História Racionalidade em cheque (Madara Uchiha) - Perdão

Madara 

Passei semanas tentando reabilitar a S/n, mas não tive progresso, ela é dependente química se eu não administrar as medicações ela toma tudo de uma vez, não bebo nada perto dela por que se ela ver a garrafa é esvaziada no gargalo em sua garganta. Preciso pensar direito. A minha melhor arma é humana e tem todos os atributos e defeitos como qualquer um da espécie. Então está na hora de rever a rotina: De manhã ela arruma o quarto, faz a higiene pessoal e se alimenta. A tarde faz pesquisas na biblioteca e aprimora suas habilidades com treinamento. Pela noite me ajuda com tarefas domésticas. Eu sei que ela bebe escondida, como se quisesse fugir do próprio corpo, se ela não parar ela vai perecer, pois achei cantís escondidos no guarda roupas, gavetas, embaixo da cama... Está na hora de conversarmos.  Esperei ela chegar em casa sentado na mesa de jantar, estava um pouco impaciente. Até que depois de meia hora ela aparece. 

- Estou em casa! Ela avisa assim que chega. 

- Venha aqui! Eu preciso falar com você. Ela veio até mim e sinalizei para que se sentasse. 

- Algum problema comandante? Ela pergunta se sentando à mesa. 

-  Eu não, você tem 46 e fabricou todos eles em 5 semanas. Eu apontei para os 46 cantís, que encontrei nas coisas dela, todos em cima da pia. - Está planejando morrer de cirrose hepática? 

- Não, eu só faço isso por prazer. 

- Está tentando fugir da realidade mais uma vez. E não é só isso. 

- Olha... Não desiste de mim eu faço qualquer coisa ...

- Eu não desisti de você. Quem desistiu foi você de si mesma, eu não posso te salvar, não tem que fazer nada por mim, não é pra mim que você tem que se recuperar.  

- Eu não tenho palavras. 

- Não existem pessoas sem defeitos, todos temos anjos e demônios dentro de nós. O preço que você paga para ser uma ninja impecável é o vício. 

- Minha saúde não deveria ser um impasse.

- Não se cobre demais,  o processo está no início, não posso te dar uma vida perfeita, mas posso te ajudar a se curar. Lembre-se que isso é uma doença, sem ajuda não tem como se livrar disso. 

- Está certo. Vou tentar ficar limpa. Ela se levantou e foi em direção ao quarto para assimilar tudo, serão dois meses bem difíceis. 

A S/n procurou a Sakura no dia que se declarou para ela, eu a segui naquela noite e vi que elas conversaram e que seriam amigas. Assim percebi que manipular a S/n foi um ato totalmente desnecessário e inseguro da minha parte. A única coisa digna que posso fazer por ela agora é ajudar na sua recuperação como reparação ao transtorno que causei. Quem sabe um dia ela se entregue para mim?!  

S/n 

Caramba, eu bebi demais, sou uma alcoólatra fodida, se eu não parar vou acabar com um corpo desovado na sarjeta de um bar de esquina. Fiquei muito entediada esses dias, por isso eu fui atrás de bebidas, mas eu não contei as garrafas e os cantís que usei nessas últimas semanas. O Madara está certo, eu estou fugindo da realidade, regredi muito, ele já faz muito por mim, mas ainda assim eu falhei. Preciso pensar em algo concreto que me faça recuperar e voltar para minha casa. Ficar aqui é bom, mas eu preciso do meu espaço. 

Depois de horas eu pensei que eu poderia viajar o mundo, não como andarilha, mas como viajante mesmo. Tirar férias das missões e sair pelo mundo, para qualquer lugar e sem bebidas, sem vícios. No entanto, não me parece suficiente falta alguma coisa. Isso não é o que eu quero de verdade, eu queria viver tudo isso com a Sakura, porém ela não pode , não do jeito que eu gostaria. O Madara é um bom homem, mas eu tenho uma relação complicada com ele: eu não quero ser um troféu, eu queria que ele me amasse genuinamente. 

Tive uma ideia estranha, que se der certo pode acabar com a minha angústia. Fui procurar o meu líder.  Bati na porta do seu quarto. 

- Espera um pouco. Que estranho, ele deve estar saindo do banho. - Já irei abrir, é urgente? 

- Não. Se estiver muito ocupado volto depois. 

Um braço me pegou e me puxou para dentro do quarto, me deparei com o meu superior apenas de calça, com os cabelos secos (achei estranho) e fechou a porta logo em seguida. 

- Me diga o que quer. 

- Vamos ver o pôr do sol hoje. Vai ser legal. 

- Que gentil da sua parte me chamar para sair com você, nunca tinha feito isso antes. 

-  Eu acredito que eu tenho liberdade para fazer certas coisas com você. Falei despretensiosa.

-  Aceito o convite.  

- Ótimo então vamos. Ele vestiu uma camisa e saímos para um lugar alto para ver o sol se pôr. 

Assistimos o espetáculo com tranquilidade no olhar, eu tentei me aproximar e ele não me rejeitou, então eu segurei em sua mão. Aquilo gerou nele uma expressão de paz e contemplação.  

- Senhor o que vai querer para o jantar?  

- O meu favorito, bolinhos de toffu fritos.  

Voltamos para casa e fiz o prato favorito dele, o jantar ficou bom, eu aprendi a cozinhar eses bolinhos com ele. A gente tem boa parceria. Antes de irmos para a cama coloquei o restante do meu plano em ação.  

- Senhor eu preciso te fazer uma pergunta.

- Faça.

- Aceita namorar comigo? A expressão dele mudou de séria para um sorriso malicioso. 

- Ficou a noite inteira tentando me conquistar só para não dar o braço a torcer para mim. Acabou de perguntar para um peixe fora d' água se ele tem cede. 

- É que eu mudei de ideia e quero uma chance com você, se quiser é claro. 

- Vou pensar e te respondo. Não era o que esperava ouvir, mas eu aceito qualquer decisão que ele tomar. 

- Tenha uma boa noite senhor, desculpe por qualquer incômodo. 

- Perdou coisa nenhuma. Ele me levanta do chão e começa a me carregar pendurada em seus ombros largos. 

-Ahhh, Madara, o que é isso? Eu estava surpresa e sem entender. 

- Sua punição por me fazer passar tanto aperto sem te ter na minha cama. Tive que me contentar com o cheiro de uma roupa que você esqueceu no meu quarto. Pode se considerar a mulher mais homenageada da vila. 

- Madara, para onde você está me levando? 

- Se prepara docinho. Espero que tenha se hidratado por que não vou te deixar dormir essa noite.