***
Lucy guiava Natsu até uma modesta casa em estilo oriental, devido a pressa ele não havia conseguido ler a placa que havia em frente da residência. Provavelmente ela aprontaria mais uma com ele, sem sombra de dúvida.
- Mira-san! – Lucy soltou a mão dele e correu abraçando uma bela mulher de longos cabelos alvos, aquela cor realmente a deixava bonita.
- Lucy que bom que veio! Já estava achando que você havia nos esquecido – Mirajane Strauss possuía um corpo esbelto e seios fartos, os cabelos ondulados soltos a deixavam com um ar de bondade combinados com um singelo sorriso que ela dava a todos.
- Desculpe! Esses últimos dias estão sendo cansativos – disse e se afastou dando visão para Natsu que estacionou ao seu lado. – Mira-san esse é o Natsu – apresentou formalmente e ele a cumprimentou. – Eu o trouxe pra conhecer o asilo.
- É um prazer Natsu-san – com um sorriso simpático Mira o recebeu. – E seja bem-vindo a Casa Doce Tempo e Lucy fique à vontade, preciso verificar se o jantar está sendo feito – ainda com um sorriso carinhoso ela os deixou.
- Venha Natsu – Lucy pegou a mão dele e eles adentraram uma sala, era bem espaçosa e possuía umas trinta e poucas pessoas que em sua maioria era de cabelos grisalhos.
- Aqui é um asilo? – Natsu se pegou observando curioso para as pessoas ali.
- Sim, faço trabalho voluntário aqui – Lucy sorriu o observando. – Quando você disse que tinha medo de envelhecer fiquei pensando no que eu poderia fazer, então me lembrei de uma pessoa, é como dizem por aí a terceira idade é a melhor – eles pararam próximo a uma poltrona onde um senhorzinho fazia palavras cruzadas. Ele aparentemente era baixinho e devia ter por volta de 80 anos na visão de Natsu. – Vovô Makarov – ela o chamou calmamente.
- Lucy-chan! – o mais velho sorriu aberto para ela. - Como sempre seu corpo continua ótimo – declarou com o rosto rubro.
- É um velho tarado – cochichou Natsu no ouvido da loira que soltou uma breve risada.
- Vovô este aqui é o Natsu – ela o apresentou e logo eles já estavam conversando.
- Então o senhor a deixou ir? – Natsu perguntou curioso após ouvir uma das muitas histórias de vida daquele velho homem.
- Sim. Eu não poderia obriga-la a ficar – Makarov sorriu em nostalgia. – Eu a amava e por isso a deixei livre e não me arrependo disso.
- Uau foi uma bela história – Natsu sorriu e olhou em direção de Lucy que fazia crochê com uma senhora um pouco afastado dele.
- Lucy-chan parece ser especial para você – o velho observou as feições jovens de Natsu. – Você será capaz de deixa-la ir?
- Não sei – Natsu baixou o olhar pensativo.
- Nós aqui com certeza sentiremos a falta dela, mas a apoiamos nisso. É pelo futuro dela afinal de contas. Vocês crianças devem ser livres para voar e tomar suas próprias decisões.
- É – Natsu concordou com um leve sorriso, ainda não sabia como seria na hora do adeus, mas não queria sofrer com antecedência. – Vovô e sua família?
- Todos aqui são minha família Natsu. Família são todos aqueles que te acolhem e que ti querem bem – comentou com sua sabedoria anciã. – Mas também tenho um bom neto que ajuda a manter esse lugar e que me deu uma bela neta, Mira-chan casou com ele – sorriu todo orgulhoso e Natsu também sorriu. Quando entrou ali pensou que se sentiria incomodado, porém havia gostado de conversar e ouvir as histórias de vida do vovô Makarov, era até muito divertido.
Natsu e Lucy caminhavam até o estacionamento num silêncio agradável, eles estavam de mãos dados e só se separaram quando chegaram no carro, porém Lucy andou pra longe do veículo.
- Lucy? – ele foi até ela que estava agachada com alguma coisa no colo. – O que é isso?
- É um gatinho – ela estava com o bichano filhote no colo e fazia com cuidado carinho nele.
- Gato... – Natsu sentiu as mãos suarem e seu coração acelerar um pouco além do normal.
- Porque tem medo de gatos? – ela questionou sem olhá-lo enquanto aconchegava o pequeno em seu colo.
- Não tive boas experiencias com eles na infância – respondeu sem mais detalhes. Quando Natsu tinha quatro anos ele amava brincar com o gato da vizinha, porém certa vez o bicho enfezado o arranhou fortemente, para uma criança aquilo havia sido assustador e lhe deixado não apenas o trauma como também uma pequena cicatriz no pescoço.
- Mas você não está mais na sua infância – Lucy se levantou e estendeu o bichano para ele que recuou sem ação. – Ele é filhotinho e não vai te machucar – Natsu se aproximou e estendeu as mãos para receber o pequeno. Era um gato cinza azulado, não sabia muito bem distinguir sua cor devido ao local mal iluminado. Ele se assustou quando o bichou começou a miar. – Acho que ele está com fome – Lucy olhou para os cantos para ver se via a mãe do gatinho, provavelmente ele havia sido abandonado por ali. – Você deveria ficar com ele – ela disse enquanto Natsu olhava o pequeno se aconchegar em suas mãos grandes.
- Ele parece bonzinho – Natsu sorriu e tocou com o dedo indicador a cabecinha do gato. – Acho que não é má ideia ficar com ele. Como devemos chama-lo? – eles começaram a caminhar rumo ao carro.
- Que tal Happy? – sugeriu Lucy.
- Happy?
- Sim, porque você parece ter ficado muito feliz agora – ela respondeu sorrindo enquanto ele ficara um tanto corado.
Eles finalmente haviam chegado ao apartamento de Natsu, ele deixou as sacolas de compras sobre a mesa, haviam passado numa petshop para comprar algumas coisas para o novo membro da casa, além de passar com o veterinário para verificar a saúde do bichano.
- Você deveria preparar nosso banho enquanto coloco comida pro Happy e o coloco pra dormir – disse Natsu já abrindo uma lata de comida pro bichinho.
- Então te espero na banheira – Lucy piscou e foi rumo ao banheiro prepara o banho. Ela colocou alguns sais de banho na água e também um pouco de sabonete líquido para fazer espuma e esperou a banheira encher enquanto tirava suas roupas.
- É uma visão maravilhosa – Natsu estava parado na entrada do cômodo e a observava detalhadamente.
- E vai ficar apenas olhando? – ela lhe deu um sorriso caloroso enquanto fazia um coque folgado nos cabelos e logo em seguida entrando na banheira. – A água está perfeita – comentou trazendo com as mãos mais espuma para seus seios. Natsu riu e logo se despiu e entrou na banheira ficando de frente para ela.
- Sinto meu corpo relaxar – comentou ele pegando uma esponja e passando em uma das pernas de sua garota que ele havia deixado descansar erguida em seu ombro.
- Que gentil – Lucy queria guardar em sua mente aqueles momentos maravilhosos com Natsu. – Hum e o Happy dormiu? – puxou conversa.
- Levy chegou e ficou toda empolgada com o bichano, disse até que ele dormiria em seu quarto – ele deu um breve sorriso. – Obrigado por tudo que você fez por mim esses últimos dias – disse sincero e deu um beijo no tornozelo dela a fazendo rir.
- Isso faz cocegas – ela se afastou um pouco apenas para se acomodar entre as pernas dele, Natsu tinha a visão das costas dela contra seu peito. Lucy sentiu as mãos deles envolver sua cintura e sua cabeça descansou em seu ombro.
- Faltam cinco dias para você ir embora – disse baixinho ainda com o rosto na curvatura do pescoço dela.
- Vou sentir sua falta Natsu – ela confessou acariciando os cabelos dele.
- Eu também vou sentir sua falta Lucy – Natsu queria pedir para ela não ir, mas que direito tinha em atrapalhar a vida de uma pessoa? Mesmo que seu coração doesse ele reprimiria suas emoções. Era o correto a se fazer, certo?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.