Sacramento, Califórnia – 22 de julho de 1993
Instituto de Sacramento
Hodge Starkweather
Era em torno de meia noite e pouca, era uma noite intensa, caminhava de um lado para o outro assim como Robert Lightwood no saguão daquele instituto e nós estamos loucos para saber se Maryse estava bem, ela estava trancada junto com Jocelyn Fairchild e outras meninas do ciclo num quarto, Robert ia ser pai de primeira viagem, sua ansiedade e preocupação eram intensas, cada vez mais intensa.
— Hodge e Robert, parem de andar desse jeito, por favor! – olhamos para ele - Assim irão fazer um buraco neste maldito chão. – suspirou Valentine que nos encarava sentado numa cadeira próximo ao seu parabatai.
— Valentine – ele o encarou – Não dá, é muita preocupação e tudo que eu quero é o bem da minha família – Valentine bufou estressado – quando você se tornar pai dos filhos da Jocelyn irá entender perfeitamente o que eu sinto no momento – explicou Robert tentando evitar outra briga pesada com o parabatai do Lucian.
— Quem sabe, um dia – murmura Valentine que em seguida abaixou a cabeça, perdendo a paciência e passa a mão sobre seus cabelos platinados e bufa pela milésima vez.
Ouço um barulho de passos de alguém correndo e voltamos a ficar atentos e de olho na porta, a porta de madeira escura é aberta e vemos Jocelyn esboçando um sorriso largo no rosto caminhando até nós, ela se aproxima de Robert e o abraça forte.
— Jocelyn – ele se afasta do abraço e observa a mesma, pergunta ainda preocupado – eles estão bem? – passa a esfregar uma mão sobre a outra nervoso.
— Você quer dizer elas? – ela sorri de lado, todos nós a olhamos confusos – São gêmeas, Robert, são duas menininhas lindas. – Robert a olhou e ficou boquiaberto com aquela noticia.
— Parabéns, Robert! – sorri animado com a noticia e estendi a mão o cumprimentando – você será um ótimo pai.
— Obrigada, Hodge – ele fica aliviado ao ouvir o meu parabéns e se vira para Jocelyn, pediu – Eu preciso ver elas. – Ele seguia empolgado e feliz, hoje era o dia dele em que ele começaria uma jornada com sua família. Ele teria uma vida em dobro como pai e como membro do ciclo assim como nossa Maryse, o nosso lider Valentine permanecia em silêncio. – Quer vir vê – las? – ele perguntou antes de dar mais um passo,
— Com toda certeza – assenti com a cabeça, um pouco desajeitado e arrumo os meus óculos que estava usando, começo a caminhar ao lado de Robert em direção a sala onde se localizava Maryse e Valentine nos interrompe estragando o clima feliz, todos os olhares se voltam a ele.
— É só dois bebes o que tem demais nisso? – Robert parecia sentir seu sangue ferver ao ouvir aquela pergunta – Sem graça, se quisermos ver bebes nós deveríamos ter ficado em Idris de babá de cada uma delas – Valentine ironiza como se suas palavras não afetassem em nada e ele o olha indignado, começou a encarar Valentine com raiva, tenta partir para cima e o impeço.
— Robert, não liga para o que ele diz – tento tranqüilizar ele e Robert se acalma, porém não deixa de defender suas filhas. - Ele só quer briga e chamar atenção, deixa ele para lá.
— São minhas filhas – ele bate no peito orgulhoso – São tudo que tenho, além da minha mulher, nunca ouse falar assim delas e se abrir essa droga que você chama de boca mais uma vez para falar mais alguma besteira das minhas filhas, eu esqueço que você é parabatai de Lucian Graymark e não me responsabilizo por mais nada! – Ele estava irritado porém não deixaba de ter razão de defender suas filhas, eu mesmo não deixaria apensar de não entender muito da coisa, mas família para os Lightwoods é sagrada, para os Starkweather? Eu, definitivamente não tinha ideia... Mas eu sabia que seguiria isso que Robert disse para o resto da minha vida.
— O que irá fazer? – Valentine sorriu maldoso e debochado, ele quis bater de frente e mostrou sua lamina de serafim e Jocelyn separa ambos.
-— Chega de briga! – ordenou – Hoje é um dia feliz para todos nós – Jocelyn afastou Valentine e puxou a mão de Robert e a minha nos guiou até o quarto de Maryse onde a mesma estava deitada e segurando uma de suas filhas em seus braços e encostei-me ao batente e cruzei os braços, observando a linda cena da família perfeita unida.
— Eu estou feliz e aliviado por estarem bem – disse Robert beijando a testa de Maryse.
— Parabéns, Maryse! – esbocei um sorriso largo ao ve-la de longe a poucos metros da cama de onde aquela garota de cabelos longos morenos estava.
— Obrigada – disse Maryse sorrindo ao ver a filha pequena sobre os seus braços enrolada em um pano branco desenhado por algumas runas.
— De nada – disse ela e a tranqüilizei – Ei, já escolheu o nome delas?
— Bom, estive pensando nessa garotinha que me deu trabalho de Selena Nicole Lightwood e a minha outra princesa de Isabelle Sophia Lightwood – ela sorria – o que acha amor? - referiu – se a Robert
— Perfeito – ele a beijou e segurou Isabelle no colo – elas são lindas – disse ele que já tava babando, balançando a mesma de leve sobre o seu colo e falava algumas coisas bem baixo.
— Elas são realmente lindas, você tem sorte, Lightwood – eu sorri para eles encostado no batente da porta admirando a cena familiar
— Quer segurar ela? – perguntou Maryse se referindo para eu segurar Selena.
— Quero – disse empolgado pois era minha primeira vez segurando uma criança, eu tenho nove anos e sou o mais novo do pessoal do ciclo, a maioria de todos nós tem em torno de 13 a 17 anos. Valentine me chamava de curioso e intruso, embora ele mesmo tenha me dado esta honra de estar no ciclo.
— Ela é linda, ela é especial. - sorri largo enquanto a balançava de leve em meus braços e massageava o seu rosto admirando o mesmo – Boa escolha de nome, combinou com ela – segurei Selena que olhava fixamente a mim em meus braços ao me ouvir cantar uma canção suave inaudivel arrancando pequenos sorrisos dela – eu irei proteger ela de todo o mal, eu prometo Sr. Lightwood – jurei a Robert e a Maryse e eu iria cumprir minha palavra.
— Irá sim, Starkweather. – ele sorri ao lado de Maryse passando a mão no ombro da esposa deixando o anel em destaque.
— Oi pequena Selena, eu irei cuidar de você pelo resto da vida e ensinar tudo que sei – disse todo bobo e era uma promessa e eu iria cumprir.
— Hoje, eu sei que fará isso sim e já está na hora de dormir – ele passa a mão bagunçando os meus cabelos e dou uma leve risada – nós precisamos descansar – entrego a pequena Selena aos braços do pai e brinco batendo continência, sorrio de lado - Sim, capitão Lightwood – ele fazia a continência da mesma forma que eu, Robert era um grande amigo meu assim como Jocelyn, sempre surgiam histórias mundanas e eles me contavam que os humanos acreditavam em galáxias, lideres que vão ao espaço, para mim isso era divertido pelos menos me distraia e me livrava um pouco dos deveres de shadowhunter que a Clave de Idris me mandava, Robert me ajudava com as runas ás vezes assim como Jocelyn, embora também goste de me virar um pouco sozinho.
— Até amanhã, soldado Starkweather!
— Até – beijei de leve o topo da cabeça das meninas – Vejo vocês, duas depois – sorrio largo, eu era inocente, eu acreditava no melhor, os humanos seguros com sua imaginação fértil e inocente, louca deles. Sai correndo com os braços abertos imitando asas e grito um pouco animado: "Ao infinito e além! " e escutei gargalhada de Robert e Maryse de longe. Todo mundo sabia que infinito e além era o lema da minha amizade com Jocelyn.
[...]
Horas depois, saio do meu quarto e noto uma agitação no instituto, olho em volta confuso e de longe noto Maryse chorando, eu precisava saber o que estava havendo. Mas Jocelyn havia me impedido e me puxou de canto.
— O que está acontecendo aqui? – perguntei confuso naquela bagunça.
— Valentine sumiu com uma das meninas e avisou que ela estava morta já, mas não conseguiram encontrar o corpo – explicou
— Eu devia ter protegido, qual das gêmeas foi? – suspirei decepcionado comigo mesmo.
— A Selena – Jocelyn limpa seus olhos que estavam cheios de lagrimas, quem diria que dentro de algumas horas atrás todos nós estavam felizes e agora ela estava morta e uma mãe estava despedaçada por dentro e me senti culpado.
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