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História Radioactive - Let Me Love You - Algumas mudanças são necessárias.


Escrita por: KWhite

Notas do Autor


Desculpem a demora para postar.
É que houve muita coisa e muitos acontecimentos que acabaram.
Agora eu retomei realmente a postar com mais frequência com o ultimo capitulo do ano.
Eu nunca vou desistir dela por nada deste mundo.

Capítulo 27 - Algumas mudanças são necessárias.


Fanfic / Fanfiction Radioactive - Let Me Love You - Algumas mudanças são necessárias.

New York, New York – 19 de dezembro de 2008

Instituto de New York

Alec Lightwood

As coisas mudaram muito desde que Selena tinha se mudado para Nashville desde da humilhação que Brian fez Selena passar. Aquilo rendeu comentários na escola por uma semana tanto que Brian foi tachado de babaca pelo colégio inteiro, mas não deu uma semana para ainda o enaltecerem de novo naquele colégio.

Já no instituto tudo que posso dizer é que a mamãe voltou para Idris com papai e Isabelle está menos mal humorada e fora que ela está mais presente aos treinos. Mas sempre há 4 vagas sobrando em nosso grupo na escola, eu não posso negar que Beatrice, Rosie e Finn fazem tanta falta quanto a nossa irmã.

Hodge diz que não há como fazer mais testes sem Selena por perto, a minha irmã é tão incrível que ela conseguiu deixar o instituto completamente diferente e vazio tendo certeza mais ainda que aquela morena faz falta em tudo. Nós temos a Isabelle, porém não é a mesma coisa tanto que eu me pergunto de onde a mamãe tirou a idéia de substituir a Selena aqui. Jace ainda se recusa conviver com outra garota sem Selena e isso mostra o quanto ele ama a irmãzinha dele a ponto de brigar pra não substituírem ela e felizmente eu concordo com ele.

Dei passos rápidos subindo as escadas em direção ao saco de boxe da sala de treinos que estava coberta por um pano cheio de pó. Bati a mão sobre o saco tirando o pó do mesmo e passei a mão no nariz para limpar o mesmo do espirro que acabei de dar, tirei o pano e o joguei em qualquer canto. Encarei aquele saco de boxe de longe e retirei minha camisa jogando em qualquer canto pronto para mais uma sessão de treinos.

Cerrei os punhos posicionando em seguida os meus pés de maneira correta e comecei a socar aquele saco com tanta raiva e estava me afastando de todos os pensamentos sobre o Jace. Nada que eu estava fazendo esses dias conseguia me distrair desses pensamentos e isso é uma loucura, acho que o correto é dizer que isso é assustador. Eu sei que o meu irmão adotivo é hetero, mas me pergunto todos os dias como eu amo o meu irmão mais do que ele era, tipo uma paixão de anos.

Parabatais não podem se apaixonar e é o que a Clave costuma dizer para todos que se tornam parabatais e que estejam cientes sobre isso. Mas porque meu corpo e minha mente é tão oposto? Isso é perigoso demais, arriscado demais e até mesmo surpreso demais em uma vida minha que eu não escolhi sentir esse tipo de coisa. Eu quero fazer tudo dentro da lei e minha mente com a minha vida me obrigam a ser do contra, então eu acredito que puxei isso das minhas irmãs? Talvez. Mas é algo que eu não gostaria de conviver, tudo que posso fazer é ficar na minha tentando aprender a lidar com os meus sentimentos.

— Olá! – ouço uma voz feminina fazendo com que eu parasse de socar aquele saco e olhei para o lado notando uma garota loira com estatura baixa que esticou a mão para eu a cumprimentasse – Eu sou a Lydia Branwell.

— Olá. – tentei parecer o mais agradável possível ou como eu poderia dizer que eu devia ser menos rabugento e a olhei mais um pouco com receio antes de cumprimentar a mesma, finalmente eu a cumprimentei deixando com que ela escape um sorriso sem graça — É um prazer em conhecer a senhorita e eu sou Alec Lightwood.

— Sei quem é você. – ela colocou as mãos por cima da sua blusa e seu olhar me acompanhava a cada movimento que eu fazia — Sua mãe me mandou procurar você para que me mostre o instituto, já que sou nova aqui.

— Mas enfim seja bem-vinda de qualquer maneira. – cocei minha nuca rapidamente e me agachei pegando a camisa esfregando a mesma sobre o meu rosto logo a vestindo — Como eu não tenho nada a fazer mais ainda hoje, eu posso te mostrar ao instituto e para sua sorte tem um quarto disponível para quanto tempo for ficar.

— Obrigada — ela me olhava sem graça enquanto eu arrumava o saco de boxe de volta no lugar e o cobri com o pano — Isso mesmo é uma grande sorte e se importa se me mostrar primeiro o quarto? Eu preciso descansar ok?

— Claro que eu não me importo — ela se virou dando uns dois passos em direção a escada e comecei a acompanhar ela devagar — Ah é, eu lembrei que tenho algumas coisas para fazer então de qualquer jeito não ia dar para te mostrar o instituto.

Descemos as escadas rapidamente nos livrando do silêncio e nos expondo ao barulho daquelas pessoas trabalhando na central de operações. Atravessei aquele lugar sem abrir minha boca, subi as escadas junto com a garota e segui para o corredor dos quartos. Assim que cheguei ao quarto vago, me abaixei sentindo um leve estalo nos joelhos e levantei o tapete rosa cafona para que pudesse ver a chave e peguei a mesma.

— Bom, é o único livre. – deixei o tapete de volta no chão arrumado e me levantei olhando fixo para porta inserindo a chave na fechadura branca e girei a mesma segurando a maçaneta com a outra mão para destrancar aquela porta, empurrei a mesma devagar e dei espaço para que Lydia entrasse no quarto — Quer ajuda com as suas coisas? 

— Não há problema. – ela deu passos lentos e se virou ao ouvir minha pergunta, seu olhar estava bastante tímido e sem graça — Não, obrigada.

— Enfim, o que faz por aqui? – encostei minhas costas no batente da porta enquanto a observava andar em direção a cama toda atenta aos detalhes e cruzei os braços — Alguma missão temporária?

— Sua mãe me mandou para cá — ela passou a mão sobre a colcha com estampa do “Burn Book” inspirado no filme “Mean Girls” e olhou cautelosamente os detalhes dos travesseiros estampados com alguma frase bonitinha bem a cara da minha irmã — Na verdade eu vim substituir a sua irmã, Selena Lightwood e não se preocupe não será permanente.

— Será uma honra trabalhar com você nas missões. — ela se sentou na cama fazendo com que a mesma bagunce um pouco e suas mãos delicadas pousaram sobre o seu colo — Vou deixar você se estabilizar e espero que goste do quarto.

— Pelo jeito será bom, Sr. Lightwood — ela sorriu balançando a cabeça e ficou brincando com o seu anel da família que estava em seu dedo — Bom, é um quarto bem peculiar e acho que dá para me adaptar.

—– Por favor me chame somente de Alec e dispense as formalidades por enquanto me sinto um pouco velho quando me chamam pelo o sobrenome — Me desencostei do batente da porta descruzando os braços e coloquei os mesmos para trás olhando tudo em volta — Selena tem gostos bem peculiares.

— Eu to vendo. — ela olhou para baixo por um instante e em seguida retomou a atenção a conversa, eu sentia que estava a entediando e decidi encerrar aquela conversa tanto que ela ficou séria e estranha piscando os seus olhos rapidamente — Se importa se eu ficar um pouco sozinha por aqui?

— Não, eu já estava de saída — dei alguns passos para trás e olhei sobre o ombro para ver se não iria cair para trás — Até qualquer hora.

— Até. — ela acenou timidamente e sorriu enquanto eu fechava a porta daquele quarto e finalmente a deixei sozinha naquele quarto excêntrico. — Uma coisa já está resolvida.

Andava devagar pelo corredor dos quartos assobiando e mexendo em meu celular notando se tinha alguma notificação nova. Seguia em direção ao saguão principal do instituto e desci as escadas guardando o celular no bolso. Olhei para todos em volta enquanto trabalhavam em suas missões.  

Parei em uma mesa onde estava toda a minha papelada e peguei o meu tablet deslizando o dedo desbloqueando a tela e puxando as notificações para baixo notando se tinha mais coisa da Clave. Se eu parar para pensar um pouco, a Lydia era uma garota bem bonita e loira dos olhos azuis ou seja era praticamente do padrão americano. Ela era atraente? Talvez. Seus olhos me chamavam um pouco atenção tanto que mostravam sutileza e leveza com bastante seriedade.

— Alec, você viu a loira caminhar por aqui? — continuei a andar até o painel de missões enormes e mandei as informações do tablet para lá, olhei para o Jace que estava tentando chamar atenção — Mamãe quer que eu faça amizade com ela..

— Eu vi — deslizei o dedo sobre o painel rapidamente puxando algumas coisas sobre os demônios — Ela está hospedada no quarto da nossa irmã, Selena.

— Como é? — Jace colocou a mão sobre o meu ombro fazendo com que eu me vire ficando perto dele e ele cruzou os seus braços sentindo—se completamente irritado — Alec, você não fez isso né?

— Eu fiz, algum problema? — olhei tentando entender sua irritação com o fato que coloquei Lydia no quarto da nossa irmã — Ela precisava de um canto para descansar e fazer suas coisas lá de garota.

— Justo no quarto da Selena? — fechei os olhos por um instante e bufei irritado com essa implicância dele que já estava saturada demais para o meu gosto e eu não tinha nenhum problema contra a Lydia estar no quarto da minha irmã — Não podia colocar ela em outro quarto?

— Jace, lamento ser chato, mas você se faz de surdo ou se faz? — abaixei o tablet batendo contra a minha perna, já estava louco para encerrar aquele papo para não perder as estribeiras — A maioria dos quartos novos ainda estão sendo construídos e algum problema Lydia ficar no quarto da nossa irmã?

— É o quarto dela! — Jace aumentou o tom de voz indignado com tudo aquilo e as pessoas começaram a nos olhar por ali — Acho que ela não gostaria de ter ninguém ocupando o quarto dela, e agindo como se ela estivesse morta por um demônio

— Ai Jace, para com isso ta? – ele arqueou as sobrancelhas e novamente achei os alvos das novas missões que estavam por vir – É desnecessário.

— Não é desnecessário — Jace argumentou e cutuquei o seu ombro para que diminuísse o tom de voz assim ele parava de chamar atenção e todos voltassem para os seus devidos trabalhos. — É a verdade

— Sendo verdade ou não, não importa até que ela está longe do babaca do Brian e segura, é tudo que importa a mim e 2 não estou sendo desrespeitoso com minha própria irmã e você consegue ter a delicadeza de um cavalo, inacreditável. —- Jace estava me olhando com a boca aberta com o perfeito “O” que tinha se formado e estava completamente chocado pela minha irritação e realmente eu acho que fui duro demais com ele, mas realmente tinha ficado chato ele falar da minha Irma o tempo todo — Por favor, me deixe trabalhar! — acabei me estressando e me alterando com aquilo — Apenas vá treinar é o máximo que poderia fazer agora!

Isso seria como se fosse uma resposta para Jace de algumas atitudes tipo: “Alec vai e me faça uma torta”, nunca me senti tão livre agora, dar uma resposta como esta a ele é tão raro quanto Church mostrar o caminho certo para alguém do instituto sem ficar com raiva. Jace se retirou estressado sem dizer uma palavra daquilo e imprimi algumas fichas que precisava antes de ir para a sala do Hodge. Sai caminhando em direção a essa sala pequena e escura assim que chego lá deixo as fichas sobre sua mesa e pego a ficha do alvo principal dos ataques de drenagem de sangue humano, começava a pensar em alguma maneira de acabar com as drenagens.

— Alvo número 1 é um metamorfo disfarçado de chinês negociador, tem um 1,70, sua estatura corporal é media, no caso tem excesso de peso. — olhei para Hodge que parecia impressionado com as imagens daquele metamorfo — Mas não sei por quanto tempo ele vai ficar nesse corpo

— E número 2? — ele bateu a papelada duas vezes contra a palma da mão vazia duas vezes com um certo olhar pensativo — Pode ser que tenha migrado para um melhor pelo tempo que estamos aqui revisando essas fichas.

— Também é um metamorfo disfarçado de modelo — joguei a foto em cima da sua mesa tanto que seu olhar desviou toda a atenção para a foto — Parece ter mais ou menos 1,80 de altura e sua estatura padrão com cabelos negros bem longos com saltos e um vestido.

— Se forem pegar um metamorfo — olhei sobre o ombro ao ouvir a voz feminina que chegou ao local e era Lydia que andava suavemente em nossa direção até chegar a mesa — Vocês precisam de um plano.

— Não é bem um plano — Hodge mexeu com a mão assim que olhou para mim e cruzou os braços rapidamente e voltou a olhar para a foto do demônio — É preciso de algo estratégico ou seja tem que ser algo mais além da esperteza.

— Metamorfos são como pegar piranhas em um rio, é mais difícil do que se pensa e isso vai além de tudo que eu já vi. — Lydia pegou a foto com suas mãos delicadamente, seus olhos azuis analisavam cada detalhe das fotos — Mas creio que com um jeito, poderemos obter algumas respostas e tudo que posso dizer é que quanto mais cedo melhor para obtermos respostas.

— Isso é um método inteligente, poderíamos descobrir o lugar onde mais freqüentam, estudar o lugar e segui-los.  — Lydia já estava se empolgando com aquele caso e de alguma forma eu sentia que iria ser bom trabalhar com ela — Acho que isso já é uma estratégia perfeita.

— Não é tão simples. — Hodge tava tentando nos ajudar porém de alguma forma eu sentia que esse caso só iria ficar cada vez difícil e pode ser que isso julgue a minha carreira como caçador de sombras por completo — Tudo precisa de um planejamento prévio e um treinamento fixo e adequado.

— Exato! — afirmei com a cabeça concordando com que ele disse e sorrio comigo mesmo lembrando o quanto a Selena iria amar esse caso, ela seria a pessoa indicada para resolver isso — Isso faria com que não parássemos com os treinamentos do dia a dia como uma preparação de uma guerra.

— Exatamente. — Hodge sorriu satisfeito com a minha lógica tanto que bateu no meu ombro e em seguida pegou sua xícara tomando seu café levando a boca — Tudo que peço no momento é que avisem aos outros e estão dispensados.

Hodge apertou o botão da caneta fazendo com que a mesma fizesse barulho e exibisse uma ponta fina. Eu e Lydia nos retiramos do escritório, a deixei ir na frente e fiquei para fechar a porta do escritório. Fechei a porta do escritório e segui caminhando em direção a estufa ainda me sentindo estressado com tudo que eu estava vendo, sentindo e até mesmo pensando.

Cheguei na estufa e abri a porta da mesma fui logo entrando devagar tentando descobrir se alguém tinha me visto entrar aqui. Não tinha ninguém então tranquei a porta devagar e andei procurando a rede que Selena tinha deixado ali, eu acho que ela nem teve tempo de desmontar aquela rede. Ela sempre se escondia quando as coisas da Clave a deixavam maluca e bem estressada, ninguém sabia que ela se escondia ali além de mim.

Selena luta contra uma coisa mundana chamada crise de sentimentos e crise de ansiedade, ela chegou a me dizer que esse é o seu inferno pessoal. Ela se estressa e se sente na pressão de ser a miss perfeita para minha mãe e o meu pai, ela começa a chorar tanto que ela diz que sua cabeça parece que vai explodir tanto que ela grita e ainda se irrita.

Olhei mais ainda em volta da estufa admirando as flores e plantas que estão maravilhosas, acho que Hodge fez um ótimo trabalho cuidando delas e se eu olhar mais para frente dá para notar que as tulipas ficam do outro lado da estufa bem longe da rede por causa da alergia terrível da Selena. Andei mais alguns passos até chegar a duas grandes arvores onde as mesmas seguram a rede.

Subi um degrau e coloquei as minhas mãos sobre a rede parando a mesma e acabei pegando uma mensagem antes de me sentar na rede. Olhei os dois lados do envelope e só um lado estava escrito o meu nome com letra cursiva e bonita, reconheço que era a letra da minha irmã. Antes de abrir o envelope, me sentei na rede e abri o envelope puxando a mensagem para fora desdobrando a mesma para começar a ler.

 “Querido Alec.

Sei que estou distante de você e de todos por ai, sei que você vai se sentir perdido sem humilde presença por perto. Deixo-lhe esta mensagem, que sei que vai ficar mais tempo ai do que eu, mesmo diante de suas obrigações da Clave e uma novidade, sempre que dormir pode me encontrar, sempre ajudarei você onde eu bem estiver

Com amor,

Selena Lightwood”

Virei a carta vendo o verso dela contendo um desenho de uma runa que eu nem conhecia e tinha escrito o nome embaixo chamada “Runa do Sonho”. Coloquei a carta sobre o meu colo e puxei a estela do meu bolso começado a desenhar a runa sobre o meu antebraço, ardia um pouco tanto que eu fazia caretas de dor.

Eu sorria ao ver aquela carta, isso me fazia mais ainda ter saudades da Selena e do quando ela me fazia bem. Após treinar tanto esses dias além de rever pastas e mais pastas, eu sentia que merecia um descanso e se vacilar até mesmo um descanso eterno. Eu não sou um caçador preguiçoso, mas eu realmente não paro tanto que é missão para lá e missão para cá, ainda tinha que manter as coisas em ordem além de pensar no Jace e evitar que eu caia durante os treinos ao ver o meu irmão sem camisa. Resumindo: Eu preciso de um descanso!

Fui me deitando devagar na rede e colocando os meus pés dentro da rede com cuidado para não cair, dobrei a mensagem colocando a mensagem dentro do bolso da calça dando um tapa na mesma. Coloquei minhas mãos sobre a minha nuca, me arrumando dentro da rede, fechei os olhos lentamente e por fim fui relaxando até pegar no sono completamente. .

— Olá, Alexander. — ouço uma voz familiar virei o meu rosto procurando de onde vinha aquela voz — Senti sua falta, meu bolinho.

— Quem está ai? — andei devagar pelo escuro que foi logo clareando aos poucos até tomar a forma de uma casa da arvore — Selena?

— Sou eu, sua irmãzinha. — me sentei em algo sem prestar atenção em que estava sentado e passei a mão mais uma vez percebendo que estava sentado em uma cama — Quando tempo, meu caro irmão.

Olhei em volta até mesmo em uma janela aberta mostrando as folhas da arvore e o dia local claro e limpo com barulhos de pássaros. Parecia mais real do que um sonho, eu não sei o porque eu estava aqui. Dou uma última olhada até chegar a uma penteadeira com uma cadeira ocupada e fui subindo o meu olhar com mais clareza, vejo que era minha irmã que estava sentada ali. Selena estava com os seus cabelos parecia que estavam apenas bagunçados, ela estava sem maquiagem e vestindo um shorts curto com uma camisa escura e larga.

Ela sorria perfeitamente, mas dava para notar que seus olhos estavam vazios e frios tinha acontecido alguma coisa, pretendo descobrir o que houve. Não parecia que era minha irmã que estava sempre bem vestida com maquiagem estonteante ou com aquela aparência que fazia os homens pararem tudo somente para ver ela.

 — O que eu faço aqui? — olhei para ela ainda a vendo com as pernas nuas de fora com as mãos sobre a penteadeira encarando seu reflexo no espelho — Você está bem?

— Você ativou a runa e isso ativou a minha runa, agora você está dormindo e isso fará com que você sempre me encontre por aqui quando for dormir ou quando eu for dormir é assim que eu entro nos sonhos — ela se virou ficando de frente para mim com o seu cotovelo apoiado na madeira escura da penteadeira e ao ouvir a pergunta do você está bem, a fez sentir sem graça e ela suspirou fundo, eu sabia que ela estava triste com alguma coisa e seus olhos mostravam olheiras de noites mal dormidas — Estou bem.

— Tem certeza? — hesitei em me levantar, mas ela posicionou a mão para frente tentando me impedir de levantar — Seu estado não é um dos melhores e dá para ver em seus olhos que alguma coisa aconteceu e você não quer me contar.

— Eu consegui essa runa no meio do livro das runas antigas de Raziel na biblioteca e tirei foto fora que eu também as desenhei num caderno — ela tentou mudar de assunto tentando sorrir para disfarçar a dor — Tem razão — ela balançou a cabeça desfazendo o sorriso forçado em seu rosto — Eu não estou bem.

— Esperta. — me encolhi na cama colocando as minhas pernas contra o meu corpo e a olhei de canto passando o polegar entre os outros dedos — Pode me dizer o que houve?

— Eu posso, mas só um segundo — ela fez sinal com o dedo tentando mostrar que eu devo esperar e ela se virou ficando de frente a penteadeira encarando o seu porta—retrato, ela o pegou e se levantou jogando o mesmo contra a parede com tanta raiva que ouvi o mesmo se estilhaçar no chão. — Pronto.

— O que foi isso? — a encarei confuso por ela ter feito isso e tenho certeza que ela tinha alguma explicação grave para aquilo — O que aconteceu?

— Meu anjo — ela se aproximou de mim perto da cama e se agachou ficando na minha frente com as mãos sobre os meus braços, seus olhos pequenos e escuros estavam sombrios além de muita tristeza envolvida com decepção — Se apaixone por alguém que não esteja sobre as luzes, se alguém vir até você dizendo que te ama... — ela suspirou fundo e passou a mão sobre os meus cabelos — Só corre para o mais longe possível, é tudo que peço e tem que me prometer que fará isso — algumas lagrimas surgiram em seus olhos que percorreram sobre a sua bochecha — Existem pessoas más que vão querer tudo que você quer, elas farão de tudo para ter, nunca ficarão contentes com sua presença. O mundo é cruel, Alec, o mundo é cruel — ela deitou sua cabeça sobre o meu colo a ouvir soluçar de tanto chorar — Não cruze jamais naquele bairro de irmandades, é pior coisa que fará em sua vida. Os demônios que tanto caçamos não chegam perto daqueles humanos, os demônios existem e estão naqueles corpos só passam de corpo em corpo além de sugar tudo que você tem

Eu não tinha palavras com aquela reação dela, eu nunca a vi daquele jeito parecia que ela se arrepende de ter ficado nos Clost’s. Acho que isso dava a entender que ela não quer voltar para New York, acho que ela estava dizendo isso porque ela foi usada por alguém ou alguma coisa aconteceu. Parte dela tinha razão, a humanidade é mais podre que a nossa raça angelical e não dá para não cobrir aquilo.

Ela olhou em minha direção apenas me fez prometer que eu nunca me apaixonaria por um humano novamente e nem cruzara naquele bairro. Ela se levantou e foi saindo de perto de mim, me levantei indo em direção ao vidro quebrado notando que era um quadro com uma  foto dela e seu antigo amor de infância chamado Diego Villanueva que agora estava com um buraco bem grande.

— Porque quebrou isso? — peguei o porta—retrato quebrado do chão com a foto com cuidado sem me machucar com resto do vidro — Alguma coisa deu errado?

— Eu quebrei porque é complicado — eu a entreguei o porta—retrato, mas ela simplesmente olhou para o mesmo jogando no lixo perto da cabeceira — Porque aconteceu uma coisa que infelizmente não tem como reverter, porque é como dizem — ela pegou a vassoura e começou a varrer aquela bagunça — Eu quebrei porque eu me apeguei a alguém que amava outra pessoa.

Ela varreu aquilo tanto que me pediu para que eu voltasse para cama e eu o fiz, observando cada pedaço de vidro na pá e finalmente sendo jogado naquele lixo. Eu não iria insistir porque Selena gosta de contar as coisas com o passar dos anos e isso era com coisas que a afetavam. Eu lembro que ela demorou uns 3 anos para me contar que Isabelle tinha matado o seu hamster ou que o Jace falou alguma coisa bem ofensiva.

Deduzo que o Diego ou alguém próximo a ele deve ter feito alguma coisa bem grave a ponto de deixar ela desse jeito, a ponto de deixar ela submissa as suas próprias emoções. Selena nunca gostou de estar nessa posição, nunca gostou de que alguém a machucasse. Ela nunca gostou de sentir dor, porque isso a fazia tremer os seus joelhos a ponto de cair sem forças como agora ela se mostrou derrotada.

Se ele a machucou, tenho certeza que ele é o cara mais idiota desse mundo. Poxa, olha para a minha irmã! Olhe a garota linda com um coração de um anjo, sorriso lindo e ainda luta tão bem além de ser bem inteligente sempre com um livro em sua mão. Minha irmã é uma garota incrível, porém os garotos não dão valor para ela.

— Mas porque uma casa da arvore? – olhei para ela com duvida tentando mudar aquele assunto e aquele clima tenso. — Porque escolheu esse lugar para conversarmos?

— Eu tinha que escolher entre o soft brilhoso do Magnus Bane e aqui, mas como Magnus nos viria e seria menos privado, então te trouxe para cá. — ela bateu uma mão com a outra para limpar um pouco de poeira que estava a sua mão e se sentou de volta na cadeira perto da penteadeira — Aqui seria mais a sua cara.

— Soft brilhoso? — arqueio uma das sobrancelhas sem entender o que ela queria dizer com soft brilhoso — O que é isso?

— É um apartamento cheio de brilho e glitter ou seja nada novo sob o sol vindo do Magnus — ela riu fraco ao falar sobre o apartamento tanto que isso tirava concentração da tristeza que estava presente em seus olhos até agora pouco — Acho que se o Harry Potter entrasse lá, ele ficaria cego de tanto brilho.

— Como estão as coisas por Nashville? — mudar de assunto parecia ser uma ótima idéia para ela, acho que ela precisaria conversar com alguém e tentar colocar a cabeça no lugar, eu espero que ela tenha se sentido melhor depois de quebrar o porta—retrato e pelo que fiquei sabendo os humanos tem essa tendência de quebrar coisas quando algo os chateia muito — Ainda acha ruim?

— Estão boas, Alec. — ela ficou sentada de lado na cadeira me observando com as mãos sobre o encosto da mesma — Eu me diverti muito no primeiro dia, fui a uma festa country e cantei, bebi um pouco.

— Fico feliz por isso. — esbocei um sorriso aliviado com as boas noticias que vinham de lá, sobre a nova vida fora da cidade grande — Pelo menos alguma noticia boa nesse sonho maluco.

— Como estão as coisas pelo instituto? – ela virou o rosto vendo uma mesinha perto da penteadeira e esticou a mão pegando um morango, olhou para o mesmo e levou a sua boca dando uma mordida — Pelo menos isso é melhor do que problemas criados por nova—iorquinos.

— Estão cada vez mais loucas — ela deu mais outra mordida no morango e com a mão livre pegava mais outro pronto para comer — Jace ainda não aceita que você foi embora e mamãe mandou Lydia Branwell para ficar em seu lugar tanto que ele também não aceitou isso e teve um ataque porque eu coloquei ela em seu quarto.

— Jace se acostumou tanto com minha presença, que acho que eu deixei ele mal acostumado — ela riu depois que terminou de comer o morango, ela se levantou e veio em minha direção se sentando ao meu lado com suas mãos em seu colo — A Lydia? Mamãe fez uma ótima escolha, fui rival dela no campeonato de luta em Idris tanto que isso prova que ela é uma excelente lutadora e bem inteligente. Além disso, eu não ligo se ela esta em meu quarto.

— É... — cocei a cabeça me sentindo um pouco nervoso com que eu ia dizer sobre a Lydia e não era algo fácil porém era algo novo — Ela é bem inteligente, percebi isso quanto a relação dos renegados em reuniões com Hodge.

— Alexander Lightwood elogiando alguma garota? Hm... — ela fez careta fofa ao me ouvir falar sobre isso até porque a ultima vez que falei com ela sobre o amor, era sobre o meu próprio irmão. — O que está querendo aprontar?

— Não sei como dizer isso. — olhei para o teto cheio de fotos da Selena com o seu ex—namorado Brian se sentindo completamente felizes e pensei se um dia poderia tirar fotos assim como eles dois tiravam enquanto namoravam — Eu estive pensando em me aproximar mais de Lydia.

— Alec, você está meio estranho. — ela se afastou por um instante jogando o cabelo longo para trás e arrumou sua postura — Acho que isso é uma boa idéia e fará bem para você.

— O que eu posso fazer em relação a isso? — me deitei na cama colocando as mãos sobre a nuca e ainda olhando para o teto — Você sabe que eu nunca me aproximei de ninguém e nem sei como me aproximar, embora eu seja aberto com o Jace e algumas pessoas no instituto não é a mesma coisa.

— Pode começar uma amizade com ela. — ela se deitou ao meu lado encarando aquele teto e isso me fez pensar o porque ela não arrancou aquilo ali e queimou com raiva, era muita pergunta em um sonho só — Só toma cuidado para não se apegar rápido demais, só toma cuidado para não tomarem ninguém de você, tome cuidado para ninguém lhe usar e pegarem a Lydia de você e acima de tudo seja honesto. Não quero que acabe como se uma parte de você estivesse faltando.

— Mas como farei isso? — virei o meu rosto e ela sorriu com a certeza de que eu iria conseguir fazer isso, ela sabia disso — Eu não sou o Jace que faz tudo numa boa, não tenho a facilidade que ele tem para conversar com garotas.

— Jace é atirado e tem ego maior do que o do meu avo Jason. — ela levanta a cabeça e apoiou a mesma sobre sua mão deixando os seus cabelos caírem sobre os lençóis da cama — Alec você é lindo, você tem o charme próprio e único e simples. Isso faz você ser especial e atrativo as garotas, você é protetor, o mais importante, é ser você mesmo.

— Você acha? — ela assentiu com a cabeça e passou sua mão livre sobre os meus cabelos, logo os bagunçando — Eu tenho certeza que não sou tão bom assim. 

— Você nunca vai saber se você é bom suficiente — ela tinha razão de dizer aquilo que eu devo ter coragem de conversar com ela — Se você não tentar e se entregar, nunca irá descobrir.

— Tem certeza que isto está certo? — ela assentiu a cabeça novamente tanto que ela me deixava mais tranqüilo — Como posso deixar de amar Jace?

— Tenho, é como eu já lhe disse, não importa o que você faz, se te fizer feliz. Eu vou sempre te apoiar e estar feliz por você. — suspirei aliviado com aquela conversa e conselho dela tanto que apagou quase todas as minhas duvidas — Quanto menos você esperar, logo estará deixando de amar ele e o vendo como apenas um irmão.

 Será que essa amizade com Lydia dará certo? Era a questão que mais me cutucava na cabeça, porém ela não poderia responder isso.

— Eu te amo, Selena. — me levantei da cama junto com ela percebendo que nossa conversa finalmente acabou — Volta pra casa logo

— Eu também te amo. — ela retribuiu o abraço tão forte e se afastou passando a mão sobre o meu rosto — Não sei se irei voltar tão cedo.

Será que eu finalmente posso amar e ser retribuído?

Acordei ali mesmo na rede com a respiração ofegante e levanto um pouco a cabeça olhando ao meu redor notando que aquilo era só um sonho e que ainda eu estava naquela estufa. Passei a mão esquerda sobre o meu cabelo e tomei impulso para me sentar, coloquei os cotovelos apoiados passando a mão no rosto que suava muito. Eu me levanto da rede e pulei da mesma descendo da arvore, fui caminhando pela estufa até a porta da mesma, abri dando espaço para que eu pudesse passar e sair. Fechei a porta a trancando rapidamente, andava devagar pelo corredor que me dava acesso aos escritórios, andei depressa por ele indo em direção ao caminho que me levava ao centro do instituto.

Eu ouvia o barulho dos caçadores trabalhando enquanto descia as escadas e retomei ao meu trabalho de volta ao painel dos caçadores de sombras. Olhei para o lado e vejo Lydia me chamando para ir a mesa dela discretamente e ela olhava para os lados, seus lábios moveram como se estivessem dizendo: “Vem logo.” Assenti com a cabeça dando uma rápida corridinha até a mesa dela.

— Alec, onde você estava? – ela me olhou preocupada comigo e tanto que eu não sabia muito o que dizer para ela, eu só soube pousar as mãos sobre sua mesa, olhei a mesma atrás um assunto extra — Você está bem?

— Eu estava descansando. — parei para prestar atenção ao ouvir sua voz, olhando para a mesma e coçando minha cabeça — Eu estou ótimo e precisava de um descanso rápido, pois o trabalho vem me deixando louco.

— Eu achei que tinha desaparecido, eu já ia alertar os caçadores para te procurarem e revirarem New York de cabeça para baixo — ela sorriu com sua pequena brincadeira e olhou para os seus papeis pegos no escritório do Hodge — Pelo que eu fiquei sabendo, você é uma parte importante do instituto.

— Ei, eu estou bem. — ri baixo e passei o dedo sobre o nariz coçando o mesmo rapidamente que deduzi ser alergia de uma flor que devo ter encostado sem querer na estufa quando eu estava saindo da mesma — Eu to aqui.  

— Enfim, temos mais duas fichas de casos de sangue drenados novos. — ela me entregou as fichas após rir da minha brincadeira — Acho que é mais conteúdo que o Hodge quer que a gente investigue mais a fundo.

— Eu dormi por quanto tempo? 3 dias? — brinquei novamente e comecei a analisar as fichas enquanto ela ria novamente — Uma eternidade?

— Dormiu por 3 horas e meia — ela olhou seu relógio em seu pulso rapidamente e pegou o lápis começando a sublinhar algumas palavras na papelada do caso — Perdeu muita coisa.

— Uma eternidade. — ela sorriu e assentiu a cabeça passando a mão no cabelo, ela desfez o seu coque deixando os mesmos soltos — Está linda.

— Com toda certeza. — peguei um lápis com a mão esquerda e marquei alguns círculos de observações na foto das pessoas que tiveram seu sangue drenado — Obrigada.

— Lydia, eu estive pensando em algo. — seu cabelo estava literalmente bagunçado e ela não conseguia arrumar o mesmo que estava tampando sua visão, fiz sinal como se estivesse perguntando se eu podia ajudar ela — Posso?

— Em que? — ela soltou o lápis olhando em minha direção tentando arrumar de novo a franja que caia em seu olho — Pode.

— Se poderíamos começar uma amizade. — passei a mão sobre o seu cabelo o arrumando para trás e arrumei as mechas para trás da sua orelha — Agora não vai te incomodar.  

— Claro, porque não? — ela colocou a mão sobre sua orelha a coçando e esboçando um sorriso bonito para mim e riu — Obrigada.

— Ótimo. — esbocei um sorriso tímido para ela e coloquei as mãos para trás por um instante, eu não conseguia parar de olhar para ela. — De nada.

Então eu e Lydia começamos a conversar tanto sobre as fichas, também sobre Idris e depois nós falamos de nossas vidas tanto na parte mundana e quanto angelical. Quando eu contei ao Jace sobre o meu dia antes de dormir, já deu para ver na cara dele que ele não gostou que eu fiz amizade com a Lydia.

 Neste caso, isso só me deixa contente em saber que a Selena tem razão se aproximar e dar uma chance a ela e a si mesmo. É assustador, mas é uma necessidade e tanto que praticamente nos obriga a lembrarmos que nunca devemos nos prender a mesma pessoa, senão ela irá colocar você para fora da vida dela num piscar de olhos por qualquer coisa nesse mundo, é por isso que é importante ver o mundo além das sombras.

Eu não digo que Jace irá me jogar fora de sua vida, até porque somos irmãos e somos parabatais e isso é impossível de se separar. Mas também eu diria ta na hora do mundo girar em torno de outras pessoas alem de Jace e ter alguém para contar. Isso pode significar que estaremos “substituindo” algumas uniões em nossa vida complicada e completamente cheia.  


Notas Finais


Eu digo com todo o meu coração que esse foi um dos capitulos mais dificeis que eu escrevi tanto que parei várias vezes por questão até mesmo pessoais. Tomei algumas decisões com o rumo da fanfic, mas não serão precisas de imediato porque a fic já está pronta e não quero perder todo o meu trabalho por isso. Essa fic segue toda na linha sem intenção alguma de prejudicar alguém ou de sujar imagem alguma, tudo que se trata aqui é ficticio com personalidades e acontecimentos modificados por autoria minha como um livro sendo adaptado por um filme ou por um seriado.
Obrigada, quem me acompanha ou quem entende isso.
Eu amo essa fic com todo o meu coração.


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