita por: ChiklBR

Notas do Autor


Hey mina-san, mil desculpas pela demora mas minha vida sofreu algumas mudanças e ficou mais difícil de escrever e postar, por isso a demora, mas na medida do possível estaremos ai.
Boa leitura!

Capítulo 10 - Ponto Fraco


Fanfic / Fanfiction Querido Nii, Amada Imouto - Ponto Fraco

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Eu remexia meu corpo entre os finos lençóis da cama como se estivesse incomodada com algo, só não sabia dizer exatamente o porque daquela sensação. Do lado de fora do castelo descia dos céus uma enorme tempestade, da qual eu recebia algumas rajadas de vento por conta da janela entreaberta. Levantei de supetão ao ver uma descarga elétrica cruzar as nuvens iluminando o quarto e olhei para o rapaz ao meu lado. Apesar de todo o barulho, ele dormia profundamente de forma despreocupada e isso ajudou a me acalmar, mas a sensação ruim que me atormentava não passou.

Suspirei começando a me deitar novamente depois de ver que não passava das três da manhã, mas fui impedida por alguém. Senti uma mão tampando minha boca me impedindo de gritar por ajuda. Tentei tocar em Sora para acorda-lo, mas fui puxada bruscamente para trás. Seguraram meus braços e começaram a me arrastar pelo quarto até a janela me permitindo ver uma espécie de dragão que nos esperava. Meu sequestrador me puxava de costas para ele, provavelmente para que eu não visse seu rosto e fez com que eu subisse nas costas do animal.

Assim que nós cruzamos o beiral da janela, minha pele quente entrou em contato com a chuva fria fazendo com que meus pelos arrepiassem e o tecido da minha camisola colasse em meu corpo. Minhas lágrimas caiam silenciosas se misturando com a tempestade ao ver o corpo de meu Nii ficando cada vez mais distante. Eu tentava gritar e espernear, mas nada adiantava, pois mesmo que eu conseguisse chama-lo, os relâmpagos e trovões atrapalhariam a minha tentativa de pedir resgate.

Por fim a pessoa as minhas costas se cansou da minha insistência e me obrigou a engolir um pequeno comprimido branco que eu reconheci como um forte sonífero. Eu não queria fechar os olhos pelo simples fato de sentir que se o fizesse, perderia o Sora e eu não queria ficar sozinha, mas apesar de tentar resistir de todas as formas, acabei sendo tragada pela inconsciência.

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Abri meus olhos lentamente para me acostumar com a claridade do local e passei a analisar o meu entorno. O lugar era extremamente rústico e fechado, havia apenas uma janela ao meu lado que era tão alta que não me permitia ver o lado de fora e uma porta de madeira que estava visivelmente trancada. Levantei de uma espécie de cama feita com palha e percebi que estava algemada com correntes de ferro.

Me encolhi em um canto onde as paredes se encontravam ao ouvir um barulho do lado de fora. Logo empurraram um prato pela abertura na parte de baixo da porta, mas eu não me aproximei. Meu estômago dava voltas só de imaginar que poderiam ter feito algo com o Sora e eu comecei a respirar com dificuldade. Sempre pensei que por ter ficado um tempo longe dele quando ainda eramos novatos esse mundo, na próxima vez que nos separássemos seria mais fácil, mas eu estava enganada. Meu Nii era uma parte de mim e sem ele ao meu lado, eu me sentia extremamente incompleta.

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- Já faz uma semana princesinha, não acha que está na hora de jogar contra a gente? Não quer voltar pro idiota do seu namoradinho? - Falou o ogro de 2 metros de altura se referindo ao Sora. Eles me fizeram prisioneira por dias, mas não chegaram a tocar em mim já que as regras de Disboard são claras: Toda desavença deve ser resolvida através de jogos, mas eles não queriam me desafiar porque nesse caso eu escolheria o jogo. Por isso, constantemente eles me atormentavam para que eu tomasse a inciativa e assim pudessem escolher seu próprio game.

Devo admitir que o meu desejo de sair dali era gigantesco, mas eu não me sentia capaz. Independente do que me falavam eu continuava encolhida naquele canto sofrendo por não estar junto de meu Nii. Os dias que se passaram só serviram para me machucar interna e externamente, eu não conseguia comer quase nada e passava o tempo todo derramando finas lágrimas de dor. Todas as noites eu era atormentada por pesadelos que se tornavam cada vez piores e em todos eles meu irmão era tirado de mim aparecendo morto em minha frente coberto de sangue. Eu acordava com o coração acelerado e suando frio por que na verdade era como se minha vida dependesse dele. Passar os dias naquele lugar não era problema algum, mas a tortura psicológica que eu sofria era pior do que todo tipo de dor que me pudessem causar fisicamente.

Tiveram momentos em que eu não conseguia respirar por conta da ansiedade e parecia que eu morreria ali e para ser bem sincera, eu queria que isso realmente acontecesse, porque dessa forma, toda a saudade e a dor no meu peito passariam, eu não sentiria mais nada, mas como sempre, uma imagem de Sora passava pela minha mente me repreendendo.

- Por que está pensando em desistir Shiro? Não acha que seria injusto da sua parte me deixar dessa forma enquanto eu procuro por você? - Ele me perguntava calmo como sempre, com carinho na voz - Eu preciso de você ao meu lado - Falava me encarando, mas quando eu tentava toca-lo, ele desaparecia. Eu repetia suas palavras como se fossem um mantra, dizendo a mim mesma que eu estaria sendo muito egoísta se desistisse naquele momento, mas ao mesmo tempo, eu não tinha forças pra me tirar dali, eu sentia que não conseguiria sozinha e por isso fiquei tanto tempo presa.

O tempo la fora estava chuvoso, o que contribuía para manter minha cela escura combinando com meus sentimentos. Já fazia mais de uma semana que eu estava presa lá e eu havia ouvido uma conversa entre os meus sequestradores de que o reino todo estava a minha procura, mas que desde o meu desaparecimento, Sora se encontrava trancado no quarto deixando todos os trabalhos como Deus de Disboard de lado, por minha causa. Quando ouvi isso, eu senti que tinha de sair dali, por que meu Nii precisava da minha presença ao seu lado tanto quanto eu precisa da sua, mas foi só me levantar do canto do quarto que uma onda negativa bateu em mim, além de uma leve tontura por conta da fraqueza. Eu não conseguiria vencer deles caso tomasse a iniciativa, não sem Sora do meu lado. Escorei na parede descendo até o chão enquanto lágrimas grossas escorriam pelo meu rosto. Por que eu tinha que ser tão fraca? Pensando melhor, porque longe do meu irmão eu me sentia tão fraca?

A resposta para essas perguntas passaram em minha mente como um lampejo e eu fiquei me perguntando como não havia notado antes. O fato de não querer e nem conseguir ficar longe dele, me sentir mal por ouvi-lo falando bem da Steph e as estranhas sensações de desejo por seu corpo indicavam o óbvio: Eu amava meu Nii!

Sorri amarga lembrando de suas palavras depois do meu aniversário de 15 anos

"Você é apenas uma criança Shiro"

Abaixei a cabeça logo em seguida mordendo o lábio inferior e passei a pedir desculpas ao Sora, desculpas por ser fraca e não conseguir sair dali, mas mais que isso, eu pedia desculpas por me permitir sentir algo por ele, além do amor fraternal e por mais que me doesse, eu prometia a mim mesma que jamais contaria a ele o que sentia, pois não seria justo obriga-lo a me amar por pena ou no pior dos casos perder sua companhia.

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Acordei assustado e olhei imediatamente para o lado com um pesar no coração, mas suspirei aliviado ao ver que minha imouto estava ao meu lado. Desde que ela retornara depois de uma semana desaparecida, eu sempre acordava buscando-a com o olhar temendo que ela sumisse novamente e eu voltasse àquele estado de topor. Observei a garota ao meu lado mais atentamente e vi que a mesma chorava enquanto dormia e repetia baixinho a seguinte fala

- Nii, gomen

Ela parecia estar tendo uma espécie de pesadelo, provavelmente recordações do tempo em que foi sequestrada e eu me senti mal por ver que mesmo presa, ela se sentia culpada por não ter conseguido sair de lá antes, e que minha irmã me pedia desculpas por esse fato, por isso toquei em seu ombro balançando-a para que a mesma acordasse.

- Shiro, acorda - Chamei vendo seus olhos abrirem e a garota me abraçou chorando em meu peito. Afaguei seus cabelos a tranquilizando

- Tudo bem, eu estou aqui agora - Falei calmo - Vai dar tudo certo

- Nii, você sabe que eles não me sequestraram para me vencer não é? - Ela perguntou depois de se acalmar e eu arregalei os olhos ao notar sua inteligência, mas logo me repreendi por esse pensamento, Shiro sempre fora a pessoa mais esperta que eu conheci na vida, não era de admirar que ela notasse algo assim.

- Sim, eu também percebi. Se eles quisessem te vencer em um jogo para tomar o título de verdadeiro Deus, teriam esperado você resolver desafia-los e não proporiam uma partida de xadrez valendo a sua liberdade. Eles não queriam simplesmente ganhar de você, fizeram isso para descobrir seu ponto fraco e conseguiram - Expliquei o que ambos pensávamos.

- Hai, eles sabem que o meu ponto fraco é você - Ela falou suspirando - Vão tentar nos separar.

- Eu sei, mas não se preocupe, nós sempre damos um jeito, afinal o Kuhaku nunca perde - Comentei mais animado e a fiz me encarar - Além disso, lembre-se daquilo que eu te prometi: Estarei ao seu lado para sempre, independente do que acontecer - Falei com um brilho no olhar.

- Nii, Arigato - Ela agradeceu me abraçando e eu beijei o topo de sua cabeça sentindo seu cheiro adocicado. Definitivamente eu a amava e faria de tudo para não perde-la. Nossos adversários estavam prestes a encarar o meu pior lado, o lado que vingaria todo o sofrimento que fizeram minha amada imouto passar.




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