História Radioactive - Let Me Love You - Passamos de conhecidos para desconhecidos.

Albuquerque, New México – 4 de julho de 2013 – Faculdade de Albuquerque.

Brian Lamar

Vai fazer dois anos.

Dois anos desde que a vi pela ultima vez.

Meu coração ainda palpita tão forte ao pensar em seu nome, em pensar naqueles lábios, naquela voz que me deixa louco. Ainda não entendo o porque ela me deixou, dois anos que estou nessa. Tudo que ela disse foi que voltava logo e pediu para eu não me preocupar. Eu já liguei, já mandei email, já mandei mensagem no imessage, já mandei mensagem no skype ou até mesmo liguei para Beatrice, Rosie e até mesmo Finn Saltzmann, nenhum deles pode me dizer onde ela está.

Eu já fiz de tudo.

A essa altura se fosse outra pessoa, já teria desistido dela e já teria transado com a primeira garota de irmandade que apareceu na minha frente no primeiro dia da faculdade. Mas eu não fiz, porque a respeito e a amo muito. Já ouvi os amigos novos daqui me falarem que eu sou trouxa por uma garota que já desistiu de mim.

Sim, eu sou um trouxa.

Eu sou trouxa por uma garota desde quando eu tinha 12 anos, desde momento que eu coloquei os olhos nela. Não a conheci dando um fora nela na aula de ciências, apesar de ter dado é coisa que eu me arrependo profundamente. Eu era popular na escola, as meninas eram muito atiradas e caiam aos meus pés, eu já beijei a maioria delas e isso é verdade.

Não quero colocar as meninas como se fossem troféus, isso é errado e meus pais me educaram para não fazer isso. Mas o beijo delas, nenhum se comparava ao beijo da Selena. O beijo dela tem um gosto especial, não só de gloss labial sabor framboesa. Era um gosto de sinceridade, paixão e voracidade.

Popularidade não me trazia felicidade completamente, eu me sentia incompleto e confuso. Eu precisava de alguém na época, eu tinha que me preencher de alguma forma. Eu desde 7 anos entrei em todos os clubes da escola até aqueles que os times que eu estava consideravam perda de tempo e não popularidade somente para ver até onde eu ia, se eu era muito mais do que só um cara bonitinho que não sabe fazer nada.

Mas houve um importante que me fez realmente valer a pena ir, o clube que eu já estava quase desistindo: O clube do coral. Mas porque o clube do coral? Foi onde eu realmente conheci Selena Nicole Clost. Eu já havia saido da maioria dos clubes, menos do clube do coral. Meu coração insistia em ir para aquele clube mesmo não querendo. Acho que era Deus dizendo que uma coisa especial iria me trazer um pouco a vida.

Porque a popularidade me fazia ficar triste? Porque eu não confiava em todos, eu sabia que tinha um certo interesse no que eu podia oferecer, meus pais me ensinaram isso desde novo. Mas ai veio a morena de olhos escuros e quebrou um pouco disso, mostrou que nem todos tinham interesse.

Caminhava pelo corredor e passei perto da sala do corredor olhei para o lado pelo vidro da porta da sala do coral, lá estava ela na sala do coral que particulamente estava vazia ao lado do piano. Ela segurava uma partitura em mãos e parecia que estava performando alguma música.

Lembro que ela estava nervosa e frustrada com alguma coisa, sua frustração era linda. Nunca tive coragem de chegar nela. Mas aquele momento era minha chance, minha chance de ajudar ela de verdade. Ela estava sozinha sem seus amigos em volta, essa era hora. Porque era Selena? Tanta garota no mundo e porque eu a escolhi? Era minha pergunta favorita do dia.

Abri a porta de mansinho e consegui ouvir sua voz, tomei cuidado para não me rever. Ela estava cantando, era um som de uma deusa cantando. Era tão linda, eu gostaria de gravar esse dom somente para dormir relaxado ao som da voz dela. A voz dela poderia erguer Atlantis de volta ao topo do mar.

Estou bem meloso.

A culpa é dela.

— Don't tell me not to live. Just sit and putter. Life's candy and the sun's a ball of butter. Don't bring around a cloud to rain on my parade. – Eu não consegui identificar de primeira - Don't tell me not to fly. I've simply got to. If someone takes a spill. It's me and not you. Who told you you're allowed to rain on my parade – eu conhecia essa música de algum lugar e forcei mais um pouco a memória e reconheci a música.

Sai de onde eu estava escondido, andei até ela enquanto aplaudia ela. Ela ouviu o barulho e se virou para trás para mim, sorri levemente para ela. Ela parecia assustada, olhei ela de cima abaixo, ela vestia uma camiseta cinza com a estampa da logo de sua banda favorita e uma calça jeans, sapatos um pouco altos e uma jaqueta preta. Seus cabelos pretos estavam nos ombros, seus olhos eram escuros tão lindos quanto as suas roupas.

— O que faz aqui? – ela perguntou sorrindo tímida – Não tem treino de futebol ou basquete?

— Eu tenho treino – respondi para ela colocando as mãos no bolso – Mas eu tava passando aqui, vi você aqui na sala do coral e bateu uma curiosidade e vim saber o que estava acontecendo.

— É só um ensaio bobo para o teste no clube do coral. – ela se virou para frente do piano juntando as partituras – Amanhã é minha audição.

— Mal posso esperar para sua audição. – disse para ela – Vai se sair bem, você é talentosa no pouco do que eu ouvi.

Se eu te disser que ela me evita desde que me viu beijando outra garota na festa de 10 anos? Sim, ela me evita faz 2 anos e eu morro aos poucos sem falar com ela faz 2 anos.

— Vai se atrasar para o treino. – ela alertou tentando mudar de assunto – Você não vai ver minha audição, até porque você é um jogador de basquete desde quando se importa com clubes menos populares?

— Eu não me importo se vou me atrasar para o treino. Eu me importo com o clube do coral até porque eu estou nele. – sorri para ela – E ótima escolha em cantar “Don’t rain on my parade.” da Barbra Streisand, é uma ótima música.

— Como conhece essa música? É tão antiga, é dos anos 60. – ela me olhava com duvida tipo: “o que um cara tão popular está fazendo aqui?” ou “porque ele está conversando comigo?” ou “este estúpido não devia estar aqui” – Não é uma música que um cara do seu tipo de ouvir

— Qual é o meu tipo de música então? – perguntei para ela.

Seu sorriso era tão “tcham”, era muito bonito. Parecia uma rainha, a rainha digna de um país muito bonito com regras especiais. O sorriso capaz de curar todas as doenças.

— Não sei, alguma coisa tipo Heavymetal ou algo que tenha haver com rock pesado. – ela disse segurando as partituras contra o peito – Ou algum rap pesadão que fale de corpos nus.

Eu ri para ela.

— O que foi? – ela perguntou sem entender nada.

— Eu não ouço isso, isso é um gosto do meu pai. – sorri para ela – Eu ouço essa música que está ensaiando e minha irmã canta isso em casa. Eu ouço pop, country, rap, indie e etc...

— Você está mentindo.

— Eu não minto em serviço e a prova viva disso era minha audição uns meses atrás, eu cantei “Don’t stop believin” do Journey. Por incrível que pareça, foi a melhor audição que eu já fiz.

— É um ótimo gosto. – ela afirmou – Gostaria de ter visto.

— Deveria ter visto, foi muito bom. Não é querendo me gabar, mas foi o que disseram.

— Quem é você? – ela perguntou olhando curiosa para mim.

— Quem sou eu? – franzi as sobrancelhas – Ué, você sabe quem sou eu.

— Não. – ela corrigiu – Quem é você realmente?

— O que quer dizer?

— Quem é você por trás da sua armadura de popular durão? Ou melhor como eu possa dizer quem é sua alma?

Eu literalmente não estava entendendo o que ela queria dizer com aquilo, ela parecia maluca ao dizer sobre alma. Revirei os olhos, eu senti que havia uma chama, alguma coisa estranha direto dela. Ela tinha alguma coisa especial, eu estava determinado a descobrir. Não era que nem as outras garotas, não era tão comum.

— Porque você mesma não tenta descobrir? – para mim não era uma pergunta, era um convite – Eu não sou como os outros.

— Todo mundo fala isso, mas nem sempre é verdade. Como posso me garantir que não irá me magoar? Como isso pode me garantir que devo confiar em você?

— Tudo isso só você pode descobrir, só você pode controlar o quão curiosa pode ou irá ser. Não sou a coisa mais fabulosa do mundo que as pessoas dizem. Mas você pode descobrir como eu me vejo. – ela prestava atenção – E como eu me vejo, não é exatamente o que pensa.

— Eu irei pensar nisso. – ela disse.

O sinal da escola tocou.

— Que bom.

— Eu tenho que ir para aula. – ela pirrageou e olhou sem jeito – A gente se vê por ai.

Ela começou a caminhar até uma cadeira onde localizava sua mochila, abriu a mesma colocando as partituras dentro e fechou logo a mesma, colocou a alça em seu ombro e continuei a observando como um bobo parado.

— Nos vemos por ai. – afirmei.

— Tchau. – ela seguiu para fora da sala.

Esqueci de perguntar o seu nome completo.

— Ei! – corri um pouco até ela – Qual é seu nome?

Eu sabia o primeiro nome, mas não sabia o sobrenome.

— Eu sou Selena, Selena Nicole Clost. – ela olhou pelo ombro e sorriu.

Ela seguiu para fora da sala, naquele momento me senti cheio e realizado. Mas para minha tristeza ela era difícil mais que difícil. Ela era impossível de ficar presente na vida dela, era como se fosse a gravidade. Perto dela era como se houvesse gravidade me puxando para mais perto e a gravidade zera quando fico distante dela.

Ela fez a audição no dia seguinte, a melhor audição que eu podia já ter visto. Eu cresci ouvindo lendas musicais com os meus pais e minha irmã, já fui em vários shows ao vivo. Já ouvi euforias e sensações de adrenalina que presencia perto do palco ao vivo. Foi isso que eu senti quando a vi naquela audição: Euforia e sensação de adrenalina.

Era como se ela tivesse posto fogo naquela sala assim que erguia os braços durante a performance, se eu fosse um produtor eu juro que teria dito naquela sala que ela conseguiu superar Barbra Streisand em questão de 2 minutos. A sala parecia escura e o fogo estava em volta formando um circulo espalhando pelo chão. Não tinha mais ninguém naquela sala, era o que parecia quando ela cantava.

Ela acha que eu nunca a ouvi cantar, mas eu estava atrás lá no fundo a ouvindo com um sorriso bobo. A maior riqueza dela era a voz dela. Ela era um anjo sem asas, eu nunca vi nada tão parecido com aquilo. Mas foi neste momento que eu a conheci e que tive certeza que valia a pena arriscar tudo por ela.

Foi o que o meu pai disse

“Se arrisque.”

Eu sigo isso todos os dias, eu carrego isso todo santo dia.

Era ela.

A garota.

Eu estava aqui sentado na cama do meu dormitório em pleno feriado de 4 de julho, sem fazer merda alguma. Enquanto quase 80% dos estudantes da faculdade estão viajando para visitar suas famílias ou no térreo gravando um vídeo para a música viral do ano o Harlem Shake e eu estou aqui. Não estou depressivo, é o meu feriado favorito. Ariana já está passando com os meus pais, tentando junta-los novamente.

Sim, meus pais estão se divorciando.

Motivo: Uma garota com a mesma personalidade que Selena encantou o meu pai.

Não sinto raiva por ele ter traído minha mãe, na verdade eu o entendo. Sempre no mundo vai existir uma Selena da vida, uma garota que faz uma bagunça no coração, na alma do mesmo jeito que a ela faz. Não estou o defendendo e nunca irei defender pelo seu ato de traição. Mas com uma garota dessas quem é que não fica tonto?

Ela é o tipo de garota que os evangélicos adorariam correr atrás para jogar 1001 argumentos sobre o quanto ela é pecadora, o tipo que os testemunhas de Jeová pediriam seu sangue, o tipo que os Islamicos gostariam de perseguir para jogar um pano para que a cubra, o tipo que os católicos sentiriam inveja, fofocariam e falariam mal por trás. Ela é o tipo que todas as religiões gostariam de jogar a bíblia ou outro livro sagrado na cabeça dela e crucificar enquanto podem.

Ela é o tipo que todo mundo adoraria tomar e controlar a vida dela. Controlar a vida dela? É impossível. Eu digo impossível porque conhecendo do jeito que a conheço, ela não deixaria nenhum homem a domar. Ela é quem doma as pessoas, olhe só para mim. Sou um submisso, um submisso a ela. Nenhuma das meninas consegue fazer isso tão bem.

Selena vai ganhar muitos haters em sua vida, haters que gostariam muito de ser ela, haters que vão procurar argumentos do inferno somente para condenar ela em redes sociais e pessoalmente, até os juízes vão condenar por ela ser somente ela. Ela é não tem medo disso, nunca teve medo de altura, nunca teve medo do que dizem.

Sua voz é um punho, suas palavras são como uma faca que machuca a todo mundo. Vazia? Ela não é. Ao contrario de mim, eu sou vazio e ela já me contou o quanto eu era vazio. Mas me sinto preenchido toda vez que estou com ela. Com ela, o mundo não parece ser o mesmo.

Eu sei que onde quer que ela esteja, eu sei que ela já deve estar fazendo alguma coisa extraordinária. Fazendo o que ou sendo o que todos sonham ser ou tem medo de ser devido a comentários ruins dos quais ela não liga. É a pessoa mais forte que já conheci, é a deusa da Grécia que nasceu em Sacramento, California.

É a Californiana pela qual eu morreria todos os dias.

Meu celular começa a vibrar em cima da cama, era um iphone 5 a modinha do ano. Meu pai me deu ele assim que lançou, ele sabe que eu estudo música e esportes aqui. Ele tem orgulho de mim e sabe que eu devo trabalhar no melhor, esse é a recompensa de quem é estudioso.

Olho no visor era o mais recente melhor amigo vindo do mundo da fama, também largado por uma mulher: Maxon Clost, ele me manda mensagem apenas para perguntar se eu tinha planos para 4 de julho.

“Não. E você?”

Bloqueio a tela após apertar o botão de enviar. Tudo que eu sei é que eu precisava eram apenas respostas que me fariam sentir mais aliviado e que pudesse mover em algum momento. Espaço? Acho que já demos o suficiente para um e outro. 2 anos são uma eternidade.

Maxon respondeu:

“Não tenho planos. Eu juro que eu e Lil Za estamos pensando em algo, o que acha de vir para cá e sair dessa fossa de mulher?”

Respondi:

“Mas nem tenho avião, nem passagens e acho que nada funciona hoje.”

Ok, eu estou exagerando na dramatização.

Maxon rapidamente respondeu:

“Eu vou mandar meu jato ai, ainda está na faculdade? Se estiver é bom levantar esse traseiro velho e grande arrumar a mala. Lil Za teve uma ótima idéia de fazermos uma festa, o que acha?”

Suspirei fundo e digitei de volta.

“Uma festa? Até que cai bem. Mas isso não vai irritar os vizinhos do qual tanto me diz que reclamam de ti?”

Creio que este filho da mãe deve estar rindo no outro lado da tela. Grande cretino é Maxon Clost. Ele tem os melhores apelidos, mas devo mencionar que ele tem uma alma estilo da Selena, só que ele já está na fase de ter haters a todo canto. Sua pior fase é agora, a mídia o massacrando o tempo todo.

A vida dele é publica e mesmo assim não tem muita liberdade. Ele vive em boates, ele trabalha com a música desde novo, vai para premiações e ainda com pessoas erradas. Ele tem enfraquecido bastante nisso. Mas não devo negar que ele é um cara extremamente talentoso. Ele é sincero, ele é divertido. Mas está perdido, assim como eu estou.

Ele responde:

“Não me importo com eles, eu só quero relaxar. A festa será nesta noite e já chamei as Kardashians, vou aproveitar e chamar a Yovanna Ventura. Vale a pena fazer isso, vai espantar todas as magoas.”

Esse cara ta completamente fora de si

Respondi:

“Maxon está maluco? Já ta chapado logo cedo é cara? Eu não preciso de mulher para espantar magoas, eu só preciso beber um pouco.”

Ele respondeu:

“Não estou chapado logo cedo, apenas disposto acordar para vida. Faz 3 meses que to nessa fossa sem resposta nenhuma. Eu não sou trouxa para ficar atrás da ex correndo atrás de respostas que ela não quer dar. Se liga a vida move, eu to nessa há 3 meses e você já ta nisso há quase 2 anos.”

Suspirei fundo.

Ele tem razão e eu estou aqui esperando coisas feito um otário por 2 anos sem mover um dedo achando que respostas caem do céu. Pensando bem, é hora de curtir a faculdade. Se Selena desapareceu da minha vida porque eu errei ou não era bom o bastante. Isso não iria me enfraquecer. Eu tenho consciência dos meus atos, tenho consciência que eu fiz tudo certo e que não era minha culpa.

Respondi:

“Quer saber cara? Pensando bem, prepare o avião e eu já vou preparar a mala. Calabasas, eu já estou chegando e peça pro Khalil conseguir a melhor bebida do mercado.”

Maxon respondeu com um emoji com as mãos levantadas para o alto.

“Vem logo porque a noite é nossa e é assim que fala.”

Eu me levantei da cama e deixei o meu celular em cima da cômoda, fui até o guarda-roupa e puxei de cima do mesmo a minha mala e joguei na cama. Abri rapidamente a mesma, voltei ao guarda-roupa e peguei roupas, sapatos e perfumes, tudo que fosse necessário para uma semana em Calabasas e ainda peguei o macbook e coloquei na mala e fechei a mesma rapidamente

Bom eu só teria aulas em Setembro mesmo. Mas não quero passar esses meses sem fazer história. É verão cara, no verão tudo acontece. O que acha de Vegas? Loucuras em Vegas, o que se faz em Vegas fica em Vegas. Arrumei toda a mala e olhei para o meu anel de noivado em minha mão, retirei a mesma e coloquei dentro da carteira em meu bolso.

Guardar a aliança de noivado para uma festa? Puta merda, isso é muito errado.

Risco? Extremo.

Peguei o celular novamente e mandei uma mensagem para Maxon avisando que eu já estava quase pronto. Ele me responde avisando que o jato vai chegar daqui 1:50 iria chegar o jato dele. Respondi com um emoji confirmando. A maior mentira do mundo minha era dizer que eu já estava quase pronto, sendo que somente minha mala estava pronta.

Removi a camiseta branca que vestia no momento e fui até o guarda roupa onde estava as roupas que sobraram, peguei uma camiseta branca com estampa respingada e um moletom cinza com o numero 9 costurado ao lado e detalhe vermelho na frente. Vesti os mesmos na mesma hora, retirei a bermuda que eu vestia e vesti a calça jeans.

Agacho perto da ultima pratileira, peguei um par de tênis supras pretos com detalhes azuis cano alto e me sento no chão, calço os mesmos. Eu me levantei e procurei um boné perfeito, pego um boné amarelo e coloco na cabeça, retiro o boné e passo a mão no cabelo o arrumando, mas não conseguia pois eu havia posto gel hoje cedo que endureceu. Recoloquei o boné e peguei os óculos escuros, os coloquei.

Peguei o meu celular e coloquei no bolso, fecho a mala e pego o relógio de ouro que Maxon havia me dado, coloco no pulso. Quase eu esquecia as chaves do dormitório, peguei as mesmas e coloquei dentro do bolso. Abri a gaveta do criado mudo para pegar os meus documentos, peguei os mesmos e abri uma brecha da mala, os coloquei lá dentro. Peguei o dinheiro que eu tinha e coloquei dentro do bolso junto com o celular.

Estou realmente pronto.

Coloquei a mala no chão, puxei a alça e sai puxando para fora do dormitório. Tranquei o dormitório e andei pelo corredor, as garotas que ainda não saíram para 4 de julho me olhavam enquanto caminhava pelo corredor, fui de elevador até o térreo. Sai do campus e peguei um taxi para chegar no aeroporto.

Observava pela janela do taxi, os formandos fazendo harlem shake de biquíni, bermuda, cuecas mais estranhas no meio do campus. Ri sozinho ao ver aquilo, somente essa semana umas 5 meninas já me pediram para fazer esse harlem shake. Eu fiz 5 vezes porque me pediram. Acredite em mim foi divertido.

Alguns destes vídeos eram somente por views. Peguei o meu celular, desbloquiei indo para o menu e achei a câmera. Abri a mesma na frontal, tirei uma selfie dentro do carro com os óculos escuro quase na ponta do nariz, sorri sem mostrar os dentes. Recoloquei os óculos escuros de volta no lugar empurrando com o dedo até o topo.

Sai da câmera, fui em direção ao instagram e postei a foto com a seguinte legenda.

“Calabasas, sol, festa. Estou chegando a todo vapor #swag #gaspedal” - @BrianHardLamar

Deslizei o dedo e olhei a quantidade de likes, tinha umas 100 likes. Eu não sou famosinho no instagram, nem pretendo ser e muito menos tumblr boy. Eu não entendo o que é ser tumblr boy. Tá, talvez eu seja famosinho no instagram com 300k de seguidores. Nunca pedi para ter tantos seguidores, mas acho que não faz mínima diferença. Sai com facilidade do instagram e fui para o spotify procurar alguma novidade. Não havia nenhuma novidade, nem da minha deusa Beyonce.

Passei a mão sobre a calça jeans e por surpresa achei os meus fones de ouvido que haviam sumido faz 1 semana no bolso da frente. Peguei os fones de ouvidos e conectei no celular, coloquei os fones um de cada lado do ouvido e deslizei o dedo, achei no spotify: Imagine Dragons – Radioactive. E apertei play, fechei os olhos e respirei fundo ao ouvir a música.

Cara, essa música é um hino.

Só não canto porque eu to no taxi a caminho do aeroporto. Não estou afim de passar vergonha. Deixo encostado o spotify e permaneço relaxando com a música até chegar no aeroporto.

Em poucos minutos chego no aeroporto, coloco o meu celular no bolso da frente e tiro algumas notas do bolso de trás e entrego ao taxista, saio do taxi e retiro a minha mala do porta-malas. Puxo pela alça e sigo até o portão do aeroporto, sinto o meu celular vibrar e o pego no bolso e abro a mensagem do Maxon:

“Vai para o portão 16 na área de embarque, espere lá e será lá onde o jato vai pousar.”

Recoloquei o celular dentro do bolso, entrei no aeroporto e segui procurando a area de embarque. Após algumas informações de alguns funcionários na recepção, achei a área de embarque do portão 16, faltava meia hora do pro jato chegar. Faz tanto tempo que pisei aqui, faz 2 anos que não piso aqui direito e já estou me sentindo um burro. Eu demorei um tempinho para achar portão de embarque, quando fica muito tempo sem viajar, apesar do feriado que eu achei que não ia funcionar nada, está funcionando pelo menos o aeroporto.

Esperei o jato chegar e pousar na pista, eu olhei rapidamente para o lado de fora do portão ao ver o jato surpreso. Eu achava que era um jato pequeno, mas é um jato exagerado e grande. Quando se é rico pode tudo e incluindo ter coisas exageradas. Eu estou parecendo aquelas crianças que vê brinquedo como se nunca tivesse visto na vida. Os seguranças vieram em minha direção, são seguranças dele. Um deles segura minha mala e os acompanho até o jato que já estava com a porta aberta e com as escadas armadas pronto para subir. Subi devagar e entrei no jato.

Luxo puro é tudo que eu tenho a dizer, retiro o meu celular e o desligo rapidamente. Coloco o mesmo no bolso da frente e me sento em uma das cadeiras. A porta do jato começa a ser fechada assim que os seguranças entram, o piloto começa a dar seus comandos para a partida e logo começa a decolar.