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História Radioactive - Let Me Love You - Ela ama estar no controle


Escrita por: KWhite

Notas do Autor


Como prometido, sempre que eu puder apareço com novos capitulos lindos e maravilhosos.
Eu vou ditar algumas curiosidades da fanfic
1ª Brian nem era para ter existido na fic, ele apareceu tipo do nada até porque outra pessoa era o foco para ser par da Selena mostrando como se conheceram
2ª Originalmente era pro Brian ser um caçador de sombras, mas acabou como um mundano.

Tenha uma boa leitura pessoal!

Capítulo 17 - Ela ama estar no controle


Fanfic / Fanfiction Radioactive - Let Me Love You - Ela ama estar no controle

New York, New York – 11 de outubro de 2006

Casa do Brian Lamar

Selena Clost

[...]

Horas se passaram e eu nem fazia idéia de tanto que nós conversamos lá na sala, só tivemos noção do tempo quando os pais do Brian chegaram. Cá estamos de volta a casa da arvore, eu estava observando pela janela e pensava em algumas coisas admirando aquela beleza que o céu estava me propondo que já mostrava o sol se pondo deixando o céu alaranjado aos poucos se transformando no céu escuro onde deixava a lua fazer o seu espetáculo com o seu brilho prateado.

Tomei um pouco de susto sentindo o loiro me abraçar por trás causando uma certa segurança, senti seus lábios sobre minha nuca rapidamente e fechei os olhos por um instante me deixando ouvir o barulho dos pássaros voando pelo céu em busca de um novo lar que seja lá em que direção eles tomem.

— Esse é só o começo da melhor parte do dia. – ele encostou o queixo sobre o meu ombro notando uma certa tranqüilidade sobre sua voz — Sem barulhos de carros, sem vizinhos gritando feito um bando de idiotas por razões ainda estúpidas — respirei fundo relaxando com aquele momento que talvez eu não conseguisse ter mais — Apenas respire fundo.

— Por causa da vista? – falei ainda de olhos fechados e o senti se afastar rapidamente de mim, eu ouvi o barulho dos seus pés sobre o chão e percebi que ele estava do meu lado ao sentir sua mão fria segurar a minha — Nem todo mundo tem essa oportunidade de paz.

— Talvez — abri os olhos lentamente sentindo o velho clima de mistério que eu já conhecia em um ano — Mas deixa escurecer mais um pouco, nós veremos a melhor parte do dia.

— Ah, essa eu quero ver. — ele riu soltando logo a minha mão e andando de costas em direção a cama e se jogou nela colocando as mãos sobre a nuca — Melhor parte da noite? Não me diga que está pensando em coisas... — fiz careta e ele balançou a cabeça entendendo o que quis dizer, em seguida ele negou com a cabeça — Ah que bom.

— Confie em mim, eu sei o que estou dizendo — ele bateu a mão sobre a cama indicando para que eu deitasse ao seu lado — O que acha de se deitar comigo? — assenti com a cabeça — Daqui da pra ver o que irá acontecer e ainda mais vai ver no canto mais confortável dessa casa.

Dei alguns passos um pouco lentos em sua direção dando a volta pela cama até chegar ao lado vago. Sentei na cama passando a mão sobre a minha blusa amassada e me deitei ao seu lado devagar sentindo o seu braço passar por cima da minha cintura. Me virei ficando de frente para ele. Começo a admirar ele por um segundo notando seu sorriso doce e tranqüilo que me transmitia uma sensação de alivio ao sentir que ele era feliz comigo.

 Troquei de posição ficando por cima dele, sentei sobre o seu colo e passei as mãos sobre o seu tórax sem colocar muita força. Ele colocou uma mão sobre sua nuca e a outra sobre minha bochecha acariciando a mesma com o seu polegar de leve me fazendo esboçar um pequeno sorriso.

— Você é tão linda, Selena. — retirei a mão do tórax e arrumei uma mecha do cabelo o colocando para trás da orelha. — Meu Deus, eu sou um cara de muita sorte — dei uma risada sem graça por ouvir o que ele disse — Eu me sinto com muita sorte em ter encontrado a garota certa.

— Eu também tenho sorte em ter você. — me curvei devagar em sua direção lhe dando um rápido beijo e me afasto arrumando novamente o meu cabelo para trás da orelha — Não tem idéia do quanto eu tenho muita sorte em te ter.

— Posso fazer uma promessa? – ele tira uma das mãos que estavam sobre sua nuca e segura uma das minhas mãos a levando até sua boca dando um beijo — Sabe aqueles tipos de promessa do qual nunca esquecemos?

— Que tipo de promessa? – passo a mão sobre seu pescoço fazendo carinho no mesmo enquanto ele brincava com os dedos da minha mão e observei cada movimento seu — Eu sei.

— Eu não quero fazer qualquer promessa — assenti com a cabeça tentando entender o que ele queria dizer — Tem que ser a melhor promessa que eu sempre com todo o meu coração irei cumprir. Se não for pra fazer promessas perfeitas, eu nem abro minha boca.

— São 18:40 da tarde – virei o rosto para o lado observando a hora marcada no criado mudo ao lado da cama e abaixei a cabeça fitando os meus dedos que brincavam com o pano macio da camisa dele — Não são horas iguais, mas acho que não tem problema.

— 18:40 – ele assentiu com a cabeça confirmando e coçou a cabeça por um instante, suspirei fundo tentando evitar a minha ansiedade sobre essa tal promessa da qual eu tinha certeza que seria algo maluco. — Hoje, 11 de outubro de 2006, ás 18:40 é feita a promessa e o agradecimento á Deus e a Jesus por terem me trago uma garota tão bacana e tão doce também conhecida como a minha Selena Nicole Clost — ele sorriu enquanto fazia a promessa do qual eu tinha certeza que ia ser anormal e maluco.— Por mais que ela tenha um sobrenome que me lembra um relógio, também me lembra o tic toc do relógio dos piratas quando o capitão gancho cai da prancha e o crocodilo come, mas que também devo afirmar de que acordo com os meus estudos ela é tão linda igual a Wendy – esbocei um sorriso largo e sincero automaticamente ao ouvir o elogio – E eu prometo que irei fazer ela feliz para o resto da vida.

— Posso fazer outra promessa? – ele assentiu com a cabeça e umedeceu seus lábios, ele tentou olhar pro lado na janela para ver se já estava escurecendo — Eu prometo te ajudar a fazer com que tudo isso dê certo.

— E dará. – ele pisca o olho esquerdo e dei um meio sorriso, eu sei que isso é uma promessa que não garanto muito cumprir até porque daqui uns anos eu estarei em guerras em idris possivelmente pode ser que eu não esteja aqui e isso me preocupa demais. — Eu prometo não ser um imbecil com você.

Eu esqueci de mencionar que Brian era cristão, ele era fiel a Deus e não era um religioso maluco e obcecado. Ele me ensinou algumas coisas sobre isso e eu me sentia chateada por não poder compartilhar a palavra clara dos nossos anjos lideres: Raziel e Ituriel. Afinal eu sou um tipo de um ser sobrenatural por parte angelical e metade humana, já ele era apenas um mero mundano sem poder algum e sem parte sobrenatural. Eu era sua caçadora de sombras e ele era meu atleta mundano do qual eu podia amar enquanto eu podia

— É agora que vai começar a melhor parte do dia – ele estica o braço até o outro criado mudo onde estava um controle branco pequeno, assim que pegou o mesmo ele apertou um botão e apertou outro botão que era do mp3 ligado a caixinha de som e tocando a música Put Your Reconds on de Corinne Bailey Rae.

— Olha para cima. — levantei a cabeça observando o teto se devagar mostrando o céu iluminado pela lua prateada e cercada pelas estrelas, sai de cima do Brian e me sentei no lado vago sem parar de prestar a atenção na beleza do céu – Não é perfeito?

— É lindo isso. — Olhei para o lado notando que Brian não estava na cama e que estava perto da sua mini geladeira segurando duas taças na mão e em cima do freezer lá estava uma garrafa de vinho acompanhado por um saco de bolinhos. — Isso é maravilhoso, é uma paisagem perfeita.  

— Eu sei – Ele se sentou no chão e bateu a mão sobre o chão me chamando para sentar ao lado dele, sai da cama e me sentei ao seu lado deixando minhas costas encostada ao pé da cama, ele pegou a garrafa de vinho e abriu a mesma com o saca—rolhas. Peguei uma das taças e ele serviu um pouco dentro da taça. — Tanto que uma dessas estrelas tem o seu nome — ele apontou o dedo para uma das estrelas que ficava perto da lua no cantinho — Aquela ali é sua.

— Sério? – levei a taça a minha boca e tomei um gole pequeno, tirei a taça da boca e olhei para a garrafa de vinho do lado tentando saber o nome e o ano que foi fabricado – Esse vinho é delicioso.

— É sim – ele levantou a taça e assim pude ver o rotulo da garrafa de vinho chamado Borgonha de Valóis fabricado no ano de 1577 na França por belos camponeses pelo que deduzi – Você merece tanto esse vinho e essa estrela.

— Onde arranjou esse vinho? – coloquei a taça de vinho de lado, estiquei o braço para pegar o saco de bolinhos que estava no colo do Brian e peguei o mesmo abrindo rapidamente deixando o plástico do saco um pouco rasgado — E podemos tomar vinho? Afinal somos crianças ainda.

— Minha avó deu esse vinho de presente a minha mãe no dia do casamento dela e ai eu pedi a minha mãe para ela me dar e tomar um pouco com você. — ele levou a taça aos seus lábios enquanto me observava comer um bolinho — Minha mãe sempre me dá uma taça no máximo, só podemos isso que na verdade só dá sono e não é tão forte como a vodka e o uísque.

Ou bebidas de feiticeiros no meu caso.

— É o máximo que poderemos beber – ri nasalado depois de ter dado duas mordidas enormes no bolinho — Senão ficamos bêbados demais para voltarmos para casa e dizem que nossos segredos são contados sem a nossa própria vontade.  

— Sim. — ele deu uma mordida no bolinho e encolheu uma perna contra o corpo, virou o rosto enquanto degustava do bolinho, ele apoiou o cotovelo sobre o joelho — Por mais que eu queira que você durma aqui, acho melhor que você não beber muito e você precisa voltar para casa sóbria, eu sei que a mama lexy vai me matar se souber que está fedendo a álcool e o Dexter pode me matar e então eu não prefiro arriscar.

— Eu sei – tomei o restinho de vinho que tinha na taça e terminei comer o resto do bolinho — Eu não acho que ele ira te matar, no mínimo ele me daria uma bronca e ele não é tão cruel assim.

— Mesmo assim eu não quero arriscar minha querida – ele se aproxima mais um pouquinho e passa novamente seu polegar sobre o meu queixo, o olhei um pouco sem graça e sorri de lado, logo aproximou o seu rosto mais perto e me deu um beijo calmo e rápido, retribui o beijo e finalizei com um selinho e logo me afastei — Quero ficar vivo o tempo suficiente para cumprir a promessa.

— Obrigada – sorri e me levantei deixando a taça de vinho de lado, eu arrumei minha blusa amassada e levantei as calças que caiam, calcei minhas botas rapidamente – Eu te amo.

— Eu também te amo. — andei devagar passando por cima das pernas esticadas dele até chegar a onde estava a porta da casa da arvore — Espero que venha mais vezes por aqui.

Não disse mais nada, apenas estiquei a mão puxando a porta para cima e abrindo a mesma, virando de costas e prestando atenção em cada passo que dava nos degraus feitos de madeira. Um pouco mais distante enquanto eu descia as escadas vejo Brian acenar e fechar a porta e logo senti um certo alivio por ele não estar vendo o que eu ia fazer, eu olhei para o meu braço onde estava a runa de salto e fiz a mesma ser ativa.

Soltei a escada na metade do caminho e saltei para o chão, caminhei andando em direção ao local de onde eu entrei e abri a porta dando espaço para passar para fora da garagem dos Lamar, fechei a porta do jeito que eu havia encontrado. Andava pelas ruas observando as movimentações de pessoas andando acompanhadas e até mesmo sozinhas segurando compras, deduzi que algumas delas estivesse cansadas pelo dia cheio ou que estão doidas para rever as pessoas que amam em casa.

Assim que consegui chegar a um canto mais vazio, puxei o fragmento de portal e puxei a estela passando sobre o fragmento para que fosse ativado. Estendi o braço mostrando o fragmento de portal e entrei no portal pensando no instituto, pois agora era hora de encarar a realidade que me aguardava no instituto.

Cai nas escadas do instituto e estiquei o fragmento para fechar o portal ainda nas escadas. Levantei do chão guardando a estela e o fragmento no bolso, recoloquei a pulseira de chicote de volta no pulso. Subi as escadas até chegar a velha porta de madeira, empurrei a mesma com uma mão e segurei a maçaneta com outra.

A porta se abriu, o corredor estava iluminado e movimentado com todas as pessoas andando para lá e cá segurando pastas cheias de missões completas ou até mesmo incompletas. Fechei a porta assim que entrei, notei minha mãe no fundo andando para lá e cá impaciente e preocupada, eu sabia o porque.

Há alguns dias o Alec adoeceu forte com febre constante, não sai da cama para nada e se alimenta muito pouco. Tudo isso graças a uma reunião estúpida criada pelo papai para discutir nossas travessuras que segundo ele estavam passando dos limites, isso custou a terrível decisão de fazer o Jace estudar em Idris mais cedo para que tudo se acalmasse.

Isabelle passava o dia e a noite acompanhando o Alec, ela cuidava dele com que podia com banhos e eu também estava assim, trocava sua roupa e até mesmo o alimentava com algo mole. Isso estava nos deixando maluca desde que Jace cruzou aquela droga de portal na frente do Alec. Hodge tinha me mandado ficar no computador atrás de me acalmar, se não fosse pelo Brian eu juro que ainda estaria nervosa.

— Alec, Jace vai para Idris ser treinado por seu pai é essa nossa decisão. — Alec abaixou a cabeça se sentindo culpado e chateado pelo fato que seu parabatai, quer dizer o cara que ele ama indo para Idris. — Você e ele estão levados demais.

— Não, mãe! – eu sabia que ele estava se segurando para chorar na hora que ele abaixou a cabeça e vi as lagrimas escorrerem sobre sua bochecha, além do seu desespero na voz para tentar reverter essa situação — Não faça isso!

— Sim, isto está fora de controle – mamãe se mantinha rígida diante dele, parecia não ligar que o filho estava chorando e arrependido por ter se levado no momento as brincadeiras do Jace — Eu farei sim, o seu pai concordou e agora esta feito.

Ela desviou olhar decepcionado para o Jace que estava desapontado e arrependido, ele finalmente entendeu que tudo tinha um certo limite e que tudo precisava andar aos trilhos, não era justo o seu irmão ser arrastado a isso e ainda também pagar por seus erros e gracinhas.

— Jace, pegue suas coisas agora! — mamãe respirou fundo ao ouvir a voz grossa do papai ressoar sobre a sala — Venha até aqui, pois é hora de ir encarar Idris e tomar jeito na vida.

Jace apenas assentiu com a cabeça, levantou—se da cadeira e saiu da sala indo em direção ao seu quarto. Nunca imaginei que chegaria o dia em que Jace partisse para longe de nós. Depois de um tempinho, Jace apareceu com as malas na mão e parou perto da mamãe colocando as mesmas sobre o chão e correu até o Alec que estava com o rosto inchado e vermelho. O loiro o abraçou fortemente, logo se afastou dizendo que tudo ficaria bem.

Acho que o Alec sabia que não ficaria bem, não para ele e provavelmente não gostaria de perder ninguém. Jace se afastou, eu achava aquela punição pesada demais para os dois que são tão ligados. Papai pegou o fragmento de portal, parecia que mamãe tinha medo de impedir aquela loucura, Jace pegou suas coisas e falou que voltava logo. 

Jace entrou no portal com suas coisas e papai foi junto, mamãe saiu da sala assim que o portal foi fechado. Alec não parava de chorar mesmo, eu nunca o vi daquele jeito e acho que o papai não lembra como é ter um parabatai, ele também tinha que lembrar que parabatai não podiam ser separados nessa situação.

Eu me sentia triste por não ter impedido isso, eu xingava a mim mesma de todos os nomes possíveis incluindo me chamei de covarde. Até porque eu era a única que sabia que Alec era apaixonado por Jace, isso foi uma facada no meu coração e eu estava triste pelo Alec, era como se eu tivesse sentindo a dor dele. Para mim, era como se eu tivesse visto Brian sair dali por aquela porta.

Como eu sabia que o Alec não estava se sentindo bem? Eu acordei nervosa no meio da noite com uma sensação ruim no peito, tudo que eu sentia era que precisava ver o Alec. Andei até o quarto dele, abri a porta devagar e me aproximei dele que dormia serenamente. Passei a mão em sua bochecha e pescoço, ele estava com a pele tão quente. Entrei em desespero, apenas corri para o quarto da mamãe e acordei a mamãe sem pensar duas vezes, ela pegou Alec nos braços imediatamente e levou na enfermaria. Os enfermeiros haviam dito que se tivéssemos visto no outro dia, Alec estaria morto.

Desde então, Alec não comia, se sentia fraco e não queria ouvir muito a voz da mamãe, somente a de Hodge, eu sabia que Alec estava doente por saudade, ele era fraco em relação a isso, sabia que controlar isso não seria fácil, ele tinha saudades de Jace e foi ai que descobri que era por isso que parabatais não podiam se apaixonar, porque a runa se enfraquecia quando se separavam.

Alec não parava de dizer o nome de Jace, ter pesadelos e sentir febre forte, tão forte a ponto de pensarmos que ele iria morrer. Tudo virou o caos misturado com preocupação, mamãe não conseguia trabalhar e simplesmente suspendeu nossas aulas, papai conseguiu sentir culpa do que fez e estava com medo de perder o Alec, tanto que passava dias na biblioteca em busca da cura. Eu e Izzy tínhamos o cargo de dar banho no Alec, tentávamos fazer ele comer alguma coisa e ele comia muito pouco, mas não adiantava nada e não era o suficiente para ele ficar forte.

Alec estava deprimido pela primeira vez, essa era uma dor que ninguém merecia ter mesmo sendo novo ou velho. Não desejo a ninguém ter essa doença, é uma tortura mental e emocional que estraga nossa vida e nos mata aos poucos. Hoje cedo a mamãe conseguiu tomar uma atitude conversando com o papai para trazer o Jace de volta, por pura coincidência e também não era uma novidade que Jace estava péssimo em Idris. Disseram que ele estava preocupado com o irmão, implorava todos os dias para voltar e não podia porque o papai deu essa ordem. Agora finalmente conseguiram trazer ele de volta, no final quem aprendeu uma lição foi o papai.

Andei depressa pelo corredor, passei reto sem olhar para trás pela central de missões até chegar a enfermaria. Parecia que estava mais fraco que antes, apenas me posicionei ao lado dele e observa o soro chegar as suas veias, ele estava encarando o teto e lutava para se manter esperto e atento. Ouvimos a voz do Jace ecoando pelo corredor da enfermaria chamando pelo Alec.

Ele parou perto do papai, correu ao outro lado da maca e abraçou o Alec, o moreno virou o rosto lentamente e engoliu a saliva com dificuldade. Tentou se mexer para tentar abraçar ele, Jace foi mais agiu e moveu o corpo dele para dar um abraço, eu nunca imaginei que eu iria presenciar uma cena dessas.

— Alec, eu nunca vou te deixar, não me dá esse susto nunca mais – Jace abraçava ele forte, apenas ouvia o choro de alivio dos dois e via os dois se abraçarem — Olha pra mim, eu estou aqui tá? Eu nunca vou te deixar, escutou? Eu nunca irei deixar o meu irmão!

— Você não vai embora né? – eu ouvi a voz fraca do Alec pela primeira vez em dias, essa pergunta acabou de transformar o meu coração em pedaços — Por favor, não vá.

— Nunca mais. — Jace se soltou dele, apenas se sentou do lado do irmão e segurou a mão dele — Não vou a lugar nenhum sem você, meu querido irmão.

— Ele ficará aqui, Alec. — papai confirmou, parecia que finalmente ter mostrado que tem coração — Eu lhe devo desculpas por isso.

— Eu não farei mais travessuras. – confessou Jace, ele respirava fundo de alivio vendo Alec se recuperando, meu coração agora estava tranqüilo sabendo que os meus irmãos agora estão juntos e que estão bem — Eu prometo.

Alec estava se animando tanto que pediu comida, banho e mais tempo com o seu irmão. Era só saudade que agora foi morta e substituída pela felicidade de rever o irmão, tudo estava em paz e que agora poderíamos seguir com a vida. Mamãe não parava de chorar se sentindo aliviada por ver o filho bem melhor e com energia, ela nem teve coragem de olhar para a cara do papai. Estava na cara que os dois iriam brigar por essa confusão, mais uma noite de discussões entre Maryse e Robert Lightwood ou seja nada novo sob o sol.

Hodge Starkweather

Eu estava sentado em minha cama, olhando a carta que Audrey me mandou e que estava coberta de noticias ruins feitas por sua letra cursiva. Todas aquelas palavras me atingiram com uma faca no coração, eu não podia fazer nada além de sentir o meu sangue ferver com tanta raiva e frustração daquela situação. Audrey estava terminando comigo por carta, ela conseguiu fazer com que minha filha me odiasse. Eu amassei aquela carta com tanta força e raiva, eu não sabia o que fazer para reverter tudo aquilo e apenas gritava internamente dizendo que eu já aprendi minha lição, eu queria ser livre.

Joguei o papel amassado na parede com raiva, andava de um lado e para o outro pelo quarto passando a mão sobre os cabelos. Não era justo comigo, não era justo com a Alice e não era justo com nenhuma razão. Eu sentia um sufoco tão grande que era difícil respirar naquele momento, eu não queria chorar e sentia os meus olhos marejarem fazendo com que as lagrimas saíssem.

Era difícil compreender e aceitar que o que eu tinha mais medo estava acontecendo, eu apenas tenho 22 anos de idade vendo a vida passar diante dos meus olhos e enquanto eu estou parado sem saída a lugar algum. Eu queria que retirassem minhas runas e me exilassem do mundo das sombras, mas eu sei que ninguém me escutaria.

Para piorar, eu passei 2 anos em Gard, Alicante na prisão por tentativa de fuga daqui e me mandaram de volta pra cá, por ordens da Imogen que tem o prazer de me torturar aqui dentro. Gostaria de ter a sorte que a Selena teve em conseguir voltar para os pais dela verdadeiros, mas pena que nem todo mundo é justo para obter essa sorte.

 Respirei fundo e fechei os olhos, virei de costas para cama e andei em direção a porta do meu quarto, abri a porta dando espaço para mim passar e coloquei as mãos sobre o meu bolso enquanto eu andava pelo corredor indo em direção a sala de treinamento que ficava depois do saguão.

Assim que cheguei na sala de treinamento, me aproximei do saco de boxe que estava pendurado no canto e começo a socar o mesmo com tanta força. Aquelas palavras ecoavam forte na minha cabeça, estavam me enlouquecendo fazendo com que a minha mente gritasse de dor já que eu não podia gritar tão alto que minha garganta pudesse rasgar tornando me mudo por um instante.

 “Hodge, a culpa não é sua, é minha”

“Ally precisa de um pai presente e não de um pai preso”

“Você nunca vai poder sair daí”

Parei de socar o saco de boxe, minha respiração estava cansada e ofegante tanto que segurei no topo do saco de boxe. Dei alguns passos até uma cadeira que tinha no canto da sala, subi na mesma segurando um pano que eu tinha tirado do bolso, tampei a câmera de segurança do instituto.

Desci da cadeira, olhei para minha luva preta na mão esquerda e removi a mesma vendo o anel comunicador em busca da minha ultima opção de sumir daqui. Valentine tinha razão de que eu era um traidor, eu estava traindo a Clave e eu não estava me importando com mais nada. Embora eu sei que o destino possa me reservar outra coisa, mas que eu pensei muito a essa semana e espero que eu esteja sabendo da conseqüência que está por vir.

Abri a gaveta de arquivos do escritório, resolvi reabrir a pasta com o caso do estupro da Selena com o histórico da memória apagada. Dedilhei cada pasta até chegar a única com a letra S, puxei a pasta e fechei a gaveta empurrando com o cotovelo. Virei de costas para a gaveta e me encostei na mesma sem por muita força, abrindo a pasta e observando as fotos do corpo da Selena naquele dia.

Hematomas, sangue, cabelo cortado era o que os irmãos do silencio haviam descrito sobre o que ela tinha naquele dia. Eu tentava entender como um garoto de treze anos que hoje deve ter uns 17 anos podia fazer isso, eu nunca vi um garoto com tanta maldade feito esse tal de Sebastian. Bem, Valentine tinha maldade o suficiente sobre suas veias, mas não me lembro de um estupro vindo dele.

Podia ser o...? Ah não, ele está morto e isso não conta. Bem, não sabemos se ele está realmente morto até porque ele foi despachado pela Maryse. Ele realmente não conta, não conta mesmo em minhas teorias.

Sangue de demônio? Acho que isso é impossível! Nenhuma criança iria sobreviver com sangue de demônio seja ela humana ou nephlim. A criança poderia nascer deformada ou se tornar deformada com o tempo com mínimas chances de sobrevivência. Mas bem, vindo de Valentine para mim nada é impossível.

­— Não é minha culpa se ele fez isso comigo! — ouvi uma voz do outro lado do corredor e arqueio uma sobrancelha sem entender nada do que acontecia — Eu não fiz ele dizer aquelas palavras naquela corte!

— Eu vi a maneira em que ele olhou para dizer naquela droga de corte — era Isabelle novamente discutindo com sua irmã gêmea — Brian não merece você, você é uma traidora.

— Traidora? — as vozes aumentavam no outro lado da porta, eu espero que elas não tentem matar uma a outra de novo — Eu nunca dei uma atenção sequer para aquela fada mixuruca.

— Eu não acredito em nada do que diz — fechei a pasta, guardei a mesma de volta na gaveta e andei em direção a porta, abri a mesma e sai — Você vai pagar tudo isso que você fez

— Eu não fiz nada, prove que eu fiz algo e eu estou com a consciência limpa, Isabelle, e sempre estarei — abri a porta do quarto devagar notando que elas já estavam quase se batendo no quarto — Eu me arrependo de ter confiado em você, como posso confiar em alguém que duvida de mim? Eu não sou traidora e nunca serei, eu sou sua parabatai e ainda sou sua irmã.

— Não se paga de santa — Isabelle se enfureceu e tentou avançar na irmã para tentar bater, estiquei os braços para os lados tentando impedir as duas — Me solte, Hodge!

— Não até pedirem desculpas uma para outra — elas tentavam fazer força para me derrubarem — Parem com isso!

— Não! — Isabelle não queria ceder de jeito nenhum, mas Selena desistiu e se afastou seguindo para fora da sala — Foge sua covarde!

Era por isso que eu queria sair do instituto, eu já estava me cansando dessas coisas e que eu sabia que eu era mais do que babá de gêmeas. Minha função era treinar e não apartar briga de crianças. Não penso duas vezes em retirar a luva prega e pegar o anel comunicador que estava sobre o meu dedo indicador, girei o mesmo para procurar o sinal para me comunicar com o Castiel.

Eu precisava saber sobre o Cálice Mortal, eu espero que ele o tenha encontrado e o cálice havia se tornado a minha única esperança de sair daqui. Ninguém sabia que eu estava fazendo isso e buscando meios arriscados para salvar a mim mesmo. Eu tomei essa decisão quando eu parei para pensar que os Lightwoods estavam crescendo, eles estavam entrando e saindo do instituto quando podiam, principalmente a pequena Selena que anos atrás estava em meus braços e agora já estava uma garota formada que passa mais tempo em missões, ela já não é a mais a pequena criança que cruzou a porta do instituto pela primeira vez aos 5 anos sem entender nada do que estava acontecendo e hoje treina o dobro com dedicação, além de conseguir o namoro com sua missão de ser shadowhunter.

Ela havia parado com suas travessuras, sua aproximação com sua irmã diminuiu bastante me fazendo entender que quanto mais crescem, mais seus pensamentos mudam e evoluem com o tempo. Ela é diferente da Isabelle que ama chamar atenção e gosta de ser mais levada do que o próprio Jace, o Jace só tem o problema de viver terminando consigo mesmo.

— Olá, meu mestre – a miragem de Castiel apareceu na minha frente, usando um terno perto além de usar um anel no dedo igual o meu — O que posso fazer para agradar o senhor?

— Olá, Castiel – mantenho a minha postura séria e olho para os lados para ver se não há ninguém acordado. — Você sabe muito bem que há uma corrida enigmática atrás do cálice mortal, começou há anos desde que a filha dos Lightwoods foi violentada sexualmente pelo filho de Valentine. – ele assentiu com a cabeça e colocou suas mãos uma em cima da outra sobre o seu corpo – Há alguma pista sobre o cálice?

— Não há, meu mestre. — Isso acaba de fazer o meu dia piorar cada vez mais, eu precisava desse bendito cálice que pudesse me fazer livre dessa vez — Já checamos todos os lugares que o senhor mandou.

— Seu inútil – olhei para ele com raiva, andei de um lado para o outro passando a mão no queixo pensando em mais alguém, lembrei de alguém muito próximo a Valentine que deve possuir o cálice — Procurem por Jocelyn Fairchild o mais rápido possível mais uma vez.

— Mas... — Castiel engoliu a saliva enquanto observava cada movimento meu atrás de uma resposta minha — Verei onde ela está.

— Mas nada! — aumentei o tom de voz, coloquei a mão por cima do anel pronto para girar o mesmo de volta para desligar a comunicação — Apenas procurem, mas que porra!


Notas Finais


Espero que tenham gostado dos dois capitulos surpresas.
Vejo vocês no próximo capitulo que vem por ai
Bjs na teta esquerda


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