História Quero Você - Estou com medo

LEIAM AS NOTAS INICIAIS

Fiquei o olhando ir, ele sempre foi assim, carismático com todos, era difícil vê-lo ignorar alguém, tirei minha atenção dele, quando ouvi Jonathan me chamar.

--desculpa, pode falar –me escorei ao seu lado no seu carro, e cruzei os braços.

--como estão as coisas¿ -ok, acho que não era bem isso que ele queria falar, talvez só um pretexto pra falar comigo.

--acho que normais –dei de ombros, e ele me olhou.

--sentimos sua falta –ele falou baixo, e eu fiquei sem reação. –eu sei que você esta feliz com o Paulo, mas eu sinto muito sua falta, Pietro sempre pede de você, e toda vez eu me arrependo.

--foi você que quis assim, eu estava disposta a deixar tudo e ficar com vocês, mas você não quis –eu já podia sentir meus olhos arderem por causa das lagrimas.

--eu sei, mas... –ele parou e me olhou. –como se sentiria se eu dissesse que a melhor amiga da minha irmã gosta de mim¿ -perguntou e eu abaixei a cabeça. –esta vendo você também não gostaria.

--não logico que não gostaria, mas não foi pro esse motivo que brigamos.

--e qual foi então¿

--você não ter aceitado o fato de eu vir pra cá. Jonathan você já pensou se você tivesse aceitado¿ como tudo seria diferente, e como a gente poderia ainda estar junto¿

--duvido que a gente estaria junto.

--e porque duvida

--porque você esta com o Paulo.

--porque você fez com que eu conseguisse te esquecer, eu me aproximei muito dele em todo esse tempo que estive aqui, e demorei pra te esquecer... e serio quando eu consigo, você volta... –falei já deixando lagrimas escaparem.

--você já me esqueceu¿ -perguntou, ele estava triste, isso era notável.

--não completamente –o olhei e vi seus olhos brilharem, e um sorriso surgir. –mas nós não temos mais nada, a única coisa que nos liga e o Pi –falei e olhei pro Pietro que estava dando risada junto com o Lucas.

--você ouviu o que eu falei antes de você desligar o telefone¿ -estava com medo de dizer que sim, mas mesmo assim assenti. –não esquece por favor, o tempo pode passar, podemos ficar com outras pessoas, mas meu amor por você, nunca vai mudar –ele passou a mão por meu rosto e eu fechei os olhos apenas sentindo meu toque.

Senti ele parar em minha frente, continuei de olhos fechados, senti ele se aproximar fiquei com receio de que ele fosse me beijar, mas ao contrario do que eu achei, senti seus lábios em minha testa, abri os olhos, senti seu perfume e ele me abraçou, retribuiu o abraço, olhei pra cima e pude ver ele de olhos fechados, e pressionando os lábios tentando segurar o choro, me ergui e dei um beijo no canto da sua boca.

--preciso ir –sussurrei, e ele assentiu, seco as lagrimas e fomos ate o carro do Lucas.

Bati no vidro e Pietro olhou assustado, mas logo sorriu, abri a porta e o peguei no colo.

--só vou dizer tchau Lucas, e já vamos –ele assentiu, fechei a porta. –mamãe tem que ir meu amor, mas não demoro pra te ver ok¿ -ele assentiu e me abraçou forte pelo pescoço.

--te amo mamãe –ele falou e eu o enchi de beijos, e pude ouvir sua gargalhada falha sorri e o abracei.

--também te amo anjo, mas agora você tem que ir, esta ficando tarde, e você já devia estar na cama –ele riu e me deu um beijo na bochecha, o soltei no chão.

--temos que ir Pietro –Jonathan falou e ele assentiu, pegou na mão do pai, e acenou pra mim, Jonathan me olhou e sorriu, e sibilou um eu te amo, sorri e entrei no carro.

--calma Lucas ainda não podemos ir.

--como¿

--Lucas ele falou que me ama, e que não importa o tempo que passe ele sempre vai me amar –disse já chorando.

--você quer ir lá em casa, acho que você chegar assim na sua casa não vai dar certo.

--vou ligar pro Paulo –falei e ele assentiu.

Paulo: oi amor, esta demorando pra vir... –o interrompi.

Eu: Paulo eu não vou pra casa hoje.

Paulo: e vai aonde¿ amor você estava chorando¿

Eu: vou na casa do Lucas, e eu estava, Lucas me contou uma coisa que aconteceu com ele, e eu chorei junto, e ele precisa de mim, não se preocupa –ri, e ele riu debochado.

Paulo: serio que você vai deixar de vir pra casa, por causa desse garoto¿ fala serio Emanuelle –ele parecia bravo.

Eu; Paulo eu não quero brigar, então é melhor eu desligar.

Paulo: não você não vai desligar... –desliguei, eu não estava afim de ouvi-lo brigar comigo, não era disso que eu precisava.

--podemos ir –falei e fomos em silencio.

Fui o caminho todo chorando, Jonathan havia me deixado confusa, foi como se o que eu sentisse por ele tivesse surgido junto com toda a surpresa de suas palavras, chorei também por saber que agora eu estava brigada com o Paulo, não seria fácil pra mim conversar com ele, ele jamais entenderia.

--amiga, vem –me despertei com o Lucas me chamando.

Sai do carro e fomos pro elevador, Lucas me abraçou pela cintura, e passei os meus braços pela sua cintura também e chorei um pouquinho. O elevador abriu e demos de cara com os vizinhos do Lucas, eram dois garotos muito lindos, um moreno e outro loiro.

--boa noite Lucas –eles falaram, e Lucas respondeu simpático.

--quem é a gatinha ai cara¿ -perguntou o loiro.

--é uma amiga minha...

--amiga sei –ele falou e os dois riram. Revirei os olhos e puxei Lucas pro seu apartamento. Empurrei Lucas pra dentro do seu apartamento e olhei pra fora, os dois me olhavam.

--sou comprometida, e muito bem comprometida lindos –falei e entrei no apartamento do Lucas. –já pegou algum deles¿ -perguntei e ele riu tirando a camisa.

--ele não sabem que eu sou gay –fiz careta e ele riu. –vem eu tomo banho e te empresto alguma camisa minha pra você dormir.

--ai Lucas você esta sendo um anjo pra mim –o abracei e ele sorriu.

--sempre que precisar amiga.

Subimos pro quarto dele, ele pegou uma camisa comprida dele e uma calça de moletom e me entregou, foi pro banheiro e eu me troquei, quando estava pondo a camisa ele sai do banheiro.

--garota que roxos são esses no seu corpo¿ - perguntou e eu me virei, ele estava de samba-canção.

--onde¿ -perguntei e olhei pro meu corpo, e vi marca de mãos em minha cintura. –ah sabe como é né, ter alguém como o Paulo em casa –falei sem graça.

--você tem que me empresta seu bofe pelo menos por uma noite –ele se deitou e eu me joguei do lado dele na cama.

--desculpa, mas esse bofe é só meu, pelo menos por enquanto –falei e já senti meus olhos marejarem.

--porque amiga¿ -agora ele estava bem gay.

Lucas era assim, na frente dos outros ele agia como um garoto, mas perto de mim, ele agia como gay, como ele é, e eu confesso que adoro ele bem mais assim, com ele não tem essa coisa de safadeza, a não ser quando ele fala do Paulo, mas não é algo que eu precise me preocupar.

--tenho certeza que ele esta bravo, porque desliguei na cara dele.

--e porque você fez isso¿

--porque ele ia fica me enchendo, e eu não estou com cabeça pra isso.

--vai me fala o que você tanto falou com o Jonathan¿

--ele falou que esta arrependido, que sente minha falta, falou que não importa se estivermos com outras pessoas, ele sempre vai me amar, e eu estou confusa amiga, parece que todo aquele sentimento que eu tinha por ele, e pensei estar recuperada, voltou a tona, eu amo o Paulo, ele é tudo pra mim, mas eu... eu estou confusa Lu –falei chorando e ele me abraçou forte.

--eu não sei nem o que falar amiga.

--só me abraça –ele me abraçou mais forte, e eu continuei chorando e acabei dormindo.

(...)

Acordei e tateei ao meu lado Lucas não estava, peguei meu celular e eram quase dez horas, levantei, e fui pra cozinha, a mesa estava arrumada, peguei meu celular que estava cheio de mensagens e abri a do Lucas.

Lucas: toma café, não se estressa, vou pro almoço, e depois te levo pra casa, se cuida amiga.

Sorri e abri as outras mensagens de voz do Paulo.

Paulo: que bonito né Emanuelle, desligar na minha cara é a coisa mais linda do mundo.

Paulo: você sabe que eu odeio esse seu amigo, não sei porque você insiste em ir na casa dele.

Paulo: você também sabe que eu odeio que desliguem na minha cara, porr* Emanuelle...

Paulo: quando você chegar em casa vamos conversar.

Paulo: ME LIGA PORR*, NÃO FAÇA EU FICAR COM RAIVA.

Apaguei as mensagens de voz, e sequei as lagrimas, senti alguém me abraçar e eu me virei assustada.

--ele esta realmente bravo –Lucas falou ainda abraçado a mim.

--eu estou com medo Lucas, ele nunca falou assim comigo, nunca ficou com tanta raiva de mim.

--calma amiga, não se preocupa, quer que eu te leve pra casa, nos vemos na faculdade, e qualquer coisa você me liga e eu falo que você estava doente.

--tudo bem.

--vai se trocar enquanto eu esquento uma pizza pra gente comer –assenti e subi correndo, fui ao banheiro fiz minhas higienes que eu não tinha feito antes, e quando sai Lucas tava se trocando.

Não tem como negar, Lucas é o gay mais lindo que eu já vi na minha vida, ele tem um corpo super definido, ele é muito gostoso –agora me diga qual o gay que é feio¿ geralmente os gays são mais lindos dos que os que não são.

Lucas terminou de se trocar, e eu coloquei a roupa de ontem a noite, descemos comemos e ele me levou ate em casa. Parou o carro enfrente ao meu prédio e eu suspirei.

--já sabe né¿ qualquer coisa me liga, me avisa, se quiser posso ate vir te buscar e você passa essa noite lá comigo de novo –assenti e lhe dei um beijo na bochecha, sai do carro e entrei no prédio, logo em seguida no elevador, apertei meu andar, e pareceu ter passado um século, o elevador abriu e eu sai, abri a porta e entrei dando de cara com uma cena não muito agradável. 

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