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História Questão de Escolha - Algo Curioso


Escrita por: LucyFrancesTimm

Notas do Autor


Voltei com mais um capitulo, que delicinha! hahaha
Espero que curtam esse daqui, está saindo do forno!

Capítulo 7 - Algo Curioso


Eu, Melanie e Claire corríamos pelas ruas de Gotham quase caindo a cada passo. O tempo havia nos pego de surpresa, e para o azar de uma de nós fora justo logo depois de um longo processo no salão. 

—Mas que merda! -Melanie gritou quando paramos embaixo de um toldo de uma loja de roupas. Ela olhou furiosa para nós duas, segurando o cabelo. -Olha isso!  

—É só secar depois. -Claire debochou. Se abaixou e conferiu os cadernos de desenho que sempre levava em sua bolsa. -Meus cadernos estão a salvo, isso que é importante. -Olhou pra mim. -E o seu celular, Lucy? 

—Está funcionando ainda. -Olhei a tela e testei o toque. -Não sei como, mas está. 

—Perder um celular desse não é problema. -Melanie olhava seu próprio celular. -O meu pai me mataria se esse quebrasse. 

—Nem todo mundo tem um produto tão caro. -Claire revirou os olhos. -Ainda bem que esqueci o meu. 

Olhamos em volta. Um táxi se aproximava. 

—Vamos pra minha casa. -Melanie fez sinal para que o carro parasse. -Preciso salvar meu cabelo do frizz. 

Entramos no carro e seguimos para a casa dela. Durante o trajeto Claire falou sobre fazer um retrato meu. E queria unir a algumas fotos também. 

—Eu iria juntar o desenho com as fotos, o que acha? -Ela perguntou sorridente.  

—Acho que ficaria legal. -Respondi com um sorriso amarelo. -Mas, ainda não sei se seria bom você me pintar. 

—Mas eu quero, por favor. -Segurou minha mão. -Você vai me ajudar com a nota, e ainda posso te fazer famosa quando eu começar a pintar profissionalmente. 

—Até lá Lucy terá cinquenta anos. -Melanie comentou desviando a vista do celular finalmente. -Poderá fazer uma pintura de uma idosa? 

—Então Lucy. -Claire fingiu não ouvir. -Podemos começar assim que chegar na casa dessa loira falsa aí. 

—Loira falsa o cacete! -Irritou-se. Virando no banco pressionando nós duas contra a janela. -Eu sempre fui loira, só fiz algumas luzes! 

—Sem brigas. -Pedi com um sorriso. -Eu aceito Claire, se isso te ajudar. 

—Obrigada, lindinha! -Me beijou na bochecha. 

Senti as mesmas queimarem. 

—Melanie? -A chamei vendo que olhava irritada para a janela. -Melanie? 

—Não fala comigo!  

Eu e Claire nos entreolhamos, pensando a mesma coisa. 

—Melanie. -Cantarolou começando a passar a mão no ombro dela. -Melanie, fala com a gente. 

—Ei, Melanie. -Comecei a puxar a mão dela. -Não faz assim. 

—Me solta, porra! -Ela soltou um ligeiro sorriso. -Sai! -Começamos uma pequena luta, até que ela começou a rir. -Chega! Tudo bem, eu me rendo! 

O carro parou poucos segundos depois, em frente a grande casa. 

Saímos com passos apressados. Tentando de todo jeito nos proteger. 

Quando entramos tiramos os sapatos e subimos as escadas lentamente para não escorregar no mármore. 

—Eu tomar banho primeiro, a casa é minha. 

—Liga o aquecedor pelo menos, estou congelando. -Claire olhou em volta. -Cadê o controle? 

—Em cima da cômoda. -Melanie já entrava no banheiro. 

Enquanto Claire ligava o aquecedor procurei um lugar para me sentar, mas estando molhada fiquei com medo de molhar mais ainda o quarto. 

—Vamos ter que sentar no chão. -Falei. 

—Infelizmente. -Sorriu se sentando primeiro. -Ela vai demorar no banho, posso ir fazendo um esboço do seu rosto? 

—Estou horrível. -Protestei. 

—Prenda o cabelo. -Ofereceu uma caneta enquanto mexia na bolsa. -Preciso ter uma ideia do seu rosto no papel, assim consigo desenhar melhor. 

—Tudo bem. -Suspirei. Prendi meu cabelo do melhor jeito que eu podia. -Está bom? 

—Perfeito. -Sorriu. Se posicionou apoiando o caderno no joelho direito. -Fique parada e olhando pra mim. 

Obedeci o que ela pediu. 

Ela começou os rabiscos. 

Xxxx 

Vinte minutos depois Melanie saiu do banheiro. Nos olhou enquanto seguia para o Closet. 

—Começaram sem mim? 

—Você provavelmente nem olharia. -Claire falou sem tirar os olhos do papel. 

Soltei um riso. 

—Na verdade não mesmo. -Retrucou enquanto entrava no pequeno comodo. -Está acabando?  

—Quase. -Claire me olhou. Rabiscou rapidamente e sorriu levantando o caderno. -Aqui está, só precisei retocar os lábios. 

—Deixa eu ver? -Pedi. 

—Claro. 

Segurei o desenho com as duas mãos. 

Ela realmente tinha muito talento, fazendo com que eu pensasse que talvez eu tivesse ficado mais bonita no desenho. 

—Está muito bom. -Elogiei com um largo sorriso. -Pareço até mais bonita. 

—Você é bonita, garota. -Disse. -Não desenho meninas feias, sinta-se lisonjeada. 

—Obrigada, eu acho. 

—Vai primeiro. -Claire disse. -Eu preciso relaxar antes de começar. 

Ela puxou um maço de cigarro. 

—Não sabia que fumava. -Falei surpresa. 

—Acontece com os melhores artistas. -Piscou. -Tem toalhas extras no banheiro, a Melanie te empresta uma roupa. Não é mesmo Melanie? 

—Claro! -Ela saiu do Closet secando o cabelo com a toalha. Tinha colocado um vestido rosa com um laço na cintura. -Pode ir, só não gasta meu xampoo! Veio da França e não sei quando vou ter outro esse mês. 

—Tudo bem, vou tentar. -Sorri.  

Entrei no banheiro e olhei em volta. 

Era bem grande pra uma única pessoa. Com toda certeza maior do que o meu.  

Procurei as toalhas, encontrei elas no armário acoplado a pia. 

Liguei o chuveiro e comecei a me despir.  

Estava desconfortável em tomar banho em uma casa que não era minha, e em ter que usar roupas que também não me pertenciam. Mas tendo uma imunidade tão frágil quanto a que eu tinha, não havia escolhas. Era isso ou duas semanas de repouso. 

Xxxx 

Tentei ser rápida, não demorei nem dez minutos. 

Quando saí, as duas discutiam sobre alguma série que eu não conhecia. 

—Mas que é ruim, é. -Claire disse. 

—Você só diz que odeia pelo trauma daquele filme B sobre vampiros. -Melanie retrucou. -Acredite, essa série não é que nem no filme. 

—Não mesmo, são dois vampiros e não um vampiro e um lobo. 

—Cansei. -Suspirou, me olhou olhando tudo com um sorriso debochado. -O que acha sobre isso Lucy? 

—Nunca vi nenhuma série sobre vampiros. -Respondi. -Não posso me pronunciar.  

—Que seja. -Revirou os olhos. -Deixei uma camisola minha pra você no closet, pode ficar com ela se quiser não uso mais. Mas vai ter que se virar com a roupa de baixo. 

—A minha não está tão molhada, posso usar até chegar em casa. -Retruquei. 

—Ótimo, pode ir. 

—Obrigada. 

—Não por isso. 

Entrei devagar no closet. 

Era quase do mesmo tamanho que o banheiro. Só que parecia menor pelo montes de roupa nas prateleiras e cabides. 

Fiquei deslumbrada admito. 

Tudo o que eu tinha era um pequeno closet, que quase não comportava minhas poucas roupas. 

Peguei a camisola que Melanie havia me deixado. 

Era branca e chegava até perto de minhas canelas, as mangas tinham um leve efeito bufante chegando até os pulsos onde ganhavam pequenas rendas. 

Acho que entendi o motivo de Melanie não querer mais ela. Talvez fosse comportada demais para o seu estilo. Não que fosse vulgar, mas ela tinha algo de sensual usando os jeans apertados que ia para a escola. 

Me vesti com certa agonia sentindo minha calcinha gelada.  

Ao terminar saí e encontrei Melanie pronta para ligar o secador enquanto Claire entrava no banheiro. 

—Serviu bem em você. -Ela disse me olhando antes de ligar o secador. -Bem comportada, como você é. 

—Achei que me deixou com cara de garota vitoriana. 

—E deixou. -Sorriu erguendo as sobrancelhas. -Mas é um estilo que cai bem em você. 

Ligou o secador deixando impossível mantermos uma conversa. 

Me sentei na cama e busquei meu celular no fundo da bolsa. 

Precisava avisar minha tia. 

"Estou na casa da Melanie, volto antes de escurecer." -Digitei na mensagem. 

Com todas secas e arrumadas novamente Claire exigiu que começássemos a pintura. Enquanto isso Melanie foi para o computador. 

—Mesmas regras. -Ela disse. Enquanto arrumava meu cabelo puxando-o para um lado. -Parada e olhando pra mim. 

—Olá garotas. -Uma voz masculina disse. 

Olhamos para a porta. 

Era um homem alto, moreno e vestia um terno acinzentado. 

—Oi pai. -Melanie se aproximou e o beijou na bochecha. -Essa é a Lucy, a garota nova na escola que eu e falei. 

Se olharam por um momento, até que ele se virou pra mim e se aproximou. 

Me levantei rapidamente estendendo a mão. 

—Jonny Frost. -Ele disse. 

—Lucy Timm. -Respondi com um meio sorriso. -É um prazer, senhor Frost. 

—Me chame de Jonny apenas. -Sorriu. -Espero que Melanie esteja sendo uma boa amiga. 

—É sim. -Sorri olhando para ela.  

—Ainda desenhando Claire? -Ele olhou para ela diferente. -Faz tempo que me prometeu um desenho. 

—Eu sei, Sr. Frost. -Sorriu. -Mas eu ainda não terminei. 

—Entendo. -Foi saindo. -Eu vim pegar alguns papéis para o meu chefe. Se não nos encontrarmos antes de irem, até mais. 

—Até mais. -Claire e eu falamos juntas. 

—Até pai. -Melanie o deu outro rápido beijo na bochecha. 

Ao sair todas voltamos ao nossos lugares. 

—Seu pai parece legal. -Comentei me ajeitando na cama novamente. 

—Ele é, só é muito ocupado. -Ela se apoiou na mesa, chegando bem perto da tela. -Ainda vou convencer ele a pedir um aumento. 

—Tem que convencer o chefe dele. -Claire debochou. -Vamos lá Lucy. 

—Tudo bem. 

Xxxx 

Passei a tarde sem mover quase nenhum musculo. 

Quando a chuva começava a parar Claire dava os últimos retoques. 

—Quase. -Comentou ela movendo rapidamente o lápis sob o papel. -E, pronto! 

—Posso me mexer? 

—Agora sim. 

Soltei o corpo e respirei fundo. 

—Vamos tirar algumas fotos do seu rosto. -Ela pediu. -Eu termino tudo em casa. 

—Tudo bem. -Sorri cansada. Olhei para Melanie, ela estava vidrada no computador. -Melanie? 

—Oi, estou vendo minha série, espere um pouco. -Fez um sinal com a mão.  

—Posso usar a sua Polaroid? -Claire pediu. 

—Pode pegar. -Retrucou sem interesse. 

Claire revirou os olhos e buscou a câmera em uma das prateleiras penduradas. 

—Quero um leve sorriso. -Disse ela me olhando. -Estilo Monalisa. 

Fiz o que ela pediu, sem ter certeza se estava bom. 

Ela tirou quatro fotos. 

—Acho que acabamos por enquanto. -Disse sorrindo pra mim, enquanto me abraçava pela cintura.  -Abusei demais de você? 

—Um pouquinho. -Brinquei correspondendo o abraço. -Preciso ir embora. 

—Por que não dorme aqui? -Melanie sugeriu finalmente desviando a atenção do computador. -Vocês duas. 

—Não sei se minha tinha iria permitir. -Falei. 

—Eu ligo pra ela! -Se levantou da cadeira. Pegou meu celular e começou a olhar. -Ela não vai negar, e você sabe disso. Não tente fugir de mim! -Colocou a chamada em modo alto-falante. -Alô? 

—Alô, quem é? —Minha tia perguntou do outro lado da linha. 

—Meu nome é Melanie, não tenho certeza se Lucy lhe contou sobre mim. -Começou ela. -Eu queria pedir sua permissão para que ela dormisse aqui em casa essa noite. 

—Ela me contou sobre você. —A voz da minha tia ainda demonstrava que estava estranhando a situação. -Ela está aí? 

—Tia, estou aqui. -Me aproximei. -Posso? 

—Você não levou roupas, ou escova de dente. -Preocupou-se. 

—Eu emprestei um pijama meu. -Melanie se adiantou. -Quanto a higiene pessoal dela posso garantir que estará do mesmo jeito que em casa. 

Um momento de silencio. 

—Tudo bem. -Ela suspirou. -Mas só por ser sexta-feira. Quero você em casa antes do almoço, está bem? 

—Tudo bem. -Confirmei. 

—Farei com ela esteja aí logo pela manhã. -Melanie acrescentou. -Obrigada senhorita Timm. 

—Por nada. Se cuide Lucy, tchau. 

—Tchau, tia.  

—Foi fácil. -Claire disse encrespando o cenho. -Ela confia em você mais do que a minha mãe e o pai da Melanie juntos. 

—Ela gosta da ideia de eu ter amigas. -Me sentei na cama. -Acha que isso pode me ajudar na terapia contra ansiedade. 

—E você também é uma boa moça. -Melanie piscou. -Tudo bem garotas, teremos uma festa do pijama! 

Um raio cruzou o céus, logo um trovão fez um barulhento estrondo. 

—Se a luz não acabar. -Claire começou a rir. 

Rimos juntas. 

—Vamos descer, quero ver um filme na sala especial.  

—Sala especial? -Perguntei. 

—Temos um cineminha aqui, mon amour. -Brincou me puxando pela mão. -Vamos logo! 

—Vai ser de terror, não vai? -Brinquei. Lembrando de ter avisado as duas que odiava esse tipo de filme. 

—Ah vai sim! -Falaram juntas. 

—Eu mereço. -Falei rindo. 

Vimos um filme bizarro que envolvia gêmeas e uma floresta. Admito que esse não me assustou tanto, mas dei bons pulos. 

Quando fomos dormir Claire estava praticamente no terceiro sono. E levá-la para cima não foi fácil. 

Colocamos em um quarto de hospedes.  

Melanie mostrou-me que havia outro logo a frente. 

—Eu queria que a gente dormisse junto. -Reclamou acendo a luz. -Mas a palhaça ali estragou tudo. 

—A gente pode tentar uma outra vez. -Sorri sonolenta.  

—Vai ficar bem? 

—Vou sim.  

—Então vou indo. -Me beijou no rosto. -Até amanhã. 

—Até amanhã. 

Fechei a porta e segui direto para a cama. Me escondendo do ar gelado que se espalhava pelo quarto. 

Olhei no criado mudo, havia um controle para a televisão e outro que parecia ser do aquecedor. 

Não me ousaria a usar, mas estava começando a esfriar. 

Liguei e depois de alguns instantes senti o ar quente. 

"Bem melhor". —Pensei comigo mesma. 

Me deitei e tentei relaxar. 

Logo conseguir cochilar, fui acordada por um barulho no corredor. 

Me mantive parada, mas meus olhos estavam abertos. 

Passos. 

Cada vez mais perto da porta. 

Me sentei na cama, olhando para a fresta. 

Havia alguém parado na porta. 

—Melanie? -Sussurrei. -É você? 

Sem resposta. 

Me levantei da cama devagar. 

Abri a porta, mas não encontrei ninguém. 

Olhei o corredor, nada. 

Senti um impacto forte nas minhas costas, como se fosse um empurrão. 

Me virei rapidamente. 

—Quem está aí? -Aumentei a voz. 

Outro empurrão. 

—Melanie, Claire isso não tem graça. -Falei. 

Senti algo tocando meus pés.  

Olhando para baixo encontrei uma pena preta. 

—Que merda é essa? 

Mais penas apareceram, como se o vento estivesse as trazendo. 

Mas não havia vento. 

E como essa pena chegou ali? 

—Lucy, o que houve? -Claire me assustou tocando meu ombro. -Você está bem? 

—Não sei. -Olhei para minha mão. A pena havia sumido. -Achei que vi uma coisa. 

—Não está assustada pelo filme? -Perguntou abrindo os olhos mais um pouco.  

—Talvez sim. 

—Quer dormir comigo? Assim não fica com medo, e me deixa dormir também. 

—Desculpa. 

—Tudo bem. -Sorriu. Me segurou pela cintura. -Vem, vamos dormir. 

Antes de entrar olhei mais uma vez para o corredor. 

Não havia nada. Nem mesmo a pena. 

Talvez os calmantes não fossem tão leves assim. 

Me deitei na cama, de frente para Claire. 

Ela já havia fechado os olhos. 

—Relaxa. -Segurou minha mão. -É só um filme. 

Sorri por ela tentar me ajudar. 

Mas eu já havia começado a criar teorias em minha mente, tantas que fizeram minha cabeça doer. 

"Pare de ser esquisita". -Pensei. -"Talvez os calmantes não são tão leves" 

Respirei fundo. 

Fechei meus olhos. 

Precisava dormir. 


Notas Finais


O que acham?
Algumas coisas estranhas e curiosas nesse capitulo aconteceram! hehehe
O jeito da fic tá mudando, bem aos poucos, então fiquem atentos!
O que acham que tem de errado? Foi o filme ou os remédios?
~Beijinhos Venenosos!


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