História Racing For You - Camren - Montreal

Acordei com o despertador do Shawn tocando às cinco e meia. Nós dois acordamos rapidamente e nos trocamos para irmos embora de Mônaco. Agora iríamos para o Canadá. Ele tem uma corrida em Montreal e estava feliz por estar em casa. Shawn adorava correr no Canadá porque ficava hospedado na casa dos pais.

Antes de entrarmos no aeroporto uma chuva de flashes foi disparada. Muitas pessoas pedindo autógrafos do Shawn e algumas pedindo autógrafos para mim, mas assim que entramos no lugar os seguranças barraram todos.

Fizemos os procedimentos necessários e logo estávamos embarcando no avião.

Depois de ficar nove horas no avião, chegamos a Montreal. A família Mendes já esperava eu e Shawn no portão de desembarque.

Karen segurava uma plaquinha pequena escrita “Mendes e Cabello" e Manuel mexia no celular, sem nem perceber que nós tínhamos chegado.

— Meu filho! — Karen correu para abraçar Shawn. — Que saudades meu bebê! — ela beijou Shawn milhões de vezes.

— Também estava com saudades, mãe. — Shawn beijou o topo da cabeça da mãe.

— Cuidou bem dele, Camilinha? — ela olhou para mim.

— Claro que sim — fiz carinho na mão de Shawn.

— Que bom que posso confiar em você, querida. Porque, se depender desse ai, ele vive só na academia, não faz mais nada, nem come direito! — Karen deu um tapa no braço do filho e depois me deu um abraço. — Manuel, venha ver seu filho — ela chamou o marido.

Manuel pareceu despertar de um transe e sorriu ao olhar para Shawn e eu. Veio em nossa direção e abraçou o filho primeiro.

— Segundo lugar, filhão! Lembro de você correndo no kart e ver você chegar em segundo é tão gratificante. Parabéns!

— Obrigada, pai. Mas eu chego em primeiro em Montreal — Shawn disse, confiante.

— Eu sei que você consegue — meu sogro disse e se virou para mim. — Camilinha. — ela abriu os braços.

— Manuel — fiz o mesmo e o abracei.

Eu tinha uma relação muito boa com os pais do Shawn, eles gostavam de mim e eu gostava deles.

Isso foi muito bom. Lembro de ter ficado com um pouco de medo antes de conhecê-los, mas Karen e Manuel são uns queridos.

Saímos do aeroporto e fomos para casa dos Mendes. A casa não era enorme, mas era um sobrado de quatro quartos.

Shawn já vinha de uma família rica antes de entrar para a Fórmula 1. Desde pequeno seu pai já o incentivava a entrar para o mundo automobilístico. Não entendo porque exatamente, mas Manuel sempre adorou Fórmula 1.

Quando chegamos na casa, Manuel disse que tinha feito um bolo de nozes e que queria que nós provássemos, então nós quatro tomamos café da tarde conversando muito sobre a corrida em Mônaco.

— O que você sabe dessa Jauregui, Shawn? — Manuel perguntou. — Ela é muito misteriosa…

— Sei que o pai dela é bilionário e comprou a McLaren para ela poder competir, ele se chama Daniel Jauregui, vive andando pelos boxes e trailers, mas nunca assiste à corrida. Também sei que ela andava de kart desde pequena, assim como eu. Mas eu não sei mais nada, não sei quem é a mãe dela, se ela é casada, quem são os amigos, nem nada. Ela é realmente misteriosa, pai.

— Confesso que ela me surpreendeu muito. Nunca vi uma mulher correr, então ela correr tão bem me surpreendeu muito mesmo.

— Acredite, me surpreendeu também. — Shawn disse, parecendo estar com o pensamento em outro lugar.

— Bem, vamos tirar a mesa. — Manuel se levantou e começou a tirar os pratos.

— O quarto de hóspedes já está pronto para vocês. — Karen sorriu, educada.

— Obrigada. — sorri em resposta.

— Obrigada, mãe.

[...]

Meu celular tocou às três da tarde. Não fazia ideia de quem poderia ser, e quando vi de quem era a ligação, fiquei até com medo de atender e ser uma notícia ruim. Dinah nunca me ligava, só mandava mensagem.

Atendi e esperei ela falar alguma coisa.

— Chancho, abre a porta, infeliz! — ela praticamente gritou.

— Que porta, Cheche? Eu estou em Montreal, na casa do Shawn — falei, confusa.

— Exatamente. Eu estou na frente da casa e estou ficando cansada. Abre a porta, Camila. — ela disse e desligou na minha cara.

Como Dinah era dramática! Pelo amor de Deus.

Fui até a porta e abri. Vi Dinah com uma roupa de verão e o cabelo mais curto do que a última vez que eu a vi.

— Você não pode aparecer na casa dos meus sogros, Dinah. Isso é falta de respeito comigo, pô.

— Eu não estou na casa dos seus sogros, estou na casa dos pais do meu amigo. É diferente, querida. — ela disse e entrou na casa.

Revirei os olhos.

Dinah e Shawn são muito amigos, se conheceram por causa de uma ex-namorada dela e não se separaram mais. Dinah que me apresentou a ele.

— Karen e Manuel não estão em casa — disse quando ela começou a procurar por algo na cozinha.

— Ótimo, vamos sair também, ver Montreal. Preciso de um café. Passei por uma Starbucks vindo para cá, vamos para lá — ela nem me deu chance de responder, apenas me puxou para fora de casa.

Caminhamos até a Starbucks, que nem era muito longe. Dj pediu um latte e nós nos sentamos para esperar o café ficar pronto.

— Dinah, o que você está fazendo aqui? — perguntei.

— Esperando meu café, oshi — ela fez graça.

— É sério, Dee. Você estava viajando com o Paul pela ásia e agora aparece aqui em Montreal me falando que quer um café.

— Eu e Paul terminamos e eu não quis ficar mais lá. Ele até pediu para eu ficar, mas preferia passar o resto das minhas férias com a minha melhor amiga. Fiz as contas e percebi que você ficaria aqui até a semana que vem.

— Você e Paul terminaram?

— Sim, mas está tudo bem, eu já tinha enjoado dele. E outra, ele era muito ruim de cama. — ela gargalhou. Eu não aguentei e ri junto dela.

— Ai Dinah, um dia você ainda se apaixona por alguém.

— Sai fora!

Dinah não para com um namorado, cada hora está namorando uma pessoa diferente. Até estranhei quando ela ficou mais de três meses com Paul.

— Dinah Jane! — o barista chamou por Dinah.

Dinah se levantou e foi pegar a bebida. Vi que ela já flertava com o barista. Essa garota não perde tempo!

— Camila? — ouvi uma voz familiar. — Que coincidência! — olhei para o lado e vi Lauren.

— Oi — me levantei e a abracei. — O que faz aqui? Digo, na cafeteria.

— Eu estava passeando pela cidade e decidi parar para tomar um café. E você?

— Estou acompanhando uma amiga.

— Então chame sua amiga para darmos uma volta de carro comigo — ela disse, animada.

— Dinah, para de fogo no rabo e vem aqui! — gritei e todos olharam para ela, que estava furiosa comigo.

— Precisava disso, Cabello? — ela falou, irritada. — Eu estava quase pegando o número dele.

— Uma noite sem sexo não vai te fazer mal, meu amor. Lauren nos convidou para dar uma volta de carro, vamos?

— Então esse é seu nome, querida? — ela olhou para Lauren. — Prazer, Dinah Jane. Me chame apenas de Dinah. — Dj sorriu. — Claro que vamos. — ela me respondeu.

Nós três saímos da cafeteria e fomos até o carro de Lauren. Achei que ela dirigiria uma McLaren, por causa da equipe, mas, na verdade, ela dirigia um sedan da Mercedes.

Eu fiquei no banco do passageiro e Dinah ficou no banco de trás.

— Então, para onde vamos? — perguntei.

— Não sei. Eu dirijo sem rumo, até achar algo que me interesse. Vocês querem ir para algum lugar? — ela olhou para trás para ver Dinah.

— Acho que não.

— Não.

— Ok então. Ponham seus cintos e nós vamos achar algo interessante para explorar em Montreal. — Lauren disse e ligou o carro.