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História Quero que você saiba - Desejo Atendido


Escrita por: ClotsQueen

Notas do Autor


Oieeee!!

Estavam com saudades da fic? Foram quatro meses parada!! 😲

Foi um longo período onde eu fiquei escrevendo para os Desafios que me envolvo 😍 e estou definitivamente feliz com os Dah que estão fazendo a Categoria de South Park ficar muito mais variada e movimentada (eu escrevi Twyle e K2 😊), sem contar a qualidade... só galera criativa participa desses Dah!! Tanto no Dah1 quando no Dah2 as fics eram de excelente qualidade!!
E ainda tivemos um Evento Especial promovido lá no server "Go, Cows", com fics de níver pro Kyle... Em breve mais uma enxurrada de fics aparecerão com o lançamento (no sábado) do Dah3... 💘
Nossa, estou realmente amando essa atividade!
Se você ainda não conhece os Dah, deixe um comentário e te dou os links para achar as fics!!

Mas acredito que vocês querem o capítulo, afinal, foi uma longa espera, portanto nos falaremos mais lá nas Notas Finais!!

Aliás, PROMETO RESPONDER OS COMENTÁRIOS O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL!! Perdoem, eu me envolvo escrevendo fics novas, e comentando nas fics dos outros e não acho tempo hábil para responder vocês, MAS EU VOU, JURO!!

* A arte de capa é de thekellybear (saudades quando ela desenhava South Park)*

BOA LEITURA!!

Capítulo 29 - Desejo Atendido


Fanfic / Fanfiction Quero que você saiba - Desejo Atendido

 

O céu mostrava as nuances de azul escuro da noite que já caía visivelmente, através da janela dava para ver que pequenos flocos de neve flutuavam esvoaçando um pouco com o vento, o frio era tão certo quanto os dedos frios que subiam através de seus cabelos.

Tweek suspirou com a sensação, Craig tinha as mãos presas à nuca dele, beijando o pescoço do loiro enquanto Tweek apertava sua cintura, movendo Craig em seu colo, apesar do moreno ser mais alto e ter lindas e longas pernas, Tweek estava satisfeito em tê-lo mole e ansioso em seus braços. Uma novidade que não ficava velha e era cada vez mais desesperadoramente maravilhosa.

Craig deixara de lado a apatia corriqueira e de alguma forma acabou atraído para o colo do namorado, seu corpo esguio era como uma tela em branco que Tweek aos poucos coloria de sensações, espalhando-as, misturando-as, cobrindo Craig com seus desejos e proveito.

— Ah, babe... — Craig sussurrou se empurrando para frente conforme Tweek o puxava, a virilha pressionada na parte de baixo da barriga de Tweek.

— Merda, Craig...

Tweek baixou o rosto, estavam na casa dos Tweaks, e o loiro poderia fazer Craig gritar tanto quanto quisesse, pois seus pais estavam na cafeteria, e os dois namorados estavam longe de serem ouvidos.

A ereção do moreno estava presa no aperto da calça jeans que Tweek não abrira para ele, ambos se esfregavam e Craig queria mais do que tudo poder se livrar da barreira que os afastava.

— Por favor, honey...

Tudo o que ele precisava era tocar a pele quente do loiro com a sua, tê-lo em seus lábios, se afogar nele... não sabia que precisava tanto disso até que experimentou, pouco menos de 24 horas antes, e agora não conseguia pensar em viver sem o corpo de Tweek junto ao seu.

— Seus pais estão esperando, homem.

Com os olhos totalmente encapuzados e o fôlego desequilibrado, Tweek parou de mover Craig, depositando os lábios nos dele com cuidado.

— Eu preciso ir lá... — Tweek murmurou. — Fazer um pedido formal...

Craig então parou, seu coração martelando no peito por conta da excitação, mas um motivo totalmente diferente se agigantou dentro dele.

— Vai... o quê?

Os olhos cinzentos de Craig estavam arregalados em surpresa, seus lábios vermelhos, macerados dos beijos trocados estremeceram quando ele se afastou do loiro, que continuou segurando na cintura cálida do namorado.

— Um... um pedido formal... — Tweek disse sentindo o rosto arder mais do que nunca. — Sua mãe falou que era para eu aparecer lá só quando fosse... um... nah... namorado oficial...

Dizendo assim, em voz alta parecia muito mais importante e grandioso do que era, e com o peso bem-vindo de Craig em seu colo, Tweek sabia que era real... ele afundou o rosto no pescoço de Craig, respirando o cheiro reconfortante, rezando para que as batidas do coração do moreno fizessem com que o próprio coração entrasse em um ritmo menos louco.

 — O que... que quer dizer com isso...? — Craig falou tentando se afastar, mas Tweek segurou-lhe as costas, mantendo-o rente a si. — Meus pais não têm nada com isso... é só... é entre a gente.

Tweek afastou o rosto do pescoço do moreno e o encarou nos olhos, havia um alarme exposto ali, e Tweek levou um momento para conseguir reunir suas próprias palavras.

— Quero fazer isso sério, Craig. — Ele falou, tentando manter seu próprio nervosismo sob controle. — Eu já tinha falado com meus pais... por cima... sobre... sobre nós...

— Isso é sério pra nós, mesmo que nossos pais não se metam! — Craig se remexeu no colo de Tweek, mas o loiro continuou prendendo-o, os dedos longos do loiro rodeavam e apertavam as costas de Craig. — Meus pais vão começar a fazer proibições idiotas.

— Eles não vão... — Tweek sentiu o coração despencar, não era isso que ele queria. — Se fizerem... então tentamos negociar.

Craig suspirou deitando a cabeça no ombro de Tweek.

— Tudo bem... vamos fazer como você quer, eu não me importo.

Um sorriso brilhou no rosto corado de Tweek, e ele puxou o namorado para si outra vez, agora seus dedos escorregaram através da cintura estreita do moreno, e ele encontrou a ponta úmida de um membro exigente.

Dobrar Craig na cama se provou uma atividade muito mais fácil do que Tweek jamais imaginara nem em seus mais loucos sonhos, e não foi menos maravilhosamente delicioso quando a boca faminta de Tweek fechou-se no maxilar de Craig.

— Nosso namoro vai ser feito de você me deixar fazer o que eu quiser, Craig...?

Tweek questionou, sua voz abafada com os lábios colados à pele de Craig, que estremecia abaixo dele, os dedos quentes de Tweek brincavam com a umidade que saía da ereção do moreno. O peso de Tweek era tão bem-vindo que Craig achou que entraria em combustão instantânea sentindo aquela trilha de fogo que o loiro fazia beijando toda sua extensão de pele ao alcance do namorado.

— Você dá conta, honey... — Craig murmurou entregue, o rosto corando gradualmente, e Tweek estava amando tanto aquela expressão... — Você é mais forte do que você pensa.

Os olhos azuis cinzentos espiaram por baixo dos cílios escuros e tudo o que Tweek queria era se perder naquele olhar, ele reuniu seus lábios, beijando Craig até quase perder a razão. O outro se remexia abaixo dele, buscando desesperadoramente o contato que poderia aliviá-lo.

Então, após minutos devastadores de beijos ardorosos e toques ardentes, eles se afastaram, sorrindo, obrigados a interromper a nova atividade incandescente e favorita.

Eles se arrumaram e deixaram a cama bagunçada para trás, indo direto para a residência dos Tucker, onde Laura, obviamente, já esperava por eles sentada na sala, com uma xícara de chá entre as mãos.

 

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

 

 

 

O sol já se punha quando Stan tentava empurrar algo entre os lábios de Kyle, seu rosto estava corado com o esforço que fizera, e a mão trêmula erguida em direção ao ruivo.

— Só mais um pouquinho... Kye... por favor...

O rosto afogueado do ruivo se virou, os cachos vermelhos mais fofos depois de serem secos com o ar quente do secador, ele voltou os olhos verdes para o lado oposto do quarto.

— Não.

Stan largou o prato de sopa na mesinha de centro, cansado das birras do namorado.

— Você não comeu nada desde o jogo, Kyle. — Ele disse severamente. — Não vai melhorar se continuar assim. Cara, o antiinflamatório não vai nem funcionar!

— Só se você dormir aqui. — Kyle disse contundente. — Estou incapacitado, preciso de cuidados extra...

O ruivo tinha um olhar suplicante, Stan mordeu os lábios, ele mais do que ninguém queria dizer sim, mas duvidava que os pais fossem permitir.

Quando Stan abriu a boca para dizer algo, a porta do quarto se escancarou e pela primeira vez no dia Kyle realmente colocou os olhos em sua mãe.

— Oh, Bubbeh! — Ela foi até o filho, mal o vira devido à maratona de iniciativas para cobrar das autoridades um posicionamento justo sobre o comportamento monstruoso de estranhos contra seu filho. — Perdoe a mamãe, estive tão envolvida em outras coisas! Mas, não se preocupe, Bubbeh, eles vão pagar muito caro pelo que fizeram com meu bebê!

Stan se afastou dando lugar a mulher que explodiu entre eles, ela se agarrava ao filho empurrando o rosto dele contra o colo, e Stan não podia fazer nada além de sorrir. Kyle parecia um pouco feliz, sorrindo um tanto desajeitado, os olhos brilhantes de umidade quando a Sra. B. se afastou um pouco para acariciar-lhe a face sardenta.

— Mamãe ficou tão preocupada, meu amor... quando recebi a ligação simplesmente saí correndo, seu pai teve que ir no próprio carro, porque deixei para trás... o que eles fizeram com você foi... — As mãos macias corriam pelas bochechas do ruivo, dois pares de olhos verdes esmeralda se encaravam, tão parecidos que o peito de Stan inflava pela ternura.

— Eu sei, mamãe... me desculpe por isso... — Kyle começou com a voz sufocada no pescoço de Sheila.

— Não se desculpe, Bubbeh... — Ela acariciou os cachos ruivos que estavam muito macios ao toque, em seguida se afastou um pouco, já quase voltando a face austera normal, observando o primogênito com olhar afiado. — Já tomou banho? Comeu direitinho? Você precisa descansar agora, Kyle, foi um dia terrível.

— Já tomei banho e comi... — Kyle começou com olhar doce, ele manteve a mão de Sheila segura entre seus dedos, e Stan notou que as maçãs do rosto do ruivo coraram suavemente antes dele continuar, sua voz veio cheia de melodia e ternura. — Mah... eu estava pensando... será que não daria pro Stan ficar aqui hoje? Sabe, para o caso de eu acordar no meio da noite...

Sheila lançou um olhar para Stan que parecia tentar se misturar com a parede, o moreno corajosamente sorriu para ela, mas era um sorriso vacilante, e Kyle puxou a mão da mulher novamente.

— Isso realmente me faria sentir melhor... depois de tudo... seria bom ter o Stan aqui comigo... me sentir querido... — Ele ergueu os olhos esmeraldas para a mãe, e Sheila ainda o encarava, pensando. — Por favor, mah...

Stan já estava acostumado a ver Kyle seduzindo as pessoas com seu olhar e seus sorrisos, mas Sheila sempre foi a mais dura, e raríssimas vezes caíra na lábia do ruivo.

— Todos nós amamos você, Kyle. — Ela falou calmamente. — E Stan também precisa descansar, ele esteve ao seu lado o tempo todo, ajudou-o com o banho, com a roupa, com o quarto... e até tentou alimentar você.

Os olhos de Kyle brilharam e lágrimas encheram seus olhos, quando ele ergueu o rosto para a mãe que se afastou dele, Stan pôde ver que ele mordia os lábios. Stan sentiu o coração apertar.

— Sra. B., eu posso ficar... se não se importar. — Stan falou rapidamente, e havia dois pares de olhos verdes pousados nele. — Não vou conseguir dormir de qualquer forma... preocupado se o Kyle comeu algo, se ele conseguiu ir até o banheiro, se ele está dormindo... Vai ser uma noite acordado, cheio de perguntas na minha cabeça.

Sheila olhou de um para o outro, já de pé ela colocou a mão na cintura, parecendo muito mais alta e imponente que os dois garotos.

— Ainda não esqueci a bagunça que vocês fizeram no banheiro esta manhã, Kyle Broflovski. — Ela ergueu o dedo indicador o apontando direto no nariz aquilino de Kyle. — Aquelas toalhas e a molhaçada! E eu teria uma briga muito maior, se não fosse esse acontecimento grotesco no seu jogo!  

— Desculpe, mah... as coisas... ficaram um pouco... — Kyle começou, mas aparentemente não encontrava palavras.

— Isso não vai mais acontecer, Sra B....! — Stan se posicionou sentando ao lado de Kyle na cama, apanhou a mão do namorado na dele e ainda encarava a mulher ruiva a sua frente. — Nós... só estávamos tão felizes... Prometo que não vamos fazer bagunça, e me responsabilizo pelo bem-estar do Kyle... ele é... muito importante para mim... sempre foi...

Os olhos verdes de Sheila cintilaram um segundo antes de lágrimas caírem deixando um rastro úmido manchando o blush que coloria suas faces macias. Ela se adiantou e apanhou o moreno em seus braços, o apertando.

— Oh, Stanley... — Disse abraçada ao menino. — Você sempre foi como um filho para mim, eu o vi crescendo e estou tão feliz que você é o escolhido do Kyle...

Stan sentia as lágrimas quentes caindo de seu rosto no ombro da mulher, ele não ousou olhar para Kyle, que segurara o choro por um bom tempo, porque sabia que se ambos trocassem um olhar agora, ele acabaria soluçando.

— Você pode ficar aqui esta noite... vou pedir que alguém busque roupas para você...

Ela se afastou levemente, dando suaves batidinhas nas maçãs do rosto para remover a trilha molhada que as lágrimas deixaram, Kyle limpou a garganta e ergueu o rosto para a mulher.

— Não precisa, mah, Stan sempre usou as minhas. — O filho falou de repente, Sheila voltou-se para ele, se afastando de Stan e tocando os cachos do filho. — Nós vamos nos comportar... prometo.

E lá estava o sorriso de Kyle, encimado por olhos verdes brilhantes e as faces coradas, seus dedos procuraram os de Stan e ele lançou um olhar excepcionalmente agradecido para Sheila.

A visão era demais para qualquer um.

— Tudo bem... vou confiar nos dois. — Ela continuou limpando as lágrimas com a pontinha dos dedos e piscou algumas vezes para não borrar o rímel. — Não traíam a minha confiança. Vou avisar seus pais, Stanley.

 Sheila ajeitou um pouco o coque para ter certeza que ninguém veria que a fortaleza ruíra temporariamente por conta de seu Bubbeh, que estava tão perdidamente apaixonado e, mais maravilhoso que qualquer outra coisa, era amplamente correspondido.

— Nós não vamos decepcioná-la, mah. — Kyle sorriu.

— Pode confiar em nós, Sra. B.!

Stan ainda se ergueu do lado do namorado e estalou um beijo sonoro no rosto da ruiva, ela sorriu segurando o brinco de esmeralda e se dirigiu à porta.

— Vou trazer uma comidinha melhor e quentinha. — Ela falou debaixo do arco da porta. — Você precisa comer direito, Kyle.

Kyle acenou com a cabeça e assim que a mãe fechou a porta e seus passos sumiram no corredor, ele puxou a mão de Stan, fazendo o moreno sentar-se ao lado dele, puxou-o para si, quase deitando a cabeça do moreno na cama, pairando sobre ele.

— Obrigado, Stan... — Ele disse rente a boca do namorado. — Estou muito feliz que você está aqui comigo...

— Apenas atendendo os desejos do meu namorado! — Stan respondeu sorrindo, estava tão corado que era embaraçoso por si só.

Kyle se empurrou contra ele, para se esfregar sobre o namorado seu pé machucado não interferia.

— Não diga isso tão despreocupadamente...

Sem debate, Kyle deixou que seus lábios tomassem a boca do moreno, e seu corpo moveu-se acima de Stan, que o observava com expectativa, um sorriso convidativo nos lábios rosados.

 

 

 

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Assim que abriu a porta da sua casa, Craig sentiu que o clima era totalmente diferente do que estava acostumado.

Seus pais haviam chegado havia poucas horas de uma viagem de fim de semana para Denver, e ele sabia do fato porque as malas ainda estavam no carro que ele passou na garagem. Mas isso era só o começo, porque o fato de toda sua família estar sentada e reunida na sala de estar era ainda mais assustador.

Thomas Tucker parecia exausto, sua testa enrugava-se enquanto ele gemia de dor com as mãos na lombar, provavelmente resultado de ter dirigido por horas. Ele pedia massagens ao que Ruby respondia com soquinhos na área dolorida, fazendo o pai reclamar com caretas doloridas.

— Hey. — Craig falou assim que entrou, Tweek logo atrás dele.

A família observou os dois garotos, e Ruby tinha um sorrisinho debochado nos lábios.

— Hey, maninho, finalmente o Tweek conseguiu fazer você ver o óbvio — a ruiva se levantou deixando o pai para trás massageando os próprios ombros —, ou a mamãe e o papai precisarão ir em umas férias no Alaska pra você ter tempo pra processar?

— Cale a boca, garota. — Craig ergueu o dedo do meio para a irmã que atirou a língua para ele.

— Sr. T., Sra. T., eu vim... — Tweek se adiantou, saindo detrás de Craig, ele olhou para os pais de Craig sentados no sofá, Laura retribuiu com indiferença elegante. — Eu e o Craig... nós...

Os olhos verde-avelã desviaram para os pés, Tweek ainda mexeu os dedos dos pés observando as meias escuras moverem-se contra o tapete felpudo da sala dos Tucker.

— Não precisa fazer isso, Tweek. — Craig disse seriamente.

O outro balançou a cabeça, decidido, ele apertou as mãos em punhos e ergueu o rosto, Thomas tinha uma expressão de curiosidade.

— Eu e o Craig estamos namorando sério. — Ele falou de uma vez, e assim que a declaração saiu pareceu muito mais fácil para continuar. — Gostaria que me tratassem de agora em diante como namorado oficial dele.

Babe...

Craig começou a se virar, mas em um instante uma massa de cabelos loiros sufocou Tweek em um abraço.

— Graças a deus... — Laura falou puxando Tweek para si, ele ficou desnorteado quando os dedos longos dela amassaram seus cabelos espetados. — Meu filho idiota finalmente fez algo que preste aceitando você!

— Eu nunca disse que não aceitaria! — Craig parecia ofendido, mas Tweek começara a sorrir por cima do ombro de Laura e a cena foi um pouco tocante até para o primogênito dos Tucker. — Vamos lá, mãe, está sufocando o cara.

Laura apertou os olhos, e Ruby ergueu a sobrancelha quando viu sua mãe limpar uma lágrima discretamente por trás de uma mecha loira.

— Cale a boca, filho idiota, vou abraçar meu genro tanto quanto eu quiser.

E eventualmente, perante uma família um tanto silente e um pouco atordoada depois da reação de Laura, a mulher se afastou de Tweek e encarava Craig, como se o desafiasse a falar mais alguma coisa. O moreno estava corado demais, e Tweek seguia o exemplo, com o rosto em chamas e os olhos cravados no tapete que era o objeto mais interessante da sala.

— Certo, certo. — Thomas rodou o braço direito tentando se livrar da dor incômoda. — Tweek, sente aqui, vamos agora decidir as regras de um namoro decente nessa casa de família.

Ruby riu sonoramente, e seguiu sua mãe que se dirigiu para a cozinha. Elas voltaram um pouco antes de ver Craig puxando a mão de Tweek para a sua, e apertando-a.

— Eu não quero que nada mude. — Craig falou contundente, a arrogância fria do filho sempre deixava o pai um pouco irritado, mas era muito parecido com Laura, então só restava a Thomas acenar. — Eu e o Tweek vamos passar mais um pouco de tempo juntos...

— É agora que o Craig vai dizer que quer transar no quarto dele.

— TRÍCIA! — Thomas olhou para a filha com olhos arregalados.

— O que é, papai? Por favor, não está achando que eles vão brincar de lego, não é? — Ela deu uma risadinha apontando para o irmão. — Só se fosse encaixando outras coisas. Olha o pescoço do Craig.

Thomas evitou olhar, mas atirou os olhos para a esposa pedindo socorro, a loira jogou os cabelos compridos para trás dos ombros e puxou uma xícara de chá da mesinha, Craig e Tweek pegaram suas respectivas xícaras também, e Thomas derrubou goela abaixo o líquido fervente.

— O que eu quero dizer é... — Thomas soltou a xícara pela metade e voltou-se para os meninos, parecia se esforçar para dizer algo. — Ainda prefiro que fiquem por aqui ou na casa dos Tweak. Não quero meu filho por aí se esfregando... nas vistas públicas.

Thomas Tucker conseguiu dizer, ainda demonstrando alguma dificuldade, ele observou Craig aguardando o filho responder de forma impávida.

— No quarto pode? — Foi Ruby quem perguntou com pose petulante.

— Sim. — Laura falou finalmente, encarando Ruby. — Não há motivos para ser hipócrita, eles vão fazer o que querem fazer, seu pai proíba ou não.

— Prático. — Ruby se atirou para trás batendo as costas no sofá, perderia toda a diversão em incomodar Craig, uma vez que o irmão tinha permissão para estar com o namorado em privacidade, sua voz tomou um timbre totalmente frio. — Não esperava que nossa família fosse tão moderna, mas gosto disso.

Por fim, ela sorriu, Craig encarava a mesinha, mas também tinha um sorriso abrindo em seu rosto inexpressivo quando largou a xícara de chá e olhou por baixo dos cílios para a irmã.

— Você pode contar para eles sobre seu namoro com aqueles dois garotos. — O moreno falou como quem comenta algo interessante que viu no noticiário. — Ou será que você está mais interessada na sua amiguinha...

Corada Ruby se ergueu de imediato do sofá e Craig teve um reflexo inacreditável de se afastar de Tweek antes que a almofada o acertasse em cheio no rosto.

E assim que eles foram dispensados, Craig puxou Tweek pela mão, adorando subir as escadas arrastando seu namorado. Ele abriu a porta do quarto e o espaço estava exatamente como havia deixado ao sair para o Jogo com Tweek.

O loiro sentou na beirada da cama, estava silencioso desde o momento que Laura o abraçara, e Craig foi até o projetor e ligara-o, ele desligou o interruptor e imediatamente as estrelas banharam o quarto, nadando a esmo pelo teto e nas paredes de Craig.

— É incrível... — O moreno se acomodou ao lado de Tweek, os olhos azuis cinzentos focaram no perfil de Tweek.

— É sim... Tweek falou calmamente. — É como se o pedido que eu fiz naquela noite da Chuva de Meteoros tivesse finalmente se tornado realidade...

Craig puxou Tweek para se deitar ao lado dele, ambos caíram na cama, olhando um para o outro na pouca luz do quarto, apenas as estrelas fazendo o rosto de Tweek parecer ainda mais sardento.

— Você fez um pedido para os meteoros? Você é impressionante, sabia? — Craig ergueu a mão tocando o rosto de Tweek. — O que pediu?

Tweek riu, o rosto aquecendo com o toque de Craig.

— Que você ficasse comigo... pedi logo em uma Chuva de Meteoros onde havia vários deles pra me atender, com oito anos eu pensei ter mais chance dessa forma... e ainda assim, levou mais de oito anos pra acontecer... — Ele respondeu sua mão subia pelo queixo e brincava rente aos lábios de Craig.

O moreno acenou com a cabeça, Tweek estava amando ver o quanto o moreno poderia ser tão sorridente, claro, já sabia disso, mas ver assim, o tempo inteiro, era uma dádiva que ele não esperava vir a ser agraciado.

— A estrela mais próxima está 4.25 anos-luz da Terra. — Craig falou observando atentamente os olhos de Tweek. — Por isso, a maioria dos desejos leva, pelo menos, nove anos para se tornar realidade.

Assim, ele rolou o corpo, ficando por cima de Tweek, sua boca provou a do namorado, pois não podia se dar ao luxo de vê-lo e não beijá-lo.

Tweek correspondeu ao beijo, as mãos brincando nas costas e deslizando para o traseiro de Craig o apertando. Não via a hora de ter Craig só para si, amando-o debaixo das estrelas, como sempre quisera fazer.

 

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

 

 

 

Uma hora havia se passado e Kenny estava um pouco maravilhado demais para falar, ele lambia uma colher descartável encarando Butters que sorria para ele, e o sorriso era tão ou mais lindo que o céu anormalmente estrelado que pairava sobre eles.

Eles comeram sorvete, mas Butters insistiu que havia mais uma sobremesa que ele queria comprar, e Kenny não podia estar mais surpreso com isso.

— Como você sabia que pudim de caramelo é o meu favorito? — Kenny perguntou, ainda sentia as bochechas doloridas de tanto sorrir. — Eu nem mesmo nomeio minhas comidas favoritas! É como se qualquer coisa estivesse ótima pra mim.

Butters girou os olhos e enfiou a própria colher cheia entre os lábios entreabertos de Kenny, ambos estavam sentados nas escadas de um Coreto, localizado no centro de uma praça. Era diferente de onde os casais costumavam ir, mas era coberto, ao ar livre, protegido do frio, e Butters tinha boas lembranças daquele lugar, onde já se apresentara em suas audições da banda da escola, quando tocava flauta e seus amigos lidavam com outros instrumentos.

— Não me subestime, Ken. — Butters falou. — Ver os detalhes é algo que sempre fiz.

O pequeno Stotch encolheu os ombros encarando Kenny que tinha uma gota de caramelo escorrendo no lábio inferior.

— Mas eu nunca deixei isso transparecer! — Kenny insistiu, ele passou a língua nos lábios incapaz de pegar a gota que escorria pelo queixo. — Não é algo que tem na casa dos meus amigos!

— Eu sei que não. — Butters falou. — Mas uma vez, no Jardim de infância, a professora trouxe um pudim e seus olhos brilharam tanto... eu nunca tinha reparado que eles eram azuis!

Kenny aprofundou a sobrancelha, e os dedos de Butters voaram para o queixo dele, limpando o caramelo.

— Depois, no aniversário da Wendy na terceira série, a mãe dela fez um pudim, e você praticamente chorou quando comeu. — Butters lambeu o caramelo que apanhara do queixo de Kenny. — Na quinta série o Kyle comemorou o aniversário dele naquele restaurante em Denver, e o Stan pediu o pudim e não comeu, então ele deu para você.

— Todo mundo dava suas comidas para mim! — Kenny protestou. — E verdade seja dita, o Stan só me deu porque não podia dar para o Kyle.

— Porque o Kyle tinha crises sérias de diabetes naquele tempo! — Butters lembrou. — Mas você comeu aquele pudim como se fosse a maior delícia do mundo, e tinha outras coisas legais lá, eu mesmo repeti o bolo de morango umas três vezes.

Kenny franziu as sobrancelhas, pensando.

— Uma vez, você foi na minha casa, fazer um trabalho de Geografia na oitava série. — Butters começou a falar muito baixo. — E eu fiz um pudim desses... eu tinha visto como fazia em um livro... mas parecia que não ia dar certo. Ele cresceu e murchou. Eu deixei tempo demais no forno, e queimou a calda...

— Eu lembro desse pudim, era delicioso! — Kenny disse de repente.

— ...E você comeu praticamente tudo! — Butters apontou. — E falou que poderia comer pudins para sempre.

— Bem, eu digo esse tipo de coisa o tempo todo!

— Daquela vez foi diferente, Ken... — Butters continuou. — Eu comecei a comprar pudins prontos e plantar eles em festas e coisas assim, para ver você comendo, e era muito legal... Você sempre comia muito feliz... Então, em algum ponto comecei a associar você ao Pom Pom Purin.

Kenny lançou um olhar para a pelúcia gigante sentada ao lado da mochila de Butters, ele sentiu um nó na garganta observando o sorriso em forma de 3 deitado do bichinho.

Ao ver o silêncio do namorado, Butters se inclinou, apanhando o maxilar do loiro entre os dedos, acariciando o rosto.

— Está ficando frio... vamos embora...? — Os lábios quentes de Butters deslizaram em direção à boca de Kenny, o beijo foi amoroso, até que ele se afastou. — Tem mais uma coisa antes de terminar nosso encontro oficial.

Kenny sentiu o peito aquecer, uma bola de calor que teimava em crescer dentro dele cada vez que seus olhos cerúleos observavam os árticos de Butters.

— São pouco mais de nove da noite... —Kenny engoliu o nó na garganta. —Eu posso ficar mais um pouco na rua... só preciso avisar a Kah, se eu for chegar mais tarde.

Butters sorriu devagar, puxando Kenny do banco que eles estavam sentados.

— Empresta seu celular? — Ele pediu, e Kenny puxou o aparelho do bolso, entregando. — Vou mandar uma mensagem para ela.

— Para minha irmã?— Kenny questionou confuso. — Por quê?

Kenny observou os dedos de Butters deslizando rapidamente pelo teclado, e depois de um instante esperando a mensagem ser enviada, então desligou o aparelho e o devolveu para McCormick.

— Vamos...

Butters puxou Kenny pela rua, fora da proteção do Coreto estava frio, e havia nevado um pouco antes, mas eles mal perceberam, comeram hambúrguer de uma lancheria perto do parque e sobremesa foi pega em uma confeitaria, embrulhada para a viagem e consumida no calor da companhia um do outro.

A felicidade era muito óbvia nos dois rostos, mas Kenny não tinha certeza do que fazer com ela, ele segurava a mão deste menino que sempre fora muito importante para ele, incapaz de reconhecer que estava sendo tão amado e cuidado.

O sentimento era simplesmente um estrangeiro desbravando seu coração, seus amigos eram pessoas maravilhosas, e mesmo que ele soubesse que era querido pelos caras, o que estava acontecendo com Butters era absolutamente fora da realidade para ele. Era como se fosse um sonho distante, uma vida pós-morte da qual ele jamais gozou o bastante para se apegar.

Era como um daqueles desejos que se faz quando ao morrer... aqueles que nunca serão concedidos...

O coração de Butters batia descompassado, ele estava se dirigindo para o momento alto do encontro, ele planejara com cuidado e sem ajuda de ninguém. Embora apreciasse a prestatividade dos amigos, não se sentia à vontade em ter dedo de outra pessoa neste momento que pertencia apenas a ele e Kenny.

As mãos dadas ao longo do caminho estavam quentes e Butters apertava os dedos de Kenny para ter certeza que era real... ele não fora arrojado e criativo como Tweek em elaborar um grande negócio, e também não tinha a coragem e intrepidez de Kyle para pular em uma declaração depois de anos confortável de amizade...

Nem mesmo com Rebecca ele podia se identificar, ela estivera timidamente encantada por meses, incapaz de ter força sozinha para fazer algo... Butters olhou para o lado, o perfil de Kenny era sorridente e o loiro mais alto parecia perdido em pensamentos enquanto venciam as calçadas geladas.

Kenny aqui era a variante preciosa nesta equação. Ele era o fator que predeterminou a forma como Butters fez suas apostas, como ele investiu.

E era a incógnita mais extraordinária e perfeita que Butters jamais encontraria.

— Onde estamos indo agora? — O loiro mais alto perguntou, a mão áspera brincando com a pele delicada de Butters.

Kenny que sempre estava lá para os amigos. Kenny que gostava de brincar com todos, deixando suas reais fraquezas camufladas sob um véu de piadas e comportamento travessos... Kenny que só precisava ser convencido de que era alguém para ser amado.

— Em um lugar legal. — Butters sorriu. — Onde vou poder cuidar de você como merece.

Kenny voltou-se para ele, sorria e as maçãs do rosto avermelharam. Esta era a imagem que Butters queria guardar para sempre. O sorriso que todas as vezes acelerava seu coração e fazia o mundo ser algo melhor para se viver.

Butters sempre achou que Kenny era uma paixonite temporária, talvez um pouco mais duradoura do que um crush qualquer... nunca esperava que seu coração fosse ficar tão repleto assim que fosse correspondido.

— Eu não mereço você, Leo.

A voz grave de Kenny tirou Butters de seus pensamentos, o loiro mais alto parou de caminhar, e seus olhos brilhavam. Já passava das 21h30min quando Butters deu um passo ficando abaixo do rosto de Kenny, o encarando com intensidade.

— Você merece o mundo e tudo o que há de bom nele, Ken. — Falou sem rodeios. — Mas... por enquanto... só posso oferecer o meu amor...

Kenny alisou as bochechas alvas, a cicatriz quase invisível abaixo do olho esquerdo, imperceptível para quem a desconhecia.

— Então... sou o cara mais feliz da porra do mundo... porque você é tudo o que há de bom no universo, e o seu amor é muito mais do que isso...

O nariz gelado de Kenny deslizou brincando no pescoço de Butters e o pequeno Stotch deu uma risadinha se encolhendo quando um calafrio trespassou seu corpo.

— Você é precioso, Ken. — Butters sussurrou, a testa colada na de Kenny. — Amo você.

— Eu também, porra... muito...

Eles caminharam mais uma quadra, e então dobraram a esquina e Kenny viu a placa de um motel adiante, era como um pequeno vilarejo de chalés, parecia um condomínio fechado quando Butters apertou seus dedos e avançou direto à portaria.

Ele pediu um quarto, e Kenny percebeu que estava reservado, Butters apanhou a chave e puxou o namorado pela porta eletrônica que abriu.

Assim que Butters girou a chave, Kenny sentiu aquele ponto de calor em seu peito aumentar. O local era simples, mas havia calor e aconchego, um frigobar e uma televisão, ele percebeu que uma porta extra estava aberta com um pedaço de uma banheira rústica aparecendo.

— Leo... eu não... você não precisava fazer isso... deve ter custado uma fortuna...

Butters largou a mochila em uma poltrona, seus olhos alcançaram Kenny.

— Então, vamos fazer bom-proveito, sim...? — Ele jogou os braços por cima dos ombros do outro loiro. — Não permita que seja em vão...

Kenny ainda estava estático demais para raciocinar, mas havia pontas soltas demais ali, impedindo-o de aproveitar o momento.

— Seus pais...

— Eu disse que dormiria no Bradders. — Butters cortou. — Os pais dele estão em uma viagem. E os seus pais... não creio que eles notarão a sua falta... mas Karen dirá alguma coisa..

E assim, Kenny sorriu, satisfeito por Butters ter pensado em tantas coisas. Ele se deixou beijar, o corpo expandindo calor, independente do aquecedor do quarto.

 

 

 

 

 

Na casa dos McCormick, Karen terminava de secar cabelo com a última toalha seca. Ela notou a tela do celular ligada, e viu que tinha uma mensagem, ainda pensando na tarde que tivera com seus amigos, correu e se atirou na cama, mas a mensagem não era de nenhuma das pessoas que estivera com ela mais cedo.

“Oi, aqui é o Butters! Ken ficará comigo esta noite, entrego ele para você pela manhã!

A propósito, você ainda gosta de pelúcias?

Beijinhos, Butters”

 

Um emoji de lábios pressionados e um coração terminavam a frase, Karen não pôde evitar de sorrir.


Notas Finais


Oieeeee!!

O Enredo Bunny se apresentando cada vez mais, nem acredito que tantas coisas que estão aí, eu escrevi quase 3 anos atrás num caderno com anotações para "caso um dia eu viesse a escrever uma fic clichê de High School" 😭💘😭
Meus bebês tão lindos...!!

Creek e Style só reafirmando que são lindos... ai ai...😁 😍
Aliás, Kyle manhoso & Stan cuidando dele + Tweek com Craig no colo é a coisa mais maravilhosa que eu já escrevi na minha vida! 💘

Se você leu até aqui, deixe um comentário, prometo responder em breve!!

Mil Bjs,
Vivi


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